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História Tempestta - O retorno dos guerreiros da luz


Escrita por: KrikaHaruno

Notas do Autor


Olá. Eu havia dito que esse seria o último capitulo, contudo ficou muito grande então optei por dividir em dois.

Capítulo 41 - O retorno dos guerreiros da luz


Desde que os santos de Atena partiram em direção a Terra, passaram-se sete meses. Giovanni perdia as esperanças, tanto de voltar a vê-los, quanto da Euroxx. A grande nave de Ranpur sumira completamente. A culpa o consumia e por isso passava maior parte do tempo trancado em seu quarto e mesmo com uma reunião entre Marius, Beatrice, Niive e Urara não quis aparecer. Alisha que estava em visita também foi ignorada.

- Precisa sair desse quarto! - exclamou a princesa, aparecendo de repente. Sua telecinese não estava tão ruim.

Ela não teve resposta. O quarto do canceriano estava na penumbra. Alisha olhou ao redor a procura do príncipe.

- Eron.

Sem resposta. Deu um passo, olhando para o chão para não tropeçar em algo. Uma queda com a barriga daquele tamanho poderia ser fatal. Procurou pelo quarto, não encontrando-o. Foi a varanda e nada. No banheiro também não estava.

- "Onde ele se meteu?" - pensou.

Escutou um ruído vindo do closet do italiano. Abriu a porta lentamente, ficando com o coração na mão, ao ver o amigo dormindo, praticamente abraçado a urna de Câncer.

Calmamente aproximou e apoiando nas partes do closet, sentou sobre algumas almofadas que estavam espalhadas pelo chão.

- Eron...

Tocou gentilmente os fios azuis, fazendo-o despertar.

- Alisha...

- Oi.

- O que faz aqui? - esfregou os olhos. - como entrou?

- Sou uma lemuriana. Tenho telecinese. - sorriu.

Com os dizeres, Mask lembrou-se de Shion.

- Sai daqui, quero ficar sozinho. - virou o rosto.

- Não se sinta culpado.

- A Euroxx desapareceu por minha culpa. Você não voltará a ver o Shion por minha culpa.

Em vez de responder, Alisha o abraçou. Sentia um grande carinho por ele. Eron era para ela um irmão e vê-lo consumido pela culpa a deixava infeliz. Ele tinha passado por tantas coisas e não era justo ele se sentir culpado.

Mask ficou surpreso com o gesto.

- Quando o meu pai morreu, eu queria muito te ver... você era o único que iria cuidar de mim... aí você sumiu... - lembrou-se do dia que recebeu a noticia da morte do pai, do rei Soren e de Eron. - eu me senti muito sozinha... - derramou algumas lágrimas.

- Alisha... - ele a abraçou.

- Não quero que se sinta culpado... - a voz saiu embargada.  - você voltou para mim e ainda trouxe Shion... não se sinta culpado...

Giovanni sentiu os olhos marejarem...

 

---- Flashback ----

 

Há dez minutos chamava por Alisha. A dama real havia dito que a pequena princesa estava nos jardins, mas ele não conseguia achá-la.

- Alisha! - gritou.

Escutou uns ruídos achando estranho. O pequeno Giovanni atravessou um jardim de rosas e viu uma menina sentada perto de um lago. Deu um sorriso maroto e pregaria nela uma peça.

- Bu!!! - gritou pulando ao lado dela.

Alisha não se assustou e o fitou. Estava chorando.

- O que foi? Não te assustei tanto assim... - falou encabulado. - você é muito chorona.

Alisha voltou a atenção para o lago, não parando de chorar.

- Alisha... - bagunçou os cabelos. Estava sem graça. - desculpa.

 Vendo que ela não diria nada. Correu para perto de um jardim e depois sentou ao lado dela ofertando uma flor.

- É da cor do seu cabelo.

- Obrigada.

- Por que está chorando? Tio Samir te xingou?

- Não. Tem muito tempo que não vejo meu papai. E eu escutei da senhora Benkei que tem pessoas más brigando com nós. E se machucarem meu papai?

- Tio Samir é muito forte. - Eron sorriu. - e o meu papai também.  Ninguém vai machucar eles.

- Como sabe? - o fitou, ainda derramando lágrimas.

- Ora, tio Samir é um rei e meu papai é um Tempestta.  - disse todo orgulhoso.

- Mas e se eu nunca mais ver ele... e se as pessoas más aparecerem... - abaixou o rosto.

- Eu vou te proteger! - exclamou animado. - eu também sou um Tempestta! - levantou. - eu vou ficar grande que nem o meu pai e vou ser forte igual os guerreiros da luz.

- Os da história da sua mãe...? - esfregava as mãozinhas nos olhos.

- Sim! - fechou os punhos. - se alguém chegar perto de você douum soco!

- Vai cuidar de mim?

- Claro! - sorriu. - você é uma chata, mas eu gosto de você.

- Eron!

- Eu vou proteger você. - deu um sorriso confiante. - palavra de Tempestta.

 

---- Fim do flash----

 

Os dois se entregaram ao choro. Por muitos anos a princesa de Alaron guardou aquelas lágrimas, pela perda do pai, de Soren e Eron. Agora, também chorava por Shion.

O canceriano ficou imaginando como Alisha deve ter se sentido sozinha depois da guerra passada.

- Alisha... - afastou um pouco para fitar o rosto dela. - eu vou fazer de tudo para te proteger. E não vou desistir da Terra. Eu vou trazer o Shion de volta. Prometo. Palavra de Tempestta.

Ela sorriu.

- Vem, - a abraçou novamente. - Continua a mesma chorona... - acariciou os cabelos lilases.

Um pouco mais refeitos, Alisha e Eron surgiram na sala de reunião. Lirya suspirou aliviada ao ver o filho. Após o encontro, Eron pediu licença. Iria se trocar e começar um treinamento. Na qualidade de cavaleiro não poderia relaxar.

- Eron! - Iskendar abriu a porta com tudo.

- Ninguém bate na porta... - murmurou entediado.

- A Euroxx!

O cavaleiro nem esperou o resto da palavra, saiu as pressas ao lado do irmão. Os dois chegaram a pista principal do palácio. Lirya e os demais já estavam lá. Giovanni viu uma nave de pequeno porte pousar na pista. A porta foi aberta, revelando uma rampa para que os tripulantes desembarcassem. Primeiro saiu alguns policiais, prontamente reconhecidos como a tripulação da Euroxx. Ele deu um passo a frente, ainda mais quando começou a sentir cosmos. O coração falhou quando viu a barra de um vestido branco.

- Não pode ser... - murmurou perplexo.

Da porta, surgiu Atena, acompanhada por Evans. Iskendar que observava a movimentação ficou surpreso por sentir algo daquela garota. Era diferente da do irmão. Acolhedora e calorosa. Não apenas o príncipe mais velho teve essa sensação. Lirya, Bia e os demais, não podiam sentir, mas percebiam que aquela menina de cabelos lilases era diferente...

