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História Tempestta - Sequestro


Escrita por: KrikaHaruno

Notas do Autor


Obrigada a todos pelos comentários

Capítulo 26 - Sequestro


Sttup estava na sua sala. A cada minuto recebia relatório dos ataques pela galáxia. GS estava conseguindo segura-los, mas a duvida era ate quando.

Por se encontrar no centro da galáxia, a sede da policia era protegida pela posição geográfica, contudo... há algumas milhas um hadren abriu. Um grande quantidade de naves passou.

- Senhor presidente! - um policial entrou as pressas. - tropas de S1 estão dirigindo-se para cá.

- Como?

Mal acabou de falar escutou o som de alerta. Uma barreira de proteção surgiu envolvendo a construção, dezenas de canhões foram preparados para proteger a estrutura.  Sttup caminhou até a janela vendo as naves.

- Use força máxima.

A Zaphyr seguia na frente, havia recebido instruções para derrubar a construção. E assim começou o primeiro ato. Usando artilharia pesada abriu fogo contra a barreira.

O presidente via o brilho causado pelo impacto contra a barreira.

- Localização da Antares e  Galaxy.

- Obi e Ranpur senhor.

- Ataquem.

Dezenas de pequenas naves partiram da sede para enfrentarem as naves de S1. A batalha estava sendo feroz e minutos depois a barreira em torno da construção foi destruída. Os canhões de defesa começaram a atirar, contudo também estavam sendo acertados. A sede tremeu.

- Senhor, não resistiremos por muito tempo.

- Precisamos derrubar a nave principal, - olhou para a Zaphyr. - imediatamente.

O pânico estava instalado nos corredores. O teto de vidro do auditório foi atingido, pessoas que estavam ali foram sugadas. As portas de contenção começaram a abaixar uma a uma para evitar um maior estrago. Sirenes foram ouvidas por todos os lados.

Sttup pensava numa estratégia. Se os estabilizadores da sede fossem destruídos ela perderia o rumo e sairia voando.

Do lado de fora a batalha continuava.

- Relatório de danos. - Sttup dirigia-se para a sala de comando.

- Perdemos a cúpula e o setor leste.

- Os estabilizadores?

- Estão intactos, mas os capacitores foram comprometidos. Perderemos as fontes de energia em vinte minutos.

- Tempo suficiente para nos salvar. - disse não muito convicto. -  Concentrem-se em abater a nave principal.

A Zaphyr suspendeu os ataques, movendo-se lentamente em direção ao setor sul da sede. Rihen havia passado a informação que naquele local ficava os estabilizadores. Caso fossem destruídos, a sede da policia galáctica não passaria de um amontoado de sucata a deriva.

- Presidente! - uma policial corria pelo corredor. - a nave principal está se movendo para o setor sul.

O rosto de Sttup empalideceu. Rihen havia contato sobre os estabilizadores.

- Segurem o quanto puderem a nave, enquanto façam a evacuação. Tire todos daqui.

A sede sofria mais e mais investidas o que dificultava as ações já que balançava com os impactos. Os canhões foram direcionados para a Zaphyr, mas ela contava com um poderoso escudo.

Nos mais diversos pontos da galáxia...

Marius junto com Beatrice acompanhava as batalhas próximas a Lain. Pedia para que a região de Ikari estivesse fora dos confrontos.

- Chanceler!

- O que foi?

- A sede da policia. - disse um homem. - está sendo atacada.

Dara e Urara ajudavam a Antares no combate. Yahiku ditava as ordens. Quando receberam a informação sobre a sede ficaram preocupados.

Niive acabava de entrar na orbita de Clamp. Os ataques ali, ainda não tinham chegado. A diretora, juntamente com Skip organizaram uma grande defesa e contra ataque.

- Vamos proteger Clamp e todo o entorno. - disse a diretora.

- Capitã! - Yoku entrou afoito na sala. - a sede está sendo atacada.

- Como?

Na sede, as luzes piscavam e várias partes da estrutura desprendiam. A Zaphyr posicionou-se em linha reta com os estabilizadores, abriram fogo.

Houve uma grande explosão e a primeira coisa que aconteceu foi uma forte inclinação da sede para a direita. Todos foram ao chão.

- Senhor.

- Estou bem. Continuem com a evacuação.

Para piorar a situação as luzes apagaram, as de emergência acenderam, mas durariam pouco.

Em S1, Haykan recebia as informações e imagens. Rihen estava ao seu lado.

- Não sente nada ao ver sua sede ser destruída?

- Ela não representa mais nada para mim. - o fitou. - em dez minutos a luz de emergência vai se extinguir. A sede está condenada.

Os ataques por parte de S1 continuavam, a tão prestigiosa sede da policia estava sendo reduzida a cinzas.  Sttup olhava a destruição. Jamais imaginou que aquele lugar fosse cair.

- Senhor precisamos ir.

- Todos saíram...?

- Sim.

Sttup deixou ser conduzido para uma nave de fuga. A distancia testemunhou o fim da sede. Ela partiu-se em pedaços espalhando pela galáxia...

 

 

O.o.O.o.O

 

Serioja estava em seu transporte particular. Já não havia mais nada a fazer em Eike. Em questão de horas seu plano entraria em ação. Vingaria de todos que riram e duvidaram de sua capacidade. Ainda voltaria vitorioso e cheio de poder.

- Senhor. - Iesa fez uma leve reverencia. - levaremos cerca de quatro horas.

- Não tem importância. - respondeu sem fita-lo. - contudo que tudo esteja pronto.

- Acabei de receber uma noticia.

- Os Tempesttas morreram. - a voz saiu com desdém.

- Não senhor. A sede da policia. Ela foi completamente destruída.

Serioja deu um grande sorriso.

 

 

O.o.O.o.O

 

As batalhas continuavam intensas. Felizmente GS estava ganhando com a ajuda da Genesis. A capitã Dianeira recusou-se a ficar parada, ainda mais que soube do ataque a sede. Os sobreviventes foram para Maris, inclusive o presidente. A academia de policia passou a ser o centro de comandos da organização.

Como esperado, a guerra chegou a Clamp. Niive entrou em combate.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

Mask foi conduzido para a nave e levado para a Euroxx. Miro de posse de um comunicador disse onde ele e Iskendar estavam. Não aproximou do policial e com dificuldade convenceram- o a seguir com eles. Mask ficou em seu quarto, enquanto Iskendar "sumiu" dentro da Euroxx.

- Capitão. - disse um controlador visivelmente nervoso. - trago más noticias.

- O que houve? - Evans aproximou, cansado de noticias ruins.

- Vários pontos de GS estão sendo atacados. A sede da policia foi destruída.

