1. Spirit Fanfics >
  2. Tempestta >
  3. Cotidiano

História Tempestta - Cotidiano


Escrita por: KrikaHaruno

Notas do Autor


E os dourados começam a descobrir novos ares...

Capítulo 9 - Cotidiano


Serioja seguia para seu gabinete na capital de Eike da policia galáctica. Com a volta de Eron, demandaria muito mais tempo naquele lugar do que em seu planeta natal. Precisava o quanto antes articular alianças e apoio para derrubar o príncipe antes que ele ganhasse força. Sua fonte segura, havia lhe dito que Eron convocara uma reunião com os ministros de Ranpur, algo que também ficou sabendo por outras fontes mais abertas.

- "Já está querendo governar." - pensou.

Depois de algumas horas Dara desceu num pequeno planeta, onde trocou a nave de modelo agressivo por uma mais suave. Ela se assemelhava a uma tartaruga.

O.o.O.o.O

A reunião seguia produtiva. Mask sequer piscava pois queria aproveitar ao máximo as informações que obtinha. Kamus permanecia em silencio, sentado afastado da mesa. Beatrice estava do outro lado fazendo anotações.

O aquariano não escutava uma palavra, apenas fitava a garota. Ela estava centrada no seu trabalho, quando sentiu alguém a olhando. Ergueu o rosto dando de cara com o olhar de Kamus. O cavaleiro levantou, saindo. Com exceção dela, ninguém notou pois estavam absorvidos na reunião. Mask apenas pensou que o aquariano deveria está entediado. A senhorita Vronsk só esperou alguns minutos para ir atrás. Marius estranhou o fato.

O cavaleiro estava parado na porta do lado de fora, não queria permanecer ali, pois estava incomodado com o seu olhar para Beatrice.

- Kamus?

Olhou para o lado.

- Oi.

- Algum problema?

- Não. Só queria pegar um pouco de ar. Ainda não sei o que estou fazendo aqui. - disse, mirando um ponto.

Ela sorriu.

- Tem uma lanchonete aqui perto, não quer tomar algo?

- Mas e a reunião? - gostou da ideia.

- Deixei o computador ligado, está registrando tudo. Venha.

Seguiram por um corredor e pegaram um elevador descendo dois níveis. A lanchonete ficava numa grande varanda, a vista dali era encantadora. Kamus puxou a cadeira dela e sentou-se em seguida.

- Obrigada. Posso fazer o pedido para nós dois?

- Confio no seu gosto. - a fitou fixamente.

Ela corou. Desviou o olhar para o cardápio digital sobre a mesa. Fez o pedido de duas bebidas frias e segundos depois, o tampão da mesa abriu, deixando subir por um tubo, dois copos de algo amarelo.

- Isso que é serviço rápido. - Kamus ficou impressionado. - podemos pedir qualquer coisa, que vem por esse tubo?

- Sim. Na Terra não é assim? - indagou sem entender.

- Não mesmo. - sorriu. - o que é isso?

- Prove.

Kamus pegou o copo levando a boca. O gosto o lembrou chá de camomila.

- Temos algo semelhante na Terra, mas normalmente bebemos quente.

- Quente? - achou o fato curioso. - vou experimentar um dia.

- Acho que vai gostar.

Beatrice teve que desviar o olhar para não corar. O olhar que ele lançava deixava-a sem ação.

- Pode me contar sobre suas "mortes?" - indagou.

- Foram três no total, - acomodou melhor na cadeira, o olhar foi para o horizonte. - no espaço de tempo de dois meses.

- Como assim?

O francês contou sobre sua vida. Desde que chegara ao santuário até aquele momento. Beatrice escutava o relato surpresa.

- É por isso que digo que não é bom trabalhar demais senhorita Vronsk. - sorriu. - a vida é muito curta.

- Começando a pensar sobre isso. - devolveu o sorriso.

- Tem namorado Beatrice?

A pergunta a queima roupa, a pegou completamente desprevenida e por conta disso a boca não se mexeu por segundos.

- Não... meu emprego não permite isso. Eu preciso consolidar melhor a minha carreira.

- Entendi. - respondeu sem demonstrar sentimento algum.

E Beatrice ficou intrigada. A expressão do rosto dele não dizia nada.

- Por que?

- Apenas curiosidade. - levou o copo até a boca.

- E você? - devolveu a pergunta.

- Assim como você, minhas obrigações não permitem, mas...

- Mas? - o tom de voz saiu bastante curioso.

