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História Tempestta - Traidores


Escrita por: KrikaHaruno

Capítulo 21 - Traidores


Mask olhava o grande retrato da família no salão principal. Estava pensando no porque do pai não ter contado sobre o irmão, quando estava em Ikari. Sorriu. De cavaleiro de Atena, descobriu-se herdeiro de um reino e agora tinha um irmão.

- "Você tem um cunhado Helena." - pensou.

Shaka o fitava de longe. Mais uma vez seus sonhos revelaram fatos futuros.

- Agora está na mesma condição de Kanon e Aioria. - o indiano aproximou. - tem um irmão mais velho. - voltou a atenção para o quadro.

- Ainda é meio estranho pensar sobre isso. - não o fitou. - Nem sei se vamos nos dar bem. Eu sinto que ele me odeia.

- Ele ainda não te matou, já é um começo.

- Com certeza. - riu.

- Eu previ isso. - o fitou.

Mask o olhou na hora.

- Quando?

- Essa noite. Vi uma sombra atrás do seu pai e depois com duas crianças em Ikari.

- Se continuar do jeito que está, nem vamos precisar de Star Hill.

Shaka riu.

- Elas podem acabar quando voltarmos para a Terra.

- Está aí uma grande dúvida. - voltou a atenção para o quadro, cruzando os braços sobre o peito. - vamos voltar?

- O que quer dizer? - Shaka achou a frase curiosa.

- Sei que tenho um compromisso com Atena, mas enquanto essa guerra não acabar não posso voltar.

- E quando ela acabar?

- Eu não sei. Tendo um irmão, ele poderá assumir o trono, mas acho que ele não vai querer.

- É uma coisa a se pensar.

- O mesmo vale para você. - o fitou. - vai deixá-la?

O indiano ficou em silencio. A pergunta o havia pego de surpresa.

- Sou um cavaleiro de Atena, Giovanni. Meu lugar é no santuário.

- E a Urara?

- Nós temos obrigações e não é algo fácil de deixar.

- Mas se tivesse a opção de ficar aqui, ficaria?

- Não pensei na possibilidade. - disse com sinceridade.

- Pois pense. - Giovanni passou o braço pelo pescoço dele. - Shun pode muito bem te substituir.

Shaka não respondeu.

O.o.O.o.O

Serioja olhava para a convocação recebida do príncipe. Dizia ser urgente e sem recusa de comparecimento do compromisso.

- O que aquele fedelho está pensando? - disse ao vento.

Estava preocupado, pois Niahm há dias não entrava em contato.

- Ela não pode ter sido pega... - murmurou. - Iesa.

- Sim senhor. - entrou rapidamente na sala.

- O atlantik deu noticias?

- Ainda não senhor. Provavelmente será só amanha. As comunicações estão sendo interceptadas.

- Não marque nada para amanha. O príncipe quer todos na sede da policia.

- Eu soube que ele convocou todos os conselheiros e lideres militares. Exigiu a presença de todos.

- Mais um ato de um garoto mimado. - disse. - deve está com medo pelo ataque a Eniac.

O.o.O.o.O

Beatrice estava deitada na cama, recebendo uma massagem relaxante de Kamus.

- Além de ser mago do gelo, é o guru da massagem?

- Tenho as minhas habilidades. - deu um fino sorriso. - tenho boas noticias.

- Quais? - virou um pouco o rosto para vê-lo.

- Acho que minha estadia vai prolongar um pouco. Gostaria que as circunstâncias fossem outras mas...

- Todos vão ficar?

- Talvez um de nós irá voltar. - parou com a massagem. - Atena precisa saber o que está acontecendo. Não queremos deixar Giovanni e vocês numa situação como essa.

- Eu queria acreditar que o conflito seria evitado, mas... - sentou-se. - só espero que não seja uma guerra muito longa.

- Se basear pelas da Terra, - abraçou a auxiliar. - vai ser anos.

- Estava demorando... S1 contra nós, o diretor Athos um traidor, um novo herdeiro... amanha será um verdadeiro caos.

- Vamos deixar o caos para amanha. - pegou nos cabelos rosados. - e aproveitar esse momento.

- Eu ainda vou vê-lo naquela armadura? - passou a mão pelas costas desnudas do francês.

- Se for necessário, por que?

- Tive uns pensamentos nada ortodoxos. - sorriu.

- Pensamentos? - Kamus aplicou um pouco mais de força nas madeixas rosas.

- Sim. - a mão deslizou pelo peito. - um certo alienígena em trajes exóticos.

- Alienígena? - começou a beijar o pescoço. - então sou um ser exótico?

- Sim...

- Vou te mostrar as habilidades desse ser exótico.

Kamus a jogou na cama, Beatrice abriu um grande sorriso.

O.o.O.o.O

Niive não estava com os planos de ir a Ranpur tão cedo. Os últimos ataques e o estado de apreensão que estava na galáxia requeriam atenção total por parte da diretora, entretanto, estava com saudades de Kanon e a convocação do príncipe foi apenas uma desculpa para que fosse para a capital da galáxia.

O geminiano assim que soube da chegada da diretora foi para a pista de pouso esperá-la.

- Oi.

Pararam próximos.

- Como estão as coisas? - indagou ela, tentando conter um sorriso bobo.

A resposta de Kanon foi enlaçá-la nos braços e beijá-la. Após o carinho, Kanon a levou para o quarto, claro, depois que Niive cumprimentou a rainha e Eron.

- O que vão pensar de nós?

- Pensem o que quiserem. - o marina começou a tirar a jaqueta dela. - estou com saudades.

- Calminha aí. - o segurou. - antes tenho algo para você. - Niive tirou de dentro de uma pasta um folha de papel. - Estelli me fez jurar que entregaria para você.

- O que é? - pegou a folha, dando um sorriso, era ele no retrato. - ela desenhou?

- Sim. Demorou um longo tempo colorindo seu cabelo. Disse que ainda não tinha achado o tom. - deu nos ombros.

- Imagina quando ela conhecer o meu irmão. - sorriu. - obrigado.

Kanon caminhou até uma mesinha para colocar o desenho, Niive o olhava atentamente.

- Eu senti sua falta. - disse.

- Eu também. - Kanon aproximou abraçando-a. - além de ficar preocupado.

- Fiquei sabendo sobre seu amigo. Como ele está?

- Recuperando-se. - brincava com as madeixas negras. - deve ter alta em dois dias.

- Ele foi extremamente corajoso. Não salvou apenas uma tripulação, mas todos na cidade. Se a Titan tivesse caído...

- É isso que nós fazemos senhorita Niive. - acariciou o rosto. - nosso juramento é proteger as pessoas.

- É como o nosso.

- Nós não vamos voltar no final do mês.

- Não? - indagou surpresa.

