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História Tempestta - Primeira Vitória


Escrita por: KrikaHaruno

Capítulo 23 - Primeira Vitória


Tinha quatro dias que Aioria estava inconsciente. As queimaduras tinham sido curadas e a radiação no corpo controlada. Agora só restava o cavaleiro despertar.  Os médicos mais otimistas diziam que ele acordaria em no máximo três dias, mas outros diziam que poderia levar semanas e ainda ter seqüelas tanto da radiação quanto do sangue, já que o que corria nas veias dele era oitenta por cento artificial.

O leonino estava sozinho no quarto, dentro da câmara de recuperação. Apenas o barulho dos aparelhos que controlavam seus sinais vitais quebravam o silencio. Subitamente seu cosmo elevou por alguns segundos. Seu corpo energizou-se, soltando faíscas elétricas. Todo o interior da câmara foi tomado pelas descargas, como numa tempestade. Não suportando o volume dos raios o vidro da câmara quebrou e os raios se espalharam pelo quarto. Com o passar do tempo eles tornavam-se mais intensos interferindo nos aparelhos...

Aioria abriu os olhos. Não sentou de imediato fitando o teto branco. A mente voltou para as ultimas lembranças: a de sendo atingido por algo branco. Será que tinha conseguido e salvado a todos? Sentou, percebendo que estava num quarto de hospital. Se estava ali era sinal que tinha sobrevivido a queda e a radiação, foi então que se deu conta. Centenas de raios cortavam o interior do quarto.

- Mas o que é isso? - fitou a mão.

Seu cosmo não estava elevado, então porque os raios simplesmente saiam?

Mu entrou no quarto.

- Aioria?!! - criou a muralha de cristal em torno de si. - o que é isso?

- Não sei, eu acordei assim.

- Acalme seu cosmo.

- Não estou usando. - Aioria olhou novamente a mão. Depois a fechou. Os raios sumiram. - acho que de alguma forma a radiação me afetou. Sinto meu corpo diferente.

- Os médicos disseram que foi um milagre ter sobrevivido. - vendo que estava seguro aproximou.

- E a Titan?

- Salvou a todos. - sorriu. - foi um verdadeiro heroi.

- Fico aliviado. Há quanto tempo estou aqui?

- Quatro dias. Quando te acharam dentro da sala de energia seu estado era delicado e agravou-se, pois não tinham sangue compatível com o seu.

- O senhor Stiepan me explicou que nesses casos de contaminação, o sangue da pessoa é substituído.

- Sim. Parte do sangue de Afrodite circula nas suas veias.

- Ainda bem que não é venenoso. - riu. - e os demais?

- Muita coisa aconteceu enquanto estava repousando amigo. - sorriu. - te contarei tudo, mas vamos chamar um médico. Atena nos mata se devolvermos um cavaleiro defeituoso. - riu.

A equipe médica foi acionada. Fizeram exames e para o alivio de todos foi constatado que ele estava livre da radiação, acharam talvez pelo fato dele manifestar o poder de um elementar interferia no corpo dele. E como possíveis seqüelas só apareceriam no médio prazo liberam o grego para ir embora. Durante o trajeto, Mu contou todos os acontecimentos para Aioria. O transporte que estavam pousou em uma das pistas.

- Irmão?!!! Ele tem um irmão? - os olhos estavam arregalados.

- Tem. Veja com os próprios olhos.

O grego olhou para onde Mu apontava.  Mask e Iskendar estavam lado a lado. A comitiva partiria para Ikari. Aioria fitou o rapaz ao lado do canceriano.

- Não é que parece mesmo? - coçou a cabeça.

- Aioria?! - Mask correu até ele. - que alivio. Como você está?

- Bem. Não sinto nada.

- Ficamos preocupados. - disse Saga.

- Estou bem. - sorriu e voltando a atenção para Iskendar. - espero que tenha um humor melhor do que o dele. Aioria. - estendeu a mão.

- Iskendar. - retribuiu o gesto. Quando ouviu dizer que um amigo de Eron tinha salvado a Titan ficou curioso em conhecê-lo. Forçou um pouco a memória... - foi você...

- Eu o que?

- Em Ox, ajudou a mim e um grupo de pessoas quando uma nave surgiu.

Aioria forçou a mente.

- É mesmo!

- Estava em Ox? - Mask fitou o irmão, surpreso.

- Sim. - não queria render. - obrigado. - voltou o olhar para Aioria.

- De nada. Qual o signo dele? - fitou Mask.

- Câncer.

- Sério? Coitado... – riu.

Saga observava atentamente o leonino, notou que o cosmo dele vibrava de um jeito diferente e estava mais forte do que o habitual. Será que era pelo ocorrido? Mask e Mu também haviam percebido.

- Senhor Evans temos cinco minutos?

- Sim alteza.

- Saga. - Giovanni fitou o geminiano.

- É seguro aqui?

- Só um teste.

- Que teste? - Aioria olhava para os dois.

- Dispara o relâmpago de plasma no Saga. Todo mundo se afaste.

- Para que isso? - o leonino não entendeu.

- Seu cosmo está diferente. - disse Saga, pegando distancia. - vamos.

Aioria deu nos ombros. Iskendar, atrás de Mask, estava curioso.

Mu criou uma barreira em torno dos demais e depois de certificar que não tinha perigo, Aioria concentrou sua energia e disparou. Claro que não a utilizou ao máximo com receio que algo desse errado. O policial só viu um ponto dourado no punho de Aioria e depois o ponto dourado dispersar perto de Saga. O que era aquilo?

O geminiano conteve o ataque, mas não foi como nas outras vezes.

- "Ele está mais forte." - pensou. - nada mal Aioria.

Mu e Mask trocaram olhares, Aioria realmente estava mais forte. Depois dessa demonstração, o grupo seguiu para a Euroxx e Aioria foi levado para o palácio, sendo recepcionado pela rainha e os demais cavaleiros.

A bordo da nave real, Eron e os demais partiram rumo a Ikari. Com o fechamento parcial do hadren que ligava a aquele lugar, a viagem demoraria um pouco mais.

O.o.O.o.O

Rihen e Stiva estavam numa sala a espera das ordens. O ex-presidente trazia os olhos fechados, pensando na situação deixada em sua galáxia. Stiva, vez ou outra o fitava, atravessado. Seguia os comandados dele sem discutir, mas a fuga do ex-presidente, o fez  questionar.

