1. Spirit Fanfics >
  2. Tempestta >
  3. Aliança

História Tempestta - Aliança


Escrita por: KrikaHaruno

Capítulo 18 - Aliança


 Giovanni lia atentamente as informações deixadas por seu "pai" e os documentos trazidos por Ren. Dez minutos depois Shion, Dohko, Saga e Kamus bateram a porta do canceriano.

Ele os acomodou numa mesinha.

- Sabem que não entendo nada de guerras. Fui apenas peão. Eu preciso da ajuda de vocês.

- Eu entendo de espectros... - Dohko coçou a cabeça. - e deuses...

- Conseguiu as informações sobre o inimigo? - indagou Shion.

- Sim mestre. - o fitou. - a guerra durou quase um ano, quem governava na época era Haypen, pai do Haykan. Eles contavam com tecnologia semelhante a nossa, mas perderam diante do nosso poderio. Estavam relutantes em assinar um tratado de paz, mas acabaram aceitando. No dia que assinariam deram o ultimo golpe, a destruição da Euroxx. Haypen morreu num ataque horas depois e seus comandantes que assinaram o acordo, desde então as relações foram mantidas a mínima.

- É uma revanche. - disse Kamus. - até uma vingança por parte de Haykan.

- Parece que sim. - Mask colocou o pedaço de papel sobre a mesa.

- O que é isso? - indagou Saga.

- Informações sobre o Hay. - ele o fitou. - Haykan é o terceiro filho de Haypen. O primogênito morreu na guerra e segundo sumiu, logo após.

- Sumiu? - Dohko o fitou.

- Não há informações sobre ele.

- Haykan o eliminou para subir ao poder. - disse Saga. - Isso é muito comum nesses jogos políticos. Eu eliminei Ares. - apenas tocou no assunto para exemplificar, não gostava de lembrar do passado.

- Desde então ele é o lider de S1. Ele também lutou na guerra, como piloto.

- Tem um mapa de GS? - indagou Shion.

- Eu tenho. - Kamus tirou do bolso uma bolinha prateada. A imagem de GS se fez.

- Do jeito que formulou as ações parece plausível. - disse o grande mestre. - enquanto não vermos como Haykan se movimenta não há muito a se fazer.

- Lide com espiões. - lembrou o geminiano. - principalmente na policia. É de lá que partem as ordens.

- Eu sei, por isso quero que guardem segredo, - fitou-os. - temos duas naves de primeira linha. São muito mais fortes e poderosas que a Antares.

- Nós já vimos? - estranhou o francês.

- Não. Ficaram prontas agora. Apenas o senhor Stiepan, Marius, minha mãe, eu e vocês sabem da existência delas.

- Fez bem. - disse Shion. - deixe-as como ultimo recurso.

- Não se esqueça dos tais piratas, - iniciou Saga. - se o líder está usando-os precisa tomar cuidado.

- Já pensei nisso. O reduto deles é em Sidon, relativamente próximo a S1. Vou convocar  o presidente, propor uma aliança.

- Uma faca de dois gumes. - disse o libriano.

- Tenho consciência, mas eu preciso saber das suas intenções. Vou pedir que a Beatrice que levante uma ficha sobre ele.

- O que dirá amanha?

- A verdade. - levantou. - dizer ao povo que está tudo bem, é levantar fantasias. Direi a situação real. Assim estarão preparados se algo ruim acontecer.

- E quanto a nós? - indagou Dohko.

- Estou pensando como podemos usar nossos poderes nessas batalhas. A única certeza que tenho é Afrodite. Quero ele na cola da minha mãe.

- A proteção da rainha é muito importante. - Shion o fitou. - se algo acontecer a ela pode mudar o rumo das coisas.

- E se algo acontecer comigo, ela é uma Tempestta.

- Vamos aguardar os passos de Haykan. - disse Kamus. - ver como ele age.

Discutiram mais alguns pontos e retiraram-se. Kamus foi dar uma volta e no meio do caminho, viu uma luz acesa em uma das mini bibliotecas. Aproximou, vendo que era Beatrice.

- Ainda acordada?

A garota assustou-se.

- Desculpe.

- Tudo bem. A reunião de amanhã será bem cedo, preciso deixar as coisas arrumadas.

O aquariano não disse nada, apenas sentou num sofá próximo.

- Será guerra?

- Sim. - a jovem o fitou. - temo o pior.

- Eu não queria que estivesse no meio dela. Se pudesse te mandaria para a Terra.

Ela quis acreditar que ele estivesse preocupado com ela.

- O príncipe já recolheu-se? - mudou de assunto.

- Saí de lá a pouco. Giovanni terá uma grande tarefa de agora em diante. Vai ter que liderar várias nações num combate. Seu posto será muito exigido.

- Ele tem o senhor Marius e os demais para auxiliá-lo.

- É verdade, mas todos vão esperar um atitude do príncipe. A manutenção do poder dos Tempesttas será testado. - levantou.

- Acha que ele não está preparado?

- Giovanni passou por muitas transformações ao longo da vida. Ele é uma caixa de surpresas. - a fitou. - amanhã será um dia para testar suas habilidades.

Foi a vez de Beatrice ficar em silencio, diante da nova ameaça tudo poderia acontecer.

- Eu posso continuar com isso?

Ela ergueu o rosto, Kamus mostrava o mapa que ela havia lhe dado.

- É seu.

- Quero estudar as posições dos planetas, as localizações dos hadrens. Quero ser útil ao Giovanni.

- Eu não tenho duvidas que vai ser. - levantou, passando a recolher suas coisas. - preciso dormir, amanha o dia será cheio.

- Ficará aqui ou na sua casa?

- Por que pergunta? - a voz saiu fria.

- Não é perigoso sair a essa hora? Quer que eu vá com você?

- Você que é o grande perigo. - disse ignorando-o. - vou sozinha. - terminava de recolher. - boa noite Kamus.

Quando ela passou por ele teve o braço retido.

- Por que está sendo tão arredia comigo?

- Ainda pergunta? - o fitou com raiva. - eu não sou um brinquedo Kamus. Se tivesse dito desde o inicio o que realmente queria, as coisas teriam sido diferentes.

- Diferente como? - a olhou. - " você aqui e eu na Terra?"

- Eu não teria me... - interrompeu a frase. Diria bobagem. - me solte Kamus.

- Você não teria o que?

- Nada Kamus. Me solte.

- Sei que está sendo difícil para você, mas está sendo para mim também... - murmurou. Não queria expor seus sentimentos daquela forma, mas...

- Difícil para você? - a voz saiu irônica. - Não sei porque se já teve o que quis. Ou devo achar que é o peso da consciência? Por não ser homem o suficiente para dizer a verdade?

Kamus a soltou. Que verdade? Do que ela estava falando?

- Que verdade?