- Até essa guerra acabar, vamos ficar aqui, para ajudar. Eu não teria coragem de ir e deixar seus sobrinhos, seus avós, você, no meio dessa confusão.

Niive sorriu. Quando viu Kanon pela primeira vez não teve uma boa impressão dele, mas agora...

- Que bom que vai ficar.

- Não deixaria minha diretora bravinha por nada. - a beijou.

O.o.O.o.O

Estava agindo puramente emocionalmente. Em outros tempos, não abandonaria seu dever, ainda mais numa situação caótica como aquela. Mas havia algo nele, que fazia sua razão ser jogada para o lado. Fitou a mão, querendo ver a linha vermelha. Será que a lenda era verdadeira e ela tinha esse efeito?

Urara estacionou sua nave na pista. Primeiro foi ver a rainha e deixou os cumprimentos a Eron. O canceriano deu um sorriso duvidoso assim que a viu, falando despreocupadamente que Shaka estava numa das varandas dos andares superiores. Seguindo as orientações chegou ao local. O cavaleiro estava sentado olhando a paisagem.

- Shaka.

Ele olhou rapidamente, sorrindo ao ver a diretora. A passos lentos a eiji aproximou, sentando ao lado dele. Ela desviou o olhar, fitando a mão dele. Será que tinha a linha vermelha?

- Vejo que está bem. - disse.

- Você também.

Ficaram em silencio por alguns segundos, apenas se olhando.

- Ficarei por mais tempo. Pelo menos até essa guerra acabar.

- E suas obrigações? - indagou surpresa ao mesmo tempo feliz.

- Um de nós irá voltar e reportar a Atena. Ela vai entender. Não podemos deixar Giovanni numa situação como essa.

- Entendo. - voltou o olhar para a paisagem.

- Não quero deixá-la em meio a uma guerra.

A frase a fez fita-lo novamente.

- Fico feliz em ouvir isso. - disse timidamente. - eu quero ficar mais tempo com você. - pegou na mão dele.

Shaka sorrindo levou a mão ao rosto da diretora. Ela apenas sentia o toque.

- Por mim não nos separamos mais. - falou o virginiano.

Aproximou mais, dessa vez tocando os lábios dela. Urara correspondeu.  A falta de ar cessou o contato. A diretora levou a mão direita a face dele, subitamente viu uma linha vermelha amarrada em seu dedo. Shaka também percebeu. A linha estava ligada ao seu mindinho.

- A linha... - ela o fitou.

- Pensei que fosse lenda...

A linha desapareceu segundos depois.

- Você viu o mesmo que eu? - Urara estava impressionada.

- Sim. - acariciou o rosto dela. - só atesta que era destino, nossas vidas se cruzarem. Não importando de onde viemos.

Ela sorriu.

- Tem razão.

O.o.O.o.O

Alisha e Shion cumprimentaram se de forma polida. O grande mestre queria abraçá-la, mas não era uma boa atitude perante a rainha de Ranpur. Mask com sorriso nos lábios olhava os dois de forma maliciosa.

- Não sei por que esse pudor todo. Aposto que já transaram. Daqui a pouco Alaron tem um herdeiro.

Lirya, Alisha e Shion ficaram vermelhos.

- Filho!

- Giovanni respeito. - pediu o mestre rubro. - não são palavras de um príncipe.

- Que isso mestre. Todo mundo sabe que se pegam.

- Eron... - Alisha estava muito sem graça.

- Ela ficou vermelha. - a abraçou com carinho. - adoro te ver sem graça. - apertou as bochechas.

A princesa soltou um suspiro entediada.

- Alisha, trouxe o que te pedi? - indagou Shion querendo mudar o rumo da conversa.

- Sim. - tirou de dentro de uma bolsa uma foto. - o que quer com ela? - o entregou.

- Mask veja isso. Achamos essa foto em Sora.

Shion o mostrou. Lirya aproximou para ver também.

- Mas esse é ele. - o canceriano fitou o mestre.

- É mais uma prova. - disse Lirya. - Samir cuidou dele.

- De quem estão falando? Conhecem a criança? - indagou a princesa.

O italiano contou toda a história para Alisha.

- Meu pai? Você tem um irmão?! - berrou.

- Fale baixo. Por enquanto é segredo. Shion te dará os detalhes. Posso ficar com isso? - mostrou a foto.

- Sim... - murmurou ainda pasma com a história.

- Obrigado. Será muito util.

Depois desse encontro, Alisha e Shion foram para um local mais reservado.

- Estou chocada.

- Todos ficaram. - ele indicou para ela sentar ao seu lado. - acho que quando a história vier a tona será uma grande reviravolta.

- Com certeza.

- Como está nosso planeta? - pegou nas mãos dela.

- Recuperando-se. - sorriu com o contato. - pena que ainda não acabou.

- Eron fará um pronunciamento importante amanha. Poderá mudar o rumo da guerra.

- Essa é a razão da convocação? Iskendar?

- Não. Há outro motivo. Amanha saberá.

Alisha sentiu que era algo grave, mas não insistiu para que Shion a contasse.

- Devido a guerra, nós ficaremos mais algum tempo aqui.

- Ficarão? - indagou surpresa.

- Não podemos deixar o Giovanni nessa situação. Eu não quero deixá-la nessa situação. - acariciou o rosto dela.

- Obrigada. - aproximou dando um selinho nele. - você aqui torna a situação mais leve.

- Não posso deixar que a ambição mate pessoas inocentes, mate meu povo. Não imagina como é pensar que somos os únicos.

- Posso imaginar. - aconchegou-se nos braços dele. - pode passar a noite no meu quarto?

Shion ficou surpreso com o pedido.

- Tudo que a minha princesa quiser.

A beijou.

O.o.O.o.O

Athos e Stiva estavam na sede da diretoria da área dois. Haviam recebido a convocação de Eron.

- Ele não atende. - disse o diretor, desligando o aparelho. - de certo está numa reunião.

- Mas disseram que ele tinha saído e sem avisar. - comentou Stiva, esparramando na cadeira.

- De certo está tramando algo.

- O que será que o príncipe quer?

- De certo é sobre as invasões de ontem. - Athos lia um relatório. - não se preocupe. Rihen já deve saber do teor da reunião.

- Ranpur não fará um ataque mais incisivo? Se continuar assim serão derrotados.

- S1 está com um plano bem articulado. Quando a policia fizer alguma coisa será tarde demais.

- Eu quero está bem longe daqui, quando isso acontecer. - levantou. - estou indo para Maris, de lá sigo para sede.

- Tudo bem.

O diretor ficou sozinho. Relia os próximos passos do plano elaborado por Rihen. Em pouco tempo teria suas ambições realizadas.

