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História Tempestta - Apresentações


Escrita por: KrikaHaruno

Notas do Autor


E Mask é apresentado a sua côrte.

Capítulo 4 - Apresentações


 

Um jovem corria as pressas pelos corredores da estação da policia galáctica na orbita do planeta Clamp. Ele parou diante do escritório da autoridade máxima daquele local. Bateu na porta e entrou.

- Senhorita Jay. - bateu continência.

- O que houve Capitão Yoku? - não levantou o olhar.

- O Superintendente John solicitou uma reunião de emergência.

- E por que ele mesmo não solicitou? - a voz saiu fria.

- Houve um incidente na área 85 e ele foi averiguar.

- Incidente? - ela o fitou.

- Parece que...

Foi interrompido pelo apito de um dos botões na mesa de Jay. Ela acionou. Uma tela apareceu diante dos dois.

- Diretora. - John bateu continência.

- O que houve?

- Recebemos o pedido de reforço de duas naves na área 85, órbita do planeta Drima. Ao que parece uma nave não identificada estava trafegando no local. Mandamos uma frota, mas ao chegarmos as nossas duas naves estavam destruídas.

- Como?

- Não encontramos rastros. Já verificamos os arquivos de navegação e não havia nada errado. As naves também estavam em perfeito estado o que descarta a hipótese de falha mecânica.

- Fizeram o mapeamento da área?

- No momento apenas trafegava as naves autorizadas.

- Algum mercenário ou pirata?

- Estamos investigando.

- Relatório completo em uma hora. - disse Jay levantando. - quero uma investigação completa.

- Sim senhora.

- Dispensado.

A tela sumiu. Jay andava de um lado para o outro. Incidentes não acontecem em sua área.

- Capitão, - olhou para Yoku. -  destaque um grupo e os envie a área 85, um grupo especial para cada área 84,56,57,86 e 58. Quero tudo vigiado, inclusive nos hadrens. Faça um relatório detalhado e o envie a sede da policia. Assim que John chegar faça-o vir aqui.

- Sim diretora.

Bateu continência e saiu. Jay foi até sua mesa, acionando outro botão.

No palácio em Ranpur a conversa entre os dourados, Marius e Lirya continuavam. Hely apareceu, dizendo algo no ouvido de Marius.

- Majestade, temos uma comunicação de Clamp.

- De quem? - estranhou.

- A Niive quer falar conosco, ao que parece Rihen também participará.

- Hely. - disse a rainha.

A garota colocou um dispositivo no chão. Em segundos apareceu a imagem de uma mulher. Ao mesmo tempo, na sede da policia, Rihen recebia a imagem.

- Majestade. - a mulher reverenciou. - senhor Rihen e senhor Marius.

Os dourados estavam completamente em silêncio. Assustados pela presença dela. O holograma era tão perfeito que parecia que ela estava diante deles, assim como a imagem de Rihen.

- Isso que é tecnologia... - murmurou Kanon olhando para ela.

Niive era morena, de cabelos negros, longos e cacheados. Os olhos eram castanhos puxados para o acobreado. Tinha porte e altura. Trajava uma calça azul claro, com uma blusa branca por baixo e jaqueta azul escuro, com punhos amarelos. No bolso esquerdo havia várias insígnias e três pequenas tarjas. Branca, preta e amarela.

- Diga diretora. - disse Rihen.

- Desculpe a invasão mas o assunto pode ser urgente. - disse, reparando nas outras pessoas presentes.

- O que houve Niive? - indagou Rihen também vendo os dourados, mas estranhando não ver Giovanni.

Ela ficou em silencio, pois não sabia quem eram eles, Marius notou.

- Pode dizer Niive. São de confiança. - disse Marius.

- Senhora e Senhores, houve um incidente na minha jurisdição. A área 85. Duas naves patrulhas foram abatidas.

- Abatidas? - Lirya levou um susto. - por quem?

- Ainda estamos investigando majestade, mas já foi descartada a hipótese de falha mecânica.

- Piratas ou mercenários? - indagou Rihen.

- Levantamos essa hipótese, mas creio ser pouco provável. As naves foram destruídas e o planeta Drima não possui nada de valor.

- Não pode ser um esconderijo? - observou Marius.

- Estamos investigando.

Marius abaixou o rosto pensativo. Não fazia sentido, a não ser que...

- Niive... - a fitou. - trabalhe com uma frente: provocação.

Niive, Lyra e Rihen olharam para Marius.

- Provocação?

- Sim Rihen. Estamos atuando duramente nessas áreas. Niive vem desempenhando um ótimo trabalho. Quantos já foram presos até o momento! Os piratas podem ter abatido essas naves em sinal de provocação ou retaliação. Foram naves da policia e não civis.

- Tem razão. - concordou Rihen.  - conseguimos diminuir a área de atuação deles.

- Contudo... - Marius tomou a palavra. - não descarte ataque de S1.

- S1?! - exclamou Niive. - mas a área 85 não é uma zona de fronteira.

- Também acho pouco provável Marius. - disse Lirya.  - já tivemos problema no setor leste e sudeste, não no nordeste.

- Vossa majestade tem razão Marius. - Rihen interrompeu. - seria muito grave se partisse de S1.

- Posso está errado. - Marius concordou.

- Niive. - Rihen voltou a atenção para ela. - tem carta branca para agir. Se necessitar enviaremos a Antares.

- Não há necessidade de tanto senhor. - disse a diretora. - e os senhores podem ficar tranqüilos, o culpado será achado.

- Sabemos que sim Jay. - Lirya sorriu. Conhecia a personalidade forte dela.

- Enviarei os relatórios preliminares. Com licença.

Fez uma reverencia e desligou.

- Assim que tivermos acesso a eles, entrarei em contato. - Rihen também fez uma reverencia e desligou.

- Niive tomará conta de tudo. - disse Marius.

- Sim. - Lirya fitou os dourados. Eles estavam calados com a expressão assustada. - desculpe envolve-los nesses problemas.

- Só estamos impressionados com a tecnologia. - Dohko falou por todos. - não estamos acostumados a essas ferramentas, apenas a situação.

- Creio que a defesa de Atena seja assim.

- Sim senhor Marius. - Kamus falou.

- Senhor, aquela senhorita se identificou como diretora, notei que a roupa dela é semelhante a do seu filho e do senhor Rihen.

- São sim Mu. É o uniforme da policia galáctica.

- Beatrice irá explicar sobre os nossos governos se lhes interessarem. - Lirya levantou.

- Nos interessa muito. - disse Shaka.

- Se me derem licença tenho obrigações oficiais. A noite teremos um jantar em comemoração a volta de meu filho. Ficarei honrada se participarem.

- Iremos com certeza majestade. - pronunciou Shion.

- Majestade. – Dite a chamou. – não se preocupe com Eron, ele vai aparecer.

- Obrigada.

- Também não posso ficar. – Marius imitou o gesto. – assuntos administrativos.

- Ate mais tarde senhores.

Marius, Lirya e Hely seguiram em silencio. Os dourados só esperaram eles saírem...

- É incrível como em todo lugar tem alguém que não quer a paz. – Saga balançou a cabeça negativamente.

- E o que faremos de agora em diante? – indagou Kanon.

- Já pensei sobre isso. – Shion levantou. – não podemos ficar atoa. Vou providenciar uma arena de treinos.

- Treinos?! – exclamou Dohko. – ate aqui Shion?

- Sim. - o fitou. -  Nós não moramos aqui.

- Mestre e quanto ao Mask? – Mu estava pensando sobre isso. – e se ele resolver ficar aqui?

- Vamos respeitar. Atena já concordou.

O.o.O.o.O.o.O

Usando sua telecinese foi para seu quarto, tirou a tiara colocando-a sobre a cômoda. Alem de ter seu passado alterado ainda seria usado como peça política.

- Ridículo.

Deixou o corpo cair sobre a cama. Virou o rosto, olhando as nuvens através da porta da varanda. Aos poucos os olhos foram fechando caindo no sono.

Abriu-os ao sentir uma presença sobre si.