- Que queria apenas uma noite. Eu não sou uma criança Kamus. Poderia ter sido explicito.

- Como assim uma noite? Do que está falando Beatrice?

- Seu falso desentendimento me comove. - estava com raiva. Kamus só queria brincar com ela. - Boa noite.

Kamus a deixou a ir. Não tinha entendido nada.

- Foi o que imaginei.

O aquariano olhou para o lado assustado.

- Gustavv?

- Eu estava passando, quando ouvi vozes. - saiu em defesa de si próprio. - não escutei nada, se bem que nem era preciso. - parou diante do amigo. - você precisa contar a ela sobre seus sentimentos. Sobre o porque de ter se afastado.

- Ela sabe. - virou o rosto. Sabia que Afrodite tinha ouvido tudo.

- Pode ser o mago do gelo, mas é uma toupeira em questão de sentimentos. Converse com ela antes que seja tarde. Pode deixar de viver uma história legal.

Afrodite nem esperou um comentário, continuando a andar. Kamus suspirou fundo antes de ir para seu quarto. Talvez Afrodite tivesse um pouco de razão.

Lirya olhava as luzes da capital. Parecia que todos dormiam tranquilamente, pena que as coisas mudariam.

- Que tudo termine bem.

Disse antes de entrar.

O dia amanheceu agitado. Nas primeiras horas, Dara recebia a convocação de Giovanni. Estranhou, mas acatou.

Miro enrolava-se no cobertor. Tinha acordado, mas não abriu os olhos. Não entendia porque sentia tanto frio, se de madrugada estava um clima mais ameno. Dohko passava pelo mesmo problema.

- "Não é possível que a janela está aberta." - pensou.

O libriano abriu os olhos, arregalando-os. O quarto estava completamente branco por conta do gelo e da neve. No fim da madrugada, a temperatura começou a cair, provocando aquele fenômeno.

- Kamus!!! - Dohko berrou.

O aquariano acordou assustado com o berro.

- O que foi...?

- Put@%$ Kamus! - bradou Miro. - quer nos matar?

Só então o francês notou o estado do quarto.

- Como...? - não entendia.

- Aioria soltando raios, agora você soltando gelo... - Dohko enrolou-se no cobertor. - brincadeira...

- Mas não manifestei meu cosmo... - estava preocupado. - será que perdi o controle dele...

- Com certeza são as mesmas alterações que aconteceram com Aioria e Deba. Terá que aprender a manipulá-la.

- Vou pedir a rainha um outro quarto. - Miro espirrou. - não quero virar um picolé!

 

O.o.O.o.O

 

 

Na sede da policia galáctica, o vai e vem das pessoas tomavam os corredores. Todos cochichavam para saber qual o real motivo da convocação, apesar da noticia que os ataques provinham de S1 já tivessem se espalhado pela galáxia. Shion, Kanon e Shaka separaram das suas respectivas, já que elas tinham que assumir seus lugares. Beatrice levou todos para a ala destinada a Ranpur. Mask seguiu sozinho para a área onde faria o pronunciamento. Enquanto andava pelo corredor era cumprimentado. Alguns rostos já eram conhecidos, mas havia muitos outros que não.

Depois de todos acomodados, houve um profundo silencio. Respirando fundo, Mask subiu na tribuna. O olhar foi para todos os presentes. Pela primeira vez sentiu o peso do cargo que ocupava. Não havia trono no palácio real, mas aquela tribuna era como se fosse.

Sentiu que agora não era apenas o cavaleiro que defendia a quarta casa, responsável por defender Atena e a Terra. Agora também era um rei e responsável por bilhões de vidas. A prova disso era o corpo revestido pela vestimenta militar e não pela armadura. Agora entendia a posição de Atena e seu esforço na luta contra os deuses. Ela tinha defensores, como ele tinha agora, mas as grandes decisões cabiam a ela, como agora cabia a ele. Assim como a responsabilidade, se houvesse falhas. Tudo estava nas mãos dele.

Iskendar, que ocupava seu lugar, olhava com atenção para o príncipe, em que ele estaria pensando?

Mask olhou para os conselheiros e para o telão, já que a transmissão seria para toda galáxia.

Se não foi capaz de salvar Helena, conseguiria salvar aquelas pessoas? Não era mais fácil deixar nas mãos de quem sabia? Marius, Evans, Rihen sabiam muito bem como enfrentar aquele momento. E ele? Que até pouco tempo colecionava cabeças em sua casa? O que sabia sobre guerras intergalácticas?

- O que deu nele? - indagou Miro, baixo para os amigos.

- Está com medo. - disse Shaka, tendo a atenção de todos. - agora ele percebeu que não é apenas um cavaleiro e que tem muitas vidas em sua mão.

Afrodite o fitou.

- "Vamos Gio, você consegue."

O italiano respirou fundo, fugir não mudaria as coisas.

- Bom dia a todos, - a voz preencheu o ambiente. - e obrigado por terem atendido ao meu pedido. Como todos desconfiavam, os embates que tivemos há quinze anos voltaram. - havia escrito um discurso, mas na hora não conseguiu ler. - Pensávamos que nossa galáxia viveria em paz por séculos, que os sacrifícios de mulheres e homens não tinham sido em vão, mas os últimos acontecimentos mostram que nosso desejo  não seria respeitado. - a voz saia límpida. - Ataques covardes as nossas estruturas, planetas e a nossa gente foram comandados sem qualquer escrúpulo. S1 quer novamente uma guerra e nos enviou uma mensagem. Os ataques a Alaron e Clamp foram o prenuncio.

Houve burburinhos. Serioja aproveitou o ensejo para falar.

- Stunp, conselheiro de Yumeria.

- Concedido.

- Isso que dizer que meu planeta e os demais também foram vítimas de S1?

- Sim premier. Não apenas os planetas, mas o vários atentados também foram obras deles.

- E que medidas irá tomar? Desculpe alteza mas é muito jovem. - disse jovem mas o termo real era inexperiente.

Novo burburinho. Ninguém esperava que aquele tipo de frase fosse dirigida ao príncipe. Anesha teve que ser contido para não pular no pescoço de Serioja.

- Senhor conselheiro, - a voz de Mask calou a todos. - pode não ser parecidas, mas tenho muitas guerras em meu currículo. Já morri três vezes e não é no sentido figurado. Graças a elementar de VL, hoje estou aqui. - mais cochichos na assembléia.

- O que quer dizer com morreu? - Serioja lançou mão do protocolo.

- Morri e fui trago a vida. A ultima vez foi há um ano. Mas essa não é a questão. Eu sei o valor de uma vida. S1 não me conhece e se eles pensam que podem fazer frente a nós, estão enganados. - a voz saiu mais imperativa e até a postura ficou mais altiva. - Eu farei de tudo para proteger GS. Tudo. Não medirei esforços para exterminar qualquer ameaça vinda deles. Qualquer pessoa contraria a GS será duramente punida. Não tenha dúvidas conselheiro, que qualquer traição não será contra a coroa Tempestta será contra o povo de GS. Nossa galáxia não ficará a mercê deles.