O.o.O.o.O

Dara estava em seu quarto, esperava por noticias de Jhapei,  já que a garota tinha sumido. Temia pela vida dela, assim como temia a de Iskendar. Quando a noticia se espalhasse ele seria um alvo.  Seu comunicador apitou.

- Dara.

- Senhor Dara Bertie?

- Sim. - estranhou, a voz não era conhecida. Apertou o botão para criar a imagem. - chanceler? - ficou surpreso.

- Atrapalho?

- Claro que não. O que devo a honra?

- Iskendar.

O eiji franziu o cenho.

- Diga.

- Diante das revelações tem consciência que ele não poderá levar a vida normal que tinha. É um policial, mas antes de tudo um Tempestta.

- Entendo perfeitamente. E o que pensa em fazer?

- Preciso saber onde estão hospedados. Enviarei alguns policias para fazer a segurança, mas de forma discreta. Ninguém por enquanto precisa saber da identidade dele.

- De acordo.

- Para não levantar suspeitas direi que é para a sua segurança já que Sidon foi invadida. Acho que por enquanto isso basta, mas quando a noticia vier a publico a segurança será triplicada.

- Eu gostaria de permanecer ao lado dele.

- E vai. Vou precisar da sua ajuda. Amanha, na sede, ficarão no pavilhão destinado a rainha.

- E após? Onde ele vai ficar?

- Pelo que percebi ele, não vai querer ficar no palácio, então vou providenciar um local para vocês. Mais seguro, mas que não tire a privacidade dele.

- O que decidir estou de acordo. Eu me preocupo com ele.

- Percebi que sim. Até amanha.

A comunicação foi cessada. Dara só deu um prazo para fazer outra.

- Não imaginei que o veria tão cedo. - brincou Noah.

- Assuntos urgentes.

Noah estranhou o tom de seriedade. Havia acontecido alguma coisa.

- O que foi?

- Primeiramente, a realeza de Ranpur e o chanceler sabem da minha verdadeira identidade.

- Contou? - indagou perplexo.

- Foi preciso. A guerra evolui de tal modo que era necessário. Amanha na reunião do conselho vai entender o porque.

- Então sabe o motivo da convocação?

- Um dos motivos.  A Enraiha fez alguma previsão recentemente?

- Apenas dos ataques de S1 e... - Noah silenciou, não sabia se era prudente contar já que ele nem sabia como interpretar.

- O que você viu meu irmão? - o silencio dizia que ele tinha visto algo.

- Aquilo que te contei: o rei Soren entrar no palácio. Ele estava bem jovem. Acho que estou ficando velho.

- A Enraiha não errou Noah. De certa forma Soren entrou no palácio hoje.

- Como assim?

O governador de Sidon contou toda a verdade ao irmão. A medida que ouvia Noah arregalava os olhos. Aquilo poderia mudar o rumo da guerra.

- Filho... isso é inacreditável.

- Todos tiveram a mesma reação. Creio que amanha, toda GS saiba do novo herdeiro.

- Isso mudará o rumo de tudo.

- Não tenho a menor dúvida. 

O.o.O.o.O

Marius estava em seu quarto revisando o plano de Eron. Athos seria desmascarado na frente de todos. Os pensamentos voaram. Jamais poderia imaginar que tinham um traidor no seio da policia. O apito do seu comunicador chamou sua atenção.

- Marius.

- Como vai?

- Revisando algumas coisas para amanhã.

- Vai acontecer algo importante?

- Sim Stiepan. Aguarde por novidades. - sorriu.

- Como está o Aioria? Kasideri e eu estamos muito preocupados.

- Ainda inconsciente, mas bem. Deve despertar amanha ou depois.

- Ele foi um heroi. Era para todos terem morrido.

- Os cavaleiros de Atena, são os cavaleiros dos milagres. - relaxou na cadeira. - ouvi essa expressão da própria elementar.

- Não duvido. Eles têm algo de especial. Talvez seja a nossa esperança nessa guerra. Os enviados dos elementares.

- Acredita nisso?

- Só algo sobrenatural para explicar a vinda deles. Depois do que o Aioria fez eu acredito nisso.

- Pode ser... - murmurou pensando nos amigos do príncipe e nos relatos ouvidos sobre eles.

 - Esperarei as surpresas de amanha com curiosidade.

- Vai se surpreender.

A comunicação cessou. Marius olhou para a janela vendo as estrelas brilharem.

- Talvez tenha mesmo a mão dos elementares...

 A quilômetros de distancia...

Uma pequena nave passava dos limites da galáxia. A jornada tinha sido longa e felizmente segura. Em pouco tempo estaria diante do governador de S1. Rihen foi para o pequeno quarto da nave, abriu uma mala tirando um uniforme. Trocou-se rapidamente, deixando a roupa usada sobre a cama. Olhou demoradamente para o uniforme azul e as varias insígnias conquistadas ao longo de sua carreira na policia galáctica.

Formou-se jovem e devido a sua inteligência e determinação alcançou postos altos, até que veio a guerra... havia perdido a família, amigos... tinha jurado defender sua GS contra tudo e todos mas nos últimos meses esse desejo foi extinto completamente. GS não tinha mais salvação e o único modo de restabelecer o esplendor, era sobre o comando de S1. Bastou um único encontro com Haykan para ele perceber de qual lado deveria ficar. Agora seria questão de tempo até atingir seu objetivo.

Cinco anos antes...

Um grande número de naves da polícia estava parada num entreposto ao norte da galáxia. O combate aos mercenários e piratas havia se intensificado contando até com o comando direto do presidente da polícia galáctica: Rihen. Com a situação controlada o presidente pegou sua pequena nave e seguiu para um planeta próximo.  Como a viagem seria rápida, dispensou sua segurança. A nave viajava tranquilamente, quando foi interceptada por outra. Rihen nem teve de pedir ajuda, quando percebeu, estava dentro de uma nave maior. Pegando sua arma, aguardou pela chegada do inimigo.  O compartimento foi aberto e rapidamente um grande contingente de pessoas entrou. Rihen atirou em alguns e seguiria atirando até...

- Não há necessidade de nos atacar presidente.

- Quem é? - mirou a arma para onde ouvira a voz.

Os soldados deram passagem para uma figura altiva. Os cabelos brancos estavam presos por um coque. Usava  roupas militares.

- Haykan... - murmurou.

- Tem boa memória presidente. - sorriu o governador de S1. - abaixe a arma venho em paz.

- Como se eu fosse acreditar. - mirou.

- Se eu quisesse já teria te matado. - a voz saiu séria. - está dentro da minha nave.

- A essa hora já estou sendo procurado.

Haykan deixou um sorriso escapar. Sem medo que Rihen pudesse atirar, andou calmamente até uma poltrona, usada pela tripulação.