- O que faz aqui? - a voz saiu seca.

- Pensei que fosse dormir a tarde inteira. - sorriu.

- Como entrou Dite? – sentou na cama. - e como me achou?

- Cosmo. – andava pelo recinto. – que quarto... digno de reis.

- Vá ate o banheiro.

O pisciano foi e soltou um grito.

- Sem gritos Peixes. – disse entediado.

- Você tem uma piscina! – apareceu na porta. – igual a do Saga!

- É...

- E olha essa vista. – foi ate a varanda. – sua família tem uma fortuna.

- Como se eu ligasse. – torceu a cara.

- Você deixou de ser um italiano morto de fome e virou um príncipe!

- Mais uma piada e te coloco para fora. - a voz saiu fria.

- Eu queria ser o príncipe daqui. – voltou sentando-se numa cadeira perto da cama. – e ainda ter uma mãe... é tão linda.

- A respeito! - ralhou. - é minha mãe.

- Estou falando da personalidade dela, se bem que... - deu um sorriso de canto de boca. - ela é bonitona.

- Seu rabo!

- Brincadeira. - levantou as mãos. - o que vai fazer? - indagou sério.

- Quanto a ser uma peça de xadrez e quem me tem vai fazer o xeque-mate?

- Não encare dessa forma. Apenas pense que tem sua mãe de volta.

- Esse é o lado bom.

Os dois pararam de conversar ao escutarem ruídos na porta.

- Deveria ter o habito de trancar a porta.

- Não enche.

A porta abriu revelando...

- Miro? – Giovanni arqueou a sobrancelha.

- Uau... – exclamou o grego. – isso é maior que minha casa.

- Concordo. – era Shura entrando seguido pelos outros. – tem mais luxo que a mansão de Atena.

- Mais bonito e maior que o quarto do mestre. – disse Kanon. – seu quarto não era nada perto disso. – olhou para Saga.

- É por que não viram a piscina. – Dite sorriu.

- Piscina?

Os curiosos correram ate o outro cômodo. Kamus, Shion, Saga e Shaka sentaram nos sofás próximos.

- Como chegaram ate aqui? - indagou desconfiado.

- Cosmo. – Shion não entendeu a pergunta, era obvio.

- Não podem entrar aqui sem permissão. - cruzou os braços sobre o peito.

- Qual é Mask? – Deba aplicou uma chave.

- Quer me soltar? - MM tentava se libertar.

- Solte-o Aldebaran. – ordenou Shion. – ou será preso.

- Preso? - o brasileiro soltou-o na hora.

- Não exagera mestre. – disse o italiano.

- Estamos em Ranpur, aqui o que Aldebaran fez é ameaça a sua integridade física. Esqueceu que é o príncipe?

- Desculpe Gio. – Deba afastou-se.

- Não leve isso a sério. – MM ficou incomodado. – não vai acontecer nada.

- Mesmo assim. - Dohko chegou à porta da varanda. - precisamos nos policiar com as brincadeiras.

- Pode parar. - o canceriano levantou. - não quero que me tratem diferente. - olhou para todos. - o senhor é um porre, mas continua sendo o mestre do santuário.

Shion ficou surpreso com as palavras.

- Como quiser Mask. - Miro aproximou. - já que é o príncipe, já pensou na quantidade de mulher?

- Estava demorando... - Kamus rolou os olhos.

- Bem observado. - Mask coçou o queixo.

- Trate de andar na linha. - disse Dite. - é um príncipe e tem que comportar-se como tal. Vou conversar com sua mãe, você vai precisar de aula de etiqueta.

- Como é que é?

- Você fica com as aulas e nós com as festas. - brincou Aioria.

O canceriano levantou o dedo do meio. Shaka balançou a cabeça negativamente.

- Gustavv tem razão Mask. - proferiu Saga. - querendo ou não, terá obrigações que o cargo exige.

- Sou obrigado a nada.

- Se não faz por você faça por sua mãe. - Kanon pegou a coroa dele, colocando na própria cabeça. - gostei disso. Príncipe Kanon.

- Tire essa coroa imediatamente. É uma ordem. - a voz saiu autoritária e nem percebeu.

Kanon tirou na hora e os demais trocaram olhares.

- Pode quebrar. - tentou justificar o tom da voz.

Ouviram batidas na porta.

- Entre! – berrou.

- Com licença... – era Beatrice que parou de falar ao ver os cavaleiros. – desculpe incomodá-lo alteza...

- Me chame de Giovanni gatinha. – deu uma piscada para ela.

Beatrice ficou vermelha.

- Isso são modos de um príncipe? – Dite deu um pedala nele. – tenha mais respeito.

- Gustavv!

- Vai precisar mesmo das aulas... - murmurou Mu.

- Peças desculpas. - ordenou Dite.

- Não há necessidade senhor Gustavv.

- Não me chame de senhor. – sorriu. – e claro que há necessidade, só porque é um príncipe acha que pode falar desse jeito. Peças desculpas. – puxou a orelha dele.

- Desculpa.

- Não se preocupe alteza... – achou engraçado a cena. - o senhor Marius me encarregou de ensiná-los a respeito das nossas organizações. Qual horário prefere?

- Qualquer um. - deu nos ombros.

- Se não estiver ocupada, pode ser agora mesmo. - disse Kamus.

Beatrice o fitou.

- Acho uma boa idéia. - Shion concordou. - quanto mais rápido apreendermos será melhor.

- Ótimo. - voltou a atenção para Gio. - prefere que seja no teatro ou na sala de reuniões?

- Tem como ser aqui? - deitou na cama. - estou com preguiça.

- Como mata a gente de vergonha... - murmurou Deba a Aioria.

- Como quiser. - ficou surpresa.

A garota foi até uma parede que não continha quadros e colocou um dispositivo pequeno, redondo e cinza. A ação dela era observada por todos, principalmente por Kamus. Ela usava uma bota branca que batia até o meio das coxas. Um vestido justo até as coxas. Era fechado completamente atrás e na frente tinha um decote quadrado deixando a mostra somente o pescoço. A manga curta seguia o modelo de manga chinesa. O vestido era branco, com duas faixas laterais em azul escuro. Por baixo usava uma blusa de manga comprida também branca.  Os cabelos estavam presos por um rabo de cavalo.

Ela sentia-se observada.

- "Que constrangedor."

Apertou um botão vermelho e uma tela surgiu na parede.

- Atena ia gostar de algo assim. - Kamus olhava o dispositivo. - para as reuniões dela.

- São bem úteis. - disse Beatrice fitando-o. Ele tinha uma beleza incomum: os cabelos longos em azul. - podemos começar? - o olhar foi para o italiano.

-A vontade.

O quarto escureceu um pouco para dar visibilidade a tela. A primeira imagem que apareceu foi de uma galáxia.

- Essa é a forma da nossa galáxia. - a voz de Beatrice tomou conta. - uma espiral. Se compararmos a de vocês, - apareceu outra imagem. - vê-se que são bem diferentes.

- A nossa parece dois pratos unidos. - comentou Miro.

- Isso mesmo, mas a nossa é menor que a Via Láctea. - a imagem mudou para um desenho em 2D. - traçando os pontos cardeais, não temos outras galáxias próximas a nós. Norte, sul e leste tem algumas estrelas  e a leste temos S1. Para facilitar a administração e controle, GS foi dividida em 143 áreas. - linhas rosadas apareceram no desenho cortando vertical e paralelamente. - temos milhões de planetas, mas de tamanhos pequenos e muitos inabitáveis por causa de um evento natural ocorrido há milhões de anos. - Beatrice os fitou, eles estavam bem silenciosos. – está tudo bem?

- Sim. - Saga estava bem interessado. - continue, por favor.

- Temos nove planetas principais. - círculos apareceram na tela. - o primeiro é Orion, localizado na área 70. É o mais longínquo do grupo dos nove. - a imagem de GS foi substituída por um planeta de coloração marrom. - ele é lar do povo Tooi, responsável pela pesquisa e geração de energia para toda a galáxia. A energia usada pelos motores vandreds foram desenvolvidas por eles.