- O que?? - berraram todos.

- Recebemos a informação que teve sobreviventes mas não sabemos quantos.

- E o presidente? - indagou Etah.

- Não temos essa informação.

- Precisamos de um hadren vermelho... - murmurou o capitão.

- O príncipe não está em condição de...

O alerta de hadren foi dado. O vermelho abriu-se para eles.

Minutos antes, Mask estava deitado completamente alheio a seus amigos, contudo seus cabelos ficaram brancos, dando condições para a abertura do hadren.

As batalhas estavam generalizadas, entretanto GS estava em vantagem e vencia os embates, apesar da perda da sede da policia. Os conflitos chegaram até o espaço orbital de Ranpur. Marius e Beatrice estavam no palácio, acompanhando as lutas e o desfecho de sucesso.

A Euroxx chegou pouco tempo depois. Tudo estava tranqüilo, mas Kanon, sabendo dos ataques a Clamp solicitou uma nave. Saga partiu junto com ele.

 

O.o.O.o.O

 

 

Hely estava em seu quarto, havia recebido a noticia dos ataques e temia que sua senhora estivesse no meio. Como dama real tinha que ter seguido com ela, mas como a missão era reservada contentou-se em ficar.

Pegou uma foto, que tinha Célica e ela. Sentia falta da amiga. Mesmo com jeito volátil ela era uma boa pessoa, precisava cumprir o dever das duas.  O sonho que tivera não deixava duvidas que algo muito sério iria acontecer. Talvez fosse melhor assumir a sua posição anterior e voltar para o local que mais gostava de estar antes de se tornar dama real: o espaço. Voltaria a ser piloto.

 

O.o.O.o.O

 

Depois de destruir a sede da policia, a Zaphyr ajudou outras naves de S1 nos combates e depois seguiu para casa. Apesar das inúmeras baixas a missão principal tinha sido cumprida.

Enquanto isso, Noah estava recolhido na sala da Enhaira. As coisas estavam caminhando rapidamente que temia o rumo delas. O filho mais velho de Soren e os amigos de Eron eram variáveis que poderiam mudar drasticamente o desfecho.

Tirando-o de seus pensamentos, a Enhaira brilhou. Primeiro ela mostrou uma grande explosão, como se algo muito grande tivesse sido explodido, depois a Enraiha mostrou a imagem da pintura que tinha no salão principal do palácio de Ranpur. Noah conhecia aquela pintura. Tinha sido feita, anos antes da morte de Soren, quando Eron tinha apenas poucos anos de vida. Mas não foi isso que deixou o eiji temeroso e sim a grande mancha vermelha sobre ela. Aquilo era sangue.

Um frio percorreu sua espinha. Tivera uma visão semelhante horas antes de Soren morrer.

- O que está para acontecer...

 

 

 

O.o.O.o.O

 

Kany apenas observava os combates finais. GS tinha ganhado a batalha, mas ainda tinha seu alvo e esperava que ele chegasse o quanto antes. Sorriu de satisfação ao ver a nave de Niive atracar na sede dois.

Derrubando algumas naves, fez o mesmo trajeto. Sem se importar atirava em cada pessoa que via pelos corredores caóticos. Felizmente para ele, a sede não estava tão cheia.

Niive correu até a sua sala, para pegar coisas importantes, caso a sede fosse alvo de S1.

- Nós encontramos novamente diretora.

Ela olhou para trás deparando com Kany, ele trazia uma arma apontada para ela.

- O que faz aqui desgraçado?

- Ficou com saudade? Acha que eu perderia a chance de matá-la? – sorriu. – vai ter o que merece vadia.

Lentamente Niive levava a mão a cintura para pegar sua arma, porém o pirata percebeu.

- Mais um movimento e leva um tiro no peito. Nem a sua capacidade de regeneração será capaz de salva-la.

- O que quer?

Kany caminhou até ela, parando poucos metros.

- Eu vou torturar você até que peça clemência.

- Até parece que irei fazer isso. – deu um sorriso desdenhoso.

- Ah vai. – Kany atirou no ombro dela. O tiro pegou de raspão.

Niive sentiu o liquido quente na pele, mas devido a sua capacidade, o ferimento se curou.

Rapidamente ela avançou no pirata, quase levou um tiro no pescoço, contudo sendo rápida, conseguiu imobilizá-lo. Ela conseguiu fazer com ele largasse a arma, mas não esperava que ele portasse uma faca. Acabou ferida no braço.

- Vadia. – Kany deu um tapa nela. – vou fazer de você de minha escrava.

Ela não se deu por vencida. Esperando o momento certo, o atacou, começando uma luta corporal.

Enquanto isso, os geminianos chegavam a Clamp. Souberam ainda em orbita que a diretora estava na sede e foi para lá que seguiram.

Niive estava ferida, mas Kany também não estava atrás, contudo num ato de azar o pirata recuperou a arma, apontando para a cabeça dela.

- Diretora!

Yoku entrou na sala, mas nem teve chance de reação levou um tiro que pegou na barriga.

- Yoku!

- Vem comigo.

Kany imobilizou a diretora levando-a dali. No exato momento os gêmeos chegavam a sede. Foram direto para a sala dela encontrando o auxiliar no chão.

- Yoku?!

- Kanon...

- Você está bem? – fitou o sangue na roupa.

- Estou... logo irá cicatrizar. A Niive... ela precisa de ajuda. Foi para lá...

- Eu cuido dele. – disse Saga.

O marina nem esperou o termino da fala, saiu as pressas. Kany arrastava a diretora pelos corredores da sede, até chegaram ao andar de decolagem.

- Você vai desaparecer vadia, ninguém vai achá-la mais.

- Quer apostar?

Foi de repente. Kanon deu um soco no pirata arremessando-o longe.

- Kanon...

- Você está bem? – o marina fitou todo o corpo a procura de ferimentos.

- Estou... – suspirou aliviada.

- Vamos sair daqui.

- Não vão. – com dificuldade Kany ficou de pé. – não vão escapar. – de posse da faca caminhou ate a arma.

- Se eu fosse você fugiria enquanto tem tempo. – Kanon ameaçou. – ainda pode salvar sua vida.

Kany olhava para o casal com ódio. Mataria os dois.

- Afastem-se! – exclamou mirando a arma para os dois.

Kanon começou a rir, deixando os dois sem entender.

- É uma formiga tentando lutar contra um elefante. É patético!

- Cala a boca desgraçado. Eu vou acabar com você e bem na frente dela.

- Sabe de uma coisa Kany? – Kanon o fitou com um sorriso nos lábios. – no lugar de onde venho sou conhecido como o protetor de um elementar puro.