 

 

 

Uma semana atrás...

O sol despontava no horizonte, indicando que seria mais um dia de calor em solo atheniense. Bem cedo, Atena e Shion tinham convocado os cavaleiros para uma reunião e era na sala do trono que se encontravam. Enquanto o ex grande mestre fazia a explanação, Shaka não prestava atenção. O olhar estava perdido no céu azul. Desde que acordara estava com uma estranha sensação. Sempre pensava em Urara, mas naquelas últimas horas, o pensamento estava constante. Como se a diretora estivesse ao lado dele.

- Shaka!

Assustou com o chamado.

- Desculpe mestre. - pediu envergonhado.

- No que está pensando? - indagou Atena percebendo que desde o início ele estava aéreo.

- Nada. - sorriu sem graça.

- Shaka. - a deusa insistiu. Shaka não era de ter "viagens".

- Uma sensação esquisita. Como se algo fosse acontecer.

- Bom ou ruim? - indagou Mu.

- Bom.

- Aposto que está pensando na loirinha. - brincou Miro.

- É nela mesmo, mas está diferente... - não se importou com a brincadeira. - deixa para lá.

- Essas meninas mexeram mesmo com vocês. - disse Aiolos.

- Mais do que imagina. - respondeu Kanon.

- Desculpe interrompê-lo mestre. - pediu Shaka.

Shion não disse nada, achando estranho. Os pensamentos de Shaka faziam sentido agora. Na noite anterior, as estrelas da constelação de sagitário brilharam intensamente e na hora lembrou-se de Alisha.

- Voltando ao assunto...

A voz foi abafada por uma ventania, parecia que algo pairava sobre o templo, porém subitamente parou.

- O que foi isso? - indagou Deba.

- Deve ter sido apenas uma ventania. - disse Dohko.

Ouviram batidas a porta.

- Mestre Mu!! - Kiki apareceu de repente. - tem um homem esquisito lá fora!! Ele apareceu de repente no pátio, mas não tem cosmo!

- Esquisito como? - perguntou Saga.

- Roupa que os policiais usam, mas...

Shion desceu as pressas indo até a porta dourada. Quando a abriu, arregalou os olhos.

- Capitão Evans???!!!

- Bom dia senhor Shion.  - abriu um grande sorriso. - Desculpe a demora.

Os cavaleiros não acreditavam que Evans estava diante deles. Um pouco mais preparado, ele pediu que a nave o deixasse no santuário e retornasse para os limiares do sistema VL19 ou sistema solar, chamado pelos terrestres, onde a Euroxx estava parada. Os cavaleiros teriam prazo para organizarem a partida que seria em dois dias. E após esse prazo, Aiolos, Atena e Kiki seguiram com os dourados para GS.

 

Dias atuais...

Atena foi conduzida por Evans até a rainha.

- Majestade, essa é a deusa Atena. - disse Evans e olhando para a grega. - senhorita, essa é vossa majestade, a rainha Lirya.

- Não tenho dúvidas que Giovanni é seu filho. - disse, olhando bem para o rosto dela. - muito prazer. - curvou-se a maneira japonesa.

- Sou eu quem devo me curvar Atena. - reverenciou. - O que fez pelo meu filho, não há nada que pague.

Atena indicou para ela levantar e deu lhe um abraço afetuoso.

- Eu que agradeço por ter me dado um grande cavaleiro.

- É uma grande satisfação revê-la senhorita. - disse Marius.

- Igualmente chanceler.

- Essa é Beatrice. - o senhor pediu que a garota, mais Niive e Urara aproximassem. - a chanceler desse planeta.

- Kamus falou muito de você. - sorriu.

- Como da senhorita. - sorriu. - muito prazer.

- Essa é nossa presidente da polícia, Niive.

- Por pouco Poseidon não veio até aqui para saber quem era a mortal que tirou seu marina. - disse divertida.

- O elementar dos mares?

- Isso mesmo.

- Kanon me falou muito dele. - sorriu. - prazer. - estendeu a mão.

- Igualmente. - deram as mãos.

Bem mais atrás, Giovanni acompanhava as apresentações com o coração na mão. Atena estava a poucos passos dele.

- Senhorita, essa é Urara, nossa vice. - Niive fez as honras.

- Muito prazer deusa Atena. - disse de maneira cortes.

- Igualmente. - teve a atenção chamada para a mão da eiji. Desviou o olhar para ver até onde a linha vermelha ia. - pensei que fosse lenda. - a fitou novamente. - a distância dessa linha será curta. - sorriu.

Urara ficou impressionada.

- Atena, - enquanto Lirya a chamava, indicava para Alisha se aproximar. - essa é a princesa de Alaron, Alisha.

- Quando Shion me relatou sobre seu planeta, lembrei-me do meu tempo em Lemuria. Fico feliz por ele ter encontrado vocês.

- Shion me falou muito da senhorita. - sorriu.

Atena desviou o olhar para a barriga dela, arqueou a sobrancelha. Shion só mencionara...

- Ele vai ficar surpreso. - disse Alisha.

- Ficará muito feliz ao saber.

- Esse é o príncipe Iskendar. Irmão mais velho de Eron.

- Muito prazer senhorita. - disse um pouco nervoso. De mais de perto a energia era ainda mais forte.

A grega o fitou longamente, não tinha como negar que eram irmãos. Até a energia que sentia dele era parecida com a de Mask. Iskendar tinha um grande poder adormecido. Se tivesse tido um treinamento, facilmente seria um cavaleiro de ouro.

- O prazer é meu. - estendeu a mão.

Ele retribuiu. Ao contato, a deusa confirmou seus pensamentos. Era notável que ele descendia de um ser poderoso. Quando Shion contou sobre Torin e Sándor, não teve dúvidas que a natureza de um deus e um elementar eram muitos semelhantes. Numa comparação Giovanni e Iskendar eram descendentes de deuses.

Ela sorriu, para depois desviar um pouco o olhar. Giovanni estava parado, estático, sem saber o que fazer. Saori, fitou seu cavaleiro de cima abaixo. Estava acostumada a vê-lo ora de armadura ora com roupas confortáveis, mas ele estava trajado como os príncipes da Terra. Seu cavaleiro de Câncer não era mais seu e sim um príncipe.

- Giovanni.

- Atena. - ajoelhou diante dela, abaixando bem o rosto.

- Levante-se príncipe Tempestta.

Ergueu o rosto imediatamente.

- Honrou seu juramento, trazendo paz a esse lugar. Estou muito orgulhosa.

- Atena...

Ela o abraçou, deixando o surpreso.

- Fico feliz que tenha encontrado sua família e que se transformou num homem bom.

- A-tena... - a voz tremeu.

Ela o ajudou a levantar.

- Giovanni, meu santo dourado. - pegou nas mãos dele.

- Obrigado Atena.

O vozerio interrompeu a cena. Aioria e Miro que desciam a rampa discutiam. Shion respirava fundo para não surtar com os dois, enquanto os demais incendiavam a discussão.