- Aqueles que movem a Euroxx? - indagou Aioria.

- Isso mesmo. A população é de dez bilhões de pessoas e é liderado pelo presidente Stiepan Cassie. - ela apertou um botão, mudando a imagem para um planeta de coloração azul. - o próximo planeta é o Eniac. Fica na área 123. Os Router são responsáveis pela construção do nosso aparato militar. Tem a mesma população de Orion e tem o sistema parlamentarista de governo. O primeiro ministro é Lancy Von.

- Se são militares, a estrutura de defesa da policia foi feita lá. - observou Dohko.

- Sim. Praticamente todos os equipamentos. O próximo... - a imagem mudou para um planeta também azul. - Obi. É um planeta pequeno com a população de quatro bilhões. Os Eijis são descendentes dos elementares puros. São governados por um conselho, mas tem como figuras principais o conselheiro Noah e a Coronel Urara Trieste.

- Um governo militar? - indagou Kamus.

- Não. Ela tem essa ordem, pois pertence a policia galáctica. Ela é diretora de área. - Beatrice voltou a atenção para a tela, mudando a imagem, para um planeta de cor bege. - na área 52 temos o planeta Clamp. São ocupados pelos Kalahasti. É o maior planeta da galáxia em tamanho, sua população é de doze bilhões de pessoas. Vocês devem ter conhecido a Célica, dama real da rainha, ela é desse planeta.

Aldebaran anotou o dado.

- Seu presidente é o Skip Anesha. - apertou o botão. - o segundo maior, Lain, na área 3. - a imagem de um planeta azul cercado de anéis surgiu. - tem oito bilhões de pessoas e é considerado o celeiro da galáxia.

- Como assim? - indagou Afrodite.

- Setenta por cento da produção agrícola de GS vem de Lain. O planeta sustenta aproximadamente 70 bilhões de pessoas.

- Impressionante. - disse Shion. - a tecnologia de plantio deve ser de altíssimo nível.

- Foi o nosso primeiro avanço tecnológico. Temos outros planetas produtores, mas Lain tem as condições perfeitas para a germinação de qualquer planta.

- Poderíamos usar isso na Terra. - comentou Dohko.

- Quem sabe um dia. - Beatrice sorriu. - continuando, seu chanceler é Radesh Nirra.

- Só aqui tem monarquia? - pela primeira vez Mask manifestara.

- Aqui e Alaron.

- Senhorita Beatrice. - chamou Shaka. - e aquele planeta que está na área 1?

- É Ikari. - ela mostrou uma foto de um planeta pequeno e cinza. - é o planeta dos elementares puros, mas há milênios desabitado. Dizem que só tem ruínas.

- Ruínas? - o canceriano que estava deitado, sentou. Havia algo naquele lugar.

- Sim alteza. - respondeu surpresa com o interesse. - esse lugar ainda é um mistério para nós, pois não conseguimos realizar estudos. Nenhuma nave consegue atravessar a atmosfera sem que ocorram danos. O único que consegui chegar a superfície foi o rei Soren, mesmo assim teve dificuldades para entrar e sair.

- Um local místico? - indagou Mu.

- Parece que sim.

Giovanni encarava a imagem de Ikari. Tinha a sensação de já ter pisado naquele local.

- Dando continuidade, Ranpur na área 36 como bem conhecem. - ela nem mostrou imagem, passando para o seguinte. Um planeta de tamanho médio, encoberto por nuvens. - Alaron, lar dos Atlantiks. - fitou Shion e Mu. - origem dos Atlantiks de VL19-3.

- Ele é governado pela princesa Alisha.

- Exatamente senhor Shion. Ela sucedeu ao trono, quando seu pai Samir, da casa real de Aliperti, morreu na guerra. Terão oportunidade de conhecê-la, ela estará na cerimônia.

- Isso é ótimo.

- Na área 64, temos o planeta Maris. - mostrou a imagem do astro de cor azul bem escuro. - com oito bilhões de pessoas é onde fica a academia da policia galáctica. Lá é o centro de formação. O governo é parlamentar e o chanceler é Rodhes Oli.

- Formou-se lá? - Kamus indagou novamente.

- Não. Minha formação é civil. Não tinha vocação para seguir a carreira militar, tampouco depois da guerra. - a voz saiu melancólica.

- Se serve de consolo, não foi a única perder. - MM a fitou.

- Eu sei. - tentou sorrir.

- É de qual planeta?

- Nascida e criada em Eike, alteza. Sou da cidade de Imega, perto da capital.

- Pode me chamar de Giovanni. - deu uma piscadinha.

Beatrice corou na hora.

- Vê se toma jeito! - Dite deu um pedala nele.

- Afrodite!

- Esse é meu planeta. - virou-se para tela imediatamente. - Eike. - apareceu a imagem de um planeta azul. - fica na área trinta e quatro e tem a mesma população daqui. - os fitou. - se Maris é o centro da formação militar, Eike é o político. A academia mais importante fica lá. O chanceler é Simon Ram...

- É formada em que? - Kamus novamente. Miro o fitou. O amigo não era de fazer tantas perguntas, será que estava interessado na moça?

- Me formei em ciência política no ano passado, Kamus. Agora sou assistente do senhor Marius.

- Muito interessante. - deu um sorriso discreto.

- Por que daqui e não do seu planeta? - indagou Shaka.

- Eike é o centro político e a concorrência para o cargo de assistente de chanceler é muito árdua. Eu fiquei em primeiro lugar, mas em segundo lá...

- Entendi.

- Maris, Ranpur e Eike são os planetas chaves. Maris com o militar, Eike com o político e Ranpur financeiro. Juntos tem a conotação de RAMAEI.

- E a composição da policia?

- É muito simples Gustavv. Basicamente a alta estrutura é composta pelos superintendentes, que ao todo são cento e quarenta e três. Ren é o superintendente dessa área. Acima deles, tem os diretores de área. GS tem cinco diretores e cada um é responsável por x áreas. Sobre eles o diretor geral, cargo hoje vago, pois o diretor faleceu há um ano e só agora que teremos eleições. E comandando tudo o presidente, o senhor Rihen.

- São muito bem organizados. – Shion estava impressionado. – um ótimo arranjo.

- É necessário senhor Shion. Tudo precisa está em ordem e todos precisam cumprir o seu dever para bem o coletivo. Os senhores têm perguntas?

- Não. - disse Kamus. - tudo foi muito bem explicado.

Dessa vez Shura e Kanon olharam para o francês. Ele fazendo elogio?

- Agradecemos a aula senhorita.

- As ordens Shaka. Bom... - apertou um botão desfazendo a tela, a luz natural voltou ao quarto. - obrigações me chamam. Desejam algo mais?

- Sim. – disse o mestre. – não quis pedir a senhora Lirya para não incomodá-la, mas seria possível arrumar um local de mais ou menos uns cento e cinqüenta metros quadrados e que fosse isolado?

- Bom... - pensou um pouco. - não sou responsável pelas coisas do palácio. Verei com a Hely ou a Célica.

- Agradeço.

- Eu preciso ir, tenho uma reunião agora. Agradeço a atenção. Com vossa licença. – fez uma leve reverencia a MM.

- Desculpe Beatrice. – pediu o canceriano de modo sério.

- Não se preocupe alteza. – por pouco não ficou rubra. – vejo os em breve.

Antes de sair ela olhou para Kamus que a fitava intensamente.

- Esse lugar é organizado. – disse Mu. – cada pessoa tem uma tarefa.

- Aprendeu tudo? - Miro dava pequenos socos em Mask. - logo isso será responsabilidade sua.

- Eles já sabem o que fazer, não precisam de mim.

O.o.O.o.O.o.O

No escritório Lirya analisava alguns dados juntamente com Marius.

- Quem a senhora convidou? - Marius checava sua agenda.

- Alguns membros do conselho, os chefes dos nove e nobres. – assinava alguns documentos, utilizando a digital. - A apresentação oficial será amanha na policia galáctica.

- Para todo o conselho? - a fitou.