A voz saiu fria e determinada. Na platéia todos estavam em silencio. Até os cavaleiros estavam surpresos. Quando Giovanni tinha se tornado um rei?

- Temos vivido em paz, e não vamos tolerar que acabem com ela. Se é guerra que querem é guerra que terão. Espero contar com a colaboração de todos. Vamos proteger o nosso lar, como os nossos heróis protegeram há quinze anos.

Gritos de apoio começaram a ecoar. Serioja sentado, não se manifestou. A guerra seria o atestado de vitoria para um dos lados. Se Eron ganhasse, nada poderia tirar os Tempesttas do poder, mas se perdesse...era a chance que precisava.

- "Que vença o melhor." - sorriu.

Urara estava surpresa com as palavras.

- Gostei das palavras. - disse Niive chamando a atenção da Eiji. - se ele agir como diz, S1 não terá chance.

- Ele ainda é muito jovem. - Athos entrou na conversa. - Não tem dimensão do que é uma guerra.

- Penso diferente. - Niive o fitou. - S1 terá uma grande surpresa. Não acha Urara?

Os olhares foram para a diretora.

- O tempo nos dirá. - apenas disse isso.

Iskendar olhava fixamente para o príncipe, a personalidade dele ainda era incógnita. Soren era um líder nato, poderia esperar o mesmo do filho?

- "Pirralho."

Após o pronunciamento, Mask passou a palavra a Rihen que informou a todos os novos esquemas de segurança. Até segunda ordem o tráfico entre planetas seria reduzido e o estado de atenção admitido. A convocação foi encerrada.

Serioja tomava rumo de sua nave. Com a galáxia em emergência suas ações seriam limitadas.

- Premier.

Olhou para trás ao escutar o nome. Ficou surpreso ao ver a pessoa que lhe chamava.

- Alteza. - fez uma mesura. - antes de tudo perdoe-me se pareceu que eu duvidava de suas ações.

- Não se preocupe com isso. Se eu estivesse no seu lugar pensaria a mesma coisa.

- O que deseja?

- Nossa cooperação. Agora mais do que nunca precisarei de sua ajuda. Não duvido que há pessoas da nossa gente que podem se aliar a S1.

- Eles não seriam loucos de irem contra a família real.

- Não estariam indo contra a realeza, estariam indo contra GS. - disse sério. - se o senhor tiver qualquer informação não hesite em me informar.

- Claro. - respondeu um pouco surpreso. - Sempre estarei a vossa disposição.

- Obrigado.

Mask fez uma mesura e saiu. Serioja ainda permaneceu por um tempo parado. Precisaria rever seus planos e tirar proveito daquela confiança. Ele nem imaginava que o diretor Eduk estava observando os dois.

Giovanni e sua comitiva foram para a Euroxx. Shion seguiu para Alaron a pedido do canceriano. Kanon queria seguir com Niive, mas a diretora não permitiu, precisava organizar sua tropa. Urara e Shaka nem pensaram na possibilidade, ambos sabiam de suas obrigações. 

Cada líder do grupo dos nove voltou para seus respectivos planetas. Rihen foi para sua sala, Stiva e Eduk o acompanhou. O presidente andava de um lado para o outro.

- E agora senhor Rihen? - indagou Stiva. - o príncipe tem o total apoio de todos.

- Isso vai mudar. - Rihen o fitou. - na primeira grande invasão de S1, ele vai reconhecer que não consegue e passará o controle para mim.

- Tem certeza? - Eduk o fitou seriamente. - Podemos confiar no seu julgamento?

- Por que diz isso?

- Não conhecemos a fundo a vida do príncipe naquele planeta. Além do mais as ações que ele tomou hoje não foram tão arbitrárias.

- Está sendo assessorado. - Rihen sentou em sua mesa. - Evans e Marius conhecem estratégias de combate. Não tem com que se preocupar Athos. Tenho tudo sobre controle.

Como Mask havia deliberado no dia anterior, os esquemas de seguranças foram tomados. Tropas começaram a mobilizar e todos em idade de combate estavam em alerta. Abrigos anti bombas usados na guerra de anos atrás foram reativados em dezenas de planetas.

Voltaram para o palácio e Giovanni recebeu a noticia que Dara já estava a caminho. Marius, teria uma reunião e Beatrice o acompanharia. Sabendo da localização da mesma, Kamus dirigiu-se para o apartamento dela. Desde a noite anterior as palavras ásperas de Beatrice martelavam sua mente. Nem o evento no quarto requeria tanta atenção. Que verdade era aquela que ela tinha falado?

Ele esperou por um tempo na porta do apartamento. Mesmo que tivesse que esperar o restante da tarde e noite não sairia dali até conversar. 

Beatrice deixou o elevador. Estava cansada, não teve muito tempo para descansar depois do acidente e a partir daquele dia o serviço só aumentaria. Tirou o grampo que prendia os cabelos rosados, deixando-os cair pelas costas.

- Beatrice.

A garota assustou com a voz. Olhou para o lado.

- Kamus?! O que faz aqui?

- Conversar. - deu um passo. - por favor.

Ela abriu a porta indicando para ele entrar. O cavaleiro parou no meio da sala.

- Senta. Quer beber alguma coisa?

- Não obrigado.

- O príncipe ou a rainha precisam de alguma coisa?

- Eu vim por conta própria. - a fitou. - Quero que seja sincera na resposta.

A jovem arqueou a sobrancelha.

- Por que acha que me afastei?

- Por que pergunta? - assumiu a defensiva. - não entendo.

- Eu gosto de você. - disse rapidamente, para não perder a coragem, até abaixou o rosto.

- E? - não mudou o tom de voz.

Kamus a fitou.

- E?

- Já me disse antes Kamus. - levantou. - se era só isso... - apertou o botão da porta abrindo-a. - tenho muitas coisas para fazer, acho que você também já que está ajudando o príncipe.

- Qual o seu problema? - levantou.

- Eu não tenho problema. - cruzou os braços sobre o peito. - você que parece ter um. Para quem queria apenas uma noite, está durando até muito.

- Uma noite?

- Vai voltar para VL com a experiência de ter dormido com uma "alienígena". Pode sair. - apontou para a porta.

- Beatrice não é nada disso. Eu jamais faria esse tipo de coisa, eu...

- Chega Kamus, não precisa explicar, eu já entendi. Por favor vá embora e me deixe em paz.

- Não até resolvermos tudo.

- Não há nada a ser resolvido.  - estava perdendo a paciência. Por que ele tinha que dificultar as coisas?

