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História Technobreak - Send me a password to access my heart.


Escrita por: DontHugMe

Notas do Autor


NÃO ME MATEM, NÃO ME MACHUQUEM :V eu vim em paz~
cara, eu atrasei muito com esse capítulo. Eu tenho que admitir que a ideia de uma twoshot veio quando eu vi o cap arquivado e eu meio que editei ele, e achei que daria para escrever o segundo cap no dia seguinte... mas não deu. E como vocês sabem, eu demorei bastante para finalmente concluí-lo.

MAAAAS, porque?

Não vou entrar em detalhes, é muita coisa MESMO :v mas basicamente eu tive a experiência adulta - fazer concursos, estudar, trabalhos, muitas ocupações, médicos, por aí vai.

Foi um final e início de ano muito agitados para mim, principalmente o SSA que eu fiz. Mas agora as coisas se acalmaram.

Ainda assim creio que vai ser um pouco mais difícil postar as fanfics :/ estou REALMENTE ocupada e escrevo sempre que eu tenho tempo, assim como entrar no site. Só para não ficar completamente inativa no site, eu emprestei minha conta para uma amiga minha ler fanfics e favoritá-las para depois ler... é complicado :v

Mas eu quero fazer uma pergunta para vocês: eu realmente tenho pensado muito em fanfics novas, assim como, obviamente, postar os capítulos de algumas fanfics - quem me acompanha sabe que Na Sua Estante está em hiatus -, então eu pensei em criar um jornal onde eu vou contar todas as minhas ideias para fanfics novas que eu estou trabalhando, que vou trabalhar e as que já estão postadas. Também pedir a minha amiga para postar na minha timeline - é assim que se chama? - o que vai dar pra sair, o que não vai dar, o que está acontecendo e etc.

O que acharam da ideia? :3 por favor, comentem!~
E agradeço a todos por não desistirem de mim <3

Beijos e boa leitura <3

Capítulo 2 - Send me a password to access my heart.


Send me a password to access my heart.

 

 

Você: Você está ai?

Você: Por favor, fale comigo. 

 

 

 

Não haviam se falado naquele dia.

Akashi estava em agonia. Como pôde ele lhe deixar naquela angústia depois da pergunta que fez? Seu coração retumbava no peito de nervosismo e curiosidade. Ficava olhando o celular quase que o dia todo, apenas esperando uma mensagem, uma resposta, algum sinal, qualquer coisa que matasse sua angústia.

Até que, por volta das quatro e meia da tarde, recebera uma única imagem do desconhecido. 

Levantou-se com brusquidão da cadeira do computador onde estava sentado anteriormente, segurando o aparelho com força entre os dedos, e abrindo a conversa para poder visualizar a imagem. 

Era a foto de um rapaz. Devia ter a sua idade ou um pouco mais, mas seus olhos desinteressados lhe faziam parecer mais velho. Pôde ver que eram de um roxo forte, assim como seus cabelos grandes e lisos, grandes o suficiente para fazer um rabo de cavalo. Era bonito. Inegavelmente bonito. A face lisa e pálida, onde as únicas imperfeições eram as rasas olheiras. Os lábios levemente carnudos mantinham um pirulito entre eles, fazendo com que pegassem uma tonalidade rosada. 

Ficou um tempo memorizando cada detalhe do rosto do rapaz, para logo em seguida salvar a foto e colocá-la como perfil do desconhecido. Não trocaria o nome ainda. Não sabia seu nome.

Esperava que ele respondesse mais alguma coisa. Dissesse seu nome, onde morava, qualquer coisa. Nada aconteceu. Ele ficara offline logo após enviar o anexo. Isso apertou um pouco seu coração. Teria de ficar sozinho novamente, perdido em meio a sua própria melancolia? 

E a resposta veio mais rápida do que esperava.

 

 

 

Password  denied. Try again later.