- Sim. Logo após o jantar a noticia vai se espalhar e o povo anseia para ver o herdeiro.

- Posso imaginar a reação de alguns conselheiros. – sorriu. – de certo queriam que Eron estivesse morto.

- Não só eles como toda S1. Peça a Evans que dobre a vigilância no palácio e em toda Ranpur.

- Não se preocupe majestade. Evans e eu preparamos o esquema de segurança. Ren e Rihen também estão cuidando disso.

- Agradeço sinceramente a todos vocês. - deixou o aparelho portátil sobre a mesa. - levamos tanto tempo para encontrá-lo...

- Ele se parece muito com a senhora, mas os atos...

- São como os de Soren. – sorriu. – ate o temperamento.

Ouviram batidas a porta.

- Entre.

- Boa tarde majestade, senhor Marius.

- Como foi?

- Compreenderam sobre nossa galáxia, senhor Marius. Dei detalhes básicos, mas se mostraram bem interessados.

- E meu filho?

- Fez algumas perguntas.

- Eron aos poucos vai se lembrar. – disse o chanceler. - trouxe os relatórios?

- Sim. Acompanhei o treinamento do pessoal da segurança da policia. O senhor Rihen estava comigo. Está tudo pronto.

- Temos todas as presenças confirmadas Beatrice?

- Sim senhora. – ela entregou a rainha um dispositivo. Uma tela apareceu diante de Lirya. – os oito membros confirmaram presença para amanha.

- E hoje?

- Alguns já tinham compromissos agendados. Como não sabem o teor do jantar, creio que não quiseram desmarcar.

- É natural. - Lirya descansou o corpo na cadeira.

- Para o jantar virão a princesa de Alaron, a senhora Niive...

- Maris e Eike?

- O senhor Simon e o senhor Rodhes já tinham confirmado. Majestade, o atlantiks de nome Shion solicitou algo. Pensei em comunicar apenas as meninas, mas achei melhor contá-la.

- O que ele pediu? - indagou Marius curioso.

- Uma área livre. Não me disse para que, mas pediu que fosse desabitada.

Lirya e Marius trocaram olhares.

- Peça a Hely que providencie. – disse a rainha. – não deve ser algo perigoso. Apenas certifique-se que seja protegido.

- Sim senhora. Sem me derem licença vou cuidar da cerimônia de amanha.

Fez uma reverencia e saiu.

O.o.O.o.O

Os passos firmes de Niive ecoavam por um dos corredores da sede três da pólicia na orbita de Clamp. Recebera os relatórios a cerca do incidente e como prezava a eficiência da sua equipe, o culpado já tinha sido encontrado. Ele estava agora na sala de interrogatório.

John a aguardava na porta.

- Diretora. - bateu continência.

- Já começaram?

- Não. Estamos esperando como a senhora nos pediu. Apesar de achar desnecessário, pois trata-se de um mercenário qualquer.

- Não estou fazendo nada. - abriu a porta.

John não disse nada. Conhecia a fama de sua superiora. A região três a qual ela comandava era uma das mais seguras da galáxia. Niive conduzia a segurança a ferro e fogo e por isso seu nome era forte para ganhar as eleições para diretoria geral.

Aquela sala era pequena. Alguns policiais faziam a proteção, o réu estava sentado numa cadeira.

- Muito bem senhor... - checou a ficha. - Kany. Comece.

- É uma honra conhecê-la capitã Niive. - deu um sorriso debochado. - tinha muita curiosidade em conhecer a diretora da área três.

- Pena que não posso dizer o mesmo. - a voz saiu seca. - se colaborar, sabe que pode ter a pena reduzida.

- Eu já disse tudo. Eu explodi aquelas naves. Viraram picadinhos. - sorriu.

- Nas imagens que conseguimos no arquivo, mostra uma nave muito maior do que a de costume. Onde conseguiu?

- Progredi não foi? - a fitou desdenhosamente. - de uma simples nave para outra muito melhor.

- Se fosse um dos grandes mercenários ou piratas que já tivemos nessa galáxia, até concordaria, mas você não passa de um ladrãozinho de sucata. - ela deu um passo a frente. - onde conseguiu a nave? - a voz saiu fria.

- Ganhei numa aposta. - cruzou os braços sobre o peito. - ate os ladrãozinhos de sucata tem sorte às vezes.

- Sorte e burrice, pois a perdeu.

- Não se pode ter tudo. - disse sem se abalar com os insultos.

Ela o encarou e Kany não desviou o olhar.

- Podem levá-lo para Wan.

Dois policiais o levaram para fora.

- Não sobrou nada da nave? - Niive olhou para John.

- Não. A pericia concluiu que ele deve ter apertado algum dispositivo errado que ocasionou a explosão. Foi burrice, não era uma nave que ele tinha costume. Deve ter ficado empolgado.

- Algum destroço?

- Poucos. Foram levados para o deposito da policia em Clamp.

- Tudo bem. - soltou um suspiro. - faça um relatório e envie ao presidente. Vou me ausentar essa noite, mas amanha cedo estarei aqui. - tomou o rumo da porta.

- Ausentar? - indagou assustado, Niive quase não abandonava o posto.

- A rainha Lirya está promovendo uma recepção e sobrou para eu ir. Todos os diretores pularam fora. - disse impaciente.

- Eu realmente sei como adora essas coisas da high society. - brincou o rapaz.

- Faço pela rainha, sabe muito bem disso. - o olhou atravessado. - Yoku te ajudará, qualquer problema me avise. - tomou o rumo esquerdo do corredor.

- Fique tranqüila. Tomaremos conta de tudo.

O.o.O.o.O

Beatrice checava os últimos detalhes sobre a cerimônia na sede da policia galáctica em seu dispositivo móvel. Tudo foi decidido as pressas, por isso não tinha tempo a perder.

- Oi Beatrice.

A garota ergueu o rosto deparando-se com Célica e Hely.

- A rainha ainda está em reunião? - indagou Hely

- Sim, mas não deve demorar.

- Você virá a recepção? - indagou a morena, indicando para sentarem numa varanda próxima.

- Virei, sou convidada, mas também a serviço. A volta de Eron demandará muita diplomacia.

- Em Obi, sempre ouvimos sobre o príncipe perdido. Os mais velhos enxergam a volta dele como a solução de todos os problemas.

- Mas eu vejo assim. - disse Célica. - sobre o comando dele, seremos mais forte. O rei Soren derrotou S1, o príncipe derrotará novamente caso haja alguma guerra.

- Eu espero que sim. - Beatrice fitou a cidade. - mas o príncipe pouco se recorda daqui e está relutante em aceitar sua condição.

- Também notei isso. - observou Hely. - acho que se deve pelos anos fora. Ele deve ter criado uma nova vida para ele.

- Você esteve com eles. - disse Célica. - o que faziam em VL?

- Pelo que o senhor Marius me disse, eles são uma espécie de protetores de uma elementar pura.

- Existem elementares lá?

- Não exatamente como os daqui Hely. Mas o príncipe faz parte desses protetores.

- Bem que notei que eles são diferentes. - Célica esticou as pernas.

- Eles possuem uma espécie de energia como os elementares. - disse Beatrice. - fora que há atlantiks entre eles.

- A princesa Alisha ficará feliz. - a morena sorriu. - eu fiquei surpresa de um deles usar a roupa da minha raça.

- O senhor Marius me disse que não foi por acaso.

- Não? - indagou Hely igualmente surpresa.

- Não. Ao que parecem eles tem tendências, como Aldebaran teve ao escolher uma veste dos Kalahasti.

- Também notei que um deles vestia a roupa do meu povo. - disse Hely. - interessante...

- Interessante? - Célica sorriu. - notou como aquele "Kalahasti" é grande e forte?

- Menos Cely... - murmurou Hely. - não comece.

- Não vá se apaixonar Célica. - Beatrice advertiu de forma sorridente. - eles irão embora em um mês.

- Mas posso ter um rápido relacionamento. Qual o problema? - sorriu de forma lavada.

- O problema é que tem obrigações Célica. - a voz de Hely saiu grossa. - e que irão aumentar daqui em diante. Com a volta de Eron, Ranpur estará suscetível a ataques.