O aquariano ficou em silencio. Era claro que ela estava com raiva dele, mas por que?

- Não vai me dizer por que está com raiva de mim?

- Não estou com raiva. Só acho que devemos nos afastar.

- É por que vou embora?

- Você já foi embora. - a voz dela saiu triste.

- Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto. - disse. - mas talvez seja melhor.

- Isso mesmo. Uma noite deve ser apenas uma noite, ainda mais quando os dois não pensam da mesma maneira. - abaixou o rosto. - tchau Kamus.

O cavaleiro teve um estralo.

- Acha que me afastei por que queria apenas uma noite?

- E não foi isso que aconteceu? - o tom saiu frio.

- Afrodite fil #$ %&* - disse baixinho. - por que não me falou....

- O que disse?

- Beatrice, - aproximou, a moça recuou dois passos. - eu não me afastei por querer apenas uma noite. Eu me afastei porque queria evitar uma separação quando eu fosse embora. Não queria me envolver e depois ter que nos separar. - deu um passo. - eu gosto de você.

- Está dizendo isso da boca para fora.

- Não... - passou o braço pela cintura dela. - nós temos obrigações que nos impede de seguir ou ficar. - aproximou seu rosto do dela. - eu só queria evitar isso.

- Não me queria apenas por uma noite? - não queria ceder ao contato do corpo a corpo.

- Não... quero você por muito tempo.

Ele a beijou. Beatrice deixou-se levar pelo contato.

- Eu gosto de você. De verdade.

- Kamus...

- Vamos ficar juntos nesse tempo que nos resta.

Ela concordou com um sorriso.

 

 

 

O.o.O.o.O

 

Depois da reunião na sede da policia, Iskendar voltou para seu apartamento. Tinha tentado uma comunicação com Dara, mas não conseguiu. Deitado na cama passou a tarde pensando no que fazer. Com a declaração de guerra, passaria mais tempo em sua jurisdição e não poderia vigiar o príncipe de perto. Talvez fosse prudente simular um seqüestro ou desaparecimento em meio alguma batalha. Assim poderia ficar ausente e voltar quando fosse a hora.

Os pensamentos foram interrompidos pela campainha. Ajeitou os cabelos brancos e abriu a porta.

- Dara?! - arregalou os olhos.

- Surpreso? - o homem entrou.

- O que faz aqui?

- Seu príncipe me convocou. Recebi a comunicação hoje de manhã. Pensei que soubesse.

- Não sabia... o que ele quer com você?

- Não faço ideia. - sentou. - mas boa coisa não deve ser.

- E como vai fazer? - apontou para o rosto. - poucos conhecem sua face, mas será inevitável...

- Sou prevenido. Usarei lentes e prenderei bem o cabelo.

- Se descobrem quem você é na verdade...

- Não precisamos de mais problemas. - sorriu. - como foi a reunião?

- Interessante. Eu ainda tenho minhas dúvidas quanto a fedelho, mas tudo pode acontecer. O discurso dele foi bem convincente.

- Eu não assisti, mas tive noticias. Ele dará conta do recado?

- É o que todos esperam. Serioja até perguntou sobre isso. Eron deu uma boa resposta.

- Serioja é vil. Não duvido que se alie a S1.

- Tem mais noticias de lá? - o fitou seriamente.

- Por enquanto não. - levantou, indo até o banheiro. - e seu poder?

- Vai se surpreender. - sorriu.

- Me mostre quando eu voltar. Não devo me atrasar, vossa alteza me aguarda.

Iskendar apenas sorriu. Dez minutos depois, Dara estava usando uma túnica tradicional. Os cabelos estavam presos num coque, os olhos outrora azuis estavam negros.

- Bem diferente... - o jovem o fitou de cima abaixo.

- Obrigado.

- Boa sorte e depois me conte.

- Pensei que iria para espiar. - caminhou para a porta.

- Você me contará os detalhes.

Mask estava em seu escritório lendo a ficha sobre Dara Bertie. Não havia muitas informações sobre ele, apenas que comandava Sidon por muitos anos.

- Tem certeza disso Eron? - indagou Lirya.

- É preciso. - a fitou. - se Sidon é um reduto de piratas, ele é importante.

- Majestades. - Hely entrou. - o Senhor Bertie chegou.

- Faça-o entrar.

- Vou deixá-los conversar a sós. - a rainha levantou.

Minutos depois Bertie estava a frente de Eron.  O homem o analisou. Mesmo com os cabelos azuis, ele era muito parecido com Soren.

- Alteza. - fez uma reverencia.

- É um prazer conhecê-lo senhor Bertie. Por favor sente-se.

Acomodaram-se.

- Em que posso ser útil? - indagou Dara, ligeiramente curioso.

- Irei direto ao ponto. Um acordo.

- Acordo?

- Sei que sabe que alguns bandidos de nossa galáxia foram para o lado de S1. E que seu planeta se manteve neutro nisso. Sidon é aberto a todos sem distinção.

- Tento manter a diplomacia. Meu planeta não é um lugar desenvolvido e ainda afastado dos grandes centros. Tento sobreviver como posso.

- O conselho tem negligenciado algumas áreas.

- Seu pai sempre foi muito presente.

- Chegou a conhecê-lo?

- Sim. Nos tempos da guerra. - disse de forma a não dar abertura para mais perguntas.

- Entendo. O que quero lhe propor é cooperação. Sei que preza sua imparcialidade e que dependa dela para governar, mas com a ameaça de S1 não posso deixar as coisas tão livremente.

- Acha que posso me aliar a eles?

Mask o fitou diretamente, sustentaram o olhar por alguns segundos.

- O senhor não, mas seus habitantes, salvo exceções.

- O que o leva a crer que os piratas irão para o lado de S1 caso uma guerra estoure?

- Senhor Dara, - sorriu ao se lembrar de fatos passados. - eu conheço esse lado. Em VL andava com gente assim. Esse tipo não tem escrúpulo em apoiar quem lhe for conveniente.

Dara ficou surpreso com a revelação.

- Desculpe a pergunta, mas o que quer dizer que andava...

- Eu já fui um assassino profissional. E mesmo sabendo que meu superior usurpou o poder através da matança fiquei do lado dele. Acredite, eu fui o pior tipo de pessoa.

O governador franziu o cenho diante da revelação.

- Eu entendo dessas coisas. Não quero que o senhor me apóie, mas quero que não vá contra mim.

- O que quer exatamente?

- O senhor é um articulador, precisa estar sempre informado de tudo que acontece em seu planeta. O que eu quero é informações, quero saber de tudo que se passa no seu planeta em questão de S1. Em troca tem a minha proteção. Sei que tem pessoas inocentes em Sidon e a aproximação com S1 só as faz correrem mais riscos.

- Vai salva-las em troca do meu apoio?