 

 

 

Não queria estar ali. Aquilo feria seu orgulho imponente. Não mantinha mais aquela postura intimidadora com a qual sempre estava ao andar nos corredores da faculdade. Não se importava mais, e aquilo o preocupava. Ao mesmo tempo que o preocupava, não ligava. Era confuso, estressante e simplesmente não queria mais pensar naquilo. Não queria mais pensar em nada.

Andou desanimadamente até a cafeteria do local. Não chegava nem aos pés do que estava acostumado, porém, algo que tinha de admitir era que os lanches e bebidas que eram vendidas ali eram divinas. Talvez, apenas talvez, aquilo o animasse. E o fez. Pelo menos por alguns minutos.

Até o ver do outro lado da lanchonete. 

Era definitivamente ele. Logos cabelos púrpura presos num rabo de cavalo. Olhos roxos com leves olheiras. Pele pálida de aparência macia. Idêntico a foto, ainda mais agradável aos olhos ao vivo.

Seu coração começara a bater mais rápido. Apertou levemente o copo de café em sua mão. Ele, Akashi Seijuro, estava sem coragem de ir falar com alguém? Inacreditável. Intolerável. 

Respirou fundo e suspirou logo em seguira. Assumira aquela postura novamente. Absoluto. Porém, não queria assustá-lo. Apesar de ser alto e, aparentemente, intimidador, era uma pessoa sensível baseado no que vira do rapaz nas mensagens que trocaram. 

Seguiu até ele a passos sucintos. Ele apenas notara sua presença quando chamou-lhe com uma tosse forçada e falsa. Ele olhara para si. Bonito.

― Olá ― saudou amigavelmente. Esperava que ele tivesse uma reação quase desesperada, nervosa, ou algo que demonstrasse a personalidade que vira por mensagens. Qualquer coisa. Ele, no entanto, apenas fez um leve aceno positivo com a cabeça.

― Oi ― falou. A voz era rouca e arrastada. Não parecia se importar muito com a situação. Akashi engoliu em seco discretamente para tossir forçadamente logo após.

― Se não se importar... Pode vir comigo, por favor? 

O rapaz ergueu uma das sobrancelhas em dúvida, olhando ao redor. Logo deu de ombros, acenando positivamente com a cabeça. O coração do ruivo tomou um grande alívio, sorrindo discretamente e guiando-o para o lado de fora, que mantinha-se vazio.

Calmamente, sentou-se em uma mesa relativamente afastada da vista de todos no interior da lanchonete da faculdade.  Observou-o seguir o mesmo caminho que fizera, sentando-se de frente para si. Ele parecia inquieto para si, mesmo que sua face demonstrasse total desinteresse em tudo. 

Chegara até ali, mas não sabia o que falar. Ridículo. Tossiu seco, procurando as palavras certas para continuar aquela conversa. Conversaram tanto por telefone, por quê era tão difícil transferir tudo aquilo para algo verbal? Era um absurdo para si pensar que toda aquela situação constrangedora e humilhante devia-se a uma tristeza profunda, da qual nunca havia experimentado por julgar ter um emocional de ferro, inatingível, inabalável.

Ver que não sabia muito de si mesmo o deixava irritado. 

Respirou fundo. Procurou dentro de si seu antigo eu, o eu da qual gostava, que se deleitava em ser principalmente nos momentos em que estava acima de todos.

― Suspeito que já sabia quem eu sou e para quê vim falar com você ― disse calmamente com um sorriso leve no rosto, os olhos heterocromáticos transbordavam tranquilidade, porém causava desconforto a quem o fitasse diretamente por conta de sua postura firme e superior. ― Se estiver sendo muito direto, eu peço desculpas. Mas depois de tudo, me sinto inquieto com a situação. Poderia me dizer seu nome? 

― Murasakibara Atsushi ― o rapaz respondeu com calma. Akashi gravou aquele nome em sua mente. ― E você é Akashi Seijuro.

O ruivo sorriu satisfeito.

― Sim ― concordou. ― Murasakibara-kun... receio que temos muito o que conversar. 