- Ela tem razão. - disse Beatrice. - estive conversando com o senhor Evans. Ele está muito preocupado.

- Quem disse que vou deixar as minhas obrigações? - a morena levantou. - mas também por que não posso me divertir?

Hely e Beatrice trocaram olhares.

- Eu preciso ir. - Beatrice levantou. - preciso estar aqui as sete.

- Capriche no visual. - Célica puxou o laço que prendia os cabelos rosados. - vai que um dos protetores se interessou por você.

- Não diga bobagens. - pegou o laço de volta. - eu não tenho tempo para isso. - pensou em Kamus. - não tenho tempo.

- Desiste. - a loira deu nos ombros. - ela vai te infernizar.

- O mesmo serve para você Hely. Vai que... - Célica piscou.

- Tchau Beatrice. - Hely levantou, caminhando para dentro. - até mais tarde.

- Até. - sorriu. - você não tem medo do perigo? – Beatrice a fitou. - Uma hora a Hely te manda para Sidon.

- Sou uma Kalahasti, não tenho medo. - disse confiante.

O.o.O.o.O

O assunto no quarto de Giovanni era sobre a recepção que a rainha daria. Os cavaleiros festeiros estavam bem animadinhos.

- Mal chegamos e já vamos para a farra. - disse Miro. - isso que é vida.

- Espero que não se esqueçam de um detalhe. - a voz de Shion saiu séria. - mesmo não estando no santuário, qualquer mau comportamento será castigado. Isso não exclui você. - olhou para o canceriano.

- Como se eu fosse fazer alguma coisa. - fechou a cara. - serei vigiado por todos. Sempre foi assim...

- Gio, - Dite sentou ao lado dele. - como você chegou ao santuário?

- Cheguei como todo mundo, não foi mestre? - fitou Shion.

- Do que se lembra?

- De... - começou a forçar a mente. - a Euroxx explodiu e eu entrei num hadren... em seguida lembro de ter sido acordado por um homem e levado para um lugar chamado santuário. Não sabia muito bem o que era, mas segui com ele. Só lembro dos meus pais, os italianos, dizendo que seria bom para a minha educação.

- Mas e entre a sua entrada no hadren e ser acordado?

- Eu não me lembro Shura. - disse encabulado. - eu não consigo lembrar.

- E se o Mu entrar na sua mente? - Dohko sugeriu.

- Se eu puder ajudar... - murmurou o ariano mais novo.

- Tudo bem. - Gio concordou.

Mu sentou na frente dele.

- Feche os olhos e relaxe.

O canceriano obedeceu. Nos primeiros segundos os pensamentos estavam em desordem, depois sentiu a mente serenar. Os demais observavam atentamente.

Mu esperou o completo relaxamento do príncipe para entrar em ação. Ele fechou os olhos começando a acessar a memória do amigo, contudo... Mu sentiu uma grande força de repulsão. Ele abriu os olhos na hora, assustado.

- O que foi Mu? - indagou Shaka.

- Não estou conseguindo acessar, a mente dele me repeliu.

Shion aproximou, tentando conectar a mente de Mask. Realmente a força contrária que a mente do canceriano exercia sobre a de Shion era gigantesca. O mestre tentou novamente ultrapassar essa "barreira", mas não conseguiu.

- Está fechada. - disse. - a mente dele criou uma barreira.

Ficaram intrigados. Shion tinha um grande poder e nem assim conseguiu?

- Deixe-me tentar. - Shaka sentou diante do canceriano.

Shaka fechou os olhos concentrando-se. Realmente havia uma grande barreira que o impedia de chegar a mente de Mask, mas não desistiu. Aumentou o seu nível de concentração e segundos depois uma imagem se formou na mente do virginiano: via o italiano dentro de uma espécie de globo de vidro acompanhado por um homem.

A imagem se desfez na hora e a mente de Mask expulsou a de Shaka.

O virginiano abriu os olhos apreensivo. O que tinha sido aquilo? Tinha certeza que a localização daquele globo não era no santuário, sentia isso. Mask abriu os olhos, que continuaram centrados nos do virginiano. Shaka sentiu certo peso no olhar.

- E então?

A voz de Kanon o chamou a realidade.

- Também não consegui. - omitiu sobre a imagem. - me bloqueou. - olhou para Shion.

- Não conseguiu nada? - Mask balançou a cabeça negativamente.

Shaka virou-se imediatamente para ele, o olhar havia mudado.

- Se nem o Buda loiro conseguiu, esquece. - Mask levantou. - não faz muita diferença mesmo.

- Homem cheio de mistérios. - brincou Aioria.

Shaka olhava para Mask, aquilo tinha sido muito estranho. Os cavaleiros de ouro tinham treinamento para conter o acesso a mente, mas nada que ele e até mesmo Shion, perito nisso, não pudessem transpassar. Então de onde vinha aquele poder?

Batidas a porta interromperam os pensamentos de Shaka.

- Quarto movimentado, está parecendo quarto de zona.

- Giovanni... - murmurou Shion.

- Entre! - berrou.

A porta abriu-se lentamente, dando passagem a uma jovem.

- Desculpe incomodá-lo alteza. - disse Hely. -  senhor Shion. - o fitou, o que o deixou surpreso, ela era boa de memória. -  já estou providenciando a sua solicitação. Para quando deseja?

- Bem... - estava sem palavras. - o mais rápido possível.

- Amanhã cedo estará pronto.

- Agradeço.

- A apresentação está marcada para as oito, alteza. - o olhar foi de Giovanni para os demais. - os senhores devem está no salão real as sete e meia. Guardas irão indicar o caminho. - voltou a olhar para Giovanni. - quanto a sua alteza, a rainha irá buscá-lo.

- Desculpe senhorita Hely... - Dite levantou a mão. - e quanto as nossas roupas?

- Terão roupas baseadas nas suas escolhas. Já foi providenciado e em uma hora será entregue em seus quartos.

- Obrigado... - estava assustado com a frieza dela.

- Quanto a vestimenta real, vossa alteza usará a vestimenta que o rei usava. Será entregue aqui.

- Tudo bem. Sabe onde está a minha mãe?

- Na sala de reuniões com o chanceler. O senhor deseja algo?

- Não. Só para saber.

- O senhor pode usar o comunicador ao lado da cama, caso deseje algo.

- Obrigado. - estava sentindo desconfortável com a presença dela.

- Com licença. - fez uma mesura.

- Toda.

Hely fez outra mesura e saiu. Os cavaleiros soltaram as respirações.

- O que foi isso? - indagou Dohko.

- Eu sinceramente estava achando que ela era um robô. - disse Mu.

- Que frieza... - murmurou Kanon.

- Não é frieza é profissionalismo. - disse Kamus em defesa a ela.

- Rápida e objetiva. - Shaka levantou indo até a varanda. - o mundo precisa de mais pessoas assim.

- Aquilo para mim é grosseria. - disse Shura. - mas ela é empregada do Mask, ele que fale com ela.

- Eu? - apontou para si. - vocês não conheceram a dama real da minha época, não fazem idéia. - disse sem perceber. - ela nem me deixava brincar. Vivia na minha cola.

Fitaram-no.

- Não me olhem assim! Por que não vão para seus quartos arrumarem?

- Mask tem razão. - Shion tomou o rumo da porta. - temos horário. Quero todos prontos às sete. Todos. - olhou para Miro e Aioria.

- Está certo mestre. - disseram os dois ao mesmo tempo.

O palácio real de Ranpur estava todo iluminado e protegido. Evans havia destacado muitos homens para a proteção da residência real. Apesar de ainda a noticia da volta do príncipe não ter sido divulgada todo cuidado era pouco.

- Já estão todos em seus postos, capitão. - disse Etah. - Ren deslocou algumas naves para patrulhar o espaço aéreo.

- Muito bom. - Evans consultou o relógio, já eram sete horas. - vamos entrar.