Mask sorriu ao ver os amigos. Temia nunca mais vê-los.

- Vá. - disse Atena.

Ele concordou, correndo até eles. A discussão acabou quando os dourados o viram.

- Está vestido dignamente! - exclamou Afrodite. - até que em fim tomou juízo!

- E você como uma mulher. - rebateu, andando até o pisciano. - parece uma boneca.

- Ora seu...

A frase foi interrompida por um abraço por parte do canceriano, deixando Afrodite e os demais pasmos.

- Pensei que não fosse vê-lo mais. - disse.

- Não perderia minha mordomia por ser amigo de um príncipe. - devolveu o gesto. - aquele santuário é um porre sem você.

- Estou aliviado por ver todos. - Gio fitou os companheiros. - Kanon, Kamus, Shion e Shaka sem pudores, podem ir. - apontou para atrás de si.

Bia nem esperou o aval, assim que viu Kamus correu até ele, pulando em seu colo.

- Senti tanta a sua falta.

- Eu também. - o francês acariciou o rosto dela. - nova chanceler. Parabéns.

A beijou.

Shaka aproximou-se de Urara.

- Oi. - disse sorrindo.

- Oi... - murmurou a ex diretora nem acreditando que ele estava diante dela.

O indiano a abraçou.

- Nunca mais ficaremos distantes um do outro. Eu prometo.

Urara afastou um pouco tocando de forma carinhosa o rosto do indiano.

- Eu também. - sorriu.

O cavaleiro não se importou se tinha expectadores, a beijou.

Kanon aproximou um pouco receoso pela cara fechada de Niive.

- O que foi? - indagou.

- Sua demora em voltar. Eu senti a sua falta.

O marina a enlaçou pela cintura.

- Agora terei que andar na linha já que é a presidente da polícia galáctica.

- Qualquer deslize vai preso. - fez bico.

- Sua família?

- Estão te esperando. Realmente veio para ficar?

- Até o fim dos meus dias.

Niive sorriu e deixando o marina surpreso o beijou.

Shion olhava estático para Alisha. Sua barriga estava enorme e quase não acompanhou o nascimento do filho.

- Está tão linda. -murmurou acariciando a barriga.

- Que bom que chegou a tempo.

Ele a abraçou.

- Teremos um menino ou menina?

Alisha o fitou sorrindo, divertida.

- Alicia e Samir.

- Eu sei dos nomes, mas qual será?

- São os nomes grande mestre. São gêmeos.

Shion arregalou os olhos. Dohko que ouvia ficou surpreso.

- Eu terei dois afilhados de uma vez? - sorriu. - agora que eu fico aqui mesmo!

- São dois mesmos? - Shion até ignorou o amigo.

- Sim. Será pai de dois Shion.

O grande mestre abriu um grande sorriso para em seguida beijar a princesa.

Depois dos reencontros, Lirya conduziu o grupo para o interior do palácio. Ela os levou para a grande sala de estar. Mask sorria, ver os amigos e Atena era gratificante.

- Quem diria que sua memória ativa hadrens. - brincou Shura.

- Pois é... - respondeu encabulado. - Evans contou tudo?

- Sim. - disse Atena. - inclusive sua dúvida em aceitar que é meu cavaleiro.

Mask ficou em silêncio.

- Espero que elas tenham terminado Giovanni. Você faz parte da elite dourada de Atena e isso não vai mudar.

- Obrigado.

- Agora poderemos realizar o casamento. - disse Alisha animada. - em uma semana.

- Uma semana?? - indagou Shion.

- É em uma semana. - disse Mask fitando o seriamente. - você a engravidou.

O grande mestre ficou vermelho.

- Está tudo pronto Shion, já que achei que voltariam em um mês. É só marcar o dia.

- Que seja em uma semana! - exclamou Dohko entusiasmado. - está na hora do grande mestre desencalhar.

- Dohko! - ralhou Shion.

- Não apenas desencalhar como também ser pai. - brincou Kiki que já estava na mesa de guloseimas. – não perdeu tempo. E fez dois.

- Kiki! - Shion o fitou ferino.

- Que seja então. - disse Lirya. - o casamento da casa real Alpertiti, acontecerá em uma semana.

 

xxxxx

Desde que chegaram naquele planeta, Atena, Aiolos e Kiki surpreendiam a cada momento. Aproveitando a semana antes do casamento, Shaka e Kanon viajaram para Toulous e Clamp respectivamente, enquanto Kamus "mudou-se" para o novo apartamento de Beatrice.

O francês olhava a decoração.

- É bem grande.

- Eu queria continuar no meu apartamento antigo, mas Marius me fez mudar. - Bia sentou no sofá. - disse que como sou a chanceler tenho que viver na residência oficial.

- E ele foi para onde? - sentou do lado dela.

- Para o meu apartamento. Falou que era mais que suficiente.

- Entendo. E como está a sua vida? - brincava com os cabelos rosados.

- Bem corrida e trabalhosa, mas é tudo que sonhei. - sorriu. - espero ser uma boa governante para Ranpur.

- Tenho certeza que vai ser. Vamos morar aqui?

- Na qualidade de par do chanceler... - sorriu de canto de boca.

- Vocês oficializam casamentos?

Ela o fitou surpresa.

- Casar?

- Não é de bom tom uma chanceler solteira... além do mais você se tornou um ótimo partido. Preciso marcar território.

- Kamus!

- Brincadeira. - a abraçou. - mas quero algo sério. Aos moldes daqui.

- Tem certeza?

- Já trouxe toda a minha mudança, não tem como voltar atrás. - sorriu. - assim que passar as festividades em Alaron, marcamos uma data e iniciaremos uma vida juntos.

Bia sorriu. Nem em seus mais loucos sonhos, pensou conhecer alguém como Kamus, ainda mais sendo de outra galáxia.

- Está bem. Serei a senhora Kamus de Aquário.

 

O.o.O.o.O

A viagem de Ranpur a Toulous foi rápida. Quando o cavaleiro desceu a superfície achou muito parecido com o antigo planeta.

- É praticamente uma cópia.  - Shaka olhava a paisagem.

- Fizemos tudo igual. Dara fez questão.

- Será aqui o nosso lar? - fitou a diretora.

- Se desejar. - sorriu.

A diretora o levou por conhecer os prédios públicos. Realmente a arquitetura era igual. Ao final do dia, Urara o levou para a área residencial. O meio de transporte parou em frente a um grande arranha céu. Sem revelar o que havia no local subiram por um elevador panorâmico até o penúltimo andar.

- Entre. - Urara o deu passagem.

Shaka ficou surpreso com o apartamento. Era muito amplo e iluminado apesar do cair da noite.

- Vai morar aqui?

- Quando as obras terminarem. - a eiji caminhou até a porta da varanda. - veja a vista.

O cavaleiro admirou-se com a visão. Podia-se ver boa parte da cidade.