Colocara sua mão levemente sobre a do arroxeado. Grande. Quente. Confortável. Observou as bochechas do maior ganharem uma leve coloração avermelhada, mesmo que a expressão do mesmo não tivesse sido alterada. Com um puxão lento, tirara a mão de baixo da do ruivo, colocando-a sobre sua coxa. 

― Alguém mandou você vir falar comigo? 

Akashi não compreendeu aquela pergunta. 

― Perdão?

― Alguém mandou você? ― ele perguntou novamente, com a voz um pouco mais alta. ―Isso é coisa do Fukui-chin... Foi ele quem te disse para vir conversar comigo?

― Vim falar com você por quê quis. Deveria saber disso, afinal nos conversamos muito por muito tempo.

― Esta é a primeira vez que falo com você. 

Pela primeira - ou talvez a milésima - vez, Akashi Seijuro quis esconder-se do mundo. Pela primeira vez sentiu vergonha, sentiu desapontamento. Claro que não deixou nada nisso transparecer. Ficou sem reação por um instante, colocando as mãos em baixo da mesa sobre as coxas, já que elas visivelmente tremiam. Não queria que aquele homem o visse naquele estado.

― Você está bem? ― ouviu a pergunta repentina. Tinha certeza que havia disfarçado bem o bastante para o arroxeado não notar. ― Ficou pálido de repente.

Concordou com a cabeça, passando a mão por entre os fios ruivos. Procurou respirar fundo, organizar os pensamentos. Aquela não era a pessoa com quem tanto conversou e partilhou segredos. Era, no entanto, a pessoa da qual a foto indicava, a foto que o desconhecido havia enviado. Resolveu dar um tiro no escuro, um golpe arriscado. 

― Ele me enviou... enviaram-me essa foto ― abriu sua galeria, exibindo a fotografia para o rapaz. Ele logo arregalou os olhos, surpreso. Em um pedido silencioso, pegou o celular das mãos do ruivo, analisando a imagem. 

― É, sou eu... ― murmurou com os olhos semicerrados, devolvendo o aparelho. ― Mas não mandei isso para você. Alguém deve ter enviado e se passado por mim.

Ele falara mais algumas coisas, mas Akashi não estava mais prestando atenção. Aquilo acontecera novamente. Conhecera, confiara, e desiludiu-se mais uma vez. Talvez seu coração já estava tão fraco que não sentiu mais um aperto no peito, apenas um vazio profundo. Era, de certo modo, uma sensação dolorosa.

― Você está bem? ― ouvira o outro perguntar. Não soubera responder a pergunta, apenas guardou o celular no bolso e suspirou, enterrando o rosto nas mãos. Naquela altura, já não se importava mais em demonstrar fraqueza perante os outros. Sentia-se exausto de tudo. ― ...Você realmente confiava naquela pessoa, não é? 

Aquela pergunta não o surpreendeu. Estava fraco, demonstrava fragilidade. Era fácil para qualquer um lê-lo naquele estado deplorável. Apenas suspirou forte, acenando positivamente com a cabeça em movimentos lentos e desanimados sem preocupar-se em olha-lo nos olhos ou dar-lhe uma resposta decente. Ouviu um murmúrio baixo vindo do outro, e, logo após, um toque confortável sobre sua mão que envolvia-a toda. Resolveu, por fim, encará-lo. Estranhamente mantinha um sorriso leve e compreensivo nos lábios bem desenhados.

― Essas coisas acontecem ― ele disse, soltando a mão do ruivo ao perceber que este já o olhava. ― Você confia muito em uma pessoa... e então ela destrói suas expectativas ― o arroxeado suspirou, olhando melancolicamente para a mesa. Falava por experiência própria, isto era fato. ― Eu também já passei por isso. Com meu n-... ex-namorado. 

O coração de Akashi apertou-se um pouco. A fala do maior estava o lembrando ele. 

― Também tive uma experiência falha com ex-namorados ― disse sem pensar. ― Desilusão seguida de desapontamento.

O mais alto soltou uma risada rápida e baixa, quase histérica. Passou os dedos longos por entre os fios ametistas.