O pirata e Niive viam o cabelo dele tremular sem nenhum motivo. Niive lembrou do acontecimento em Clamp.

- E mais que isso, enganador de elementares. – deu um sorriso maldoso, andando em direção a ele.

- Pare! – armou a arma.

- Kanon!

Niive temeu que ele usasse seu poder e mandasse a sede pelos ares, mas quando percebeu ele estava perto de Kany.

- Co-mo? – gaguejou o homem.

- Nos movemos na velocidade da luz. – sorriu. – espero que goste de viagens surpresas. Outra dimensão.

A área atrás de Kany deu lugar a uma fenda dimensional. Uma grande força gravitacional começou a puxá-lo. Por causa da situação, Kanon não notou o formato diferente que o golpe se apresentou.

- Se puder mandar foto... apesar de achar que será impossível. – gargalhou.

- Não!!!!!!

A fenda engoliu o pirata. Niive estava com os olhos arregalados. Foi totalmente diferente como da outra vez.

- O que você fez?

- Eu e Saga temos o poder de mandar algo ou alguém para outra dimensão. Acho que buraco negro seria o nome mais apropriado. Ele já era.

A diretora deixou o corpo ir de joelhos. Estava assustada pelo poder do marina e cansada, já que teve que usar sua regeneração em ferimentos medianos.

- Vou te levar para casa. – a pegou no colo.

- E o Yoku??

- Ele está bem, meu irmão está com ele.

 

O.o.O.o.O

 

 

Logo que chegou a Ranpur, Eron foi levado para o palácio. Iskendar exigiu uma nave e partiu, não antes de Evans mandar Etah vigiá-lo. Ele era um Tempestta e precisava de segurança. Em seu quarto Mask pediu para ficar sozinho.

- Eu achei que tudo estava se resolvendo... – lamentou a rainha.

- Não fique assim majestade. – Dite a consolou. – eles ainda vão se acertar. Foi apenas uma briga de irmãos.

- Iskendar odeia o meu filho. Não sei se isso passa tão facilmente.

- Ele não o odeia de tudo. – disse Mu. – se o odiasse, teria deixado-o morrer em Ikari naquele dia. Iskendar só está confuso. Com tudo que passou, não deve ser fácil lidar com essas emoções.

- Assim eu espero.

No quarto, Mask olhava para o teto. O que aconteceria agora? Certamente o irmão não voltaria para casa. De certa forma sentiu-se responsável. Mesmo com um passado condenável e a descoberta daquela vida, ainda estava em vantagem em relação ao irmão. Tinha sua mãe e amigos. E se não quisesse aquele trono, poderia voltar para o santuário. E Iskendar? Ele nunca tivera opções.

Respirou fundo.

- Pai... me ajude a resolver tudo.

Iskendar tinha ido para um ponto distante de Shermie. Parou com a nave num vale, dando vazão a sua fúria. Não era apenas ódio a Eron, mas também era dele. Seu destino foi imposto, mas poderia ter mudado algumas coisas. Poderia ter exigido de Samir um encontro com Soren e jogado na cara dele sua verdadeira identidade. Talvez agora, Soren estivesse no palácio e não morto.

- Que droga! – exclamou.

A mente estava confusa. Fitou-se num espelho. O rosto já estava curado dos socos, mas por dentro... Depois daquela briga sabia que um relacionamento entre os dois seria impossível.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

Refugiados no apartamento da neta, Ethel e Lya acompanhavam as noticias que chegavam, felizmente as batalhas estavam restritas apenas na orbita. Usain estava perto deles e Estelli desenhando no chão. A porta do apartamento abriu de repente. A garota ergueu o rosto, deparando com a cabeleira azul. Não pensou duas vezes correu até a pessoa.

- Tio Kanon! – abraçou as pernas. – Estava com saudades.

Saga abaixou o olhar ficando constrangido. Estelli notou a falta de reação levantando o rosto. Os olhos castanhos fixaram nos verdes e depois no azul do cabelo.

- Fico aliviada ao te ver. – disse Lya.

- Kanon. – Usain aproximou. – e minha tia?

O cavaleiro não sabia o que falar. Niive tinha pedido que ele fosse na frente, mas não imaginava que passaria por isso.

- Ele não é o tio Kanon! – exclamou a garota afastando. – quem é você?

- Não ligue para ela, - Ethel aproximou. – as vezes gosta de brincar.

- Na verdade senhor Ethel, eu sou...

- O meu irmão. – Kanon parou ao lado dele, na companhia de Niive.

A diretora passou direto indo para o sofá. Estava muito cansada.

- Nii. – Lya sentou ao lado dela. – você está pálida.

- Tudo bem vó. Só estou cansada. – ele é o Saga. - Ela apontou, fazendo todos olharem para o geminiano mais velho.

Saga apenas acenou.

- Eu achei que era o Kanon. – disse Usain. – são idênticos.

- Eu sou o mais bonito. – o marina se gabou.

- Somos iguais. – Saga revirou os olhos.

- Mas eu tenho um porte altivo, além de ser mais charmoso.

- Kanon não começa.

- Eu não tenho culpa se as mulheres morrem de amores por mim.

Niive achou graça. As vezes ela e o irmão discutiam assim.

- Já é o suficiente senhor galanteador. E vocês são iguais se não abrirem a boca.

- Obrigado Niive. – Saga gostou do comentário. – desculpe por confundi-los. – olhou para a família da diretora.

- Não me confundiu. – Estelli  abraçou Kanon. – oi tio.

- Aposto que abraçou ele. – Kanon torceu o rosto.

- Foi de repente, aí depois eu vi que não era você.

- Como soube? – indagou Saga intrigado. Niive tinha razão, quando estavam em silencio as pessoas não conseguiam distingui-los, mas Estelli não tinha cosmo para poder se guiar.

- Eu sou muito inteligente. Primeiro os olhos são diferentes.  Não sei explicar, mas são diferentes e depois o cabelo. Desenhar a sua cor é fácil, do tio Kanon eu gastei horas!

Todos ficaram surpresos com a explicação.

- Que menina mais inteligente! – Kanon a pegou no colo. – a mais inteligente da galáxia!

Estelli riu, assim como Kanon. Saga achou curioso. O irmão nunca teve trato com crianças, na verdade as espantavas, mas parecia que Estelli tinha ganhado o coração dele e que a menina realmente gostava dele. Kanon realmente tinha mudado muito.

- Inteligente e paciente para agüentar um chato como você. – disse sorrindo. – não sei como elas agüentam. – apontou para Niive também.

- Faço um esforço. – Niive levantou, recebendo um olhar assassino de Kanon. – vou descansar um pouco.

- Eu cuido de tudo querida. – disse Lya. – vou preparar uma refeição. Venha me ajudar Estelli.