- Sua nave continua a enviar sinais. É como se ainda estivesse no espaço.

- Como...?

- A guerra nos ajudou a evoluir Rihen. - sentou. - em pouco tempo teremos poder suficiente para dizimá-los.

- É uma piada? - ironizou. - se entrarem em guerra novamente, vão perder.

- Serei objetivo. - não poderia reter o presidente por tanto tempo. - sei que a guerra te afetou. Perdeu sua família e amigos. A morte de Soren deve ter sido chocante.

O policial aos poucos foi abaixando a arma. Haykan percebeu que tocara no ponto certo.

- Esse conselho que atua, não resistirá por muito tempo. Por mais boas intenções que a rainha Tempestta tenha ela não conseguirá mantê-lo e o pequeno príncipe sabemos que está morto.

- Isso não é verdade.

- Encare os fatos Rihen. Mesmo que Eron tenha sobrevivido a explosão, ele era uma criança. Muita coisa pode ter acontecido.

- O que quer de mim? - indagou cauteloso.

- Aliança.

Rihen começou a rir.

- Não sabia que tinha senso de humor. - brincou.

- Já disse que a guerra de dez anos atrás nos fortaleceu. - a voz do líder saiu fria. - sua galáxia ainda não está recuperada. Nem fisicamente nem em número de pessoas. Você mesmo não confia no conselho que se formou. Tenho várias provas que você está agindo por conta própria. Prefere que cada planeta ande com as próprias pernas, apesar de saber que o que mantém GS é a união no conselho.

Rihen ouvia em silêncio. Apesar das palavras serem ditas por um inimigo, Haykan tinha razão. Se não acontecesse algo, GS poderia entrar numa guerra civil.

- GS não consegue andar sem o pulso forte de um Tempestta e o ultimo morreu há dez anos. A rainha poderá até ter outros filhos, mas não serão legítimos ao trono. Encare os fatos Rihen, a dinastia Tempestta acabou.

- E o que quer? - Rihen sabia que até Ranpur corria o risco de uma guerra interna.

- Sei que preza sua galáxia. Não é atoa que virou um policial. O que proponho é uma aliança. No momento certo, meu exército estará pronto para a guerra. Quero que me ajude. Assim GS será conquistada, mas sem grande violência. Sob um punho forte ela não desmanchará.

O presidente balançou a cabeça negativamente. Aquilo era um absurdo. Pensar que S1 poderia comandar em GS era um completo disparato, entretanto nas mãos do conselho poderia ser ainda pior. O que mais tinha entre os conselheiros, eram homens sedentos pelo poder. O prazo para que o príncipe Eron aparecesse estava acabando e quando terminasse, o caos instalaria.

- Temos um acordo. - disse por fim.

Após esse encontro, Rihen e Haykan passaram um tempo sem se falarem. Fazia parte do plano. Contudo no ultimo ano, os encontros estavam mais freqüentes e Rihen participava ativamente das ações de Haykan. Tinha até convencido o diretor Eduk a participar.  O conselho estava cada vez mais enfraquecido e a esperança de encontrar Eron diminuídas. Não se arrependia da escolha que tinha feito.

Rihen pegou o antigo uniforme, indo até um compartimento de descarga. Sem hesitar, jogou o uniforme, vendo-o sendo levado pela imensidão do universo, até sumir...

Cerca de duas horas depois, sua nave estacionava na orbita de Bellji. Não esperava ser recepcionado pelo próprio Haykan.

- Seja bem vindo. - o governador de S1 estendeu lhe a mão.

- Obrigado senhor.

O.o.O.o.O

A sede da policia estava repleta de pessoas. Com a convocação de todos e a situação que GS se encontrava, ninguém queria perder aquela reunião. Cuidando de toda a segurança, Eron e os demais seguiram para a Euroxx.

- Alteza. - Marius os recepcionaram.

- E ele?

- Já mandei buscar.

- Ótimo.

- Pensa também em dizer a todos?

- Ainda não sei. - o fitou. - talvez.

No apartamento, Iskendar acabava de colocar o uniforme. Era um superintendente e tinha que se apresentar como tal. Dara o observava.

- Será que Eron dirá a todos quem é você?

- Provavelmente. - abotoou o ultimo botão. - Estou pronto. Vou buscar minha nave.

- Não vamos nela. - Dara levantou. - o chanceler já providenciou nosso transporte. Seremos conduzidos até a Euroxx.

- O que? Eu não vou nela!

- Vai. Também é a sua nave. E eu prezo a sua segurança. Vamos.

O eiji saiu sem da-lo chance de resposta.

- Mas que droga.

Quinze minutos depois desembarcaram na nave real. Iskendar recusou-se a ficar no mesmo ambiente de Eron. Ele não se importou.

O.o.O.o.O

Athos andava de um lado para o outro na sua sala. Rihen tinha sumido sem falar nada. Como numa reunião tão importante como aquela ele sumia?

- Calma senhor. - disse Stiva. - Deve ter uma boa explicação.

- Eu não estou preocupado com as razoes, - o fitou. - não entende a gravidade? Todos estão se perguntando onde está o presidente.

- Ele vai aparecer. De certo foi tratar dos nossos assuntos.

- É bom que ele apareça mesmo, ou podem começar a desconfiar.

- Ninguém vai descobrir. Agora vamos.

O.o.O.o.O

No desembargue na sede, Marius teve o cuidado de não deixar Eron e Iskendar juntos, pois poderia levantar  suspeitas. Separados não pareciam irmãos, mas colocados lado a lado eram muito parecidos.

O esquema preparado por Marius, Evans e Eron estava pronto. Não teria como Athos escapar. Urara, Niive e Alisha ocuparam seus lugares. Dara também foi para seu lugar devido. Sentaria ao lado de Noah.

Iskendar se viu sozinho, já que foi "proibido" de ocupar seu posto. Ficou num canto a espera de ordens.

- Shion e Mu precisarei de vocês. - disse Mask.

- Para?

- Conseguem transmitir imagens para a mente de todos no auditório?

Os dois franziram o cenho.

- Com essa quantidade de gente eu não sei. - respondeu o mestre. - no que está pensando?

- Conseguem. - disse sem responder.

Fitaram-se sem entender.

- Vocês venham comigo e tragam as armaduras. Marius tome conta da minha mãe.

- Sim alteza.

Mask ergueu um pouco o rosto, vendo Iskendar encostado numa parede. Caminhou até ele.

- Iskendar.

 - O que?

- Pode ficar na tribuna de Ranpur?

- É uma ordem? - indagou irônico.

- É um pedido.

- Tudo bem... - murmurou. - o que pensa em fazer?

- Algo que vai fazer qualquer conspirador borrar nas calças. - deu um sorriso maldoso.