― O nome dele era Himuro Tatsuya ― comentou. ― Me deixou para ir estudar na Austrália sem sequer hesitar. Foi uma escolha fácil para ele e ele nem sequer olhou para trás ou recuou naquilo. Fiquei muito deprimido por um tempo, e quando finalmente resolvi sair do meu quarto e encarar algo ou alguém, estava exatamente com você. Triste. Sozinho ― falava com firmeza e convicção, esperando convencer o ruivo. ― Vulnerável.

Não estou vulnerável, pensou. Claro que não falou nada, porque por mais que seu subconsciente fosse orgulhoso, ele sabia o quão emocional e frágil estava se mostrando ser. Seu verdadeiro eu. 

E era por estar tão desamparado, resolveu respondê-lo com sua história, sua verdade, mesmo que aquele rapaz - ainda - fosse um estranho para si. 

― Eu namorava um garoto chamado Kuroko Tetsuya ― começou, assumindo um semblante sério. Quem olhasse em seus olhos, porém, veria a melancolia e nostalgia com a qual Akashi falava. ― Nos conhecíamos a muito tempo e apenas depois de vários anos fomos namorar. Descobrir do pior jeito que só servi como "tapa buraco" ― suspirou. ― Ele foi para os Estados Unidos com o ex, Kagami Taiga, que tinha voltado para o Japão. Isso foi há alguns meses atrás, quando começaram a me mandar mensagens. 

De certo modo, foi bom desabafar com alguém, e a sensação de leveza era ainda maior por alguma razão. Talvez por quê aquele rapaz havia passado por uma situação semelhante. 

O rapaz parecia analisar a situação em silêncio, ao mesmo tempo que tentava dar espaço para o ruivo. Era levemente estranho, se pensassem a respeito, pois, entre si, eram completos desconhecidos. Desconhecidos agradáveis, mas ainda assim, desconhecidos. 

Seus pensamentos foram interrompidos por barulhos de gritos altos. Ambos dirigiram seus olhares para a porta que separava a área interna da área externa, observando um grupo de jovens - alguns muito altos - chamando o nome do arroxeado. Estes gritavam baixarias, coisas como "é seu novo namorado?" ou "estamos interrompendo o seu encontro?". Aquela situação não incomodou muito Akashi - o que não pode-se dizer de Murasakibara, já que suspirava impacientemente e passava a mão por entre os fios lisos.

― Sinto muito por isso ― disse com uma careta de nojo, embora de alguma forma soubesse que era apenas um tipo de repreensão aos supostos colegas. 

Akashi não se deu ao trabalho de responder verbalmente. Deu um breve aceno de cabeça positivamente como resposta. O silêncio fora o que recebera depois. Percebera que o outro estava refletindo sobre algo.

― Ei ― chamou-o. ― Quer ir tomar um café ou lanchar um dia desses? 

Levou um tempo até que pudesse processar a fala do outro. Ele estava o convidando para sair? Não que fosse algo importante como ir a um cinema ou algum tipo de pedido de namoro - longe disso -, mas o ruivo mal se lembrava da última vez que haviam o chamado para fazer algo em conjunto. 

Percebeu que estava levando um tempo ridiculamente grande para responder, e - talvez - deixando o arroxeado aflito. Portanto, assim que saiu de seu transe, tratou de respondê-lo.

― Sim! Sim, claro ― tossiu de modo nervoso, sorrindo. Um sorriso verdadeiro. ― Eu vou adorar.

― Legal ― Atsushi deu um sorriso leve, apenas um curvar dos lábios.

Trocaram telefones, cada um anotando o número do outro em suas listas telefônicas, para se encontrarem mais tarde e combinarem o local que iriam. Assim que o tempo de intervalo das aulas acabou, ambos seguiram para as salas de seus respectivos cursos

Sentia o peito leve. Não sabia exatamente o por quê. A parte mais racional de sua mente concluíra que era apenas um alívio por ter encontrado alguém que estava passando pela mesma situação e estava sentindo as mesmas coisas, porém o seu lado mais otimista e que se permitia sonhar, dizia que talvez houvesse acabado de encontrar um ombro amigo para chorar. 