O.o.O.o.O

Shion já estava pronto há alguns minutos e por isso passou de quarto em quarto para chamar os cavaleiros. Devido a ameaça feita, horas antes, Miro e Aioria já estavam prontos.

Como Hely havia dito, as vestimentas deles seguiam o padrão de roupas escolhido por eles mais cedo. Eram túnicas, semelhantes a que Shion usava no santuário.

- Isso é ridículo! - exclamou Shura, ajeitando o pano. - por que temos que usar isso?

- Porque somos convidados. - respondeu Saga. - e não é tão ruim assim.

- É porque está acostumado! - Kanon tentava afrouxar o pescoço.

- Eu me sinto da realeza. - Afrodite estava adorando. - vamos imaginar que somos príncipes importantes.

A maioria torceu a cara.

Na hora combinada foram conduzidos para o salão de festas do palácio. Gustavv conteve o grito diante do luxo daquele local.

- Eu sempre achei o templo impressionante, mas isso... - murmurou Dohko. - quantos quilos de ouro gastaram nisso?

- Não é apenas ouro. - disse Shion, olhando atentamente. - tem oricalco.

- O que?! - exclamaram os onze.

- Usaram oricalco? - indagou Shaka. - na decoração?? - ficou pasmo.

- Lembre-se que aqui, oricalco deve ser algo comum.

- E por falar em comum... - Kamus olhava ao redor. - notaram que não estamos sentindo cosmo algum? Só o nosso?

- Segundo o senhor Marius ninguém tem o cosmo desenvolvido. - esclareceu o grande mestre. - são todas pessoas comuns....

Shion parou de falar, Mu o fitou imediatamente, o que era aquilo que estava sentindo?

- Estão sentindo? - o ariano mais novo fitou os amigos.

- O que? - Deba o olhou.

Os demais também o olharam sem entender.

- "Mestre." - disse por telepatia.

- "Estou sentindo. Não é um cosmo, mas uma energia familiar."

Os dois começaram a procurar o possível local dessa energia. Notaram um grupo de pessoas que acabara de chegar. Não puderam ver os rostos, pois estavam longe, mas sentiram a energia de quatro pessoas, sendo uma delas ainda mais forte.

- "Serão deles?" - indagou Mu.

- "Possivelmente. Só não entendo porque os outros não estão sentindo..."

- Algum problema Shion? - indagou Dohko.

- Não. Nada.

O grande mestre sorriu, voltando a atenção para o grupo de pessoas, quem seriam?

O.o.O.o.O

Mask olhava-se no espelho, e não se reconhecia. Estava bem vestido, com uma roupa militar azul marinho. Trazia no peito a faixa e a medalha que representava sua casa real. Os cabelos azuis estavam adornados com sua coroa.

- Não sou eu... - murmurou.

- Eron?

Ele virou-se.

- Oi mãe.

- A porta estava aberta e... - ela parou de falar, olhando o de cima a baixo. Foi inevitável os olhos lacrimejarem.

- O que foi?

- Esperei tantos anos para vê-lo assim... as vezes o sofrimento de não tê-lo mais me consumia, mas hoje... - a voz embargou. - está na minha frente.

Mask sorriu, saindo de onde estava e indo até a mãe.

- Estou aqui. - a abraçou.

- Tive tanto medo, meu filho... - acariciou o rosto. - tive medo de não vê-lo se transformar em homem, nobre e bondoso.

- Eu não sou assim mãe. - tomou a mão dela entre as suas. - meu passado não é digno. Eu cometi inúmeros crimes bárbaros, que se a senhora soubesse... - murmurou. - só alcancei o arrependimento nesse ultimo ano. Seu filho tem uma índole má.

- Claro que não, você protege VL19-3, deu a sua vida para manter a paz. Marius me contou.

- Marius só sabe o superficial. Eu não sou herói. - abaixou o rosto, lembrando-se de Helena. - me desculpe por ter saído daquela forma. É que...

- Não se preocupe. Sei como se sente. - acariciou o rosto. - nesses anos tive que ceder a manipulação para o bem maior. Mas eu prometo, que farei o possível para não te envolver.

- A senhora precisa saber sobre meus atos. Após essa cerimônia podemos conversar?

- Claro, meu pequeno. Se bem que... - sorriu. - não está tão pequeno mais. Venha, vamos logo cumprir nossas obrigações.

O salão não estava lotado, os cavaleiros estavam a direita da grande escadaria. Conversavam sobre o que estava por vir quando ouviram sons de trombetas. Lirya e Mask estavam numa sala adjacente. Ela era ricamente decorada com ouro e oricalco.

- Espere aqui. - disse a rainha dirigindo-se para o salão.

Mask concordou passando a olhar a sala. Aquele lugar lhe trazia lembranças, quase via um garoto correndo por aquela sala, tendo alguns empregados em seu encalço. O som de trombetas chamou sua atenção. Ele caminhou até a porta, parando. Ficou impressionado com o tamanho do salão, não se lembrava de que ele era tão grande. Olhou para os convidados, não conhecia ninguém e aquilo o deixou ressabiado. A atenção foi chamada para um grupo a direita... é verdade que tiveram muitas desavenças, mas hoje  era grato por tê-los ao seu lado. Era reconfortante a presença deles no meio daquele caos. A passos lentos desceu a escada, parando no primeiro jogo. Lirya pegou em sua mão.

- Quando soube da morte do meu marido e o desaparecimento do meu filho, - a voz ecoou pelo salão. - uma forma de mostrar meu luto foi cobrir essa pintura. - olhou para Mask. - só retiraria a cortina quando tivesse meu filho novamente e esse dia chegou. Eron Ceratto Tempestta retornou.

Ela apontou para a cortina que estava atrás dele, indicando que era para ele abri-la. O canceriano deu alguns passos e puxou a corda revelando um enorme quadro que havia na parede.

- Mas isso... - murmurou.

- Lembra-se que não queria ficar quieto? - disse Lirya.

Era uma pintura com a representação de Soren, Eron e Lirya.

Os convidados ali presentes estavam num profundo silencio.

- Nem precisa Dna. - comentou Aioria. - ele é a cara do pai.

Todos concordaram. Uma jovem de cabelos lilases sorria.

- Longa vida meu filho. - A rainha o conduziu pela mão  - Longa vida ao príncipe Eron.

Com exceção da jovem, todos fizeram uma reverencia, deixando-o desconcertado.

Não muito longe dali, alguém observava a apresentação.

- Isso ficará interessante... - murmurou para em seguida desaparecer no meio da escuridão.

- Venha. - disse Lirya.

Os dois desceram o ultimo jogo de escadas. Lirya conduziu-o até dois senhores.

- Majestades. - os dois reverenciaram.

- Chanceleres, meu filho.

- Olhando-o vejo Soren na minha frente. Sou Rodhes Oli, o chanceler de Maris. - o homem tinha por volta dos cinqüenta anos, tinha cabelos negros e olhos azuis.

- Prazer. - disse Mask.

- Mas tem a graça da sua mãe. - disse o homem de mesma idade, mas de cabelos e olhos brancos. - meu nome é Simon Ram, sou o chanceler de Eike. Seja bem vindo alteza.

- Obrigado.

- Majestade temos muito que conversar. - disse Rodhes.

- Eu sei senhores. Devo alguns esclarecimentos. - sorriu simpática. - se me derem licença.

A rainha e o príncipe retiraram-se.

- Só quero ver a expressão de alguns conselheiros. - brincou Rodhes. - nuvens grossas se aproximam.

- As peças de xadrez começam a se mover e com uma peça poderosa aparecendo. Prevejo muito trabalho.

- Soren foi um bom estrategista.

O.o.O.o.O

A tempestade castigava o pequeno planeta Wan. As ondas do mar batiam perigosamente sobre a estrutura metálica, erguida no meio do oceano. Uma pequena nave pousou na pista e um grupo de cinco policiais conduzia um preso. Ele não mostrou resistência e seguia resigno.

Ele passou por revistas, teve seus bens pessoais confiscados e foi levado para uma cela.

De uma pequena janela ele podia ver a tempestade.

Kany sentou na cama, minutos depois um policial surgiu trazendo o uniforme do lugar.