- Há essa hora nossas cabeças devem está a premio. - disse o superintendente.

- É o preço a se pagar. Assim como Athos pagou o dele.

- A morte dele não significou nada? - a voz saiu irônica.

- O mesmo vale para você. - o fitou. - quando se toma esse tipo de decisão, deve assumir os riscos envolvidos. Deveria saber disse sargento.

Stiva ficou calado. A partir de agora só receberia ordens de Haykan. A porta abriu, interrompendo os pensamentos dele.

- O senhor deseja vê-los. - disse um militar.

Os dois trocaram olhares antes de seguirem. Foram levados para o gabinete do governador de S1 e estranharam o holograma de uma jovem.

- Senhores, essa é Jhapei, meus olhos em GS. Além de contar com o apoio de vocês, ela me informava sobre alguns acontecimentos, inclusive os planos de Serioja.

- Não creio que o príncipe irá se preocupar com ele agora. - disse o ex-presidente.

- De certo. - Haykan tomou a palavra. - ela nos trás noticias sobre Athos. Fale.

As atenções foram para ela. Falar sobre Athos não era o problema e sim de Iskendar. Precisava dizer sobre ele, se quisesse continuar viva, mas informação demais poderia colocar a vida dele em risco.

- Os planos do presidente foram expostos a todos no conselho. - iniciou. - O príncipe não disse como descobriu a fonte, mas creio que a reunião na sede fora para o propósito de desmascará-lo perante todos.

- Athos está realmente morto? - indagou Rihen.

- O príncipe o matou e fará o mesmo quando colocar as mãos em vocês dois.

Rihen e Stiva apenas sorriram, enquanto Haykan continuava com a expressão séria.

- Ele está organizando um contra ataque e uma barreira de defesa. Está evacuando todos os planetas posteriores a ela.

- Ele está a frente de tudo? - perguntou Haykan.

- Sim. Nomeou o senhor Sttup como presidente da policia.

- O Sttup? - Rihen ficou surpreso.

- O que sabe sobre ele? - Haykan o fitou.

- É um dos melhores militares de GS. É o diretor da academia.

 - Hum... - o governador coçou o queixo. - algo mais? - fitou Jhapei.

- Sim. O príncipe fez uma revelação que deixou todos perplexos.

- Qual?

- Soren tem outro filho.

- O QUE?  - berraram os três.

- Ainda na época de príncipe, ele se envolveu com uma moça. Esse filho ficou por muitos anos oculto e agora apareceu.

- Isso é mentira. - disse Rihen. - deve ser um golpe para desestabilizar ou enganar o conselho. Soren nunca mencionou sobre esse filho.

- É por que ele não sabia. Parece que o único que sabia era o rei de Alaron e quando morreu levou esse segredo. - Jhapei media as palavras para não dizer demais.

Haykan estava num profundo silencio. Mais um Tempestta não estava nos seus planos. Não que fosse um grande empecilho, mas isso tornava GS mais forte.

- Você o viu?

- Sim. Na verdade, Rihen e Stiva o conhecem. - os fitou.

- Conheço? - Stiva indagou surpreso. - eu?

- Athos também o conhecia.

- Quem é? - indagou Rihen.

- O superintendente da área quinze. O Tenente Madden.

Os olhos dos dois arregalaram.

- Ele? - Stiva estava branco.

Rihen estava igualmente perplexo. Já o vira algumas vezes, mas nada que levasse a pensar que ele era um Tempestta. Agora, lembrando-se da face dele, era muito parecido com Soren quando jovem.

- Um Tempestta todo esse tempo dentro da policia... - Haykan sorriu. - se Soren estivesse a parte disso, receberia meus cumprimentos. Foi um golpe de mestre. - levantou. - bem senhores... - começou a andar pela sala. - agora temos dois herdeiros.

- Seus planos irão mudar? - indagou Rihen.

- Não por enquanto. Jhapei, - fitou a jovem. - venha o mais rápido possível.

- Sim senhor. - ela fez uma mesura e desligou.

- Nunca imaginaria que aquele idiota fosse um Tempestta. - disse Stiva. - príncipe e sendo superintendente numa área remota. Serioja deve está se contorcendo de ódio. - riu.

- Realmente muda o arranjo político de Ranpur. - disse Haykan. - os dois têm direito ao trono.

- Acha que disputarão?

- Não por enquanto Rihen. Se até hoje Madden nunca se pronunciou como tal, é por que não tinha interesse. Ele teria muito mais vantagem que o filho desaparecido. Fora que ele é um policial, teria apoio do meio. Por enquanto isso não é minha preocupação. Se sobreviverem a hoje, pensarei adiante. - sorriu.

Stiva e Rihen trocaram olhares.

O.o.O.o.O

Shion olhava a cidade de Vanahem. Quando pisou ali dias atrás, a cidade resplandecia com suas cores e população feliz, agora tudo que via era escombros e ruas vazias. As pessoas tinham sido levadas para os abrigos ou para o interior do planeta. Apenas membros da policia é que transitavam pelo local. Aquele silencio mórbido o lembrava o tempo da guerra contra Hades, no século XVIII. Queria fazer alguma coisa pelo planeta de seus ancestrais, mas não sabia realmente como. Apesar de inimigos, um cavaleiro não poderia usar sua força contra um humano comum, somado a isso armaduras não eram práticas em combates entre naves. Contudo mesmo com as dificuldades, teria que fazer alguma coisa usando as armas que disponha: cosmo e armadura. Lembrou-se dos instrumentos dados por Alisha. Ele poderia reforçar a proteção das armaduras com eles e com o uso do oricalco.

Alisha que tinha ido atrás dele, parou a certa distancia observando-o. Em que ele pensava?

- Shion.

- Sim.- virou-se para ela.

- Está com a expressão um pouco fechada.

- Não consigo ficar imparcial diante disso. - apontou para a paisagem. - é o meu lar.

Ela sorriu diante da frase. Era sinal que Shion já enxergava Alaron como casa.

- Nós vamos reverter.

- Será que no inicio da noite poderia arranjar uma nave para mim? Vou voltar para Ranpur e iniciar a reparação das armaduras. Quero que todos dêem o máximo de si.

- Claro. Os instrumentos do meu pai serão úteis? - aproximou pegando nas mãos dele.

- Sim. - sorriu diante do contato.

- Venha comigo.

Alisha o conduziu até uma pequena sala, que servia de mini escritório. Assim que ela trancou a porta o abraçou.