 

 

 

Loading password, please wait.

 

 

 

 Havia acabado de falar com o arroxeado. Iria se encontrar com ele em uma doceria perto da faculdade, porém Murasakibara ainda iria passar um tempo no local pois teria de limpar uma bagunça que os amigos haviam feito com sigo - e todos levado a culpa -, resultado de algum tipo de brincadeira. Calculando que, com a ajuda dos colegas do outro, a limpeza seria rápida, e optou por ir seguindo caminho para a tal doceria, que não chegava a ser tão longe, mas tinha uma distância considerável. 

É claro que os infelizes acontecimentos - sua desilusão - ainda estavam impregnados em si. No entanto, mantinha seu humor verdadeiramente para cima. Estava, de certo modo, alegre, pois estava quebrando a rotina que ele fizera para si mesmo sem querer: ir para a universidade e ir pra casa logo em seguida. A mudança fortuita era-lhe satisfatória.

 

Desconhecido: Olá? 

 

Akashi sentiu seu celular vibrar no bolso. Esperando ser uma mensagem de Atsushi, imediatamente abriu sua caixa de mensagens. 

Não teve reação imediata, seus sentimentos ficaram confusos. Respondia? Ignorava? Sentia raiva ou felicidade? Receio ou tristeza? 

A medida que decidia o que fazer, com o coração apertado, observara o desconhecido digitando, e por fim, enviando uma mensagem seguida da outra.

 

Desconhecido: Você está ai?

Desconhecido: Preciso falar com você, por favor.

Desconhecido: Por favor, me perdoe.

 

Não sabia o que dizer, como reagir.  Contentou-se em visualizar apenas, deixá-lo falar - embora as feridas que havia deixado em si clamavam por vingança, afastá-lo do mesmo modo ou pior que ele havia feito consigo.

 

Desconhecido: Desculpe por fingir ser alguém que não sou. 

Desconhecido: Nunca deveria ter feito aquilo, desculpe.

 

Você: Por que eu deveria perdoá-lo?

 

Desconhecido: Akashi, por favor...

 

Você: Eu não confio mais em você. 

 

Sua parte mais sádica estava satisfeita pela resposta. A demora por parte do outro mostrava que aquilo havia o atingido, o que deixava-o orgulhoso de si mesmo. 

 

[Desconhecido está digitando] 

 

[Desconhecido está digitando]

 

Desconhecido: Você quer me encontrar?

 

 

 

Checking password.

 

 

 

Poderiam lhe chamar de idiota ou ingênuo, mas Akashi sabia que a curiosidade do ser humano não havia qualquer limite. Curiosidade, Seijuro, ou apenas desespero? Andara se perguntando aquilo durante todo o caminho para o local designado, um pouco mais distante da doceria onde iria se encontrar com Atsushi mais tarde. Precisava esclarecer as coisas.

O endereço que lhe fora entregue era o de um parque. Era um parque infantil, meio sujo e abandonado para um local japonês. Quase ninguém visitava aquele local. O ruivo mantinha-se extremamente alerta por aquelas redondezas.

A inquietude era calada pelo sentimento inquieto em seu peito - seja ele qual fosse.

Assim, chegara no local designado. De início, não viu ninguém, seja no ou ao redor do local. O ruivo sentia todos os seus músculos tensionados, alerta. 

Pulou de susto quando sentiu uma mão por sobre seu ombro. Os olhos arregalados, afastou-se abruptamente do ser, procurando se defender. Repreendeu-se, no entanto, ao ver o sujeito. Era mais baixo que si, olhos pequenos e assustados, simples cabelos castanhos de íris da mesma cor. Aparentava ser tão frágil e indefeso, incapaz de fazer algo a qualquer um.

