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História Tempestade De Verão - Quatorze


Escrita por: LeeJay e SimoneVIP

Capítulo 14 - Quatorze


Fanfic / Fanfiction Tempestade De Verão - Quatorze


Com o transito tranqüilo, era até relaxante dirigir na calmaria daquela tarde cinzenta. Atrás do volante era divertido observar pelo retrovisor a cara de paisagem de Minho. Ele não escondia seu desconforto por não saber aonde iam. E quanto mais se afastavam da cidade mais seu cenho se franzia.
- Jonghyun você conhece essa rua? – perguntou em voz baixa tentando ler o nome na placa sem sucesso.
-Não sei... Acho que estamos entrando em uma área rural...
- Área rural?!Odeio mato. – murmurou fazendo careta.
Onew riu disfarçadamente, Key continuava quieto, olhar distante meio perdido, devia estar se perguntando o porquê dele depois de tanto tempo longe do club convidar Minho para comer fora.
- Está curtindo o passeio Sir?
- Ah claro, bem bucólico por sinal, estou adorando ver aqueles bichos inchados de pelos no campo se fartando de mato. Mas já lhe disse uma vez. Não gosto muito de ser chamado assim fora do club, alias Onew você anda sumido de lá ultimamente. Sinto muito mais terei que descontar no seu próximo pagamento. - afirmou torcendo o nariz. – Que bichos são esses mesmo?!
- São ovelhas, Minho. – respondeu Onew fazendo uma curva fechada. – E não se preocupe com isso.  Meu salário no momento é totalmente irrelevante. – prosseguiu num tom debochado. – Abra a janela, respire esse ar puro, aprecie esses campos floridos, se desligue um pouco do trabalho.  Aceite meu conselho de amigo. Você precisa tirar um tempo pra você e pro Puppy.
Key reprimiu uma risada, mordendo os lábios, os dois trocaram um olhar maroto.
Há dias ele andava meio deprimido, pela manhã houve algumas vezes em que despertou sentindo o frio do vazio do outro lado da cama, Key saia sem dizer nada, retornando cabisbaixo e abatido. Onew presumia que suas saídas tinham a ver com prováveis encontros com Minho e com Tiffany às escondidas, pois tinha que prestar contas a um e continuar encenando ,prosseguindo com o teatro, interpretando seu papel de herdeiro.
Depois de rodar por uma ruazinha estreita de paralelepípedos avistou a bela mansão estilo colonial.
Cruzaram os imensos portões passando por um jardim impecável, a grama verdinha parecia um tapete em meio a uma variedade de flores, contrastando com a brancura dos bancos de madeiras embaixo das arvores, pendurado em uma delas, um balanço acolhedor.
Minho foi o primeiro a saltar do carro, olhando em volta, curioso.
- Nossa isso sem duvidas não é um bistrô. – disse admirado.
Jonghyun se moveu para perto dele.
- Minho você não viu o letreiro na entrada?Aqui é uma clinica e uma casa Lar.
Ele pestanejou sacudindo a cabeça, estupefato.
- O que?!
Key congelou no banco, talvez porque teve uma forte impressão do que estava por vir.
- Vamos Key saia, vamos entrar.
- Onew...
– Não diga nada ainda, só venha comigo.
Subiram a escada de madeira rústica chegando à exuberante varanda em arcos. A porta de vidro temperado estava aberta para uma grande sala ricamente decorada.
- Uau!Isso que eu chamo de o poder do dinheiro. –Minho falou correndo os olhos ao redor. – Estou impressionado Onew, você agiu pelas minhas costas.
Acrescentou apontando o nome da família Kim decorando o imenso balcão de informações na entrada. - Mas estou confuso na real o que ganhou em troca?Não me diga que ele te deu esse lugar repleto de aposentados endinheirados?
Onew riu fazendo um gesto para que seguissem adiante.
- Me prometeu um jantar. – insistiu.
- E você terá o seu jantar eu garanto.
Havia médicos, idosos e enfermeiras sorridentes por toda parte. Uma delas, uma jovem animada servia de guia, mostrando o caminho para a ala clinica da casa. Onew sentiu o aperto de Key em seu braço. Seus olhos caiam dentro dos quartos, observando todos os rostos adormecidos e as silhuetas enroscadas em lençóis. Os quartos eram amplos e bem iluminados. A cama hospitalar ficava no centro, cômodas, uma de cada lado sustentando pequenos abajures indianos, uma mesa no estilo barroco redonda com poltronas estofadas, TV, frigobar e um banheiro privativo. Tudo impecável e de muito bom gosto, lembrava uma suíte cinco estrelas com excesso de zelo, repleto de barras de apoio e cantos caprichosamente arredondados. A enfermeira falava de piscina, campos de pólo, quadra de tênis, salas de musica, acupuntura, fisioterapia e uma infinidade de benefícios.
  - Menina! Você falando desse jeito eu vou-te dizer uma coisa, por um segundo reconsiderei meu pânico da velhice. Isso aqui é o paraíso dos ossos cansados. Sem sombra de duvidas um dia num futuro bem... Bem distante você terá a honra de trocar minha fralda geriátrica. – dizia Minho em seu tom brincalhão.
- A questão das fraldas, assim como os banhos. Devo informar que quem cuida dessa parte são os nossos enfermeiros.
- Enfermeiros?!Melhor ainda. - continuou com a brincadeira.
Eles dobraram um corredor caminhando um pouco mais, à frente à direita a garota sorridente parou.
- Chegamos senhores, quarto cinqüenta e dois.
Houve um momento de pleno silencio quebrado por um som engasgado de espanto, Key tapou a boca abafando um grito ao ver dentro desse quarto esparramado em uma das poltronas, junto da cama cuja mulher nela se encontrava sentada, afundada em travesseiros o seu desastrado pai.