Ethel só esperou as três saírem...

- Podem me contar o que aconteceu?

- Sim. – respondeu Kanon com o rosto mais sério.

 

O.o.O.o.O

 

 

Depois da chegada ao palácio, os dourados dispersaram. Dohko foi para o exterior da construção perto do lago que se formou por causa da barreira de gelo de Kamus. O libriano sentou na beirada, colocando os pés. A água estava gelada. Ficou olhando o horizonte, vendo maquinas e pessoas trabalhando na reconstrução da cidade.

- Alaron está do mesmo jeito.

Dohko ergueu o rosto deparando-se com Shion.

- Parece com o santuário depois da guerra santa.

- Sim. – Shion sentou ao lado dele. – está muito fria?

- É do gelo de Kamus. – sorriu. – mas está suportável. E o Giovanni?

- Está com a mãe. Ele vai precisar de tempo para decidir o que vai fazer em relação ao irmão.

- As coisas podem mudar. – voltou a atenção para a paisagem. – o que acha que pode ser o meu poder?

- Sinceramente eu não sei. – os olhos violetas foram para o panorama. – pode manifestar em qualquer área. Assim como o de Shura e dos gêmeos.

Dohko tocou a água.

- Será que esses poderes irão continuar quando voltarmos?

- Seria uma vantagem.

O ariano desviou o olhar para as mãos do libriano, achando estranho a cor da água. Estava azulada no entorno da mão.

- Dohko.

Com o chamado o cavaleiro tirou a mão. A cor voltou ao normal.

- Sim?

- É... – não sabia o que dizer. Talvez tivesse sido só o reflexo de algo. – teremos um longo caminho.

- Sim, mas o Giovanni amadureceu. Ele saberá conduzir. Temos também... - Inconscientemente Dohko tocou novamente a água, passando a brincar. Shion desviou o olhar, vendo novamente o fenômeno. A água ficou azulada. – está me escutando?

- Desculpe. – disse rapidamente. – pensei em Alisha. – disse, pois seria a única coisa que o convenceria. – vamos entrar? Giovanni pode precisar de nós.

Dohko foi o primeiro a levantar. Shion olhou para a água, o tom azulado começava a desaparecer.

 

 

O.o.O.o.O

 

Lya tinha servido a refeição. Saga estava constrangido com o olhar inquisidor de Estelli. A menina o olhava como se lesse sua alma e como as pessoas falavam que crianças podiam ver o coração das pessoas começava a acreditar nisso. Será que apenas Kanon havia mudado realmente? Que Estelli podia sentir de certa forma Ares dentro de si?

- Também é um protetor em VL? - indagou Ethel. Ele já estava incomodado com o olhar insistente da bisneta.

- Sim. Seu nome é Atena.

- E ela é como Kanon me falou? - Usain entrou na conversa.

- Sim. É uma pessoa digna a se proteger.

- Seu irmão me contou sobre o que houve com vocês. - o fitou.

- Contou tudo? - a voz saiu receosa.

- Sim Saga. Ele me disse tudo, mas não tem o porque se sentir desconfortável. Vocês se tornaram homens melhores.

- Tentamos...

O cavaleiro desviou o olhar para Estelli, a garota comia observando-o.

- Estelli. - Lya chamou a atenção dela.

- Desculpe. - desviou o olhar.

- Conte nos mais sobre sua elementar. - pediu Lya para amenizar o clima.

Minutos antes, Kanon tinha ido atrás da diretora. Bateu na porta, mas não teve retorno. Sem demora entrou, notando que a diretora estava no banho. Sentou na cama para esperá-la.

- Como entrou aqui? – arqueou a sobrancelha.

- A porta estava destrancada. Está bem?

- Sim. Só um pouco cansada. – sentou ao lado dele.

- Ficar assim perto de mim não é uma boa ideia. – sorriu. – seus avós estão na sala.

- Engraçadinho. – levantou. – obrigada. Não sei o que poderia ter acontecido se não tivesse chegado.

- Os mocinhos sempre salvam as donzelas.

- Eu não sou donzela. – ralhou.

- Eu sei. – a puxou pela cintura. - sobre a nossa ultima conversa...

- Depois. - tapou a boca dele. -  Como foi em Ikari?

Kanon ficou em silencio por alguns segundos.

- Aconteceram tantas coisas... – Kanon começou a narrar. - ... e por ultimo essa briga. – desviou o olhar dela. – por alguns momentos eu me vi nela. Saga e eu já brigamos inúmeras vezes assim. A gente se odiava.

- Mas isso agora é passado. Acho que os dois vão se acertar.

- Tenho minhas duvidas. – a fitou. – tem muita coisa envolvida.

Niive franziu o cenho.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

Algumas horas se passaram desde a chegada da Euroxx. Sentindo-se um pouco melhor Mask foi para uma reunião com Marius e os demais. Precisava saber os estragos do ultimo combate. Soube por Ren, que o irmão estava sendo vigiado de perto.

Numa conferencia Sttup contou sobre a destruição da sede e dos demais ataques. Apesar das perdas materiais GS tinha ganhado o combate. Giovanni ouvia tudo com a expressão fechada. Temia que novos planetas fossem alvos, além da preocupação com Iskendar. Sentia o peito apertado.

Depois de horas dentro da nave, Iskendar achou melhor ir para o seu apartamento. Queria privacidade e sossego. Entretanto não durou muito.

- Tenente Madden precisamos que venha conosco.

Iskendar olhou para o homem trajando o uniforme da guarda real de Ranpur. Eron queria-o dentro do palácio.

- Me dê um minuto.

Passou uma água no rosto e saiu.

- Podemos ir.

Ele nem percebeu quando um homem chegou por trás, cravando uma seringa em seu pescoço. O superintendente foi ao chão desacordado.

No palácio, Mask tentava prestar atenção quando começou a sentir uma sensação esquisita.

- Eron? - indagou Lirya percebendo a expressão dele.

- Desculpe. - sorriu, mas o rosto tencionou. Seu cosmo elevou por alguns segundos. Levantou depressa.

- O que foi Mask? - Afrodite sentiu o cosmo dele.

- Uma sensação esquisita... - murmurou.

- Que sensação? - indagou Shaka.

- Ren... - fitou o superintendente. - cadê o Iskendar?

- Está no antigo quarto dele no hotel. Ele se recusou a voltar para cá e..

- Sozinho?  - indagou cortando-o.

- Alguns policiais fazem a guarda dele.

Não gostou do que ouviu e a sensação ruim aumentou. Subitamente lembrou-se do dia que Helena foi levada.

- Droga! - saiu correndo.

- Mask! - ninguém entendeu a atitude dele.