― Quem é-- 

Interrompendo-o de qualquer pergunta que pudesse fazer, o rapaz mostrou-lhe o aparelho celular. A conversa era a mesma que tive anteriormente por mensagem. No número de contato, estava escrito "Akashi-kun" e em seu usuário, uma foto, aparentemente tirada à distância. 

Não precisou refletir muito para saber quem era aquela pessoa. Ambos encontraram-se em um silêncio fúnebre, um clima pesado. A tensão crescia, e Akashi sentia-se na responsabilidade de quebrá-la, ainda que a raiva do abandono e da tapeação. 

― Qual seu nome? ― começara com uma pergunta casual, ainda que estivesse completamente nervoso, não deixando transparecer. O moreno arregalou os olhos e, com a face aflita, desviou o olhar para o chão.

― Achei que me odiava ― a voz do sujeito era baixa e levemente afinada.

― Ainda assim quero saber como se chama ― rebateu, levemente mais confiante. 

― Furihata ― o menor estendeu a mão para si. O aperto de mão fora prontamente correspondido. ― Furihata Kouki.

― Furihata ― repetiu esse nome para si mesmo em voz baixa. 

A quietude se instalou novamente entre ambos. Seijuro estava perdido em sua mente, pensando coisas aleatórias. Talvez um "modo automático" que seu cérebro o colocara para extinguir sua insegurança. Soltara uma risada baixa e nasalada. Kouki o olhou confuso.

― Murasakibara vai te fazer correr por ter se passado por ele ― disse rindo. Sabia, inconscientemente, que era um riso de origem histérica. O mais baixo novamente arregalou os olhos, as pernas pareciam tremer de medo ao ouvir o nome do arroxeado.

― V-você encontrou o Murasakibara-san?! ― perguntou surpreso. O ruivo acenou positivamente com a cabeça. 

― Sim. Inclusive, conversamos. 

Pareceu despertar um medo incondicional no pequeno. Olhava para todos os lados, aflito, alisando os cabelos e se encolhendo levemente, semelhante a uma criança que sabia que tinha feito algo terrivelmente errado. 

― Porquê ele?

― ...Hã?

― Porquê o Murasakibara? ― perguntara novamente. O moreno demorou um tempo para responder. 

― Porque ele chama atenção. E-ele é o contrário de mim. Forte, alto, bonito ― murmurava as frases cada vez mais baixo. Então, finalmente olhou-o nos olhos. ― Achei que você ia gostar mais da figura imponente dele do que da minha. Disso

Observou-o indicar com as mãos o próprio corpo. Então, com aquela resposta, outra questão veio-lhe à mente.

Porquê eu?

― P-perdão? 

― Porquê falar comigo? ― novamente, perguntou. ― Você mesmo acabou de descrever alguém com características melhores que eu.

― Eu sempre te admirei. 

A conclusão do outro assustou-o. Sempre pensou que fosse invejado, até odiado, mas não admirado. Iria continuar perguntando-o, porém Kouki fora mais rápido, acrescentando mais argumentos à sua fala. 

― Eu via você todos os dias nos corredores da faculdade, nas horas de troca de sala. Eu te achava tão... magnífico. Lindo ― o mesmo corou. ― Sempre com uma pose onipotente, como se nada fosse lhe abalar. Todo dia... e então... quando me dei conta, estava perdidamente apaixonado por você, Akashi-kun ― confessou. ― Mas.... olhe para mim. Sou exatamente o oposto de bom partido. Não tenho nada a oferecer ― Seijuro podia ouvir a voz do garoto adotando um tom choroso e rouco. ― E-eu sei que começar a mandar mensagens para você foi errado... mas... eu queria tando me aproximar de você... E eu sou um covarde. ― a aquela altura, já chorava, deixando-o alarmado. Não queria fazê-lo chorar, mesmo que não fora ele quem o fizera derramar lágrimas diretamente. ― Me escondi atrás de uma tela de telefone por que pensei que... assim... você iria gostar de mim...