- Aconteceu alguma coisa? - indagou logo de cara diante do gesto.

- Não. Só queria ficar um tempo assim com você. Os últimos dias tem sido difíceis.

- Nós vamos reverter. - usou a frase dela, enquanto acariciava as madeixas lilases.

- Espero que sim. - o fitou.

Shion a beijou. A qualquer momento ela poderia ser solicitada então queria aproveitar todos os momentos a sós com ela. Alisha pensava a mesma coisa tanto que aprofundou o contato. Quando deram por si, ela estava deitada num pequeno sofá. Shion a fitava fixamente. Beijaram-se novamente e as caricias intensificaram...

Com o rosto apoiado no peito dele, ela brincava com os fios verdes. Estava pensando no depois. A guerra poderia durar semanas ou meses, mas e quando acabasse? Como ficariam os dois?

- Shion.

- Sim?

- Quando tudo isso acabar como será? Pode levar meses, mas o que vai acontecer conosco quando voltarmos a ter paz? - ergueu o rosto fitando-o.

O ariano olhou para as marcas arroxeadas dela. Pensava nisso todos os dias. Já estava em vias de se aposentar, estava treinando Aiolos para isso. Estava na hora da nova geração seguir seu próprio caminho.

- Ficarei para ajudar a reconstruir Alaron.

- E depois disso? - indagou ansiosa.

- Princesas se casam com plebeus? - perguntou sorrindo.

- Com plebeus eu não sei, mas com cavaleiros de Athena sim. - abriu um grande sorriso. - quer mesmo ficar?

- Sim. Meu lugar agora é aqui.

O.o.O.o.O

Aldebaran seguia atrás do presidente Skip. A capital ainda estava destruída, mas felizmente a população estava a salvo. Soube através do próprio presidente que a família de Niive e Célica estavam bem.

- Senhor Skip em que posso ser útil? - indagou diante do silencio da autoridade.

O presidente parou de andar, olhando para o taurino. Realmente aquela vestimenta era algo impactante.

- O bem mais precioso de Clamp é a sua população. Somos fortes, mas com os ataques cada vez mais covardes de S1 temo o pior. Quero que fique encarregado na proteção dos civis.

- Em que exatamente?

- Garoto, - Skip tocou nos ombros dele. - essa guerra não é sua, por isso tenho que te dar a chance de desistir.

- Eu jamais faria isso senhor. Seria trair meus votos a minha elementar.

- Tem certeza?

- Absoluta. - respondeu convicto.

- Está certo. - sorriu. - grande parte da população, - recomeçou a andar, - está em abrigos no interior do planeta. Destaquei inúmeros homens para fazer a proteção, mas não sabemos o real poder de força de S1. Eu quero que fique encarregado de protegê-los. Imagino que esteja acostumado a lidar com o fronte de batalha, já que está no patamar mais alto da sua ordem, por isso peço que fique na retaguarda e que aceite proteger os kalahastis.

- Eu farei isso. Nada nem ninguém tocará no nosso povo.

- Obrigado. - disse confiante. Ter o guardião de um elementar lutando a favor lhe dava muitas esperanças. Talvez a presença dele ali fosse um ótimo sinal de vitória.

O.o.O.o.O

Aioria estava em seu quarto, deitado. Apesar de dizer que estava bem, a rainha insistiu para que ele descansasse. Afrodite, Kamus e Mu estavam com ele.

- Eu estou bem. - repetiu.

- Se tivesse levado uma surra do Frodi, eu até deixaria você levantar, mas foi contaminado por radiação! - exclamou Afrodite. - até parece que nunca ouviu falar de Hiroshima e Chernobyl.

- Tudo bem. - bufou. - e a armadura?

- Shion a examinou. - disse Kamus. - não parece ter danos externos, mas ele está preocupado com a radiação.

- Mas não tiraram a radiação?

- Sim, mas todo cuidado é pouco.

- Estamos no meio dessa guerra e não poderei usá-la? - fechou a cara.

- Provavelmente não. - disse Mu. - alias, nossa participação nessa guerra será pequena. Não podemos fazer muita coisa.

- Tentaremos ser úteis. - disse Afrodite. - não é uma guerra contra deuses, mas deve ter algo que poderemos fazer.

- É estranho pensar que somos necessários e temos um grande poder na Terra e aqui, não passamos de "amigos do príncipe".

- É um pouco frustrante.

- Sendo importante ou não devemos nos preparar. - Kamus levantou. - principalmente você. - apontou para o leonino. - seu cosmo está vibrando diferente e está mais forte. Talvez precisará controlá-lo.

- Percebi isso. Sinto como se meu corpo estivesse ligado na tomada constantemente.

- Até agora, poucos manifestaram coisas estranhas. - Dite passou a andar pelo quarto. - Aldebaran ganhou força e se cura dos ferimentos. Shaka consegue ter visões do futuro, Kamus faz nevar e você solta raios.

- Nevar? - Aioria fitou o aquariano.

- Subitamente começo a congelar as coisas...

- Estranho...

- Eu notei que a muralha de cristal fortificou. - Mu fitou o pisciano.

- De certo aconteceu o mesmo que Shion, fora que vocês dois conseguiram manipular o oricalco. Agora, o restante está normal.

- Mas será que ainda não poderá manifestar? - sugeriu o leonino.

- Tudo pode acontecer. - disse Kamus. - eu não estou estranho? Acredito que é a atmosfera daqui.

Concordaram. Dite lembrou-se da rosa azul. Será que era um indicio?

- De toda forma vamos ficar em alerta. E você... - Kamus apontou para o grego. - trate de descansar.

O.o.O.o.O

Dara supervisionava sua área de atuação. Havia recebido o aviso que as pessoas que estavam em Sendai, tinham sido recolhidas pela policia. Ficou surpreso com rapidez do processo, mas não soube sobre a Genesis.

Depois de terminada a evacuação, Urara e Shaka seguiam para Obi. Faltava pouco para a barreira que dividia a galáxia ficar pronta, contudo...

Orrin dera o comando para que sua tropa posiciona-se conforme o plano. O momento de atacar havia chegado.

- Senhor. - um militar bateu continência.

- Diga para iniciarem o ataque, nós seguiremos para nosso alvo.

- Sim senhor.

As espaçonaves de GS faziam as manobras para construírem a barreira. Não havia nada no radar, por isso estavam tranqüilos. Dara estava no meio deles.

- Capitão, menos de dez por cento para a conclusão.