- Coloquem todos os policiais para procurarem ele!

As ordens foram cumpridas na hora. Pedindo as coordenadas Mask teleportou para lá. Bateu na porta diversas vezes até que a arrombou. O quarto estava arrumado e não havia sinais dele.

- Caspita!

 

O.o.O.o.O

 

Depois da refeição, Lya foi cuidar da cozinha, Ethel estava no comunicador, conversando com alguns conterrâneos, Usain foi estudar e Estelli voltou para o desenho. Saga sentou no sofá, xingando mentalmente Kanon por ter sumido e pior está no quarto da diretora. Soltou um suspiro desanimado. Desviou o olhar, Estelii o fitava fixamente.

- Você não gosta mesmo de mim, não é?

- Não gosto.

Saga arqueou as sobrancelhas, Kanon que ia gostar de escutar aquela confissão.

- Tudo bem.

O cavaleiro deu nos ombros.

No quarto, Kanon examinava o corpo da diretora atrás de ferimentos.

- Já chega Kanon! – vestiu a blusa. – E se a Estelli entrar?

- Saga está com ela e aposto que remoendo pela Estelli não ter gostado dele.

- Kanon!

- Estelli merece um presente! – num gesto abrupto, o marina esticou o braço.

- Kanon!!!

A diretora arregalou os olhos, assim como o grego. Na parede do quarto havia parecido uma buraco azulado envolto por luzes roxas.

- O que você fez??!!

- Eu não sei... -  Kanon olhava fixamente. - mas se parece muito com uma fenda dimensional.

- O que?? - Niive o fitou. - por que abriu isso??

- Eu não abri, mas...

O grego pegou uma luminária e jogou pelo buraco. Ele fechou logo sem seguida.

- O que fez?

- Testar se podia ser atravessado.

Escutaram um forte estrondo com um grito de Lya. Todos correram para a cozinha.

- O que foi vó? - indagou Niive.

- Aconteceu alguma coisa? - Ethel apareceu logo em seguida.

- Não sei ao certo... estava aqui, quando um buraco negro apareceu na parede jogando essa luminária... - ela não acreditava no próprio relato.

- O que foi que você fez? - Niive fitou o marina imediatamente.

- Eu não fiz nada.

- Kanon... - a voz de Saga saiu fria.

- Eu juro! Estava no quarto dela, quando um buraco apareceu. Até pensei que era o nosso golpe. Então joguei um objeto e ele apareceu aqui.

Saga ficou em silencio. Normalmente o outra dimensão levava objetos e coisas literalmente para outra dimensão. Apenas conseguia usar o golpe como "meio de transporte" em si mesmo.

- Faça de novo.

- Mas eu não sei como! Eu apenas...

Na tentativa de explicar gesticulou o braço direito. Apareceu um buraco sobre a mesa. Todos no recinto ficaram assustados. Saga de um passo a frente. O buraco não era muito grande, talvez dois metros de diâmetro. Ele parecia um objeto vivo, pois as luzes roxas tremulavam. Sem pensar muito, pegou a luminária e jogou. Apenas ouviram o barulho na sala. Foram para lá e viram a iluminaria no chão.

- Isso é mágica tio Kanon? - indagou Estelli.

- Juro que não sei.

- Faça de novo.

- Não sei como se faz Saga. - disse Kanon.

- Não pode ser seus poderes elementares? - comentou Ethel visivelmente impressionado.

O geminiano mais velho teve um estralo. Pensou na maneira como o da cozinha se abriu.

- Esse prédio tem cobertura?

- Sim. Onde as naves costumam pousar. - falou Niive. - por que?

- É só um teste... - esticou o braço.

Um buraco abriu. Sem pensar duas vezes Saga entrou nele.

- Saga! - gritou Kanon antes de ver o buraco sumir. - seu idiota!

- Kanon.

- Onde você está? - a conversa era por cosmo.

- Estou na cobertura.

- Ele está lá em cima.

A família de Niive foi atrás ficando espantada por ver o cavaleiro.

- Como chegou até aqui? - Usain estava surpreso.

- É um buraco dimensional. Ele abre e te leva para onde quiser. Semelhante ao nosso golpe. - fitou Kanon.

- Mas e a luminária? - perguntou Niive.

- Ele não determinou um rumo para ela. Por isso abriu em qualquer lugar.

- Quer dizer que podemos usar isso para nos teleportarmos?

- Sim. Só não dar para saber a distancia de um portal para o outro. Isso é como a miniatura do "Outra Dimensão". O tal poder que o Torin disse.

Kanon ficou pensativo. Agora mais friamente, lembrava-se que na hora de matar Kany, o golpe comportou-se de maneira diferente. Será que era um indicio?

- E como se abre? Eu não usei cosmo.

- Assim.

Saga apontou a mão para um lado. Um buraco se formou, contudo o que deixou todos assombrados, inclusive Kanon, foi ver a sala do apartamento de Niive do outro lado.

 

 

O.o.O.o.O

 

Iskendar sentia a mente zonza, fora uma luz branca muito forte sobre seu rosto.Tentou se soltar ou até mesmo usar seu teletransporte, mas o corpo estava entorpecido.

- Longa vida aos Tempesttas.

Ele ergueu o rosto, mas não viu o dono da voz.

- Meu pai não cansava de dizer isso.

O homem aproximou-se mais fazendo-se visível.

- Você... - a voz do rapaz saiu mole.

- Antes eu não tinha nenhuma pedra no meu caminho... - começou a andar ao redor de Iskendar que estava amarrado numa cadeira. - agora tenho duas, alias terei apenas uma.

- O que quer dizer? O que quer comigo?

- Muito simples alteza. - aproximou o rosto. - vou eliminá-lo. Haykan vai matar Eron e com a sua morte as coisas ficarão mais fáceis para mim.

- Como se fosse conseguir, Serioja.

- Claro que vou conseguir. Vou entregá-lo a Haykan e obter uma grande vantagem.

- Ele não fará acordo com você. Não passa de um reles conselheiro.

- Afiado nas palavras como o pai. - pegou-o pelos cabelos, levando a cabeça para trás. - as vezes penso que estou na frente de Soren. - cuspiu nele. - moleque...

- Sinto informá-lo, mas perdeu seu tempo. Eu não sou herdeiro.

- Ao contrário, é uma grande moeda de troca. Na falta de Eron você assumi. Pensando bem... - deu um sorriso cínico. - talvez tenha razão. Haykan não se importará com você e é bem capaz de Eron me agradecer.

Iskendar o fitou sem entender.

- Ele era o único herdeiro, até você aparecer. Você estraga os planos dele.

- Ele não se importa com isso.