- Gostou?

- Muito. - a fitou. - senhorita vice presidente. Ainda não tive tempo de parabenizá-la. O cargo é merecido.

- Obrigada. - sorriu. - essa será a nossa casa. Toulous será "inaugurada" daqui um mês.

O indiano caminhou até ela, envolvendo-a em seus braços.

- Tive medo de não conseguir voltar.

- Eu também tive, mas tentei confiar na nossa linha vermelha.

- Vamos começar nossa vida. - a fitou, brincando com as madeixas loiras. - após o casamento de Shion serei oficialmente um ex cavaleiro. Serei apenas o homem apaixonado por você.

Urara gostou de ouvir aquela frase.

- Teremos uma vida tranqüila. - colou sua testa na dele. - e seremos felizes.

- Sim.

Os últimos raios de sol foram testemunha do beijo que trocaram.

 

 

O.o.O.o.O

Estelli quando viu Kanon pulou em cima dele literalmente.

- Você falou que voltaria em um mês! - ficou emburrada. - demorou! Nem viu a cerimônia do Usain.

- Que cerimônia? - fitou o sobrinho mais velho que chegava à companhia dos avós.

- Entrei para a academia. Mês que vem começo meus estudos.

- Parabéns! - Kanon o abraçou. - esforce-se para ser tão bom quanto sua tia.

- Me esforçarei.

- Kanon.

- Senhora Lya e senhor Ethel. - cumprimentou os dois de forma afetuosa.

- Estou feliz que esteja aqui Kanon. - disse Lya. - Niive estava num estado de nervo.

- Eu sei.

- Não estava nada! - exclamou a presidente, surgindo logo atrás. - por mim poderia ficar.

- Não! - gritou Estelli. - eu não posso ficar sem o tio Kanon!

- Nem eu sem você. - beijou-lhe na testa. - e esse apartamento?

- Exigências do cargo. - a ex diretora puxou uma cadeira. - queriam que eu morasse em Maris, mas não troco o meu planeta. Então o senhor Sttup praticamente me obrigou a morar mais no centro de Bright. Mudei há um mês.

- Estelli venha me ajudar a preparar algo para Kanon. - disse Lya.

- Está bem. - a menina saiu toda feliz.

- Kanon se nos der licença, Usain e eu estamos preparando sua ida para Maris. - disse Ethel.

- Tudo bem. E mais uma vez parabéns.

Os quatro retiraram-se. Kanon caminhou até uma varanda, a vista era ainda mais bonita do que do apartamento anterior.

- Se deu bem. Está importante agora.

- Sttup seria mais bem qualificado, mas voltou a assumir a academia e o posto de chanceler de Maris. - debruçou no para-peito.

- Não está abaixo do senhor Sttup. Niive você é muito competente no que faz.

Ficou surpresa com os dizeres.

- Urara e você trarão segurança para a galáxia.

- Obrigada. - abaixou o rosto um pouco envergonhada.

- E nós? Como fica a gente?

- Veio definitivamente? - o fitou. - Poseidon o liberou?

- Não queria muito, mas Atena soube ser bem persuasiva. - sorriu. - estou liberado. - a olhou. - sou um homem livre agora.

- Quer morar aqui?

- Lógico! Vou ter uma vida de rei!

- Kanon!

- Brincadeira. - aproximou a enlaçando. - com você moro em qualquer lugar.

- Nós vamos... - não sabia se perguntava. Parecia uma idiota com tais dúvidas.

- Depois do Shion. - disse. - vamos fazer como manda o protocolo. Quer casar comigo?

- Tem certeza disso?

- Não atravessei o universo para não ter certeza.

Ela riu.

- Aceito.

Kanon a beijou enquanto num canto da varanda, a família de Niive comemorava.

 

O.o.O.o.O

Em uma das varandas do palácio, Afrodite contava a Mask o que tinha acontecido no santuário nesses sete meses. Iskendar, Lirya, Atena e os demais golds também estavam presentes.

- Mais que merecido. - disse o canceriano. - Hyoga, Seiya e Shiryu merecem ser cavaleiros. E você o grande mestre. - fitou o sagitariano. - parabéns Aiolos.

- Obrigado.

- E os pestinhas?

- Estão bem. - Aioria tomou a palavra. - estive com eles duas semanas atrás. Lifia tem cuidado deles. Pediram presentes e disseram que estão com saudades.

- Eu também... - sorriu ao se lembrar deles. - queria vê-los.

- Lifia é parente da Helena? - indagou a rainha.

- Não. Ela é uma amiga nossa. - disse Dite. - ela tem cuidado das crianças.

- Então não possuem parente algum?

- Não. - dessa vez Mask respondeu.

- Por que eles não vêm para cá? São crianças então se adaptarão rápido ao nosso planeta, além do mais esse palácio precisa de agitação. - disse animada.

- Está falando sério?

- Claro filho. Cuidarei muito bem deles, aqui eles terão um lar.

Mask fitou a mãe comovido. Tudo o que mais queria é que eles tivessem um lar e fossem felizes depois do que passaram.

- Não vejo problema. - disse Atena. - posso cuidar juntamente com Hilda da vinda deles.

- Fica resolvido então. - Lirya fitou o filho. - Quando Evans os levarem para VL, eles voltaram na Euroxx.

Mask era só sorrisos, enquanto os demais trocaram olhares. Atena também pensou a mesma coisa. Se Mask tinha a intenção de trazer os irmãos de Helena era sinal que ficaria em GS.

- Mudando de assunto, espero que não tenha se esquecido da minha compensação. - disse Shura fitando Mask. - poderia ter sido seqüestrado em S1 daquela vez. Você prometeu que eu ganharia algo.

- Verdade... - coçou o queixo. - o que quer?

- Eu queria uma nave, mas na Terra não seria possível usá-la...

- Impossível. - Dite cortou-o. - o FBI, a Nasa, a Kgb e o que mais existir iriam invadir o santuário.

- Eu sei disso...

Mask ficou em silêncio, pensando... abriu um grande sorriso.

- Já sei o que te darei, mas só vou contar quando forem embora. - sorriu.

- Não vai ser sacanagem, não é? - Shura sabia que o italiano era bem capaz disso.

- Não, palavra de Tempestta.

Depois das primeiras impressões, Iskendar foi para uma reunião, juntamente com Marius. Lirya foi mostrar o restante das dependências do palácio para Atena, Etah chamou Miro para mostrá-lo algo e o restante se espalhou.

O carro oficial dos Tempestta parou diante do CEPHA. Etah levou o grego até o local que servia de treinamento e pesquisa. Assim que a porta abriu...

- Que foda! - exclamou o cavaleiro ao ver um Lego.

- É o primeiro dessa nova geração. A capacidade de vôo e autonomia foram aumentadas dez vezes. Em três anos, toda a frota de GS será substituída por esse modelo.

- Eu posso entrar? Posso usar? - indagou todo animado.

- Te trouxe para isso. - Etah sorriu. - pode testar a vontade.