Akashi estava atônito. Não sabia muito bem o que falar diante de uma situação tão delicada e em um momento tão revelador. Apenas soltava murmúrios quase incompreensíveis em quanto sentia, por alguma razão, seu coração apertar-se dentro do peito ao ver aquela figura aparentemente tão rúptil e franzino. Sem poder reagir, observava aquele ser derramar lágrimas e mais lágrimas. Seu subconsciente gritava para que ele fizesse algo. Você é Akashi Seijuro, oras. Vai ficar desta maneira por causa de um garoto qualquer? 

Aquele garoto, definitivamente, não era um qualquer. 

Akashi pigarreou, chamando a atenção do jovem. Aqueles olhos tristonhos cheios de lágrimas partiam-lhe o coração - partia-se o coração de qualquer um. Em busca de calma e um pouco de estabilidade, Seijuro inspirou fortemente, para olhá-lo sério em seguida. Teria que ser imponente agora, absoluto em seus pensamentos. 

― Eu consigo... compreender o por quê de ter feito o que fez. Eu posso lhe perdoar pelo que fez. ― Furihata agora o encarava atentamente, mesmo que ainda sentisse o rosto molhado pelo choro anterior. ― Mas não vou esquecer. 

― Sinto muito... ― desculpou-se mais uma vez, fungando. ― Se houver algo que eu possa fazer...

Você me magoou, queria dizer. Eu confiei em você e você me deixou na mão, completaria.

Diria muitas coisas, mas não o fez. Não queria arriscar-se abrir mais uma vez, mesmo que aquele pequeno a sua frente já soubesse praticamente tudo sobre si - o que, admitia, o deixava levemente desconfortável. Não sabia nada sobre o outro. 

― Na verdade, pode. ― falou baixo, sem pensar. Queria aquilo, inconscientemente. ― Quero conhecê-lo.

― ...Hã?  

Akashi sorriu perante a confusão do moreno. Observava que este já não chorava mais, apenas mantinha-se um pouco atônito perante a confissão repentina do ruivo. 

― Quero conhecer você assim como você me conhece. ― sentiu seu rosto leve. Estava sorrindo. Um sorriso involuntário que surpreendeu a si mesmo. Queria manter-se sério, porém não conseguia. ― Podemos sair algum dia?

Estava tudo indo muito de repente, o ruivo sabia. Entretanto, sentia-se tão eufórico e curioso com a situação, muito diferente do medo e da angústia que dominavam-o a momentos antes. Observou a reação adorável de Furihata - uma face inocente, corada e surpresa. Uma bela visão.

― S-sair...? C-claro! Eu ficara feliz em s-sair com você! ― o mais novo sorriu.

Permitiu-se murmurar um "tudo bem", sentindo o celular vibrar em seu bolso. Viu uma mensagem na tela, e, assim que clicou nela, sentiu seu sorriso aumentar em uma ideia acolhedora. 

 

A. Murasakibara: Onde você está?

A. Murasakibara: Estou esperando, sabia? (ノ﹏ヽ)

 

E, antes de responder, Akashi olhou mais uma vez para a bela face de Kouki.

 

Você: Poderemos ter uma companhia a mais esta tarde? 

 

 

Password accepted.

Welcome to my heart.


Notas Finais


LEIAM AS NOTAS INICIAIS!
Elas ficaram enormes :v mas tem um motivo, deem uma olhadinha lá, pls~

Espero que tenham gostado! E ai? o que acharam do Furihata? Se surpreenderam no final, com o desenrolar do capítulo ou acharam o final meio vago? Comentem, quero saber a opinião de vocês <3

E mais uma vez, obrigada por não desistirem de mim e terem paciência com esse serzinho conturbado que é a autora :V

Voltando à Technobreak: foi uma twoshot muito divertida de escrever. Eu sempre gostei dessa temática e de clichês rsrs
Eu experimentei um casal novo - que eu andei shippando ultimamente, mas não tanto como o OTP da vida MuraAka <3 espero que os fandom AkaFuri não me matem :v

Beijos e obrigada por lerem Technobreak - mesmo com todos os empecilhos~


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