- Será mesmo? - aproximou. - você é o filho bastardo. Sua morte trará solução para todos. Sem herdeiros, apenas Eron assumi, ou acha que é importante para ele?

- Eu...- lembrou da briga, era claro que depois dela os dois...

Serioja gargalhou.

- Acha que é alguém para Eron? Não passa de um bastardozinho fruto de uma relação medíocre. Ponha-se no seu lugar Iskendar. Se a guerra não tivesse estourado continuaria sendo um policial de merda, numa área distante. Sua existência é insignificante. Mas não se preocupe em breve voltará ao nada.

O conselheiro deu um passo a frente.

- Claro que antes de te entregar, quero ter minha vingança. Vou fingir que estou diante de Soren. - deu um tapa nele. – Nem adianta fugir, usei um veneno em seu corpo. Não vai conseguir teletransportar. Rapazes.

Quatro homens entraram. Um deles desamarrou Iskendar que ainda entorpecido não conseguia ficar de pé sozinho e nem repeli-los com seu poder. Esse o segurou enquanto os outros três começaram a bater nele.

- A manipulação de mente também não vai funcionar. Eles são atlantiks. – sorriu.

O espancamento durou vários minutos e no final foi jogado no chão. Estava coberto por ferimentos e sangrava.

- Aproveite as ultimas horas de liberdade.

Serioja retirou-se com os quatro. Iskendar sentia o corpo todo doer. Sua regeneração curou os cortes, mas não a dor. Tentou levantar, mas nada lhe obedecia. Ainda tentou ficar acordado, mas acabou perdendo os sentidos.

 

 

O.o.O.o.O

 

O palácio de Ranpur estava em alerta, apesar da noticia do desaparecimento do príncipe Iskendar ser mantida a sete chaves. Marius temia que a anunciação trouxesse muita comoção e preocupação. O chanceler havia colocado toda a guarda real em alerta e Ren cuidava pessoalmente das investigações. Giovanni estava na sala de reuniões, sentado num canto e completamente em silencio.

Depois que voltou do hotel, não disse mais nada. Afrodite caminhou até ele.

- Vão achá-lo. - agachou diante do amigo.

- Vai acontecer como aconteceu a Helena. - disse sem erguer o rosto. - se descobrirem será tarde demais.

- Não faça pouco caso do seu irmão. Ele não é tão fraco assim. - sorriu. - ele te surrou.

- Talvez...

Lirya aproximou do filho.

- Vá para o quarto, precisa descansar.

- Vou ficar aqui até encontrá-lo.

- Eron Ceratto Tempestta, vá para o quarto agora. - a voz saiu enérgica. - é uma ordem.

- Mãe...

- Está indo contra a ordem da rainha de Ranpur?

Mask e Dite ficaram surpresos com os dizeres.

- Gustavv certifique-se que ele vá para o quarto.

- Sim senhora. - levantou. - vamos Gio.

O cavaleiro teve que obedecer. Assim que eles saíram, Lirya ordenou que dois guardas ficassem na porta e triplicou a segurança no andar onde ficava o quarto dele. Estava bastante abalada pelo sumiço de Iskendar. Mesmo não sendo filho dela, sentia-se na obrigação de cuidar dele e seu desaparecimento era uma afronta a memória de Izanami. Jurou que faria de tudo para encontrá-lo.

Enquanto isso, Evans cuidava da manutenção da Euroxx, pois ela poderia ser requisitada a qualquer momento. Depois de coordenar algumas ações foi para seu quarto.

Deixou o corpo cair sobre a cadeira. O desaparecimento de Iskendar não poderia ser em pior hora, ainda mais sem saberem quem era o mandante. Apertou o botão de comunicação.

- Sttup.

- Como está tudo?

- Estamos arrumando para que a academia de policia seja a nova sede da policia. Como foi em Ikari?

- Não imagina o que aconteceu. - endireitou na cadeira. - um elementar apareceu.

- Como??

Evans contou tudo a ele. A medida que escutava a expressão de Sttup alternava entre incrédula e surpresa.

- Temos elementares no nosso exército. - sorriu.

- Ao menos isso... - a voz saiu baixa.

- O que mais aconteceu Evans? - achou esquisito o tom empregado.

- Marius irá te avisar, mas o pior aconteceu: o príncipe Iskendar sumiu.

- Sumiu?!? Como?

- Após a nossa chegada ele não quis ir para o palácio. Algumas horas depois, Eron teve um pressentimento e quando foram ao hotel ele não estava mais lá.

- Não pode ter ido para outro lugar? Por causa da briga.

- Vasculhamos cada centímetro de Shermie e redondezas.

- Seqüestro?

- Não está sendo descartado. Por isso o sigilo. Ele realmente pode ter escondido.

- Espero sinceramente que seja isso, pois... sabe das conseqüências...

- Sei. - a expressão de Evans ficou mais séria. - sei perfeitamente.

 

O.o.O.o.O

 

 

Dara estava em seu quarto, na casa de Noah. Depois dos ataques tinha recolhido para descansar. Já não era tão novo a ponto de ficar de vigília por longas horas. Pensou em dormir, mas não conseguira pregar os olhos. Já algumas horas, sentia o peito oprimido e uma angustia. Como se algo tivesse acontecido ou estivesse na eminência de acontecer. Tentou uma comunicação com Jhapei, ela estava em S1. Conversou com seu subordinado em Kiesza e tudo estava bem, só não havia conseguido falar com Iskendar.

Escutou batidas a porta.

- Entre.

- Imaginei que não estivesse dormindo. - era Noah.

- Meu espírito está agitado. - sentou na cama. - ainda estou elétrico por causa das batalhas. - sorriu.

Noah não teceu comentário, sentando num banco próximo. Dara notou a expressão dele.

- O que foi que aconteceu? - sentia a sensação de angustia aumentar.

- Está sendo mantido como segredo de Estado, mas como você tem responsabilidade sobre ele...

- O que houve com o Iskendar? - levantou.

- Ele sumiu.

 

O.o.O.o.O

 

Na sala do apartamento de Niive, Saga e Kanon tentavam entender o "novo" poder.

Eles testaram mais algumas vezes, sendo que a maioria dera errado. Estranhamente queriam ir para um lugar, mas apareciam em outro. Em uma ocasião, Kanon ficara "sumido" por longos minutos.

- Deveriam parar. - disse Niive. - isso pode ser perigoso.

- Mas se temos esse poder, precisamos treinar. - falou Kanon, tendo Estelli no colo. - pode ser útil em alguma batalha.

- Saga. - a diretora olhou para o "cunhado". Talvez ele colocasse um pouco de juízo em Kanon.