Ele ao ver o filho sorriu o mesmo sorriso pateta costumeiro de sempre. Pulou da poltrona abrindo os braços, e Key impactado com o susto se encolheu.
- Bummie!
Key retraído e assustado olhou em direção de onde vieram à vontade de correr fez suas pernas tremerem.
- Mas o que?!Como... - Balbuciou gaguejante.
Onew tocou suas costas forçando a avançar com um empurrãozinho.
- Vá falar com seu pai... Bummie.
- Onew... – Key apertava as mãos contra o peito.
- Depois nos falamos. – Não deixe seu pai esperando, vocês tem muito que conversar, vá dar um beijo em sua mãe, não esta com saudades?
Onew se dirigiu para Minho e Jonghyun. – Cavalheiros, vamos jantar, eu sempre cumpro com minhas promessas.
- Espere. – Key segurou a barra de sua camisa. – desde quando sabe de tudo? E quanto a nós dois...
Onew se voltou puxando a camisa livrando-a de seus dedos gelados, o encarou.
- Depois Key, agora não.
Dito isso lhe deu as costas e continuou sua caminhada Minho sorriu fitando o rapaz por um tempo.
- Pobrezinho ficou sem chão?Parecia uma folha de papel de tão pálido. E você hein... Quando foi que se tornou tão desalmado.
- Creio ter tido um ótimo professor. – respondeu enfiando as mãos nos bolsos.
- Professor?!Eu?!Assim você me deixa corado.
Jonghyun até então calado se manifestou repentinamente.
- Não acredito que seja algo pra se gabar Minho.
Minho riu enlaçando o pescoço do amante.
- Querido adoro quando resolve ser direto e sincero ao mesmo tempo. - falou colando os lábios em sua orelha e acrescentou num sussurro nada discreto – Isso me excita.
Percorreram um corredor estreito e sem janelas parando em frente a uma porta da qual ao ser aberta revelou uma belíssima sacada. Havia uma mesa posta, toalha de renda um vaso azul turquesa com flores artificiais do campo em tons rosa, amarelo e branco. Onew caminhou até a mesa puxando uma cadeira, depois gesticulou a seus convidados para juntar-se á ele.
- Espero que o cardápio tenha outros pratos além de mingau de arroz e purê de batatas. –disse alegremente parecendo não dar muito credito a situação.
- Eu mesmo cuidei de tudo, escolhi á seu gosto Sir. Tomei a liberdade de priorizar um jantar leve, pois em breve teremos uma conversa um tanto quanto maçante o melhor seria fazê-lo sem correr o risco de uma indigestão - acrescentou com um meio sorriso.
O silencio e o tilintar dos talheres fez companhia a mesa, parecia um pacto, as bocas só abriam para receber as pequenas porções de tortellini.
Sem fome, apenas espetava a massa sem muita vontade seus pensamentos fugiam a todo instante vagando em busca de Key, estava agoniado por tê-lo deixado sozinho na companhia do pai.
Retirados os pratos ainda tomando um café quente e amargo,Jonghyun surpreendeu,levantando e impassível, anunciou que iria deixá-los a sois.
- Amor... Fique. – pediu Minho causando espanto ao companheiro.
- Essa conversa... Eu creio que só diz respeito a vocês. Não se preocupe estarei por perto, caso precise de mim.
Ele andou calmamente abriu a porta esboçou um último sorriso fechando-a em seguida. Minho nem teve tempo de objetar, sua expressão mudou, uma leve tristeza clareou seus olhos. Onew considerava o que deveria estar passando por sua cabeça, porque também compartilhava da mesma sensação de desamparo. Queria muito que Key estivesse ali junto dele. Mas pensando melhor, Jonghyun tinha razão aquela conversa só dizia respeito a eles, não seria justo envolve-los muito pelo contrario mexer naquele passado tão recente causaria apenas mais sofrimento e a atmosfera se tornaria sufocante e talvez nem conseguisse levar adiante o confronto.
- Vamos lá meu caríssimo amigo, desembucha. - falou Minho descansando a xícara vazia no pires entrelaçando os dedos sobre a mesa. – A tonta da Tiffany abriu o bico, aposto que bastaram algumas mordidinha na orelha para conseguir levantar a ficha toda de Key sem lhe dar ao trabalho de abrir o zíper da calça... Francamente aquela mulher é uma idiota.
Onew o fulminou.
- Estou tentando ter uma conversa decente com você, então te peço encarecidamente não abaixe o nível por obsequio.
Ele deu de ombro.
- Ta legal, por onde começamos... Hum... Pelo Key talvez, o anjinho corrompido...
- Não ouse falar dele.
- Mas como não falar?!Ele é um dos personagens principais dessa peça. Já deve saber. Ganhei muito dinheiro com ele. Seu lindo rostinho fazia o maior sucesso com os figurões.
Onew sentiu um aperto na garganta. Cerrou os punhos prendendo a respiração, precisou se segurar embora em seu pensamento imaginava-se voando por cima da mesa e agarrando seu pescoço.
-Não se esforce em me provocar. Está perdendo seu tempo, não vou cair na sua armadilha, eu te conheço. Sei que quando se sente acuado você ataca primeiro para não ser atacado. Comigo não vai rolar. Hoje não terá escapatória. Eu quero... Não, eu exijo saber o porquê de esconder de todo mundo que é você o babaca herdeiro da Chu-Hee e também quero explicações do por que desse desejo maluco em destruir a empresa que seu pai te deixou?
Minho agarrou-se na beira da mesa fortemente, depois passou a mão em sua franja jogando para o lado os cabelos. 
 



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