Miro comemorou como uma criança quando ganha um brinquedo novo.

 

xxxxx

Afrodite andava pelo quarto de Giovanni. Pouca coisa tinha mudado desde a última vez. Parou em frente a uma mesinha, havia uma foto de Iskendar e Samir e outra dele com o pai.

- Eu não sei por que tenho que usar isso. - disse o canceriano desabotoando o casaco de sua farda. - estou em casa.

- É um príncipe, não um pobre. - desviou o olhar das fotos para o amigo. - precisa andar como tal.

- Sinto falta da minha roupa. - jogou-se na cama.

- Daqueles farrapos?

- São roupas. - disse seco.

- Pensa em trazê-los mesmo? - indagou sentando na cama.

- Aqui eles terão todo o conforto. Não que Lifia não esteja cuidando deles, mas...

- Então pensa em deixar a quarta casa?

O canceriano ficou em silêncio. O dia que deveria escolher entre a coroa e a armadura estava chegando. Por mais que quisesse os dois, não havia como. Deu um sorriso.

- Eu não sei. - fitou o amigo. - é muito difícil escolher. Eron e Giovanni têm desejos opostos...

- Tem ciência que não poderá ficar com os dois.

- Tenho... - sentou na cama, olhando para a colcha de seda. - eu nasci príncipe, mas... agora que comecei a me ver como cavaleiro... eu queria fazer mais por Atena e pela Terra.

- Seja qual for a sua decisão, Atena e a senhora Lirya irão te apoiar. Eu vou te apoiar.

- Iskendar está se saindo um verdadeiro rei. Aquele idiota tem trato político ao contrário de mim.

- Ele aceitaria ser rei?

- Está resoluto em não aceitar, contudo se eu voltar para a Terra... nós pensamos igual. Queremos reparar nossos erros. - levantou. - Lain levará anos para voltar a ser o que era. Os demais planetas ainda passam por reconstruções, temos muito a fazer.

- Nunca pensei que diria isso, mas... - o fitou. - se decidir ficar sentirei sua falta. O santuário será um porre sem você.

Mask riu, agachando diante do pisciano.

- Nós dois não valemos nada, não é?

Dite gargalhou com o comentário.

- Pelo menos agora você tem dinheiro.

- Agradeço pela amizade em todos os momentos, péssimos e os bons. Sou eternamente grato por você ter resgatado a Helena e ter protegido a minha mãe.

Afrodite tocou no ombro dele.

- Está sendo muito sentimental.

- Estou falando sério Dite. - resmungou. - obrigado por tudo.

- Está soando como uma despedida... casais se despendem assim, dizendo que vão se amar eternamente.

Giovanni mostrou o dedo do meio para ele.

- Não dá para falar nada sério com você. - Eron levantou. - vou procurar a dona Lirya.

Gustavv também levantou e antes que o italiano saísse, deu lhe um abraço, deixando-o surpreso.

- Realmente sentirei sua falta. E se ficar aqui, torço para que tudo dê certo.

- Obrigado.

Os dois sorriram.

Como havia dito, Mask foi procurar a mãe. Gustavv saia do quarto, quando viu a rainha atrás de uma pilastra. Não viu seu rosto, achando curioso o fato.

- Senhora Lirya?

Aproximou ficando surpreso quando viu o rosto dela em lágrimas.

- Senhora Lirya...?

Ela não disse nada, apenas se jogou nos braços do pisciano que ficou sem ação.

- Eu quero que ele seja feliz, mas... – a voz saiu abafada. – não quero que ele volte para VL.

- Majestade...

- Eu ouvi a conversa... sei que estou sendo egoísta, mas... – ela o fitou.

Dite olhou o rosto banhando pelo choro. Quantas vezes a viu chorar. Gentilmente enxugou uma lágrima que teimava em cair.

- Não está sendo egoísta dona Lirya. Ficou tantos anos sem Giovanni que agora quer que ele fique sempre perto da senhora.

- Sim...

- Não sofra por antecipação. – sorriu. – acho que Giovanni escolherá permanecer aqui. Então não se preocupe.

- Obrigada.

- Tudo irá se resolver.

A envolveu carinhosamente.

As horas correram...

Mask estava no escritório do pai resolvendo assuntos de ordem administrativa. Nem tudo podia deixar nas mãos de Beatrice e Iskendar. Estava tão distraído, envolvido nos problemas, que não sentiu o cosmo de Atena.

- Giovanni? - abriu a porta. - bati, mas...

- Tudo bem Atena. - levantou. - desculpe, estava distraído.

- Pode terminar o que estava fazendo, eu espero.

- Já terminei e...

- Tudo bem Giovanni, eu espero. - sorriu.

O canceriano voltou a sentar.

- Não vou demorar.

Ela apenas sorriu passando a observar a sala. Os olhos foram para onde existiam dez quadros. Os cabelos brancos eram presentes em todos. Parou de frente ao retrato do rei Soren. Mask era parecido com ele, mas Iskendar trazia ainda mais semelhanças. A visão foi para a direita, onde uma moldura em branco aguardava a foto do novo rei de Ranpur.

- Terminei Atena. Aconteceu alguma coisa?

- Não. - aproximou. - posso me sentar?

- Cla-ro. - levantou as pressas para puxar a cadeira para ela. - desculpe.

Ela esperou ele sentar para iniciar.

- Preciso conversar com Eron de Ranpur.

O cavaleiro franziu o cenho, surpreso.

- E o que deseja?

- Queria realizar um teste com você.  - ajeitou na cadeira. - é notável que seu cosmo se fortaleceu então queria testá-lo.

- Como assim?

- Quero ver o nível do seu cosmo. Claro que aqui nas dependências do palácio todos iriam sentir o seu e meu cosmo, então queria num lugar afastado. Um lugar que pudesse usar sua força ao máximo.

- Destruir alguma coisa?

- Não exatamente.  - sorriu. - mas testar em mim.

- Ficou doida Atena?! - exclamou. - oh... quero dizer... desculpe as palavras...

- Eu sabia que diria isso. - riu. - é seguro Eron e não tem com que se preocupar.

Mask franziu o cenho. Atena deveria está louca, e o fato dela o ter chamado de Eron não passou despercebido.

- Aceita? - ela já tinha tudo em mente. Precisava ver o nível da força dele.

- Shion sabe disso?

- Não. Apenas Saga, pois será ele que irá nos levar.

Estranhou mais ainda, mas não poderia negar um pedido de sua deusa.

- Está certo. Vamos.

Como combinado, Atena chamou Saga até o escritório. Pediu ao geminiano que abrisse uma fenda dimensional. Mask indicou uma planície que ficava a vinte quilômetros ao norte de Shermie. Não havia pessoas, portanto não seriam interrompidos.

Ao saírem da fenda, sentiram o vento fresco. Realmente, não havia rastro de pessoas a quilômetros.

- Ninguém nos achará aqui e nem sentirão nosso cosmo. - disse Mask.