- Sei que está preocupada e com razão. Precisamos ter cuidado, mas não podemos parar de tentar. Isso pode ser uma boa vantagem numa batalha.

- Finalmente concordou comigo. - disse Kanon.

Niive balançava a cabeça em sinal de reprovação quando seu comunicador apitou.

- É de Ranpur. - franziu o cenho. - e para vocês.

Ela passou o aparelho para Saga. A medida que ele ouvia a expressão fechava.

- O que foi? - indagou Kanon.

- Precisamos voltar. Aconteceu algo no palácio.

- O que? - indagaram o marina e a diretora ao mesmo tempo.

- Iskendar.

 

 

O.o.O.o.O

 

No palácio, o clima era de apreensão. Havia se passado um longo tempo e sem noticias sobre Iskendar. Mask estava trancado em seu quarto e os demais cavaleiros numa sala pequena.  Pensavam no que poderia ter acontecido.

- Ele pode ter sumido por conta propria. - disse Aioria.

- Isso é possível, mas... - murmurou Kamus.

- Não teve nenhuma visão Shaka? - indagou Shura.

- Não, contudo não tenho um bom pressentimento. Algo aconteceu a ele.

- S1? - Mu jogou o nome na conversa

- É uma possibilidade. - Shion caminhou até a janela. - mas não a única. Ele pode ter sumido por conta própria ou um terceiro fator entrou na jogada.

- Três possibilidades? - perguntou Aldebaran.

- S1 ganharia com o sumiço dele, isso é fato. Teriam que lutar com apenas um Tempestta. - voltou o olhar para os cavaleiros. - segundo fator: está perturbado por conta de tudo que descobriu. Torin disse que ele poderia se tornar uma ameaça igual ou maior que S1 e o sumiço dele pode ser apenas o prenuncio...

- Ele pode se voltar contra Mask? - Miro arqueou a sobrancelha.

- Pode. Terceiro fator: algum inimigo interno. Pirata, mercenário que ganharia muito levando-o a S1.

- Não sei qual é a pior. - disse Dohko. - Ele nas mãos de inimigos ou se tornando um.

 

 

O.o.O.o.O

 

 

A noite seguia alta, ainda mais naquele lugar afastado da luz do sol. Era um planeta inóspito, sendo usado apenas para pousos de emergência, mesmo assim, parecia abandonado há meses e com a guerra, esquecido na vastidão da galáxia. Raios cortavam a atmosfera indicando que uma tempestade se aproximava.

Acordou ainda sentindo muita dor. Não era a primeira vez que sentia aquele tipo de dor. Na sua época de escravo apanhava muito. Tentou virar o corpo, mas as mãos estavam amarradas pelas costas. Estava muito fraco para usar seus poderes. Os olhos azuis foram para a pequena janela do local. Via relâmpagos cortarem o céu.

Não tinha a menor idéia de onde estava e se alguém iria achá-lo. Serioja era inteligente o bastante para mantê-lo muito bem escondido nos confins da galáxia.  Ninguém o encontraria...

Pensou em Dara, talvez o eiji estaria preocupado com ele. As palavras de Serioja vieram-lhe na mente. Será que Eron...

- "Ele me considera seu irmão..." - pensou, mas a duvida o assolou. De certa forma o chanceler tinha razão. Sem ele, Eron herdaria tudo. Fora que os dois brigaram. Não tinha volta.

Se viu completamente a mercê da própria sorte. Primeiro abandonado pela mãe, depois por Samir, agora por Dara e Eron...

As palavras de Torin ecoaram em sua mente. Sua vida estava programada. Então os abandonos, as dificuldades, eram o destino dele? Crescer sem saber a verdade fazia parte? Está num local remoto sem saber qual hora seria morto? Era destino?

Por que tinha que ter aquela vida miserável? Abandonado, vivendo de lugar em lugar, lutar e lutar para sobreviver?

- Mãe... - os olhos marejaram. Sempre sentiu saudades dela, ainda mais naquele momento. - mãe... - chorou.

Seria morto e jogado em qualquer lugar, como um indigente.  Depois da briga, Eron não viria atrás dele e com uma guerra dificilmente Dara conseguiria achá-lo, isso já não tivessem dado-o como morto.

Chorou. Todos esses anos guardou e controlou a raiva, a magoa, o ressentimento, o medo, a carência, a solidão e agora colocava o que havia sobrado para fora.

- Pai... - murmurou. - pai...

Nunca havia chamado-o e agora queria a presença dele. Chorou ainda mais, a ponto de soluçar.  Vencido pelo cansaço pegou no sono.

Há quilômetros dali, Giovanni estava sentado no topo do palácio. Usando sua habilidade havia se teleportado, assim que Dite deixou o quarto. Não conseguia pregar o olho, pois estava preocupado com o irmão e uma péssima sensação assolava seu coração. Temia perde-lo. Arrependia-se da briga. Iskendar tinha começado, mas ele poderia ter se esquivado e no entanto acalorou ainda mais a discussão.

- Eu vou encontrá-lo, nem que eu tenha que ir ao inferno.

Alguns andares abaixo, Shaka estava trancado no banheiro. Olhava para seu reflexo no espelho, tentando entender o que tinha se passado. Fechou os olhos para fazer as imagens voltarem mais uma vez. Recolhia-se, quando a mente foi invadida por imagens: viu um brilho amarelado, seguido por um sentimento de vazio. Cosmos tinham sido extintos...

- O que vai acontecer...

As palavras se perderam no ar.

 

O.o.O.o.O

 

 

O vai e vem das pessoas era constante. Equipes técnicas e soldados circulavam por entre as instalações militares num local próximo a Sidon. O lider supremo de S1 não demoraria a chegar e por isso corriam contra o tempo. Encoberta pela escuridão do espaço, uma construção erguia-se a metros de altura. Em menos de uma semana havia sido trazida e instalada e agora estava pronta para o uso. O maior trunfo de S1 ficava apenas a oito horas de distancia de Ranpur.

A nave que trazia Haykan aterrissou. Generais e tenentes saudaram o líder quando ele saiu.

- Senhor Haykan.  - um general fez uma leve reverencia.

- Leve-me.

O líder de S1 foi conduzido até as instalações, gostando do que via.

- Está pronta?

- Sim senhor. Pode ser usada agora mesmo se quiser.

- Ótimo. Trace a primeira coordenada e deixe tudo pronto para quando for a hora.

- Sim senhor. - bateu continência, saindo.

- Senhor. - Orrin aproximou.

- Dê-me mais boas noticias. - olhou para seu comandante.

- A esquadra encontra-se a sete horas. A nau Hay 2 está com a velocidade reduzida para que as demais consigam acompanhá-la.