- Seu uniforme.

Ele não disse nada.

- Seu dinheiro está depositado. - o policial disse baixo e sem fita-lo. - o trato será cumprido na totalidade no momento certo.

Continuou calado. O policial retirou-se.

O pirata levantou, passando a olhar a paisagem.

- No fim foi bom negocio... - murmurou. - e aquela vadia vai pagar muito caro...

O.o.O.o.O

Lirya conduziu o filho até um grupo de pessoas composto por homens e uma mulher. Os homens assim que viram a rainha fizeram uma leve mesura.

- Alisha.

- Majestade.

As duas trocaram um afetuoso abraço.

- Como estou feliz pela senhora. - sorriu. - sua busca terminou.

- Sim. Graças a você que encontrou os arquivos do seu pai. Serei eternamente grata. Eron. - virou-se para MM que estava mais atrás. - venha aqui.

Ele aproximou ressabiado. Cumprimentou os homens, mas o olhar deteve-se na jovem. Aquele rosto...

- Eu achei que você não fosse crescer tanto. - a jovem sorriu.

- A... li-sha...? - a voz saiu vacilante.

- Lembrou-se de mim?

- Mas você era gorda. – a fitou de cima a baixo. -  Como pode está gostosa? - disse sem se importar com as palavras.

Alisha riu, não se importando com os termos.

- Eron! - Lirya ralhou. - isso são modos?

- Mas mãe... - a fitou. - ela era baixinha, feia e gordinha.

- Mas pessoas mudam senhor Eron. - ela disse divertida. - fico feliz que tenha se lembrado de mim. Você até que cresceu, pensei que seria um anão.

- E você uma bola.

Lirya não escondia a satisfação. Se Eron se lembrava de Alisha, era sinal que suas lembranças estavam retornando. Devido a amizade entre Soren e Samir, rei de Ranpur e Alaron, Eron e Alisha também eram amigos. Os dois nasceram na mesma época e desde pequenos brincavam juntos.

- Estou feliz que tenha voltado. - Surpreendendo-o ela o abraçou. - fiquei muito triste quando me contaram que sumiu. Tinha perdido meu pai, o tio Soren e você.

- Estou feliz por te ver também. - correspondeu ao gesto. - vou poder pegar no seu pé de novo.

- Eron...

Ele a fitou, mais precisamente para a testa dela.

- Espere aqui, precisa conhecer alguém.

Mask saiu as pressas, indo em direção aos amigos.

- Mestre. Mestre.

- O que foi Giovanni?

- Venha comigo. - puxou o ariano pelo braço. - você também Mu.

Ficaram sem entender, mas seguiram com ele.

- Alisha. - chamou Mask. - esse é o Shion.

O canceriano praticamente jogou Shion em cima da moça.

- Giovanni. - o mestre ajeitou a roupa. - os modos.

- Atlantiks...

A voz suave chamou a atenção do ariano. Os olhos arroxeados fitaram a moça a frente. Ela era alta, corpo esguio. Os cabelos lilases eram longos e ondulados, os olhos eram brancos. Acima deles duas pintas roxas.

- Uma lemuriana... - murmurou Shion.

- Eu sou Alisha. - sorriu.

- Shion... Shion de Áries. É um prazer senhorita.

- É uma princesa mestre. - disse Mask.

O ariano rapidamente curvou-se.

- E esse é Mu.

O cavaleiro de Áries curvou-se.

- Prazer senhorita.

- O nome do antigo reino em VL19-3. Estou feliz que ainda tenha atlantiks nesse planeta.

- Vocês tem muito o que conversar. - disse Mask. - vão bater papo. Vamos mãe.

- Fiquem a vontade. - disse a rainha.

Saíram deixando-os.

- Vamos nos sentar? - indagou a princesa.

- Claro alteza. - Shion estava empolgado. Não era apenas a princesa que era lemuriana, seus acompanhantes também eram e um fato chamou-lhe a atenção: todos tinham os cabelos na cor lilás.

Enquanto isso, os dourados conversavam num canto. Há certa hora e sem a supervisão de Shion dispersaram.

- Não sei se é boa idéia deixá-los. - disse Shaka a Saga e Kamus.

- Eu concordo, mas vamos confiar no bom senso. - Saga olhava os convidados. - Ren, Etah e Beatrice estão ali, vamos conversar com eles, quanto mais informações tivermos melhor.

Os outros dois concordaram.

O.o.O.o.O

A princesa Alisha escolheu um ponto mais reservado do salão para conversar.

- Muito bem Shion, conte-me sobre os nossos.

- Infelizmente não há muito a se contar princesa. Apenas há três de nossa raça.

- O que houve? - indagou surpresa.

- Desde que Lemuria afundou, a nossa raça veio diminuindo. Na minha adolescência, já éramos um grupo pequeno e que foram mortos numa guerra que tivemos. Só havia sobrado três: eu, Atlas e um jovem de nome Lori. - deu uma pausa para continuar. - Atlas teve um filho, - olhou para Mu. - e Lori um garoto de nome Kiki, mas infelizmente os dois já morreram.*

- Só sobrou nós alteza. - disse Mu.

- Então, devo deduzir que você, - olhou para o ariano mais novo. - e o Kiki são mestiços.

- Exatamente. Minha mãe era humana.

- É uma pena que tenha acabado. Foram tantos Atlantiks para VL19-3.

- Pode nos contar como ocorreu essa imigração?

- Isso foi antes de conquistarmos o espaço. Há milênios. Creio que a rainha deve ter explicado que somos descendentes dos elementares puros.

Mu e Shion concordaram.

- Nessa época, ainda tínhamos muitos dons herdados dos elementares e esses dons proporcionaram a ida deles para o seu planeta. Os contatos não eram constantes, mas sempre tínhamos noticias até que uma grande quantidade de pessoas retornaram para Alaron devido ao cataclismo em Lemuria. A partir daí os contatos tornaram-se escassos até cessarem. Não tínhamos tecnologia para chegar até o seu planeta, tampouco tínhamos os dons dos elementares, devido os vários cruzamentos da nossa raça. Hoje nos resta apenas sessenta por cento de sangue elementar. Quando meu pai ainda era jovem começou a pesquisar se havia algum hadren que ligasse Alaron a VL. Infelizmente ele descobriu pouco antes de morrer.

- Talvez devido aos séculos, as nossas origens foram se perdendo. - disse Shion. - não chegou até a mim o fato de não sermos da Terra.

- Agora vocês sabem. - Alisha sorriu. - e ficarei muito feliz se aceitarem o convite de conhecer o nosso planeta. Berço dos nossos ancestrais.

- Ficaremos honrados. - Mu e Shion falaram ao mesmo tempo.

O.o.O.o.O

Os cavaleiros de Atena aproximaram do trio.

- Gostando do nosso planeta? - indagou Ren.

- Muito interessante.  - disse o geminiano. - Beatrice nos explicou sobre os planetas principais e suas organizações políticas e militares.

- Acho que na Terra deve ter o mesmo. - disse Etah.

- Certamente. - Kamus tomou a palavra. - só que num nível micro. Podemos substituir os planetas por países.

- E como é na Terra? - indagou Beatrice.

- Cada um de nós é de um país diferente. - Kamus a fitou. - o meu país se chama França e...

O aquariano, Shaka e Saga começaram a explicar o funcionamento de seus respectivos países.

O.o.O.o.O

Num canto, a elite política da galáxia conversava.

- É um acontecimento que deve ser comemorado. - brincou Evans. - ao mesmo tempo um prato cheio para os inimigos.

- Por quê? - indagou Rodhes.

- Já reparou nas pessoas presentes? Os lideres políticos de Maris, Ranpur, Eike e Alaron estão no mesmo local.

- Ainda bem que confiamos na sua competência. - disse Simon.

- Evans não deixaria nada nos acontecer. - Marius o fitou. - o palácio deve ser o lugar mais seguro do planeta.

- O que depender de mim, nada chegará até aqui.

- Só estou imaginando amanha na sede da policia... - murmurou Simon.