O Tempestta mais velho ficou ressabiado com o sorriso do príncipe. Tinha até medo por Athos.

O.o.O.o.O

Serioja ocupou seu lugar. Estava intrigado com a reunião, mas pensava que não seria nada demais. Talvez o príncipe queria discutir sobre os ataques a Eniac.

- Deseja mais alguma senhor? - indagou Iesa, preparando-se para sair.

- Não. Circule por aí e tente descobrir alguma coisa.

- Sim senhor.

Do outro lado do auditório Dara ocupava o assento ao lado de Noah. Sidon, não tinha uma cadeira no conselho e a única forma dele participar era como representante de Obi. As pessoas que o conheciam ficaram surpresas. Como ele sempre usava o cabelo amarrado e roupas de piratas, não imaginavam que ele fosse um Eiji.

- Nosso conselho já foi avisado de sua volta. - disse Noah, abrindo um largo sorriso.

- Foi rápido. - Dara sentou ao lado dele. - Mas lembre-se que sou um piloto.

- Eu sei. - sorriu. - Eron irá anunciá-lo?

- Não é o assunto principal. Pode ser que não.

Noah não perguntou mais nada. Esperaria o momento.

Durante o caminho até a tribuna de Ranpur, Marius perguntou pelo presidente da policia. Foi avisado que ele tinha saído cedo e sem dizer para onde iria. O chanceler estranhou, mas pensou que talvez fosse um problema de ordem maior que exigia a presença dele.

Iskendar ficou impressionado com a tribuna de Ranpur. Era a primeira vez que pisava naquele local. Realmente tinham uma vista privilegiada do auditório.

- Por favor Iskendar sente-se. - pediu Lirya.

Ele sentou na primeira cadeira que viu. Lirya, Beatrice e Marius trocaram olhares ao verem onde ele tinha acomodado.

- O sangue é forte. - brincou o chanceler.

 - Por que? - indagou o jovem.

- Sentou-se na cadeira que pertenceu ao seu pai. - disse Lirya.

Ficou constrangido ao ouvir.

- Desculpe. - começou a levantar.

- Fique. - pediu Lirya. - por favor.

Na tribuna ao lado, Alisha estava espantada com a semelhança. Até parecia que Soren estava ali. Na do outro lado, Simon olhava assustado. Quem era aquele jovem sentado no lugar de Eron? Parecia muito com...

Enquanto isso, atrás do palco.

- No que está pensando Gio? - indagou Shura, segurando a urna de sua armadura.

- Dar a todos a verdadeira noção que não estão mexendo com um príncipe mimado. - disse. - não vou permitir que pessoas inocentes morram por conta de traidores.

- Marius sabe o que vai fazer?

- Em partes Saga.

- E quanto ao seu irmão? - Afrodite o lembrou desse fato.

- Um problema de cada vez. Quando eu chamar vocês sobem.

- Tudo bem. - Kamus disse por todos.

Mask foi para o palco.

- Gio vai aprontar. - disse Deba.

- Não podemos fazer nada contra isso. - a voz de Shion preencheu o ambiente. - ele é a autoridade desse lugar e se vai assumir o trono precisa andar com as proprias pernas. Seja o que ele tenha em mente devemos apoiar.

- Isso inclui nossas armaduras?

- Talvez seja o recado necessário. - disse Kanon. - eu não sei quanto a vocês, mas quero acabar com S1. Não vou perdoá-los pelo sofrimento que causaram a família de Niive, nem pela morte da Célica. - a voz saiu fria.

O auditório fez silencio quando Giovanni pisou na tribuna. O cavaleiro depositou sua urna ao lado do palanque, os presentes esticavam o pescoço para descobrir o que era aquele objeto que brilhava intensamente. Iskendar também estava igualmente curioso. O que ele iria fazer?

- Agradeço a presença de todos. - a voz tomou conta. - sei que é uma convocação de urgência mas o motivo exigia tal atitude. - olhava para todos. - Não bastasse os atos inescrupulosos de S1 ainda temos um problema interno.

O silencio reinava. 

-  Há poucos dias eu disse que qualquer pessoa contraria a GS seria duramente punida e que ela não estava traindo a minha família e sim o povo da nossa galáxia. Pois muito bem. - o olhar ficou frio. - temos um traidor, soldados prendam Athos Eduk!

Como aquele ato já estava preparado, rapidamente os policias entraram na cabine de Athos.  O diretor ao ouvir seu nome ficou pálido assim como Stiva. Nos primeiros segundos nenhum dos conselheiros disseram coisa alguma, completamente chocados.

Os soldados pegaram Athos.

- O que estão fazendo?! Me soltem é uma ordem! - tentava se soltar.

- Traga o aqui.

Os lideres do grupo dos nove estavam perplexos, Urara e Niive em completo silencio. O painel de Mask começou a apitar freneticamente.

- Nirra, chanceler de Lain.

- Permitido.

- Alteza... o senhor Eduk é um diretor... - nem sabia o que dizer. - um traidor?

- Tudo será explicado senhor Nirra. Essa acusação não é infundada.

Na sua tribuna, Serioja mantinha-se em silencio. Estava assustado com a situação. O diretor Eduk era o braço direito do presidente como ele poderia ser um traidor?

Stiva estava com medo. Se realmente o príncipe dizia a verdade, ele tinha descoberto sobre os planos. Aproveitou o alvoroço para fugir.

Na tribuna de Ranpur...

- O que ele vai fazer senhor Marius? - indagou Beatrice.

- Ele não me contou, mas creio que não será algo agradável. Notou a expressão fria do príncipe?

Lirya que sabia de toda a vida do filho, temeu que ele pudesse fazer algo grave. Iskendar tinha o mesmo pensamento.

Athos foi levado até o palco. Tentava se soltar, gritando que tudo era uma grande injustiça.

- Alteza. - disse. - como pode me acusar de traição? Sempre fui fiel a sua família.

O olhar de Mask era gélido. Se descobrisse que realmente ele estava envolvido em tudo não teria piedade.

- Desgraçado. - Mask não tinha cortado o microfone. - traidor, confesse.

- Do que sou acusado? Querem que eu confesse o que? Isso não passa de um grande equivoco!

- Veremos. Afrodite.

Os olhares de todos foram para uma porta atrás da tribuna. O  som do andar de Afrodite começou a ecoar pelo local. Todos arregalaram os olhos ao verem o amigo do principe vestido com uma armadura amarela. O cavaleiro parou ao lado de Mask.

- Faça-o ficar quieto sem matá-lo.

Os soldados que o mantinham quieto nem se mexeram, pois estavam assustados com o rapaz de trajes amarelos. Athos pensou em correr, mas as pernas simplesmente não obedeciam. Tudo foi tão rápido que nem percebeu quando teve o corpo pregado na parede por rosas. Afrodite acertou apenas uma vez, para entorpecer o corpo. O assombro foi geral, de onde tinha surgido aquelas rosas? Iskendar se lembrou na hora do dia da morte de Célica.