- Ótimo. - disse Dara. - mantenham o alerta.

Chamando a atenção de todos, um circulo azul de energia surgiu diante deles. Depois apareceram mais.

- Um hadren? - Dara arqueou a sobrancelha. - não estava prescrito mais tropas para esta região...

Os círculos azuis terminaram num funil. O Eiji arregalou os olhos.

- Merda!

Ele emitiu o alerta. Estavam diante de um grande regimento de S1, que não perdeu tempo começando a atacar.

Urara estava quase chegando a Obi, quando seu comunicador apitou.

- Trieste.

- Coronel! Estamos sendo atacados!

Ela e Shaka trocaram olhares.

A batalha ocorria ferozmente na área da barreira. O poderio de S1 estava superior ao de GS. No meio do fogo cruzado, Dara tentava orientar seus soldados.

Colocando sua nave a velocidade máxima a diretora dirigiu-se para o campo de batalha.

O.o.O.o.O

Dohko soltou um suspiro aliviado. Ele e Shura tinham cumprido a missão com relativo êxito. Estavam longe de profissionais, mas em caso de emergência estavam aptos a ajudar.

- Parabéns. - disse Etah. - se não fossem voltar para VL em poucos meses seriam bons pilotos.

- Obrigado. -  Shura disse pelos dois.

- Vou buscar Miro, precisamos voltar para Ranpur.

O jovem piloto caminhava lentamente pelo corredor. Poderia ter perguntando a Dohko sobre os poderes de Miro, mas preferiu relatar apenas ao chanceler. Depois do ocorrido na sala, o grego prontificou em arrumá-la.

- Miro. - abriu a porta.

O escorpião terminava de carregar os escombros e equipamentos estragados.

- O Mask vai me matar quando souber. - parou o serviço. - isto custa muito caro?

- Um pouco. - sorriu sem graça.

Miro bufou.

- Me ferrei. Ele vai infernizar.

- Não se preocupe com isso. Felizmente ninguém se feriu. Isso que é importante.

- Não conhece o Giovanni.

Limpou as mãos caminhando na direção de Etah.  O piloto fitava o grego, de repente sentiu os músculos paralisados, como se estivesse preso.

- "O que é isso?" - pensou. Tentou se mexer, mas algo invisível o prendia. Voltou a atenção para o escorpião. Um frio percorreu a sua espinha a medida que ele aproximava. Até parecia que estava diante de um predador.

- Etah?

O piloto piscou algumas vezes, nem tinha percebido que ele já estava tão perto. A sensação de aprisionamento tinha terminado.

- Desculpe... - olhou para as mãos mexendo-as. - "o que...?"

- Algum problema?

- Nenhum. - disse rapidamente. - já estamos indo, uma nave nos aguarda.

Miro deu nos ombros seguindo com ele. Dentro da nave, enquanto os dourados trocavam experiências, Etah olhava discretamente para Miro. O que tinha acontecido?

O.o.O.o.O

Noah estava sentado de frente para a Enraiha. A bola azul mostrara algumas imagens de invasões, algo que realmente estava acontecendo na galáxia. Contudo previsões mais “importantes” não aconteciam desde a morte da dama real de Ranpur. O conselheiro de Obi estava preocupado quanto a isso.

- Nenhuma imagem?

Ele ergueu o rosto ao escutar a voz.

- Não Endah e esse silencio me assusta.

- E se o menino Shaka vier até nós?

- Ele está com a Urara, pode ser que venha.

Endah sorriu ao se lembrar dos dois. Tinha muitos anos de vida, mas foram pouquíssimas vezes que viu duas pessoas ligadas pela linha vermelha.

- A filha de Trieste é uma pessoa de sorte. – voltou o olhar para a Enraiha. – está tendo a chance de viver uma relação pautada no amor recíproco e com uma pessoa fora da nossa raça.

Noah sorriu.

- Só os elementares podem explicar sobre os dois. – a fitou. – Assim como só eles podem explicar a vinda desses garotos e até mesmo o pequeno Eron ser criado ao lado de uma elementar de VL.

- Algo já determinado?

- Pode ser que sim. – Noah levantou, caminhando lentamente até a bola. – talvez os eventos da primeira guerra contra S1 tenham sido apenas um instrumento para as coisas que estão acontecendo hoje. A morte dos reis de Alaron e Ranpur, o desaparecimento do pequeno, os nossos desafios do pós guerra. Tudo pode está relacionado.

- Teríamos uma resposta em Ikari? – Endah parou ao lado dele.

- Provável.

A Enraiha começou a brilhar, Noah e Endah voltaram a atenção para ela. Nos primeiros segundos apenas uma luz fraca percorria a extensão da bola, até que a imagem de doze símbolos apareceram.

- Que símbolos são esses? – Endah olhou para Noah.

O conselheiro não tirou o olhar da bola, para guardar bem aquelas imagens, pois desconhecia aqueles símbolos. Os olhos pararam num em especial: a letra M com uma volta no final.

O.o.O.o.O

Afrodite estava recolhido em seu quarto. Desde o chá com a rainha pensava no ocorrido. Fez aparecer inúmeras rosas, mas todas vieram nas cores tradicionais: vermelha, branca e negra.

- O que foi aquilo... - olhava atentamente as mãos. Jogou o corpo para trás deitando. - que rosa foi aquela...?

Estralou o dedo e uma rosa azul surgiu. Ele ergueu o corpo rapidamente, assustado com o ocorrido.

- Azul... - tocou nas pétalas. Parecia uma rosa comum. - o que você faz...?

- Afrodite.

Mu bateu na porta, rapidamente Afrodite tratou-se de livrar da rosa. Jogou-a pela janela.

- Pode entrar.

- Vim saber se você está bem.

- Estou. - sorriu. - estou só repousando, não sabemos quando entraremos em ação. E o Aioria?

- Está descansando.

- Ele precisa de descanso. Ainda bem que ganhou um quarto separado. Kamus?

- Adivinha. - o ariano sorriu.

O cavaleiro de aquário estava com Beatrice. O chanceler estava reunido com a rainha.

- Tem certeza que está bem?

- Sim Bia. - não tirou o olhar dos mapas. - aquilo deve ter sido um lapso do meu cosmo.

- Kamus... - murmurou entediada.

- Meu poder está manifestando de maneira diferente. - a fitou. - vou conversar com mestre Shion, ele saberá me orientar.

- Sua saúde não será comprometida?

- Não. - voltou a atenção para os mapas.