- Saga, por favor, afaste-se.

- Mas Atena... - murmurou o italiano.

- Acha que vai conseguir ferir Atena? - Saga deu um pedala nele. - Já foi menos pretensioso, alteza- Saga sorriu afastando-se. - quero ver seu cosmo ao máximo.

O italiano bagunçou os cabelos. Não entendia aquela maluquice toda. Viu Atena pegar distância.

- A atmosfera daqui está afetando todos.

- Considere isso como um último pedido de sua deusa, cavaleiro. Estou pronta.

Mask ainda relutou, mas acabou liberando seu cosmo. Foi para disparar contra ela, mas não conseguiu.

- Eu não posso levantar meu punho contra a senhorita!

- É uma ordem cavaleiro.

A voz saiu séria. Giovanni respirou fundo e quando chegou a um nível lançou contra ela. A energia dourada bateu contra algo. Havia uma espécie de barreira na frente de Saori.

- Já fiz.

- Está de brincadeira comigo cavaleiro? - o tom saiu frio. - exijo que use sua energia ao máximo.

- "Faça o que ela pediu Giovanni." - era Saga por cosmo. - "faça como na vez que destruiu Atália."

- "Mas..."

- "Você não vai feri-la, ela é uma deusa."

- "Está bem..."

Giovanni recuou dois passos e fechou os olhos. Se não visse Atena, não recuaria. A deusa observava atentamente seu cavaleiro. Ele estava com um grande poder, mas queria ter certeza. Precisava ver a intensidade e a intenção. Ela conseguiria perceber mesmo num ataque se a pessoa fazia por justiça, ou por sentimentos malignos.

- Vamos Giovanni.

Obedeceu. Começou a liberar seu cosmo. A princípio mostrou-se normal como dos outros, mas a medida que o tempo passava aumentava de intensidade. Os cabelos ficaram brancos. De longe Saga, olhava impressionado.

O cavaleiro disparou. Saga teve que usar sua energia para se manter de pé, tamanha a intensidade. O cosmo dourado chocou-se contra Atena. Giovanni até pensou em parar, mas aumentou ainda mais. Precisava provar para Atena que tinha um grande poder e que poderia proteger a todos. A energia aumentou.

Saga tinha recuado. Atena continuava parada tendo apenas os cabelos sacudidos pelos ventos. Sorriu.

Com um leve levantar, anulou o cosmo de Giovanni. Os cabelos do príncipe voltaram ao normal. Atena caminhou até o seu cavaleiro.

- Atena...

- Você evolui muito cavaleiro. Tem um grande poder e sei que poderá proteger a todos. Estou muito orgulhosa.

- Obrigado.

- Bom trabalho Giovanni. - Saga aproximou.

- Obrigado.

- Vamos voltar, sua mãe deve está preocupada.

O casamento de Alisha e Shion aproximava. Dois dias antes do enlace, Mu e Kiki tinham viajado para Alaron. O pequeno lemuriano ao ver o planeta dos seus ancestrais ficou maravilhado. Devido aos preparativos, Ranna que foi recebê-los.

- Muito bom revê-lo Mu. - a garota deu lhe um abraço.

- Igualmente. Esse é o Kiki.

Os dois trocaram olhares, abrindo um sorriso.

- Ela tem o cabelo igual ao meu! - exclamou.

- Você é muito fofo!

Os dois se abraçaram.

Mu sorriu. Pareciam que iam se dar bem e até se assemelhavam fisicamente. Talvez os ancestrais de Ranna tenham sido parte da grande emigração.

- Kiki, se seguir por aquela porta, encontrará uma mesa de comida. Coma o que quiser.

- Sério? Fui...

Ele teleportou.

- Kiki... - a voz de Mu se perdeu. - ele não pode ouvir falar de comida...

- Deixe-o, está em casa. E você venha comigo.

Arrastou o ariano por algumas alas, até chegarem a biblioteca real.

- Não prometi que iria achar o nome da sua família?

- Achou? - indagou surpreso.

- Sim. Poucos dias depois que partiu.

Ela o levou até uma mesa, onde um livro estava exposto. Os dois sentaram lado a lado.

- Foi um pouco difícil, confesso, pois estava num dialeto bem antigo.

- E qual é o nome correto? - olhava curioso para o livro com letras diferentes.

- Raijin. Foi um dos primeiros clãs de Alaron e eles eram responsáveis pela fabricação de armas e objetos. Foram os primeiros a usarem o oricalco e demais minerais.

Mu ficou surpreso com a informação. Seu dom para consertar armaduras era de família.

- Na época da grande emigração, o clã todo foi para VL e infelizmente a maior parte morreu naquela tragédia. - disse com tristeza. - mas três sobreviventes conseguiram voltar. Uma idosa com duas crianças. Como se passaram muitos anos, a história dos Raijins acabou se perdendo.

- E de certo alguns membros sobreviveram e não conseguiram voltar. - disse Mu. - descendo deles.

- Não temos relatos, mas é o mais plausível.

- Obrigado por achar. Mesmo não tendo muitas informações, gostei de saber. Sou Mu Raijin.

- Seus antepassados devem está orgulhosos. O clã Raijin serve a um elementar.

O ariano sorriu, voltando o olhar para o livro. A vinda de Giovanni não foi apenas um resgate da história do canceriano, foi a dele também.

O grande dia havia chegado. As ruas de Vanahem estavam tomadas por pessoas ávidas por verem a cerimônia de casamento da princesa Alisha. Todos os espaços públicos e privados estavam enfeitados para a festividade. Alaron estava em festa! Nos arredores do palácio, naves vindas dos mais diversos planetas traziam os convidados ilustres.

A cerimônia seria ao ar livre, na lateral do palácio, onde existia uma grande escadaria que levava a majestoso jardim. Dali, convidados e o povo de Alaron poderiam assistir. Telões também foram colocados em toda a cidade e no interior do planeta bem como nos planetas onde tinham habitantes atlantiks.

Os líderes do grupo dos nove ocuparam seus lugares, faltando apenas Beatrice que chegaria junto com a família real de Ranpur.

Os capitães, Evans, Yahiku e Dianeira estavam vestidos com roupas militares a direita do grupo. Urara e Niive chegaram pouco tempo depois, vestidas a moda militar, com as cores da polícia galáctica.

No interior do palácio, Ranna terminava de ajudar a noiva.

- Eu pareço uma baleia... - murmurou Alisha. - não pensei que a cerimônia fosse com oito meses de gravidez...

- Está linda princesa. - ajeitava a saia. - linda.

- Deveria ter esperado o nascimento deles. - acariciou a barriga.

- Bobagem. - levantou. - está pronta.

Alisha caminhou até um grande espelho que tinha em seu quarto.

O decote era reto e uma renda bem fina tampava o colo e seguia até os pulsos. Abaixo dos seios usava um cinto cravejado de pedras preciosas. A saia era volumosa para não comprimir a barriga de gêmeos. Os cabelos estavam presos por um coque, adornados por uma tiara fina. A maquiagem era leve.