- Todos irão testemunhar, as provas de que através dele, S1 tinha o livre acesso a GS com o uso dos hadrens. - olhou para o auditório. - Peço que permaneçam em seus lugares. Mu, Shion.

A entrada de Shion não casou muita comoção mas a de Mu deixou-os novamente de olhos arregalados. Alisha até levantou da cadeira ao ver o ariano. Sem dúvidas, pelo brilho, era feito de oricalco.

- Transmitam as imagens para todos.

- O que pensa que vai fazer? - gritou Athos. - eu exijo que me solte!

- Não está em condições de exigir nada. - disse Mask. - mas quer confessar? Assim não sofrerá muito.

- Eu não tenho nada para confessar, alteza.... - disse com desprezo.

Mask apenas sorriu. Quando Athos percebeu, Mu estava bem próximo a ele.

Rapidamente a mente de Athos foi invadida e as imagens transmitidas a todos através do ariano e Shion que as replicava para terem maior acesso. No inicio, os presentes estavam assustados com os acontecimentos e sem entender muita coisa, mas quando as imagens chegaram, podia-se ver a perplexidade nas expressões.

Descobriram que não apenas Athos estava traindo a galáxia, como também Stiva e Rihen. Quando a figura do presidente foi transmitida nem Mask deixou de ficar pasmo. Ele tinha arquitetado tudo. As invasões, o ataque a nave de Beatrice, destruição de dados de Niive, o atentado contra Lirya que ocasionou na morte de Célica, os ataques a Alaron, Clamp, Eniac e os demais. Tudo foi com o aval de Rihen. Eduk e Stiva eram apenas os comparsas.

As imagens cessaram, deixando o salão num profundo silencio. Athos respirava vagarosamente devido a invasão na sua mente.

Marius estava chocado. Rihen era aliado de Haykan?

Iskendar olhava para Athos perplexo, ele era um comparsa do presidente da policia?

Noah e Dara trocaram olhares. Não esperavam aquela traição.

- Porcos traidores! - gritou Anesha. - como puderam nos trair? - deu um soco na pilastra da sua  tribuna espedaçando-a.

A revolta crescia no recinto, muitos estavam de pé gritando contra Athos. Lirya estava horrorizada, Rihen sempre foi amigo de Soren, no entanto...

- O senhor Rihen... - murmurou Urara.

- Cretino! - Niive socou a cadeira. - eu mato aquele desgraçado!

Serioja estava chocado. Todo esse tempo Rihen estava ao lado de S1?

- Prendam Rihen e Stiva! - ordenou o canceriano.

Athos estava no chão, o corpo estava entorpecido por causa do veneno que nem se dava conta da situação.

Os gritos indignados ecoavam enquanto os policiais saiam a caçada do presidente e de Stiva.

Mask estava em silencio. Achava que apenas Eduk estava metido nisso e jamais esperou que Rihen era o mandante. Sempre esperou uma traição por parte de Serioja, mas o presidente da policia foi uma punhalada.

- Alteza. - o chefe da segurança apareceu. - não localizamos nenhum dos dois.

- Como não?

- De certo fugiram. Vamos enviar um alertar a toda GS.

Athos levantou o rosto. Então era aquilo, o sumiço de Rihen era porque ele tinha fugido. De certo foi para S1.

Giovanni tentava pensar. Por culpa de Rihen milhares morreram e Aioria estava no hospital. Ódio cresceu e sem perceber começou a elevar seu cosmo.

O diretor olhou para Mask.

- Não passa de um garoto mimado. - disse Athos. - GS será destruída. - sorriu.

O ódio aumentou ainda mais, assim como o cosmo. A armadura o vestiu.

- Pare Mask! - gritou Shion.

Afrodite lançou algumas rosas nele para conte-lo, mas elas não fizeram efeito. O olhar de Giovanni estava em Athos, não teria piedade. A sede começou a tremer e surpreendendo ainda mais a todos, os cabelos do príncipe ficaram brancos.

- Está igual daquela vez... - Iskendar levantou. - seu idiota vai matar todo mundo.

O rapaz pulou da tribuna arrancando um grito de Lirya. Mask ergueu o braço direito, mandaria aquele sujeito para o inferno.

- Calma.

Iskendar teleportou para perto dele, segurando seu braço. Shion, Dite e Mu ficaram surpresos, como ele poderia ter aproximado do cavaleiro sem sofrer com a influencia do cosmo?

No auditório estavam assustados com os tremores.

- O poder dos Tempesttas podem manifestar fisicamente? - indagou um dos conselheiros.

Iskendar continuava a segurar o braço do canceriano.

- Se continuar assim vai matar todos. - disse, desviando o olhar para a aura dourada em torno do meio irmão. Depois olhou para os cabelos brancos emoldurados pelo elmo dourado.

Mask o fitou. Olhando-o de tão perto era como se o pai estivesse na sua frente.

- Me desculpe. - murmurou. O cosmo extinguiu.

- Deixe para usar sua força quando for a hora.

Nas tribunas, os mais antigos, olhavam perplexos para os dois. Pareciam que viam dois Soren.

- Rodhes... - chamou o capitão da Galaxy. Estavam em cabines próximas. - por que tenho a sensação de está vendo dois Sorens?

- Não é só você...Também estou tendo a mesma impressão....

Marius observava-os. Com os cabelos brancos Eron e Iskendar pareciam gêmeos.

- Passou a raiva? - zombou Athos tentando levantar. - Fiz tudo aquilo e faria tudo de novo! Está na hora de GS caminhar com as próprias pernas.

- Sacrificando vidas inocentes? - Iskendar o fitou frio. Não era a favor de GS, mas traição não era perdoável.

- Os fins justificam os meios.

- Cadeia! Cadeia! - começaram a gritar as pessoas no auditório.

- Ele não merece ir para cadeia. - Mask caminhou até o diretor, pegando-o pelo pescoço. - vai se arrepender por ter nos traído.

Teleportou.

Os olhares foram para o brilho dourado sobre o domo. Mask tinha levado o diretor para fora. Athos prendia a respiração.

- Lembra de quando falei sobre meu apelido? Na reunião depois do acidente da Beatrice? - deu um sorriso cruel. - Mascara da Morte, não é simbologia.

Giovanni o soltou. Athos começou a vagar. Tentou puxar o corpo para perto da estrutura da sede a fim de se salvar, mas não conseguiu. Soltou a respiração, mas não havia ar. Começou a puxar o oxigênio mas completamente em vão...

Mask regressou. Os cabelos voltaram a coloração normal.