- Eu não tenho pressa. - voltou a atenção para uma estrutura metálica. - Como Rihen está se saindo?

- Ele é um bom capitão.

- Excelente. Espero que ele cumpra corretamente a missão. - Haykan afastou.

- Ele vai cumprir, pois se voltar derrotado eu mesmo o matarei. - disse Orrin, firme na afirmação.

 

O.o.O.o.O

 

Dentro de um hadren, uma poderosa esquadra seguia em direção ao centro de GS. Rihen estava na cabine da Hay 2 olhando as luzes azuis. O grande momento havia chegado. GS cairia em seu domínio e assim poderia conduzi-la a tempos prósperos. Sem o governo do conselho e nem dos Tempesttas. Apertou um botão do lado da cadeira, fazendo uma tela aparecer. Era o plano de guerra daquela batalha. Haykan queria tirar todas as chances de luta de GS e para isso havia determinado que Lain fosse devastada. Com o planeta, responsável por mais de setenta por cento da produção de alimentos, destruído, o povo de GS passaria por dificuldades.

- O que vai fazer Eron, quando o povo começar a passar fome? - sorriu.

 

O.o.O.o.O

 

Jhapei estava em Sidon. Tentava de todas as formas levantar informações sobre S1, mas sem despertar suspeitas. Se morresse na tentativa pouco poderia ajudar Dara. Descobriu que Haykan havia deixado Bellji, achando estranho esse fato, pois não foi comunicada por ele. Aproveitaria a ausência, para descobrir sobre o exército que ficava após a capital. Desconfiava que ele escondia algo perigoso.

 

 

O.o.O.o.O

 

Serioja saboreava um bebida. O olhar estava na forte tempestade que caia do lado de fora. Estava satisfeito pois em poucos dias todas as suas ambições estariam concretizadas. Seria o braço direito de Haykan na governança de GS.

- Iesa.

- Sim senhor.

- Preciso que faça algo. - fitou o empregado. - dê algo para o garoto dormir.

- Os ferimentos farão o serviço.

- Ele é um Tempestta, pode se regenerar além do mais deve ter outros poderes. Não podemos nos dar ao luxo de perde-lo quando eu estou tão perto.

- Farei o que me pede.

- Em seguida, volte para Eike. Quero que relate tudo que acontecer por lá.

- E se perguntarem pelo senhor?

- Diga que estou Tesla, fugido da guerra. Todo mundo sabe que tenho familiares no planeta e que numa situação de emergência fugiria.

Iesa franziu o cenho, mas não disse nada.

- Como quiser.

Saiu para cumprir as ordens. Como esperado, Iskendar estava dormindo devido ao pranto e a dor. Acordou ao sentir sendo furado por uma injeção, mas nem teve chance de dizer nada...

Serioja levantou, indo até um comunicador. A hora tinha chegado.

Haykan estava na sua sala, quando seu aparelho começou a apitar. Estranhou pois não era uma linha conhecida.

- Pronto.

- Saudações governador de S1.

- Quem é? - indagou intrigado. - identifique-se.

O holograma de Serioja apareceu diante do governador.

- Permita que eu me apresente. Sou o chanceler de Yumeria, Serioja Stunp.

Haykan ficou surpreso, mas não quis transparecer. Sabia muito bem quem ele era, todavia não imaginou que ele faria contato.

- Como descobriu essa linha?

- Não é apenas Rihen que tem segredos. - sorriu. - tive que pagar muito caro para conseguir, mas vai compensar.

- Espero que não seja uma armadilha. Sabe que essas coisas não funcionam comigo.

- Não perderia tempo. Você se mostrou muito mais forte que GS, necessitaria de algo maior para encurralar - lo.

- O que deseja chanceler?

- Um acordo. Temos um inimigo em comum, assim como objetivos. Você quer GS e eu o fim dos Tempesttas.

- Se sabe que sou mais poderoso, deve ter algo realmente importante para me propor uma aliança.

- Tenho. - deu um sorriso vil. - algo valioso e que poderá usar da forma que quiser.

- E o que seria? - mantinha-se na defensiva. Serioja era insignificante, porém poderia se tornar uma pedra no caminho ou algo que poderia ajudá-lo.

- Atende-se por tenente Madden, ou Iskendar Tempestta. O filho bastardo de Soren.

Haykan arqueou a sobrancelha.

- Seja mais explicito Stunp.

- Ele está em meu poder. Apesar de ser o príncipe, não tem todo aquele esquema de segurança se tornando um alvo fácil.

- E onde estão? - ainda não acreditava.

- Nos confins da região sudeste. Mais perto de você do que de Ranpur.

- E eu deveria acreditar? Não conseguiu nem matar Eron em Ikari.

Foi a vez de Serioja ficar surpreso. Como ele sabia daquilo?

- Jhapei ou melhor Niahm. - disse Haykan adivinhando os pensamentos dele.

- Capturou o meu espião? - indagou pasmo.

- Meu espião. - disse frio. - alias, minha espiã.  Jhapei trabalha para mim. Só dei um jeito dela trabalhar para você. Seu ódio aos Tempesttas chegou a S1.

Por essa o chanceler não esperava. Julgava Haykan perspicaz, não imaginou que fosse tanto. Será que ele sabia dos planos do seqüestro do príncipe?

- Então Jhapei já te contou que Iskendar está comigo.

- Não. Não notou que ela sumiu?

Ele pensou. Havia tido a ideia depois do sumiço dela.

- Isso mostra que estou no caminho certo ao escolher você como aliado. - disse Serioja. - temos um acordo?

- O que quer?

- Além das cabeças dos Tempesttas, quero um lugar de destaque no seu governo. Acima até de Rihen.

- Envie a localização exata de vocês. Em um ou dois dias, uma nave irá buscá-los. Em S1 estarão mais seguros.

- Ficarei aguardando meu senhor. - fez um mesura.

A comunicação cessou. Serioja não deixou de comemorar. Em breve teria tudo que queria.

Haykan sorriu. Não precisava de aliados, nem do Tempestta mais velho. Só o seu poder já era suficiente para acabar com a galáxia, mas já que tinha aquelas peças, jogaria com elas. Ter um dos Tempesttas nas mãos era a cereja do bolo. O aparelho ao lado dele apitou.

Apertou o botão vendo, todas as informações sobre Iskendar enviadas por Serioja. Não era muito relevante, mas estreitou o olhar ao ler algo. Apertou outro botão.

- Sim senhor. - um soldado apareceu na hora.

- Levante dados sobre essa pessoa, - apontou para um nome. -  agora.

O soldado saiu para cumprir a ordem. Haykan que trazia uma expressão leve, tencionou a testa. Será que tudo era uma simples coincidência ou era o destino a seu favor?

 



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