-  Eu já ia salva-las antes disso. Uma nave já está lá. Só queria me certificar de salvar as pessoas certas. Não quero salvar um traidor e perder um pai de família. Não sou altruísta para querer salvar todo mundo não importando as intenções delas. Temos um acordo?

Dara ficou em silencio. Eron tinha razão em dizer que Sidon seria o primeiro alvo. Caso Haykan invadisse seu planeta, não poderia fazer muita coisa. Observou o príncipe. Ele tinha os trejeitos do pai, mas a personalidade era um pouco diferente. Talvez pelo fato de ser criado em VL, talvez por ter sido um assassino. Aquela informação era bastante perturbadora. Se ele dizia a verdade, sabia muito bem como esse mundo funcionava. Era a lei do mais forte.

- Aceito a proposta.

- Tem um canal de comunicação. Selecione alguém de confiança para conduzir o resgate. Em menos de vinte e quatro horas, seus escolhidos estarão seguros. - sorriu.

Enquanto isso, Iskendar tinha se infiltrado em uma escola militar de Shermie. Por conta da guerra, as aulas tinham sido suspensas o que facilitou a entrada. Foi direto para a sala de treinamento. Era um bom lugar para treinar seu poder. Desde que o descobriu ele tinha se desenvolvido rapidamente e já conseguia se defender de grandes objetos. E como Dara havia dito, não só objetos sólidos, mas também de líquido e gás. Passou cerca de duas horas no local voltando ao apartamento, pois Dara chegaria a qualquer momento.

Dara voltou em silencio. Iskendar estranhou.

- Está branco. Parece que viu fantasma. - deu lhe passagem.

- O príncipe mandou evacuar parte de Sidon. - a voz saiu no automático.

- O que?

Dara contou sobre o acordo.

- Não é que o pirralho é esperto? - Iskendar sorriu.

- Tem mais um fato. - Dara o fitou. - ele foi...

A medida que o jovem escutava os olhos arregalaram.

- Assassino? - levantou abruptamente. - a galáxia está nas mãos de um assassino?

- Ele disse com total segurança. Aquele rapaz não é uma pessoa comum. Ele pode ser totalmente imprevisível.

- O conselho sabe disso?

- Aposto que não. Provavelmente a rainha e Marius.

Iskendar começou a gargalhar.

- O filho querido de Soren é um assassino! Criado com todo luxo, transformou-se num matador.

- E você num escravo. - o fitou. - ele foi para VL com nove anos, não sabemos o que aconteceu para ele se tornar um assassino.

- Está defendendo-o? Fui um escravo não um assassino.

- Apenas sendo justo. Ele reconhece o passado dele e tenta fazer diferente.

- Mais um caiu na lábia... - zombou. - o príncipe quer salvar todo mundo. Hipócrita.

- Estou sendo pragmático. Posso não seguir os preceitos da minha raça, mas consigo perceber as intenções.

- Que seja. - deu nos ombros. - vai voltar para Sidon?

- Sim. Quero me certificar que a nave com as pessoas partiram.

- Irei com você.

- Por que?

- Tenho assuntos a resolver, antes que eu seja convocado para a guerra.

 

O.o.O.o.O

 

Shion olhava para a cidade semi destruída. Ainda levaria alguns dias até Vanahem se recuperar do ataque, apesar dos trabalhos de reconstrução terem começado. Na pista de pouso Rana aguardava a princesa.

- Fico aliviada por ter voltado. - disse abraçando Alisha. - eu assisti ao pronunciamento do príncipe. É guerra mesmo?

- Infelizmente Rana. - pegou nas mãos dela.

- Os conselheiros e o corpo militar a aguardam.

- Posso participar? - indagou Shion.

- Sim.

Quando a princesa entrou no recinto todos fizeram uma reverencia. Os anciões, mais o comandante da policia do planeta não se importaram com a presença de Shion, acharam até prudente pois ele se mostrou poderoso na construção da barreira.

- E assim dispomos nossas tropas alteza. - disse o comandante, apontando para o mapa em 3D do planeta.

- Fez muito bem. A segurança dos civis é muito importante. Quero que evacue as principais cidades levando-os para os abrigos no campo. Vamos deixar apenas o básico.

- A senhorita irá para Sora?

- Não senhor Magi meu lugar é aqui.

- Mas princesa... - Shion a fitou e usou o titulo. - precisa preservar a sua segurança.

Todos gostaram dos dizeres de Shion.

- Eu sei, mas meu lugar é aqui. Você também é um líder em VL, aposto que não se refugiaria.

O grande mestre ficou em silencio. Atena diria a mesma coisa.

- Eu ficarei aqui. - disse resoluta. - é meu dever proteger Alaron. Comecem com a evacuação.

Com as ordens dadas, os policiais foram cumprir. Alisha e Shion seguiam para uma ala do palácio, a única que tinha sofrido um ataque.

- Por sorte não havia ninguém.

- O que era essa ala? – ele indagou.

- Era onde guardamos objetos históricos para a restauração.

Os dois entraram na ala, não poderiam ficar muito tempo, pois a ala estava interditada. Shion olhava os objetos, muitos familiares aos que usavam na Terra.

- O que é história para vocês é nossa atualidade. – disse. Ele deu um passo, parando imediatamente. – o que é isso?

Alisha aproximou.

- Era antigos instrumentos para construirmos objetos a base de oricalco.

Shion fitou-os. Eram os instrumentos que seus mestres, Mu e ele usavam para consertar armaduras.

- São simples para você?

- Sim Shion. Primitivos, por que?

- Usamos isso para consertar nossas armaduras. Estou surpreso por encontrar isso aqui.

- Vem comigo. - disse lembrando-se de algo.

A princesa o puxou, levando-o para o quarto dela. Num armário, ricamente decorado, ela tirou uma caixa de madeira. Ficou por alguns segundos olhando para o emblema da sua família entalhado na tampa. Trazia recordações.

- Quero que fique com isso.

Entregou ao ariano, que a fitou intrigado. Ele abriu a caixa, ficando surpreso. Eram ferramentas, iguais a que viu no museu.

- Alisha...

- Isso está na minha família há séculos. Foram as ferramentas usada pelo fundador da minha casa real, é um símbolo de que trabalhamos duro. Estava com meu pai e ele me daria, mas não teve oportunidade... – disse tristemente. – quero que fique com você.

- Não posso aceitar. É da sua família.

- Elas serão úteis nas suas mãos. Poderá consertar as armaduras, por favor aceite.

- Mas...

- Você faz parte da minha família. – sorriu.

- Obrigado Alisha. – sorriu. – cuidarei bem delas.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

Haykan caminhava por um longo corredor. As noticias vindas de GS não poderiam ter sido as melhores. Estava na hora de dar mais um passo no seu plano. O líder de S1 parou numa plataforma de onde tinha ampla visão.