- As coisas podem mudar. - respondeu de forma evasiva.

- Hum... - murmurou. - acho que para mim é pouco provável.

- Por que?

Ela mostrou seu relógio para ele. Estava apitando.

- O dever me chama. - levantou. - eu preciso ir.

- O que vai fazer hoje a noite?

Ela franziu o cenho.

- Está me convidando para sair?

- Estou. - disse firme.

- Bem... hoje eu não posso, mas se quiser jantar amanha...

- Combinado. - levantou. - depois acertamos os detalhes. Vamos?

- Sim. - sorriu.

Quando Beatrice entrou na sala, percebeu que a chamada não era assim tão urgente. Era apenas Marius querendo saber onde ela estava, já que dificilmente abandonava uma reunião bem no meio dela. Ela desculpou-se e voltou a sentar onde estava anteriormente. Kamus também retomou seu lugar, escondendo impecavelmente  sua satisfação por ter marcado um encontro com Beatrice.

O.o.O.o.O

Depois do chá debaixo da Nias, foi servido um almoço em homenagem aos dois atlantiks de VL19. Mu e Shion revezavam nos relatos dando mais detalhes da vida dos lemurianos na Terra. Logo após isso, Alisha pediu licença pois tinha um compromisso, mas a tardinha estaria disponível e convidou-os para uma volta na cidade.

Mu e Shion seguiram para um centro de estudos, onde aprenderiam sobre o oricalco. O prédio lembrava muito uma construção grega, com suas colunas e afrescos. Os dois arianos foram conduzidos para o interior e levados para um dos laboratórios onde Magni os aguardava.

- Curiosos? - Magni os fitou sorrindo.

- Muito.

- Vamos começar então. - Magni pegou uma tigela da bancada. - isso é  oricalco em seu estado puro. Temos minas disso. Peguem.

Shion e Mu colocaram as mãos na tigela pegando o pó amarelado.

- Isso é tão raro de se encontrar na Terra. - disse o grande mestre.

- Imagino que sim. - Magni pegou duas outras tigelas. - esses dois minerais fazem parte da composição química do oricalco. Nas mãos de um atlantik quando misturados transformam-se em oricalco, nas mãos de um comum, nada. Mu, tente.

O ariano mais novo, aproximou.

- Eu tenho que misturá-los  e amassá-los?

- Isso mesmo. Comece com pouca força e vai aumentando até começar ver o brilho dourado.

- O que são esses minerais?

- Gamânio é esse azul. O vermelho é Nom. Quando os atlantiks foram para VL levaram grandes quantidades desses materiais.

- Pode ser por isso que o conhecimento se perdeu. O material acabou.

- Ou afundou junto com o continente. - disse Magni, olhando para as mãos de Mu. Ele fazia direito, mas não havia sinal da transformação. Ele foi até outra bancada pegando mais material. - tente também Shion.

Vários minutos se passaram e nada dos dois conseguirem, quando Magni pensava em mudar de tática, viu um pequeno brilho na tigela de Shion. Aos poucos as cores foram mudando. As do Mu continuaram do mesmo modo.

- Consegui. - o ariano mais velho sorriu satisfeito. Imagine Sage e Hakurei vendo aquilo?

- Vou ter que colocar mais força. - disse Mu.

Magni ficou em silencio pensando.

- Continuem tentando.

A mistura de Shion havia se transformado completamente.

- Virou oricalco... - murmurou maravilhado.

- Diga, Shion, seus pais são lemurianos?

- Sim.

- E você é mestiço, Mu.

- Isso mesmo.

- Talvez seja por isso. - disse o senhor. - Shion tem maior quantidade de sangue lemuriano, prova disso a coloração do cabelo dele. Um mestiço nunca poderia ter essa cor.

- Então não posso fabricar?

- Pode, mas talvez leve mais tempo, até o seu sangue "aflorar." Continue tentando, irei fazer uma pesquisa.

Passou-se algumas horas, Shion já tinha feito mais três recipientes enquanto Mu não tinha conseguido nem a primeira.

- Não vou conseguir mestre.

- Está colocando a pressão correta?

- Estou. - Mu olhava o gamânio. - talvez por ter sangue humano...

Shion ficou em silencio pensando. Talvez os minerais reagissem diferente com sangue lemuriano misturado.

- Desculpe a demora.

Magni entrou trazendo um grande livro.

- Encontrei o motivo.

- E qual seria?