- Se diz...

O dia em Ranpur seguia tranqüilo, os habitantes do planeta e até dos outros sistemas não imaginavam que uma nave de grande porte dirigia-se para a sede de GS.

O.o.O.o.O

A área onde Dara atuava estava um caos. A barreira implantada estava parcialmente destruída e a força de GS estava reduzida a metade. Na sede da policia o aviso da invasão chegou em pouco tempo.

Sttup estava numa conferencia com o piloto da Genesis, quando um policial entrou as pressas.

- Senhor!! A área dois está sendo atacada!!

Rapidamente reforços foram solicitados para aquela área e um alerta emitido a toda galáxia.

O.o.O.o.O

Era o pior local que poderia está, um dos planetas invadidos por S1. O atlantik de olhos verdes andava pelas sombras, para não ser visto, a cidade estava sitiada. Faltava apenas repassar para o seu senhor os detalhes da primeira etapa da missão que logo partiria para S1 cumprir o restante.

Pegou um beco e ligou seu comunicador.

- Diga.

- Segue as informações. - enviou uma base de dados. - Está tudo preparado para receber o visitante.

- Ótimo.

- Parto em poucas horas para S1.

- Seja discreto. - disse Serioja recebendo as informações. - entre o contato o mais rápido possível.

- Sim senhor.

O atlantik só teve tempo de desligar o aparelho, foi atingido por trás.

- Não deveria tê-lo matado. - disse um militar de cabelos branquíssimos e olhos azuis. - poderia valer alguma recompensa para o senhor Haykan.

- Era um atlantik comum. - respondeu o que tinha matado. - vejamos a informação dele.

Olharam o pequeno dispositivo, entretanto o atlantik  tinha apagado as informações para garantir maior sigilo.

- Viu só! Ele vivo seria util. - reclamou o outro, igualmente fisicamente como ele.

- Tem uma palavra. - disse o atirador.

- Que pode ser de qualquer coisa. - bufou o outro. - deixe isso aí e vamos.

O atirador olhou mais uma vez para o aparelho antes de jogá-lo fora. Estava escrito: Temp1.

O.o.O.o.O

Urara seguia a todo vapor para o local onde ocorria as batalhas. Shaka estava ao seu lado, num profundo silencio.

- O que foi? - indagou a diretora.

- Estou pensando em como posso te ajudar.

- Não entrando na batalha. - disse fria.

Shaka não falou mais.

Quando a nave da diretora chegou, perceberam o quanto a situação estava critica. Shaka olhava atentamente para o cenário. Que tipo de guerra era aquela?

- Triste. - o comunicador dela abriu um canal.

- Senhor Dara.

- Precisamos de reforços nas áreas cento e dezesseis e dezessete. Estamos conseguindo recuá-los, mas estão fortes.

- Irei para lá. A Antares também já está a caminho.

A diretora fazia varias manobras para não ser acertada pelos inimigos, o indiano sentia os movimentos bruscos da nave, mas não dizia nada. Aquela situação estava acima de todas as suas suposições e do jeito que as coisas iam, ele, na qualidade de cavaleiro de Atena, não poderia fazer nada.

O.o.O.o.O

Iskendar e Mask estavam sentados longe um do outro na cabine de comando. O cavaleiro apenas conversava com Saga. Desde que saíram de Ranpur, os dois príncipes não trocaram nenhuma palavra. Evans fitava os dois discretamente. Qual assumiria o governo? Ambos tinham o direito.

- "Que grande problema hein Soren!" - pensou.

O.o.O.o.O

Orrin admirava a imensidão do planeta esverdeado. Como havia imaginado, o planeta estava bem guardado, mas evidentemente insuficiente para a esquadra de S1.

- Comecem a primeira investida.

O clima na capital era de relativa tranqüilidade. Por serem a sede da galáxia as pessoas não pensavam que a guerra chegaria rápido a aquele lugar, contudo...

Dezenas de naves começaram a atirar na defesa do planeta. Como o radar não tinha captado-as, quando os policias de Ranpur perceberam o ataque já estava em cima. Tentando contornar a situação, foi emitido um alerta no planeta. Sirenes podiam ser ouvidas por todos os lados. Logo a sede da policia foi comunicada provando uma onda de temor em todos.

Mu e Afrodite conversavam quando Aioria entrou rapidamente no quarto.

- Olhem as janelas! - gritou.

Os dois correram, arregalando os olhos ao verem várias naves.

- Por Athena... - murmurou o pisciano.

As naves de S1 abriram fogo contra a população e em prédios estratégicos soltavam torpedos.

- Nós precisamos ajudá-los. - disse Mu.

Alguns andares abaixo, Kamus escutou explosões. Levantou indo até a janela.

- Beatrice!

A garota levantou as pressas diante da entonação da voz. Quando viu a paisagem...

- Estamos sendo atacados.

Hely corria desesperada pelos corredores. Precisava salvar a rainha, antes que o palácio se tornasse um alvo.

- Majestade! - abriu a porta bruscamente. - precisamos evacuar o palácio.

- O que houve? - indagou sem entender.

- Ranpur está sendo atacada.

Marius ficou livido. A Euroxx, Antares e Galaxy não estavam por perto.

Nas ruas de Shermie, o pânico estava instaurado. As naves inimigas agruparam-se para seguir para o próximo alvo: o palácio real.

Dentro do castelo as pessoas corriam desesperadas. Afrodite e os demais acabaram por encontrar Kamus e Beatrice.

- Hely irá conduzir a evacuação do palácio. - disse a auxiliar. - precisamos sair daqui imediatamente.

- Não tem barreira? - indagou Aioria.

- Não suportará o poder de fogo.

- Mas se saírem agora serão alvos fáceis. - disse Mu. - não sabemos se já nos cercaram.

- Não há outro jeito. - Hely apareceu com Marius, Lirya e alguns soldados.

- Há sim. - disse Dite. - o salão principal. É o local mais central do palácio. Hely reúna todos que estão no palácio e os leve para lá.

- Talvez seja uma boa solução. - falou a dama real. - pelo menos até os reforços chegarem.

Com o pedido feito, reuniram todas as pessoas que estavam no palácio, levando-as para o salão. Como era amplo, acomodou todos tranquilamente.

- Hely consiga contato com o Mask. Ele precisa voltar imediatamente.

- Sim Gustavv.

- Eles podem entrar aqui Dite. - disse Kamus.