- Senhor. - Orrin fez uma leve mesura.

- Está tudo pronto?

- Ao seu comando.

Ele deu dois passos a frente.

- É chegado a hora de GS ser punida. Vão e mostrem a eles o nosso poder.

Dezenas de metros abaixo, vários soldados gritaram entusiasmados. Uma grande frota, cinco vezes maior, partiu em direção a GS.

- Avise a autoridade.

- Sim senhor. - Orrin saiu para cumprir a ordem.

- GS vai amanhecer ao som de destruição. - sorriu.

Num ponto central da galáxia, Rihen recebia informações sigilosas. Eduk estava com ele.

- Faça como o combinado Athos. - o fitou. - não pode existir falhas.

- Vou pará-los senhor, tenha a certeza que não chegarão a tempo.

Rihen voltou a atenção para o espaço. Uma nova Era estava começando.

 

 

O.o.O.o.O

 

Shaka estava sentado em uma das varandas. O olhar estava perdido nas estrelas e no brilho da lua. Tinha se despedido rapidamente de Urara e não sabia quando a veria novamente. Mu sentou ao lado dele sem que o indiano percebesse.

- Urara conseguiu um milagre. - disse sorrindo.

Ao escutar o nome da diretora, Shaka "acordou".

- Mu? - assustou ao vê-lo.

- Nunca imaginei que poderia ficar tão distraído. Ainda mais pelo motivo que é. Isso é imaginando o que poderia ter acontecido, ou saudade do que aconteceu?

- Nós passamos a noite juntos. - voltou o olhar para o céu.

O ariano franziu o cenho admirado.

- Fico feliz por você.

- Agora eu entendo a dor que Mask e Aldebaran sentiram ao perderem Helena e Célica. Eu me sentiria muito mal se a perdesse.

- Realmente gosta dela?

- Sim. Se não fosse o meu dever para com Atena, - o fitou. - eu ficaria aqui.

- Sério? - estava surpreso.

- Sim Mu. Quando voltarmos, Kanon e Shion passaram pelo mesmo problema. Nós não podemos ficar aqui e sabemos que elas não podem nos acompanhar.

- Será um problema mesmo...

- Aí estão vocês. - disse Aioria. - Dohko está chamando.

Os dois seguiram o leonino até o quarto do libriano, os demais dourados com exceção de Giovanni e Kamus estavam lá.

- Já que estão todos aqui, - iniciou. - precisamos resolver algumas coisas.

- Como o que? - indagou Shura.

- Primeiro, com essa suposta guerra, devemos levar nossas armaduras para todos os lugares. Não sabemos o que podemos enfrentar.

Concordaram.

- Aioria, preciso que ajude o Kamus. - disse.

- Fiquei surpreso quando nos contou. Primeiro foi em Clamp, agora...

- Não sabemos o quanto a atmosfera, ou o que seja, está interferindo no poder dele.

- Pode deixar.

- Mudando de assunto... o discurso do Mask me surpreendeu. - iniciou Shura. - Há alguns anos nunca ele diria aquelas palavras.

- Ele amadureceu. - disse Shaka. - Depois do muro ele já estava mudando, a Helena acelerou o processo.

- Todos nós não podemos apontar os erros dos outros, mas Mask e você Dite, são um exemplo de mudança.

- Obrigado. - Afrodite sorriu. - aquele tempo em Asgard me fez perceber que não sou melhor que ninguém, que todos somos iguais. Gio também pensa assim.

- É por isso que os chamei aqui. - Dohko manifestou.  - Pelas minhas contas em quinze dias estaremos indo embora e não sabemos como será esse conflito. Pode durar semanas. É evidente que Giovanni não seguirá conosco.

- Vamos voltar sem ele? - Miro fitou os amigos.

- Esse é o ponto. Não quero ir e deixá-lo no meio dessa guerra. Nem seria justo com a senhora Lirya que nos acolheu tão bem. Temos que tentar ajudar de alguma forma.

- Isso que dizer que ficaremos. - disse Saga.

- Exatamente. Pensei em mandar um de nós para explicar a Atena e quando tudo resolver voltaríamos. Shion não vai deixar Alisha.

- Mas o que podemos realmente fazer? - indagou Aioria. - tivemos aulas de pilotagem, mas numa guerra...

- Kanon, Deba e eu conseguimos destruir algumas naves com o nosso cosmo.  Shaka e Mu criaram barreiras protetoras. Podemos ajudar no suporte. Vamos ficar sob responsabilidade do senhor Evans ou do Ren. Podemos ajudar também no resgate de vitimas.

- É esquisito pensar em nós apenas como suporte. - brincou Deba. - sempre tivemos a frente das batalhas.

- Mas teremos que ser suporte Deba. - comentou Dite. - as batalhas deles são completamente diferente das nossas.

- Somado a isso, devemos proteger o Mask. - disse Shaka. - Se algo acontecer a ele o resultado da guerra pode mudar. Ele é o líder de todos.

- Estão todos de acordo em permanecer pelo tempo que for necessário? - Dohko olhou para os companheiros.

- Estamos. - Mu disse por todos.

- Vou comunicar isso ao Shion e conversar com o senhor Evans. Talvez se formos destacados para cada planeta principal nossa ajuda poderá ser mais efetiva.

- Faça como achar melhor Dohko. - disse Kanon.

- Atena irá entender nossa decisão.

 

O.o.O.o.O

 

Mask olhava o porta retrato sobre a cabeceira da cama da mãe. Ela terminava de se trocar. O cavaleiro pegou o objeto, virando-o. Havia uma data: vigésimo oitavo dia do quinto mês do ano três mil duzentos e dezesseis. Só então se deu conta do ano vigente.

- Demorei? - ela apareceu na porta.

- Só hoje me dei conta da data.

- Como assim? - caminhou ate ele sentando-se ao seu lado. - esqueceu a data do seu nascimento? - sorriu. - vinte e quatro do sexto mês de três mil cento e noventa dois.

- Não é isso. - recolocou o objeto no lugar. - na Terra o ano é dois mil e dezesseis. A contagem é diferente.

- Mas não é a diferença dos calendários que o está deixando com essa expressão.

- Se esse conflito se prolongar e eu não conseguir proteger a todos. E se eu falhar? - a fitou.

- Não vai falhar.

- Mãe, eu sei muito pouco sobre nossa galáxia e quase nada sobre esse tipo de guerra. Eu temo...

- Você vai conseguir. - segurou o rosto dele entre suas mãos. - tenha fé em si mesmo.

- Posso dormir aqui?

Ela riu. Sempre que estava com receio de algo, ele pedia para dormir no quarto.

- Pode.

Mask colocou a mãe para dormir e foi para o sofá. Não era dado a essas coisas, mas sentia-se mais reconfortado com a mãe perto.