- E então? - Alisha fitava Ranna pelo espelho.

A dama real não se conteve e abraçou sua senhora.

- Estou tão feliz. Depois de tudo que passou, vai ser feliz.

Os olhos da princesa marejaram.

- Vai me fazer chorar...

- É de alegria.

Abraçaram-se.

- Obrigada por está sempre ao meu lado Ranna.

- Sempre estarei.

No andar de baixo, Shion terminava de colocar sua túnica branca de grande mestre. Seria a última vez que usaria aquilo. Dohko o ajudava.

- Como diria Afrodite, está lindo!

- Menos Dohko. - a voz saiu fria.

- Que voz mórbida é essa? Nem parece que vai se casar!

- O problema é justamente esse. - caminhou até a janela. Conseguia ver parte do povo que aguardava o enlace. - vou me casar, vou ser pai e vou "governar" esse povo. É muita transformação.

- Transformação boa Shion. - Dohko parou ao lado dele. - depois de tudo que vivemos, não está na hora de termos uma velhice tranqüila?

- Realmente vai ficar?

- Acha que deixarei você tomar conta dos meus afilhados? De jeito nenhum! Eu tomarei conta deles.

- Dohko... - deu um suspiro desanimado.

- Você merece Shion. E espero que seja muito feliz.

- Obrigado.

- Faço as minhas palavras.

Os dois olharam para trás, era Atena.

- Vou perder dois grandes cavaleiros, mas... - caminhou até eles. - desejo de todo o coração que sejam muito felizes. - pegou nas mãos dos dois.

- Obrigado. - o chinês disse por ambos.

- Chegou a hora. - ela sorriu divertida.

Do lado de fora, Beatrice havia tomado seu lugar. Iskendar, com roupas militares, estava ao lado de Lirya que usava um vestido de cor mais clara para a comemoração. Kiki estava aos cuidados dela. Os cavaleiros estavam dispostos, seis de cada lado, conforme suas constelações e usando suas armaduras, inclusive o canceriano. Mu estava três degraus a cima de todos, pois ele seria a testemunha de Shion. Pelas leis atlantiks, apenas pessoas da raça poderiam testemunhar num casamento da família real. Kanon estava próximo a eles.

Urara e Niive fitavam seus cavaleiros. Já eram imponentes com as armaduras ainda mais com a capa branca que usavam. Por se tratar de um momento importante optaram pelo traje completo. Além do mais seria a última vez que alguns usariam suas proteções.

A cerimônia seria precedida por um dos anciões do conselho e com as bênçãos de Atena. Não apenas Shion fazia questão que sua deusa estivesse a frente, como também os atlantiks de Alaron, pois consideravam que a presença de uma elementar traria sorte a todos.

O som de trombetas indicou que o momento chegara. O primeiro a surgir foi Shion. Os olhos estavam fixos no alto da escada, pois estava muito nervoso. Atena o fitava serenamente, o que amenizava a pressão. Quando o grande mestre pisou no degrau que estavam Shaka a direita e Afrodite a esquerda, os dois ajoelharam. Shion ficou surpreso. A medida que subia os demais também ajoelhavam, prestando uma singela homenagem ao líder do santuário por mais de duzentos anos. Quando chegou ao último degrau, Atena foi recepcioná-lo.

- Nervoso?

- Um pouco. - sorriu sem graça.

Novamente o aviso. Todas as atenções foram para o pátio. Alisha surgiu na companhia de Ranna, que também estava toda de branco. A dama real auxiliava segurando o véu.

Shion deu um grande sorriso ao ver sua futura esposa. Estava linda!

Alisha subia lentamente. Todos foram contra ao local escolhido por causa do estado dela, mas a princesa bateu o pé, dizendo que todos os seus ancestrais casaram naquela ala e que ela não quebraria a tradição. Aliás, seu estado de saúde estava bem, só precisa subir lentamente.

- Está bem? - indagou Shion ajudando-a no último degrau.

- Estou.

Os dois trocaram um afetuoso sorriso. Mu e Ranna tomaram seus lugares, dando inicio ao enlace. O ancião fez todos os ritos e Mu e Ranna participaram de um deles como mandava a tradição.  Ao final o ancião deixou para a Atena, as bênçãos e considerações finais.

A deusa pegou nas mãos dos dois.

- Shion e Alisha. Espero que tenham uma vida feliz, tranqüila e farta. Que seus filhos tenham saúde e que governem com sabedoria. - ela olhou para Shion. Seu companheiro desde seu tempo mortal como Sasha. - seja muito feliz Shion. Muito feliz! Obrigada por tudo. Tenho certeza que Sage e Hakurei estão orgulhosos de você.

- Obrigado Atena.

- Beija a noiva! - gritou Kiki.

Shion ficou roxo de vergonha. Alisha ficou na ponta dos pés e beijou Shion. Uma salve de palmas espalhou-se pelo local.

Finda a primeira parte, era a hora da coroação.

De posse de uma insígnia dos príncipes de Alaron, o ancião aproximou-se de Shion.

- Em nome dos nossos ancestrais, eu corôo Shion de Áries, príncipe consorte de Alaron. Salvem vossa alteza real Shion.

A insígnia foi colocada a esquerda do peito de Shion, sobre o coração, um sinal claro que Alaron era seu coração. Os ritos para Alisha foram mais demorados devido ao fato dela se tornar rainha. O ancião de posse de uma coroa dourada aproximou-se de Alisha.

- Em nome dos nossos ancestrais, eu corôo a princesa Alisha da casa real de Alpertiti, a rainha de Alaron. Salvem vossa majestade real Alisha.

Ele depositou a coroa e "salvem a rainha", "vida longa a vossa majestade", "vida longa a vossas alteza e majestade"foram ouvidos por todos os cantos.

O casal virou-se para a multidão. Delicadas pétalas de flores caiam do céu celebrando o momento...

As comemorações estenderam-se por todo o dia. No meio da noite Giovanni e os demais voltaram para Ranpur.

Os dias seguintes foram com Atena e os demais dourados percorrendo os planetas do grupo dos nove. Já Lirya dava seguimento acerimônia de coroação. Já era tempo de GS ter um rei. Apenas não sabia quem seria coroado, pois tanto Mask quanto Iskendar esquivavam da responsabilidade.

E por falar no canceriano, este havia "fugido" de uma reunião. Tinha conseguido uma garrafa de bebida alcoólica e refugiou-se em uma das varandas do palácio.

Depois de tomar a primeira taça, pegou seumaço de cigarro.

- Deveria ter pedido para trazerem mais. - olhou os dois últimos cigarros.

- Então está aí.

Mask rolou os olhos ao ouvir a voz.

- As vezes esqueço que mesmo sem cosmo você me acha.

Iskendar fechou a cara, caminhando até ele.

- Não pode sair no meio da reunião. - o fitou. - está fumando?!