O pisciano pensou por alguns segundos.

- Aioria você fica com eles. Se algum inimigo aparecer, mate.

- Sim.

- Os demais venham comigo.

- É perigoso. - disse Lirya preocupada.

- Sabemos nos cuidar majestade.  Não deixe ninguém sair, vou criar um jardim em todo o palácio. - fitou Aioria.

- Está certo.

- Tome cuidado. - disse Beatrice a Kamus.

Os cavaleiros chamaram suas armaduras, com exceção de Aioria. Se ela ainda estivesse contaminada poderia espalhar para os demais.

Assim que Dite fechou a porta, começou a elevar seu cosmo. Toda a área interna do palácio foi revestida por rosas.

Quando os três chegaram do lado de fora, testemunharam o cenário de caos. Cortinas de fumaça subiam até os céus e dezenas e dezenas de naves travavam uma batalha feroz.

- É impossível trazer as pessoas para cá. - observou Mu.

- Nossa missão agora é resguardar a vida de quem está lá dentro. - disse Kamus. - qual é o planto Afrodite? Esse lugar com certeza é um alvo.

- Você ficará do outro lado derrubando as naves que surgir. Eu ficarei aqui e Mu construirá uma barreira.

- Eu não consigo criar com esse porte. A área é enorme.

- Consegue. - disse convicto.

- Faça Mu. - Kamus correu para o local onde ficaria.

Os dois ficaram sozinhos.

- Antes da sua muralha, vou tentar criar uma barreira com rosas, pelo menos até a metade do palácio.

O cavaleiro de peixes começou a liberar seu cosmo, há muito tempo não aplicava aquela técnica e nem sabia se ela iria funcionar, tamanho a área abrangente, mas fizera uma promessa a Mask que protegeria Lirya a todo custo. O cosmo expandiu rapidamente, assim como o de Mu que começou a erguer a muralha de cristal.

Rosas começaram a surgir por todos os lados, assim como seus caules a engrossar. As trepadeiras começaram a envolver a base do palácio, assim como o poder do ariano. Um rastro de luz circundou todo o palácio.

- Muralha de cristal!

Mu ascendeu seu cosmo mais ainda, fazendo a muralha crescer. Estava sendo gradativo mas surtia efeito. Para ele seria um desafio, pois o palácio era dezenas de metros maior que a sede do governo em Ox.

Enquanto isso, Kamus observava o trafico intenso de naves. Felizmente as inimigas tinham uma coloração mais clara que as de Ranpur. O aquariano olhou para trás vendo que a muralha crescia, chegando já a alguns metros.

- "Vamos Mu, você consegue."

O ariano não parava de  elevar seu cosmo.

Dentro do palácio, Aioria acompanha pela janela. Não via os três mas conseguia sentir a energia deles, principalmente de Mu e Dite.

- O que eles vão fazer? - indagou Marius.

- Certamente Mu irá criar a muralha enquanto Dite e Kamus tentaram barrar os ataques.

- Ele conseguirá fazer uma barreira para encobrir todo o palácio? - indagou Hely.

- Espero que sim.

Todos viram um brilho dourado. Aioria sorriu.  A muralha já ultrapassava aquele ponto.

As trepadeiras de Dite começavam a escalar a construção, mas nada que fosse significativo.

Mu despejava mais e mais cosmo. Ainda faltava um longo caminho e já sentia o esforço. Ele ergueu um pouco o olhar, vendo as naves inimigas vindo em direção ao palácio. Se eles atacassem, a vida de todos estaria ameaçada.

- "Isso eu não posso permitir."

Reuniu forças aumentando ainda mais sua energia. A explosão de cosmo foi tamanha que fez os dois cavaleiros voltarem a atenção para o local. A muralha subiu rapidamente dezenas de metros encobrindo completamente o palácio real.

- "Primeira parte completa." - pensou o lemuriano. - "agora preciso mantê-la."

Afrodite o fitava impressionado. Mu era um cavaleiro excepcional, mas não imaginava que fosse tanto.

- "Muito bem Mu."

Voltou a atenção para suas trepadeiras, não estavam nem na metade.

- Nem que seja a ultima coisa que eu faça vou envolver o palácio.

Gustavv elevou seu cosmo, as trepadeiras avançaram, até que as rosas vermelhas começaram a ficar azuis.

- O que...?

A medida que as rosas mudavam de cor, os talos engrossavam e cresciam rapidamente. Dite não pensou muito, aumentou ainda mais seu cosmo. Em resposta, o numero de rosas azuis triplicou assim como o alcance dos caules.

Aioria olhava assustado para o tronco grosso de rosas azuis que transpassava toda a parede externa.

- Afrodite faz isso...?

- Por que está espantado? - indagou Marius.

- Ele nunca fez isso antes... ainda mais... rosas azuis?

- Ele me deu uma de presente. - disse Lirya. - não é normal?

- Não...

Outro que estava intrigado era Kamus. Pelo que sabia Afrodite não conseguia criar barreira de flores dessa magnitude, muito menos mudar a cor das rosas.

O pisciano ascendeu ainda mais seu cosmo e as trepadeiras chegaram ao topo do castelo, envolvendo por completo, transformando-o numa cerca de rosas azuis. O próprio ficou admirado com o feito, mas não teve muito tempo para isso, as naves inimigas chegaram.

O.o.O.o.O

Niive supervisionava as ultimas chegadas ao terceiro planeta da concentração. Kanon a seguia de perto, ajudando quando era possível. Todas as pessoas foram reunidas numa grande planície rodeada por montanhas.

- A ultima nave pousou, capitã.

- Muito bem Yoku. Agora devemos esperar as naves que os levarão.

- Em qual planeta serão deixados?

- Creio que seja Ranpur.

Numa tenda improvisada, Kanon olhava as montanhas. Apesar daquele local ser excelente para pousos, ao mesmo tempo era uma caixa. Se fossem atacados ali, não haveria escapatória.

- Algum problema? - a diretora tocou no ombro dele.

- Espero que o resgate seja rápido. Notou a topografia daqui?

- Sim. - ela voltou a atenção para as montanhas. - é um pouco perigoso.

A conversa foi interrompida por um bip. Niive atendeu fazendo cara de surpresa ao escutar a outra pessoa.

- Estamos prontos. - disse encerrando a comunicação.

- Já chegaram? - indagou Yoku.

- Sim.

- Quantas naves serão? - o auxiliar imaginou que fosse dezenas.