O dia findou-se de maneira tranqüila para todos, mal sabiam que o dia seguinte seria um grande teste para todos.

Iskendar dormia num dos compartimentos da nave de Dara. Ainda restava algumas horas até chegarem a Sidon. Ele estava sonhando com o dia que foi pego por piratas quando o barulho de sirenes o acordou. Ainda meio sonolento foi para a cabine.

- Aconteceu alguma coisa?

As luzes da nave foram diminuídas.

- Dara? - esfregou os olhos.

- Temos companhia.

O governador de Sidon apontou para o pára-brisa, Iskendar arregalou os olhos ao ver centenas de naves juntas numa frota. Ficou ainda mais alarmado ao ver o símbolo delas.

- S1?

- Ativar espelho refletor.

A nave foi "encoberta" pela escuridão. Dara não viajava por um hadren por medo que a policia o parasse apesar de ser o governador de Sidon. Sem sono, ele próprio manejava a nave quando deu de cara com a frota. Rapidamente levou- a para um cinturão de asteróides e a desligou.

- São de S1?

- Sim.

- Mas como? - o garoto o fitou. - como podem está no espaço de GS? Eu preciso avisar a policia.

- Não se mexa Iskendar. - a voz saiu fria. - não fará nenhuma comunicação.

- Mas Dara?!? Olha essas naves, eu preciso emitir um alerta a policia.

- Se emitir um alerta seremos detectados por eles.

- Eu preciso avisar. Se uma frota dessa chegar algum planeta habitado? Será um massacre. Não gosto de Ranpur, mas não posso ser conveniente com isso.

- Se emitir está assinando nossa sentença de morte.

- Você nunca foi covarde.

- Não sou, mas as circunstancias me obrigam. - o fitou feroz. - quer queira quer não sua vida é importante. Eu não te tirei de uma mina de Gamanion para ser morto aqui!

Iskendar o fitou incrédulo.

- Se Ranpur cair, você será a única esperança. Antes nas mãos de GS do que de S1.

- Eu não sou uma peça política! - bradou.

- Mas é! Contenha-se Iskendar Madden! - queria gritar outra coisa, mas ficou calado.

- E o que vamos fazer? - indagou com o tom de voz mais baixo.

- Esperar eles irem embora. Depois enviar uma mensagem a Sidon e torcer para que Haykan ignore o planeta. Em seguida pode emitir uma mensagem a policia.

Iskendar voltou a atenção para o vidro. Eram muitas naves. Sem duvida o alvo de Haykan seria grande.

- Como eles chegaram tão rapidamente? - fitou Dara.

- Hadrens.

Madden teve um mal pressentimento. Aquilo não terminaria bem.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

Noah tinha passado a noite na sede do governo. Seu sexto sentido indicava que algo de muito grave iria acontecer e por conta disso não queria sair de perto da Enraiha. A qualquer momento o objeto, dado pelos elementares, poderia mostrar alguma coisa. Além das questões que envolviam seu planeta e a galáxia ele tinha mais uma preocupação. Havia alguém, unido por laços de sangue que estava perto do inimigo e temia que o pior acontecesse.

O conselheiro olhou para a bola por alguns instantes. Talvez ainda não fosse o momento da revelação. Deu as costas e começou a caminhar em direção a porta, quando a Enraiha brilhou. Noah correu até ela. A primeira imagem que ela mostrou foi um planeta ser invadido por naves. Não sabia qual era ou quando, mas viu o emblema de S1.

- A guerra começou...

Murmurou vendo o brilho da bola diminuir entretanto segundos mais tarde ela emitiu um novo brilho. Noah viu um homem entrando no palácio de Ranpur. Inicialmente não pôde ver seu rosto pois estava de costas, mas... o homem virou-se.

- Soren...???! - praticamente berrou. -  Está vivo??

O nome se perdeu na imensidão da sala.

 

O.o.O.o.O

 

 

Raios de sol entravam pelo quarto de Shaka, o cavaleiro tinha tido uma noite tranqüila, contudo perto do amanhecer sua mente foi bombardeada por imagens. Via dezenas de naves em combate, construções sendo destruídas e morte. Num dado momento sentiu-se transportado para Ikari, mais precisamente para a sala de vidro. A mesma que sonhara dias atrás. Viu o canceriano, mas como criança. Ao lado dele, o rei Tempestta e estranhamente outra criança, um pouco mais velha que o italiano. Reparou bem no jovem, ele tinha feição parecida com o rei e com Giovanni... acordou de repente...

- Graças a Atena. - Aioria soltou um suspiro aliviado.

- O que foi? - Shaka sentou na cama.

- Estava revirando na cama. - disse Dite. - está tudo bem?

- Sim... - murmurou. - foi só um sonho.

- Que sonho? - indagou o pisciano curioso.

- Espero que não tenha sido uma visão. - passou a mão pelo rosto que estava coberto de suor. - mas vi naves combatendo.

Aioria e Dite trocaram olhares.

- Depois que pressentiu a morte da Célica eu não duvido de nada. - comentou o leonino. - precisa contar ao Giovanni.

- Vou contar.

- Não sabe onde?

- Não. - fitou Afrodite. - não sei em qual planeta. Além do mais...

- O que mais viu?- o pisciano sentou na cama.

- Vi Mask criança junto com o pai, naquele planeta. Ikari. Mas não estava só os  dois. Tinha outra criança, muito parecida com eles.

- É alguém que conhecemos?

- Não Aioria. Não faço ideia de quem seja.

- Esse parece ser menos importante. - disse Dite estranhando o fato. - o importante são as naves. Se a policia ficar de prontidão, poderemos evitar mortes.

 

O.o.O.o.O

 

Assim que a frota passou, Dara seguiu o curso. Queria chegar o mais rápido em Sidon. Faltando poucos quilômetros parou com a nave numa lua. Precisava certificar como estava o planeta. Iskendar sentado ao seu lado apenas acompanhava a movimentação.

- O que vai fazer?

- Certificar que todos estão bem. - apertou alguns botões do canal de comunicação. Era uma linha segura que apenas uma pessoa tinha. Seu braço direito em Sidon.

- Ainda bem que o senhor deu noticias.

- Estou bem Lemirik. - sorriu. - como estão as coisas? Onde estão?

- A caminho de Kiesza. Depois que o senhor me passou a lista, uma nave do príncipe aportou aqui. Todos que o senhor pediu estão salvo.

Dara e Iskendar ficaram surpresos.

- Não é que ele cumpriu? - comentou o garoto.

- Fico aliviado por saberem que estão bem. Quando chegarem em Kiesza me comunique.

- Onde esta senhor?Está em Ranpur?

- Não. Estou perto de casa.