- Vai ocorrer uma transmissão ao vivo para toda galáxia.

Rodhes, Simon e Evans olharam para Marius.

- Como? - indagou o chanceler de Eike.

- É uma decisão da rainha. Ela acha melhor que todos saibam ao mesmo tempo. Ren apurou e já tem rumores na policia.

- E a segurança? - indagou Evans.

- Rihen está a par. Tanto que iremos na Galaxy.

- Realmente é mais seguro. - disse Rodhes. - não desfazendo da Euroxx.

- Eu sei. – Evans não se importou. - eu também acho mais seguro.

O.o.O.o.O

Kanon, Aldebaran e Shura andavam pelo salão. Num dado momento, o espanhol pediu licença para ir ao banheiro.

- Quando vamos comer? Estou com fome. - disse Kanon.

- Agüente. - Deba segurou o riso, contudo os dentes alvos apareceram ao ver duas pessoas indo para uma das varandas.

- O que foi Touro? - Kanon olhou para direção que ele olhava. - vamos atrás delas.

- Para que??

- Socializar. - o marina começou a andar.

- Ficou maluco? - o brasileiro o segurou.

- Por que não? Você fica com a guarda costas e eu com a outra.

- Mas...

- Deixa de ser bundão! - o puxou.

Célica e Niive foram para a varanda conversar. Como eram do mesmo planeta, estavam colocando a conversa em dia.

- Sem dúvida aquele é o Eron. - disse Niive.

- O conheceu quando criança?

- Duas vezes, mas jamais esqueço um rosto. O filho de Soren está de volta e vai agitar a galáxia.

- As coisas realmente vão mudar.

Kanon e Aldebaran aproximaram, apesar dos protestos do taurino.

- Boa noite meninas. - disse Kanon sorrindo.

- Boa noite. - respondeu Célica olhando para o brasileiro.

- Você eu já conheço, - fitou a dama real. - mas a senhorita...

- Jay. - disse seca. - Niive Jay.

- Sou Kanon e ele é Aldebaran. - apontou para o amigo. - viemos com Giovanni, ou melhor, Eron.

Niive desviou o olhar para Deba.

- Se não fosse de VL19-3 diria ser um kalahasti.

- Eu? - Deba indagou intrigado.

- Tem o porte e o biótipo da nossa raça.

- Célica, - Kanon não deixaria o taurino dominar a conversa. - ele está sem jeito, mas queria te perguntar algumas coisas.

- Claro. - fitou Deba. - o que seria?

O taurino prendeu a respiração.

- É que...

- Eu tenho algumas coisas para fiscalizar, enquanto faço isso pode me acompanhar. - a garota entendeu o recado. - vamos?

- Cla-ro. - ficou sem jeito.

Célica praticamente o puxou, a certa distancia...

- O que quer saber?

- Bem... os horários do palácio. - disse a primeira coisa que lembrou.

- Ah sim... mas Hely não passou?

- Não que eu tenha visto ou ouvido. - respondeu depressa. - por que a senhorita Niive disse que pareço um kalahasti?

- Já ouviu falar do planeta Clamp?

- Sim, seu planeta não é? Beatrice nos disse algumas coisas.

- Pois então... é o seguinte...

Fingindo ser um ato natural a garota passou o braço pelo braço de Deba.

Na varanda...

- Niive. Posso te chamar assim?

- Tanto faz. - a garota cruzou os braços sobre o peito.

- Por que disse que ele parece um kalahasti?

- Clamp é o nosso planeta de origem e lá tem uma incidência maior de raios ultravioletas do que, por exemplo, aqui. Ao longo dos milênios os povos de lá foram adaptando-se a isso. Temos alta concentração de células melanócitos.

- Ah... - murmurou Kanon. - melatos...

- Melanina. - disse impaciente.

- Eu iria dizer isso. Muito interessante.

- Sim. Bom... foi um prazer conhecê-lo. - queria colocar um fim naquela conversa.

- Pelas suas roupas você deve ser da policia. - não a deixaria ir tão facilmente.

- Sou.

- Qual cargo?

- Diretora. Olha Kanon eu preciso realmente ir.

- Lembrou-se do meu nome.

Niive soltou um suspiro desanimado.

- Eu...

- Niive, Kanon. - Hely apareceu na porta. - o jantar será servido.

- Ótimo. - disse a garota. - vamos.

- Por favor.

Kanon indicou para ela ir primeiro, quando ela passou por ele não deixou de sorrir.

- "Vai ser um mês movimentado."

O jantar foi servido no grande salão, com Mask prescindindo a mesa. Tudo ocorreu de forma tranqüila e sem incidentes. Apenas assuntos leves. Ao final, Lirya conduziu os convidados até um salão adjacente.

O canceriano aproveitou a deixa para andar um pouco, só parou diante da grande pintura de sua família. Não se importando sentou diante dela. Sorriu ao se lembrar do dia que ela foi feita. Sua mãe teve que prometer muitas guloseimas para que ele ficasse quieto.

- Eu era um demônio. – riu.

O olhar foi para o pai. O cabelo em tom branco prateado era de tamanho médio e constratava com a pele rosada. Os olhos azuis eram escuros e firmes. Giovanni parecia fisicamente com a mãe, mas também tinha muito do pai.

A imagem do dia do acidente veio lhe na mente. Lembrava-se de socar o painel da pequena nave, na tentativa de sair. Estava com medo e a medida que a nave se afastava da Euroxx e entrava no hadren o medo aumentava. A imagem da Euroxx sendo envolvida por uma bola de fogo apareceu em sua mente.

- Pai... – abaixou o rosto. Ainda podia ouvir o som de seus gritos,.. – fitou o retrato. Todas as emoções daquele dia vieram. – pai... – os olhos marejaram.

Agora de volta ao seu lar, os sentimentos afloraram. Havia perdido o pai e ele não pudera fazer nada, perdera Helena e novamente não pudera fazer nada.

Lirya voltava do salão adjacente na companhia dos dourados.

- Não se preocupe Shion, vamos providenciar a sua ida a Alaron.

- Eu agradeço majestade.

- O que o Gio está fazendo ali? – indagou Aioria apontando para a escada.

Olharam, ficando apreensivos pela vibração do cosmo dele. Lirya apertou o pé e ajoelhou ao lado do filho.

- O que foi Eron?

Ele não respondeu, mas ela notou as lagrimas respingadas na mão dele.

- Eu não queria ter deixado-o. Se eu fosse mais forte teria evitado tudo.

- Eron... - disse compadecida. - escute. - segurou o rosto dele com as duas mãos. - você era uma criança.

- Mas nem como adulto conseguir fazer algo. A Helena...

Os dourados ficaram surpresos com a confissão. Afrodite aproximou do amigo.

- Vá descansar um pouco. Sua mãe vai te levar.

- Isso mesmo. Venha. - ela o ajudou a levantar. - boa noite.

Disse para os cavaleiros que via os dois afastarem.

- Ele nunca vai se perdoar pela morte da Helena. - disse Aioria. - e agora vai se culpar pela morte do pai.

- Ele precisa de tempo. - Dite o fitou sumir.

Lirya conduziu-o até seu quarto. Esperou que ele trocasse de roupa e o ajudou a deitar.

- Vai acordar muito melhor amanhã. - acariciava os fios azuis.

Ele deu um meio sorriso.

- Filho, quem é Helena?

- Uma moça que consertou seu filho. Não imagina como eu era antes de conhecê-la.

- E o que houve?

- Ela estava doente e um acontecimento agravou seu estado de saúde. Infelizmente não pude fazer nada para salva-la.

- Tenho certeza que fez tudo que estava ao seu alcance. Amanha conversaremos, você precisa dormir. - deu um beijo na testa dele. - boa noite.

- Boa noite mãe.

 

Continua....

 


Notas Finais


* O lemuriano Lori foi inventado para essa fic bem como a paternidade do Mu. Não há qualquer menção na obra clássica ou em TLC do parentesco entre Mu e o Atlas e da coloração do cabelo. A cor verde ser de um lemuriano puro aplica-se apenas a essa fic.


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