- Uma. - a voz dela saiu fria. - uma única nave.

Kanon estranhou. Mask tinha sido taxativo que teria condições de salvar todos, mas nem se usassem a Antares seria suficiente levar todas as pessoas.

- Tem certeza que é só uma?

- Sim Kanon. Vamos...

Começaram a ouvir uma gritaria, todos os olhares foram para onde as pessoas apontavam. Niive pensou que fosse um ataque inimigo, mas o grande emblema da casa real de Ranpur não deixava duvidas. O marina olhava completamente pasmo. Já vira filmes e seriados scifi, mas nada se comprava a aquilo. Yoku estava até paralisado.

- De onde essa nave surgiu? - indagou o auxiliar.

- Pergunte-se como temos uma nave dessa. - disse a diretora.

- Como isso voa?? - Kanon estava estarrecido.

Uma nova comunicação foi aberta e o capitão da Genesis se identificou e contou como seria o transporte dos civis. Disse que maiores detalhes seriam repassados pelo presidente da policia.

As ordens foram cumpridas e em poucos minutos todos os civis estavam a bordo da Genesis.

- Diretora... - murmurou um assustado Yoku.

- Não temos tempo para pensar, precisamos evacuar o ultimo planeta. - disse.

- Genesis... Se tudo foi um plano do Mask... - disse Kanon. - aquele italiano está ficando inteligente.

- Acha que ele sabia dessa nave? - indagou Yoku.

- Claro! - berrou Niive. - ele é o príncipe.

- Não só por isso. - comentou o grego. - ele sabia e a guardou segredo até o ultimo momento. Não duvido que tenha mais truques na manga.

Os dois kalahasti fitaram um ao outro. Os dois lados da guerra estavam bem preparados.

- Diretora!! - um policial corria afobado.

- O que foi?

- Registros de batalhas a quinhentos mil quilômetros daqui. Parece que é uma esquadra grande de S1.

- Como???

- E a Genesis? - indagou Kanon preocupado.

- Está fora do alcance.

Reunindo seus subordinados Niive partiu para a área do combate. Dezenas de naves inimigas estavam dizimando as tropas de GS.

- Estão mais fortes. - disse Kanon olhando as naves.

- Assuma seu posto soldado. - Niive o fitou. - espero que esteja com boa pontaria.

- Sempre tenho. - sorriu.

Do outro lado da galáxia, Urara e Shaka travavam uma batalha semelhante. Novos reforços vindos de Obi e Orion ajudavam, mas o poderio de S1 não estava atrás. Shaka estava ao lado de Urara. Não dizia nada e sentia-se um completo inútil. Não sabia pilotar tampouco atirar. Seus pensamentos foram cortados por um rodopio da nave. Ela havia sido acertada.

- Está bem Shaka?

- Sim. - a fitou.

- Esses cretinos estão mais fortes... - murmurou. - seremos derrotados...

O virginiano sentiu um aperto no peito. Era um dos cavaleiros mais fortes de Atena e não havia nada que ele pudesse fazer.

- "Se não estivéssemos no espaço poderia fazer o kahn." - pensou.

Os combates continuavam, as naves de GS estavam sendo abatidas rapidamente. A nave militar Antares chegaria em pouco tempo, mas até lá poderiam ser derrotados.

- Trieste.

- Senhor Dara? - disseram ao mesmo tempo Urara e Shaka.

- Não daremos conta de segurar o ataque e manter a barreira ao mesmo tempo. Um será prejudicado.

- Mas que droga... - Urara cerrou o punho.

Ver Urara naquele estado era desesperador para Shaka. A diretora lutava com todas as suas forças para proteger a galáxia, mas não estava sendo suficiente.

- "Urara..."

Subitamente sentiu seu corpo arder. Seu cosmo elevou-se por segundos para depois extinguir.

- O que... - olhou para as mãos, elas estavam envolvidas por uma luz dourada. - Urara...

Ela o fitou arregalando os olhos.

- Shaka!

O grito assustou Dara.

- O que foi Urara?

Shaka abriu os olhos... não ouvia som algum, mas o cenário estava cintilado por inúmeros pontos luminosos.

- O que???

Ele estava fora da nave de Urara. Dentro dela, a diretora tirou o cinto de segurança, indo até o indiano.

- Shaka! Shaka. - sacudia-o. - Shaka!

Do lado de fora o indiano via o desespero de Urara. Não estava entendendo nada, quando fitou a si. Estava envolto por uma luz dourada.

- "O que significa isso..."

Urara continuava a chamar o indiano, estava entrando em pânico, quando teve a atenção chamada por um ponto dourado. Ela olhou pelo vidro, levando a mão a boca.

- Shaka...

O cavaleiro se via sentado na cadeira.

- "Eu..."

A mente clareou. Sem perder tempo, voltou a atenção para os combates.

- "Se Aioria energizou uma nave usando o cosmo, sou capaz de destruí-las." - fez sua tradicional posição.

Urara olhava assustada para a figura dourada do lado de fora da nave. Como Shaka poderia está em dois lugares? Não pensou muito, pois via a aura dourada dele aumentar ainda mais.

- Alerta! Alta carga de energia. - soou o painel.

- "Urara."

- Shaka?!? O que...

- "Explicarei depois." - dizia diretamente na mente dela. - "Afaste o maximo que puder, assim como nossos aliados. Tentarei destruir o maior numero de naves.

- Como??

- "Confie em mim. Talvez não seja suficiente, então prepare um contra ataque."

- Tudo bem...

Ela voltou a atenção para o “corpo” do indiano, não sabia do que ele era capaz, mas se ativou a Enraiha ele poderia ter outras habilidades. Rapidamente assumiu o controle.

- Urara o que foi??? - Dara berrava do outro lado por falta de comunicação.

- Mande todos se afastarem num raio de cinqüenta mil quilômetros.

- Por que?? O que está havendo? O que houve com o Shaka??

- Iremos saber daqui a pouco. - respondeu retirando a nave. - ao meu sinal vamos realizar um grande contra ataque.

Dara não entendeu, mas acatou a resolução, ordenando aos demais que fizessem o mesmo.

O cosmo de Shaka não parava de aumentar. Ele sentiu quando Urara se afastou, agradeceu mentalmente por isso. 

Como um ponto brilhante no espaço, chamou a atenção das naves de S1. Urara e Dara estavam reunidos com as demais naves.

- O que esta havendo?