- E bebendo. - mostrou a garrafa. - deixe ser chato e senta aí. A galáxia não vai explodir se demorarmos um pouco.

O policial soltou um suspiro desanimado, mas sentou ao lado do irmão.

- Quer um? - o italiano ofereceu um cigarro.

- Eu não fumo e você também não deveria.

- Nunca fumou? - arqueou as sobrancelhas.

- Não.

- Então experimente. Uma vez só não faz mal.

Iskendar olhou para o cigarro, pegando-o. Colocou na boca e na primeira tragada começou a tossir. Mask gargalhou.

- Nota-se que não sabe.

- Samir me mataria se visse isso.

- Já que não consegue fumar, ao menos beba. - pegou o cigarro, passando a garrafa de bebida para ele.

O mais velho olhou para o liquido.

- Por Buda! Deixa de ser fresco e beba!

Não tendo alternativa Iskendar bebeu uma bela golada.

- Isso é Mudd!

- Bom não é? - soltou a fumaça. - Parece um uísque doze anos. - pegou a garrafa levando a boca. - um brinde a nossa família e a paz em GS!

- Como pode ter hábitos tão nocivos? - indagou incrédulo.

- Não sou um santo. - rebateu. - tome mais um gole.

Iskendar pegou a garrafa, tomando mais um gole. A bebida desceu arranhando pela garganta. Já sentiu o rosto ficar quente.

- Aposto que nunca ficou de porre.

- Samir nunca deixou e nas minas nunca tive chance. - tomou mais um gole.

Mask demorou o olhar no irmão. Era para ele ter virado um homem amargurado e cético em relação a vida, mas mesmo diante das adversidades, o irmão até era meio ingênuo.

- "Não ia durar nem um minuto na máfia." – pensou rindo.

- O que foi? - passou a garrafa para ele.

- Nada... - tomou um gole. - só estava pensando.

- Sua mãe está terminando os preparativos da cerimônia... já tomou sua decisão?

- Não...

- O tempo está acabando Eron e não pode ficar com os dois.

- Eu sei disso... - bebeu mais um pouco. - mas realmente não sei o que decidir.

- Não quer ser rei? - também bebeu.

- Mais ou menos. Você tem mais trato com essas coisas. Eu só sei seguir ordens e agora que entendi o meu papel como cavaleiro, queria fazer mais por Atena.

- Pensa em abdicar?

- É uma possibilidade. Sinceramente não sei o que fazer.

- Grande problema os elementares arrumaram para você. Também foi nascer na mesma data que eu, não ia prestar.

- Mal do signo.

Antes da garrafa acabar Mask providenciou mais uma e depois de uma hora, os dois estavam embriagados.

- Eu vou vomitar... - Iskendar estava deitado no chão.

- É um fresco... - as bochechas do canceriano estavam vermelhas e olhar mole. - ficar tanto tempo sem beber não faz bem...

- Olha o exemplo... somos príncipes e... - lutava para manter os olhos abertos.

- Somos humanos e... não tem nada de errado nisso. O rei pode ter um porre de vez em quando...

- Não pode... - o fitou. - é um cavaleiro também...

- Não estou falando de mim...- Mask tentou levantar, mas não conseguiu. - estou falando de você... você será o novo rei...

- Não!!!! - exclamou. - eu não quero! - o fitou seriamente.

- É o mais velho, tem que querer sim.

- Eron... - com dificuldade sentou, a cabeça deu um nó. - o trono é seu. Seu pirralho mimado.

- Almofadinha... ele é seu.

Os dois começaram a discutir e foi ficando cada vez mais acalorada. Nesse meio tempo, Lirya pediu ajuda a alguns dourados, pois não estava encontrando o filho.

- Continua o mesmo irresponsável... - murmurou Dite.

- VOU FAZER VOCÊ CALAR NA PORRADA!

- TENTE SEU PIRRALHO MIMADO!

- Estão brigando de novo. - disse Shura.

Lirya apressou-se, a poucas horas os dois estavam rindo e agora... Quando chegaram a porta a reação de todos foi de incredulidade. Um segurava o colarinho do outro, mas mal se mantinham de pé.

- Você é um estúpido. - disse Mask.

- E você um pirralho mimado.

Seguiu alguns segundos em silêncios quebrados por uma gargalhada.  Os dois riam. Ninguém entendeu nada.

- Ah, foda-se. - Aioria deu meia volta e saiu. Mask parecia uma criança.

- O que... - Lirya fitava os irmãos sem compreender. Não estavam brigando?

- Estão bêbados. - Dite caminhou até perto deles pegando duas garrafas. - e pelo visto tomaram tudo.

- Era uísque Gustavv. - disse Mask apoiando-se no irmão. - deveríamos beber juntos.

- A culpa foi dele. - Iskendar apontou. - ele me induziu a beber.

A rainha soltou um sorriso fraco. Estava aliviada por eles estarem bem, mas não era de bom tom os príncipes embriagados.

- Os dois já para o quarto, precisam de um banho frio.

- Estamos bem mãe.

- Estamos muito bem dona Lirya. - Iskendar passou o braço pelo pescoço de Eron. - acho que podemos até beber mais.

- Não podem! - exclamou Afrodite. - Mu por favor.

O ariano os teletransportou para o quarto de Mask.

- Esse idiota não aprende. - Dite estava irritado. - e ainda leva o Iskendar. Não é atoa que são irmãos.

- Ele bebia muito?

- Senhora Lirya, desculpe, mas... - Shura procurava pelas melhores palavras. - seu filho não tem solução.

- Mais um problema a lidar... esses Tempesttas... - ela riu da própria observação.

No quarto, os dois disseram que iam apenas sentar para descansar, porém pegaram no sono.

Lirya olhava para os dois completamente apagados na cama.

- Pelo menos estão unidos.

Depois de jogar um fino lençol sobre eles saiu.

Viu Afrodite andando de um lado para o outro.

- Por que estão calados?

- Dormiram.

- Aquele italiano irresponsável! Parece que as duras de Shion não resolveram nada!

Por Atena!

Lirya via o sueco reclamar, ficou imaginando quantas vezes o pisciano passou por isso. Começou a rir.

- Majestade?

- Desculpe. Fiquei imaginando a suas vidas no santuário.

- Era isso toda semana... – murmurou desanimado.

- Acredito. – sorriu.

O sueco riu de volta. Olhou para Lirya que ainda ria. Mask tinha herdado todos os seus traços, mas só agora percebia o quanto a rainha era bonita. Os cabelos azuis emolduravam o rosto alvo e os olhos azuis brilhantes. Ela era linda.

- Gustavv?

O pisciano piscou algumas vezes. No que estava pensando?

- Está tudo bem?

- Claro majestade. Só estava pensando.

- Vamos?

Ele concordou. Lirya passou por ele. O cavaleiro fitou os cabelos que desciam até a cintura. Rapidamente balançou a cabeça para dissipar tais pensamentos.

 

 

 



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