- Não vá!! Recebi noticias que há tropas de S1 no planeta. Elas chegaram duas horas depois que partimos. Alguns piratas se aliaram a S1, os contrários foram presos e mortos. Um dos poucos que escaparam, disse que varias naves de policiais foram abatidas num ataque surpresa. Eu não sei se a sede já sabe disso.

Dara fitou o superintendente.

- Tem noticias do Madden?

- Não senhor. Se ele estava na base quinze foi morto. S1 explodiu o local.

Iskendar levantou na hora, seus companheiros estavam mortos? Dara o fitou seriamente para que não emitisse som algum.

- Isso é muito grave Lemirik. Qual a previsão para chegarem a Kiesza?

- Três horas.

- Já estão seguros. Continue me informando tudo que acontecer.

- Sim senhor. E por favor, procure um local seguro.

- Pode deixar.

Dara desligou deixando o corpo relaxar na cadeira.

- Mataram todos! - Iskendar deu um soco no painel.

- Tenho uma linha especial. Emita um aviso a sede.

- Ela pode ser identificada? - o fitou.

- Não, por que?

- Supostamente eu morri ou fui preso. É melhor que pensem nisso, poderei agir mais livremente.

- Como quiser. Diante disso estou indo para Obi.

- Obi? - indagou surpreso.

- Preciso de algumas informações depois irei para Kiesza. Vem comigo?

- Não. Preciso de uma nave para ir até S1.

- Ficou doido??? - berrou. - Já foi uma vez e agora quer ir num momento como esse? Quer morrer?

- Eu preciso descobrir do que Haykan é capaz, Dara. Você viu aquela frota. E se tiverem indo para Obi?

O governador de Sidon ficou em silencio. Seria um massacre.

- Não gosto do governo, mas não posso deixar pessoas inocentes morrer. - disse. - posso contar com sua ajuda?

Dara o fitou, aquilo era arriscado. Se ele fosse pego poderia ser morto ou pior, se descobrissem sua identidade...

- Vou te deixar no posto de Saddy. Eu tenho alguns conhecidos... - traçava a rota. - se não tiverem sido pegos por S1. Lá eles arranjarão uma nave para você.

- Obrigado.

- Mas prometa que não vai se arriscar.

- Não vou morrer tão facilmente Dara.

- Assim espero.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

Giovanni já estava de pé, lendo os relatórios de Marius.  Um pouco mais cedo tinha pedido a presença de Shura e Aioria.

- Sei que só os chamou mas eu preciso falar com você. - disse Shaka que tinha acompanhado os dois.

Gio franziu o cenho diante da seriedade do indiano.

- Diga.

- Eu tive um sonho. Vi dezenas de naves e combates. Não sei onde, nem quando, mas sinto que será pior do que o de Alaron.

- Vou mandar uma aviso imediatamente para Marius. - Mask já pegava seu comunicador. Se Shaka tinha previsto certamente aconteceria. - eu vou precisar da ajuda de vocês. - olhou para Aioria e Shura.

- Pode dizer.

- Quero que sigam para Orion. Sei que manterão sigilo sobre o que vou contar, ninguém por enquanto pode ficar sabendo.

- O que aconteceu?

- O povo de Orion construiu duas naves. Dezenas de vezes maior que a Antares. Será uma grande vantagem nessa guerra, mas por hora quero mante-las escondidas. Nem o presidente da policia sabe sobre elas.

- São tão poderosas assim? - indagou Shura.

- São. É o equivalente das nossas armaduras divinas. Por isso quero que sigam para lá e as protejam.

- Eu também posso ir. - disse Shaka.

- Não. Eu preciso de você aqui Shaka. Sei que não sou digno que obedeçam meus pedidos, mas peço um voto de confiança.

- É tão digno quanto nós Mask. - Aioria tocou nos ombros dele. - é um honrado cavaleiro de Atena.

- Obrigado. - sorriu.

- Vamos agora mesmo para Orion. - disse Shura.

 

O.o.O.o.O

 

 

Beatrice espreguiçou na cama. A noite tinha sido perfeita. Abriu os olhos lentamente, virando o rosto. Estranhou por não encontrar o aquariano, ele tinha ido embora? Será que tinha arrependido? Vestiu-se e começou a procurá-lo pelo apartamento. Quando chegou a cozinha, viu que o café da manhã estava posto na mesa. Estranhou mais ainda. Notou que sobre a bancada da pia, havia algo escrito. Não era um pedaço de papel e sim pequenos cristais de gelo.

- Ele pode fazer isso? - arqueou a sobrancelha.

Rapidamente foi para onde o bilhete indicava. Beatrice pegou o elevador, indo para a pista de pouso que estava fechada devido ao esquema de segurança.

Kamus tinha acordado cedo, olhou para o quarto, por sorte ele não tinha congelado como na noite anterior. Voltou o olhar para o rosto adormecido de Beatrice. Como seria se ela pudesse ir para a Terra? Porém antes que isso acontecesse, tinham que passar pela guerra. Apesar das aulas, não entendia nada de naves e batalhas intergalácticas. Só entendia de cosmo e era por isso que tinha que treinar, ainda mais que seu poder do gelo começou a manifestar de maneira estranha. Levantou, arrumou o café para ela e foi para pista. Era um local que poderia treinar sem machucar ninguém.

Sentiu a brisa fresca da manhã, posicionou-se bem ao centro da pista, elevando o cosmo e abaixando a temperatura do local...

O elevador parou no ultimo andar. Dali tinha um pequeno jogo de escadas que conduzia ao pátio. Ao pisar no primeiro degrau Beatrice já sentiu uma queda brusca da temperatura. Quando chegou no pátio viu Kamus parado no meio. Apesar dele estar de costas percebeu que a postura dele era austera. Ela olhou para o chão vendo que ele estava congelado, como na vez em Clamp. Os olhos castanhos estavam cravados no aquariano.

Kamus queria abaixar ainda mais a temperatura, mas ficou com medo de danificar a estrutura do prédio, caso as coisas saíssem do controle. Sentindo-se observado virou-se.

Beatrice prendeu a respiração ao ter aquele olhar frio sobre si. O rosto de Kamus não demonstrava sentimento algum. Ele soltou a respiração, que saiu em forma de vapor. A auxiliar de Marius lembrou que toda aquela camada de gelo era apenas superficial pois por dentro Kamus era fogo. Prova disso foi a noite passada. Ruborizou.

O francês sorriu diante do ruborizar da garota. A passos precisos foi até ela.

- Desculpe congelar a pista desse jeito... mas eu precisava treinar.

- Naquele dia, que me resgatou, não sentiu nem um pouco de frio? - o fitou impressionada.

- Eu domino o zero absoluto, portanto... - sorriu.  

- E o acontecimento de Clamp e do seu quarto?

- Talvez seja uma nova faceta dos meus poderes.

- Vejo que a elementar de VL tem bons protetores.

Devolveu o sorriso.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...