- Não sei explicar... - disse a diretora. - vamos aguardar. Apenas confie. - um bip chamou a atenção dela. A Antares chegaria em poucos minutos.

As naves de S1 estavam prontas para atirar quando o cosmo de Shaka expandiu-se por metros. Ele abriu os olhos.

- "Rendição divina."

O cosmo dele explodiu de uma vez. As tropas de GS viram um ponto dourado se alastrar rapidamente em todas as direções num brilho muito intenso.

- Shaka... - murmurou a diretora, olhando para o corpo inerte do cavaleiro na cadeira.

As naves de S1 dispararam, mas a luz dourada de Shaka encobria os tiros. A grande maioria foi encoberta pela luz. Quando Urara viu a intensidade da luz diminuir sentiu que era o momento. Ordenou que toda esquadra atacasse com ferocidade... nesse exato momento a Antares surgiu. Urara explicou rapidamente ao capitão Yahiku a situação.

A batalha durou apenas mais dez minutos. Dezenas de naves de S1 foram destruídas e as que sobraram bateram em retirada.

Shaka respirava ofegante. Não havia utilizado todo seu cosmo, mas era como se tivesse usado. Via o cenário de destruição aliviado. Pelo menos naquela área estavam todos a salvo. Depois do ataque, Urara foi para o local onde o cavaleiro estava.

Dara estava com a expressão grave. Aquela luz não era de uma bomba...

- "O que aconteceu?" - perguntava-se.

A diretora parou a nave ao ver o cavaleiro.

- Shaka. - disse, olhando a destruição ao redor dele. Como um homem poderia destruir metade de uma frota de naves? Usando energia?

O virginiano sentiu a presença dela. Levitando foi até a nave, ao passar pela fuselagem teve seu "corpo" desfeito...

Shaka soltou um suspiro "despertando".

- Shaka...

Ele a fitou com um sorriso nos lábios.

- Seu garoto estúpido! - gritou abraçando-o. - poderia ter morrido!

- Estou bem. - devolveu o gesto.

O.o.O.o.O

Serioja aguardava uma comunicação do seu enviado a S1. Havia algum tempo que ele não mandava noticia, desde o ultimo contato.

- Já deveria está em S1... - murmurou.

- Senhor! - Iesa abriu a porta bruscamente.

- O que foi? - indagou feroz.

- Ranpur está sendo atacado por S1.

De surpresa a expressão passou para feliz. Abriu um grande sorriso.

O.o.O.o.O

As naves de S1 posicionaram na frente do palácio, começando a atirar sem trégua.  Os tiros batiam violentamente contra a muralha de cristal, mas ficavam mais constantes e fortes e Mu não agüentaria. Do outro lado Kamus passava pelo mesmo problema. Disparava rajadas de cosmo e ar frio entretanto o numero de espaçonaves era maior. Pensava que não poderia piorar mas...

Ele viu uma nave mediana pousar e dela desembarcar dezenas de soldados.

- Um exército?

Homens e mulheres usavam um uniforme escuro que cobria por completo o corpo. Contudo o que deixou o cavaleiro de Aquário impressionado era a aparência deles. Tinham cabelos que iam do loiro ao branco. Os olhos eram azuis claríssimos e alguns tinham sardas, mas o fator mais predominante era a brancura da pele.

- "Em S1 tem eijis?" - pensou.

O exército começou a atirar.

- Preciso dete-los.

Kamus deu um soco no chão, fazendo espalhar uma fina camada de gelo. Ao atingir as pessoas muitas delas escorregaram. O francês tinha se distraído e por pouco não foi atingido por um tiro de plasma.

- Não vou conseguir deter todos...

Do outro lado...

Mu lutava para manter a barreira, Afrodite após terminar a sua, foi para perto do ariano.

- Eu seguro as pontas agora.

Dite foi para frente. Não tinha um exército como Kamus, mas o numero de naves era maior. Começou a disparar rajadas de energia.

Kamus não queria entrar em luta corporal com eles, muito menos matá-los, mas precisava encontrar uma solução. De repente a temperatura começou a cair, fazendo nevar naquele ponto.

- Só me resta...

Ergueu o braço direito. Já usara o esquife de gelo algumas vezes, mas nunca para prender tantas pessoas, nem sabia se daria certo. Estava prestes a disparar, entretanto as naves não davam trégua.

- Desapareçam.

Disse irritado, abrindo o braço esquerdo, como se fizesse o sinal de "basta". O que se sucedeu o deixou assombrado, gigantescas estacas de gelo surgiram onde o movimento da mão passou. As estacas passaram no meio do exército e as mais altas pegaram algumas naves desprevenidas.

Afrodite disparava sem parar raios de energia, entretanto seu efeito.

- "As minhas rosas não vou cortar o metal..."

Ele deu um passo, parando ao perceber que pisara em algo: uma rosa azul. Um jardim delas surgiu diante dele.

- "Se elas viraram aquelas trepadeiras..."

Ergueu seu cosmo, os caules começaram a engrossar e a crescer. Com um movimento das mãos, "ordenou" que os caules fossem em direção as naves. Dite pensou que apenas poderia segura-las, contudo ficou surpreso quando um chicote feito pelas raízes atravessou a fuselagem.

Mu que assistia arregalou os olhos. Afrodite não perdeu tempo, começou a atacar as naves inimigas.

No palácio, Aioria via tudo impressionado. Desde quando Afrodite tinha aquelas habilidades? Lirya, Marius, Hely e Beatrice presenciavam atônicos. Jamais tinham visto algo como aquilo.

Deixando para entender sobre as estacas depois, Kamus disparou seu ar frio em direção ao exército. Eles foram congelados instantaneamente. Elevou o cosmo, girando o corpo. Uma parede feita de gelo surgiu ao redor do palácio. Então levantou os dois braços acima da cabeça, mas não com a intenção de disparar o "Execução Aurora". Quando os abaixou no segundo seguinte, estacas de gelo surgiram no solo erguendo a metros de altura. Kamus pulou em cima delas e com o punho disparou o pó de diamante sobre o exército, congelando os que faltavam. Desviando dos tiros das naves mirou nelas fazendo o mesmo processo.

Ganhando mais confiança no seu novo poder, Afrodite permitiu-se  mover na área. Saltou sobre um chicote, enquanto criou uma pequena barreira para proteger o local onde o ariano estava.

Não era só ao redor do palácio, que estava tendo batalhas. A cidade toda era um campo de guerra e as noticias logo chegaram aos demais planetas.



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