- Não poderia ter feito isso. - disse Simon, concordava com a ação do príncipe, mas havia leis. - ele precisava ser julgado.

- Se as circunstâncias fossem outras senhor Simon. Eu disse uma vez. - a voz de Mask soou forte e extremamente dura. - Não terei piedade com traidores. Quem ousar prejudicar GS terá o mesmo fim. Nenhuma vida inocente será extinguida.

Serioja sentou na cadeira. Estava receoso.

- O príncipe está certo. - disse Anesha. - esses porcos traidores não merecem compaixão!

- Talvez eu não tenho sido explicito. Se S1 quer guerra eles terão guerra. E não enfrentaram apenas o exercito de GS, irão enfrentar também o exercito de uma elementar.

Mask chamou o restante por cosmo.

Urara ficou surpresa ao ver Shaka. Sabia que ele tinha a tal a armadura, mas não imaginava que ele ficava daquele jeito. Realmente era algo a ficar impressionado. O mesmo pensamento era de Dara. Noah olhava-os atentamente. O brilho das vestimentas se assemelhava muito com a descrição dos elementares.

- "Coincidência?" - pensou, lembrando-se da visão.

Niive estava de boca aberta. Kanon até parecia um elementar. Skip deu um sorriso. Sabia que Deba era alguém forte ainda mais naquela vestimenta. Stiepan lamentou não ver Aioria.

Os onze pararam na ordem de suas constelações. Serioja estava em silencio. Sabia que os amigos do príncipe tinham particularidades mas não imaginava que fosse daquele jeito.

Iskendar olhava tudo perplexo. Todos tinham aquela vestimenta?

- Espero continuar contando com o apoio de vocês. - a voz de Mask voltou a preencher o ambiente, mas um pouco mais suave. - com as informações que tivemos e com a captura de Rihen mudaremos a nossa situação. Vamos proteger nossa galáxia.

Mesmo com tanto de informações recebidas naquela manha, o sentimento de proteger GS foi mais forte. Gritaram a favor de GS e de Eron.

- Peço mais um minuto de atenção. - Giovanni tirou o elmo da armadura. - tenho mais uma noticia a dar. Uma boa noticia. GS conta com mais uma proteção.

Stiepan ficou em alerta. Eron diria sobre as naves?

- Que noticia alteza? - indagou Lancy.

- Por muitos anos acharam que os Tempesttas não teriam descendentes para ocupar o trono.

Iskendar o fitou na hora, ele diria para todos?

- Eron. - aproximou. - não faça isso. Não tem o direito de...

- Não precisam saber da história toda. - disse, depois de cortar o microfone. - irão saber o suficiente.

- Mas...

- Você tem tanto direito quanto a mim de usar essa tribuna. Não temos um objetivo comum?

- Vocês são irmãos. Não deixem que as diferenças atrapalhem isso. - disse Kanon. Saga concordou.

O Tempestta mais velho olhou para os gêmeos, para depois voltar a atenção para Mask.

- Acabou a minha liberdade... - murmurou.

- Não é tão ruim. - Mask sorriu.

- O que quer dizer suas palavras alteza? - indagou Serioja, algo lhe dizia que as coisas iriam piorar para ele.

- Muito simples senhor Serioja. - muniu-se do seu melhor sorriso. - descobri que não sou o único herdeiro do trono.

Os cochichos tomaram conta do auditório.

- Como assim? - perguntou Stiepan.

- Meu pai teve outro filho que ficou desaparecido por anos. Vejam.

Apontou para o telão. Assim como Lirya fez na apresentação oficial, Giovanni mandou realizar um teste de DNA.

- Só para calar a boca de alguns. - disse baixinho a Iskendar. - e evitar perguntas.

O resultado do teste saiu ao vivo, revelando que aquela amostra de Dna pertencia a um Tempestta.

- Saúdam Iskendar Tempestta.

No salão estavam todos abismados. A traição de Rihen e agora um novo herdeiro?

- Você sabia disso?!!? - Simon ligou para Marius.

- Soube ontem. - sorriu. - um reinado com dois Tempesttas.

Serioja estava branco. Não bastasse Eron havia mais um? Ele fixou o olhar em Iskendar. Não tinha como negar. Ele era até mais parecido com Soren que o próprio Eron.

- "Maldição."

- Não há como negar as evidencias. - disse Noah de pé. - temos dois Tempesttas. - sorriu.

Niive olhou para Kanon. De certo ele já sabia e nem tinha contado.

Lirya sorria satisfeita. Esperava que os dois se dessem bem de agora em diante.

O.o.O.o.O

Os motores da nave de Stiva estavam a todo vapor. A essa hora já estaria sendo procurado pela policia e assim não poderia usar um hadren para chegar a S1. Usando rotas alternativas rumou para a galáxia vizinha.

O.o.O.o.O

Depois de mais algumas explicações a reunião acabou.  Os mais ligados a Soren fizeram questão de conhecer o filho mais velho, não poupando elogios a semelhança dele com o rei de Ranpur. Iskendar respondia sem graça. Enquanto isso Mask estava reunido com os lideres militares.  Chamou o irmão pois ele tinha mais informações sobre S1. De longe Serioja observava os dois. Já estava em desvantagem por causa da guerra, agora que tinha dois Tempesttas as coisas ficariam difíceis.

- Iesa.

- Sim. - parou do lado.

- Levante a história dele. Não importa como.

- Sim senhor.

- Vou apenas cumprimentá-los e já vou.

Serioja caminhou até eles e muniu-se do seu melhor sorriso.

- Em meio a essa traição, essa noticia nos trouxe esperança. - disse.

Iskendar ficou em silencio.

- Nada melhor do que dois Tempesttas para pensar. - disse Mask devolvendo o sorriso. - a traição de Rihen e Athos foi um duro golpe.

- Para nós todos. - o olhar foi para o mais velho. - sua mãe deve está triste pois se parece com o pai ao contrário de Eron.

- Ela nunca se importou. - a voz saiu séria.

- Quem diria que o superintendente era um Tempestta. - fitou as roupas. - todos esses anos sem ser notado.

- Era necessário.

- Creio que sim. - sorriu. - longa vida ao príncipe Iskendar.

- Obrigado.

- Eu preciso ir. Alteza, - fitou Mask. - precisando de mim é só chamar.

- Sei que posso contar com você.

Serioja fez uma mesura e saiu.

- Sabe que ele pode está por trás de algumas coisas. - Iskendar disse baixo.

- Eu sei, mas a hora dele está chegando.

O.o.O.o.O

Em Ranpur, Craig terminava as pesquisas com o sangue dos demais cavaleiros. Estava surpreso com os resultados. Seu comunicador começou a apitar.

- Craig.

- Como vai cientista das galáxias?

- Pensei que não fosse ligar dr. Kasideri. - sorriu. - Os resultados finais ficaram prontos.

- Eles são diferentes de nós não são?

- Gostaria de ter uma amostra de um humano de VL sem o tal cosmo. Acredito que isso pode ter alterado o Dna deles. E a propósito estamos multiplicando o sangue tipo O. Pode nos ajudar em futuras pesquisas.

- Foi uma grande descoberta. Um tipo de sangue inexistente aqui. Quando puder me mande os resultados. Quando essa guerra acabar teremos um avanço na área da saúde.

- Pode deixar.

Craig voltou a atenção para a tela do computador.

- Eles são especiais. - murmurou.

O.o.O.o.O

Rihen olhava para a grande nave de S1 aportada em Bellji. Ela era muito maior que a Antares e muito mais potente. Um único ataque poderia dizimar várias tropas.

Orrin o observava de longe. Eles tinham sido inimigos na guerra de quinze anos atrás. Naquela época os dois eram lideres de esquadras e diga-se de passagem muito bons em seus comandos. Orrin sabia que Rihen não havia chegado ao posto de presidente da policia a toa e que GS tinha perdido um bom líder. Tinha respeito por ele, mas não gostou da traição. Não era algo honrado.

A passos lentos caminhou até ele.

- Impressionado?

- GS não terá chance. - Rihen respondeu sem fita-lo. - Haykan tem três dessas.

- Ele certamente lhe dará o comando de uma. - voltou a atenção para nave. - apesar de achar que não merece.

- Acho que não consigo comandar? - o fitou.

- Não duvido da sua capacidade técnica. Eu lutei contra você, sei que é muito competente, - o fitou. - o seu não merecimento é pela traição ao seu povo.

- Não estou traindo. Eu quero que GS tome um rumo que infelizmente não é compartilhado pelos conselheiros e por Ranpur.

- O significado é o mesmo.  Tem o meu respeito pelo homem militar que é, mas não tem pelo caráter.

- Rihen irá prová-lo o contrário Orrin.

A voz chamou a atenção dos dois. Era Haykan.

- Senhor. - fizeram uma mesura.

- Não quero que haja discórdia entre os meus dois maiores comandantes. - Haykan olhava para sua nave. - ela parte hoje. - voltou a atenção para Rihen. - recebi uma comunicação de Stiva. Ele está vindo para cá.

- Como?

- Pelo que disse aconteceu algo muito grave em Ranpur.

- Entrarei em contato com os meus subordinados. Não deve ser nada.

- É melhor não. Recebi noticias que o príncipe irá fazer uma reunião com todos os conselheiros na sede. Vamos esperar Stiva chegar aí você age.

- Como quiser.

O.o.O.o.O

Uma das salas de reuniões estava sendo preparada. Devido aos novos rumos, Giovanni achou melhor permanecer por mais tempo na sede da policia.

Os dourados mais o italiano estavam num gabinete.

- Eu quero matá-lo! - bradou o canceriano. - ele era amigo do meu pai!

- Ficar nervoso não o levará a nada. - disse Shion. - precisa agora remodelar seus planos. Rihen sabia de todos os passos.

- Desgraçado maledito!

- Mask, - Miro aproximou. - não seria melhor nós voltarmos para as aulas? Temos nossas armaduras, mas também podemos ser úteis nesse tipo de combate.

- Eu concordo com ele. - disse Dohko.

- Talvez tenham razão... pedirei ao Etah e ao Ren que os leve até Maris. Mas Afrodite quero que fique do lado da minha mãe.

- Tudo bem. Serei melhor guarda costas do que piloto. Eu não entendo nada daquilo. - bufou.

- Miro, Shura e Dohko, seguirão para Maris.

- Posso ajudar Clamp? - indagou Deba.

- Claro Touro. - Mask o fitou. - até tinha pensado nisso. Shion irá para Alaron. Mu se possível poderia ficar?

- Tudo bem.

- Saga e Kamus quero ajuda para traçar os planos de contra ataque. Shaka vai para Obi.

Os três concordaram.

- Seguirei para Clamp. - disse Kanon.

- Está certo, pode ir.

O.o.O.o.O

Iskendar estava num canto. Não queria se misturar com Eron e seus amigos e estava odiando o fato de ter sua identidade revelada. Agora todos o olhavam de forma diferente.

- Droga... - murmurou.

- Não fica bem na boca de um príncipe.

Ele ergueu o olhar deparando com Dara e Noah.

- Eu não posso desaparecer?

- Infelizmente precisa encarar seu destino alteza. - disse Noah sorrindo.

- Só Iskendar. Não sou príncipe. - a voz saiu um pouco ríspida.

- Dara negou por muitos anos a sua identidade, mas uma hora o destino cobra e não há como fugir. - o conselheiro de Obi não se importou com o tom de voz.

- Não foi o destino que escolhi.

- Já estava traçado no seu nascimento.  Nascimento de dois Tempesttas na mesma época sempre foi raro, então você e Eron não foram por acaso.

Iskendar o fitou.

- Não acha que significa algo, ou acha? - Dara fitou o irmão.

- Quem sabe. - sorriu. - não temos mais os elementares para nos dizer.

- Que seja. - o Tempestta deu nos ombros. - vai para Obi? - fitou Dara.

- Só irei ajeitar umas coisas e vou para Ranpur hoje mesmo. Preciso te vigiar de perto.

- Ótimo! Tenho uma babá...

Os dois riram, mas pararam quando Alisha se aproximou.

- Senhores. - ela deu um leve sorriso.

- Alteza. - os irmãos fizeram uma reverencia. Iskendar não disse nada.

A atlantik fitou o filho de Soren. Vendo-o de tão perto, ele parecia mesmo com o rei de Ranpur.

- Meu nome é Alisha.

- Prazer princesa. - disse sem jeito. - Iskendar.

- Será que podemos conversar um pouco? Não tomarei seu tempo.

- Já estávamos de saída alteza. - Noah adiantou-se. - com licença.

Saíram.

- Em que posso ser útil? - o policial a fitou. - você é muito parecida com o Samir.

- As pessoas falam isso mesmo. - deu um sorriso tímido. - você conviveu muitos anos com ele?

- Você... - ela sabia de sua história?

- Eu sei de tudo, mas não se preocupe não contarei a ninguém. Só toquei no assunto porque é uma das únicas pessoas que conheceu meu pai intimamente.

- Realmente. - apontou para um mini sofá. - ele foi como um pai para mim.

- É uma pena que ele nunca tenha mencionado você comigo. Talvez pudéssemos ter sido amigos.

Ficou surpreso com a fala.

- Seu pai era bom em promessas.

- Pode me contar como ele era com você?

- Claro.

Começou a narrar suas histórias.



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