O senhor colocou o livro sobre uma mesa, abrindo numa pagina especifica. Os dois arianos aproximaram para ver, mas não conseguiam ler os dizeres.

- Está num dialeto antigo. - explicou. - aqui menciona que sangue mestiço encontra dificuldade de realizar a transformação. Terá que ter paciência e treinar muito. - olhou para Mu.

- Não tem importância. - sorriu. - vou treinar.

Mu voltou para a bancada.

- Ele é um bom menino. - disse Magni voltando a atenção para o livro.

- Ele é. Existem outros dialetos?

- Existia. Foram se perdendo ao longo dos séculos. Esse é...

Magni começou a explicar a Shion, enquanto Mu tentava de todas as formas.

- "Isso nunca vai dar certo..."

Apertou mais forte. Os olhos piscaram algumas vezes ao verem um leve brilho dourado. Mu colocou mais força, os brilhos começaram a surgir.

- Mestre...

Shion voltou o olhar para ele aproximando. Ficou surpreso ao ver o brilho.

- Você conseguiu.

- Parece que sim. - sorriu satisfeito.

- Muito bem Mu. - Magni parou do lado dele. - Só precisa de persistência.

- Vou continuar tentando. - pegou uma quantidade nas mãos.

- Será como restaurar as armaduras. - Shion o fitou. - os instrumentos, cosmo e paciência.

- Os instrumentos, - Mu abriu e fechou a mão. - paciência e cosmo.

O ariano elevou levemente seu cosmo e o que se seguiu deixou os três surpresos. Uma luz dourada escapou por entre os dedos do ariano. Quando ele a abriu a combinação de gamanio e Nom haviam se transformado em Oricalco.

- Como? - Magni pegou um pouco da mão dele, levando a uma pequena máquina. - é... oricalco... - murmurou perplexo. - com noventa por cento próximo ao natural. - virou para eles. - como conseguiu?

- Eu apenas elevei meu cosmo. - respondeu sem entender. - Não coloquei muita força.

- Shion faça. - pediu.

O grande mestre repetiu o processo e teve o mesmo resultado.

- Agora faça sem usar cosmo.

Shion fez, Magni pegou a amostra e a examinou. Estava dando setenta por cento.

- Mu, faça sem cosmo.

Demorou alguns minutos para ele conseguir transformar as substancias. Quando conseguiu elas deram o mesmo valor: setenta por cento.

- Isso é intrigante...- Magni olhava para as amostras. - o que é cosmo?

Shion o explicou. A medida que ouvia a mente de Magni trabalhava.

- Vocês tem o poder de um elementar... talvez isso afete a transformação de algum modo.

- Então podemos fazer na Terra?

- Se levarem Gamanio e Nom é perfeitamente possível. Eu gostaria de realizar mais testes.

- Claro senhor Magni.

O senhor já preparava para a aplicação de mais testes, mas um mensageiro real tinha chegado a pedido da princesa. Ela os aguardava para o jantar. Só então perceberam que já era noite.

O.o.O.o.O

O carro parou em frente a um bonito prédio no centro de Bright. Ele era cercado por um grande jardim e um pequeno lago.

- Ela mora muito bem. - disse o geminiano.

O elevador panorâmico parou no octogésimo nono andar. Só havia o apartamento dela naquele andar e munido da maior cara de pau, bateu na porta.

Niive estava no banheiro, enrolada na toalha pois acabara de sair do banho. Não tinha escutado as primeiras batidas e quando finalmente escutou, achou estranho, já que não esperava ninguém.

- Eu não avisei ninguém que estaria aqui.

Esquecendo-se que ainda estava de toalha foi para abrir a porta, sem ao menos olhar quem era. Quando o objeto deslizou para a direita...

- Oi. - disse Kanon com um grande sorriso.

- O que está fazendo aqui??? Como chegou aqui?? - gritou nervosa.

- Eu...

O olhar do geminiano desviou na hora, para o corpo da diretora. Ela o tinha bem definido e com curvas. Os cabelos negros estavam pregados ao corpo. Não teve como não pensar em besteira. Niive estranhou o súbito silencio dele quando percebeu o que realmente acontecia.

- Seu tarado!!!!! - berrou com todas as forças, pressionando o botão para a porta fechar.

- Espera. - segurou antes que ela fechasse.

- Vai embora!!!!

- Eu só quero conversar.

- Mas eu não quero!!! Sai!!!

Ela o chutou e como ele estava desprevenido foi jogado no corredor, indo ao chão.

- Essa garota ainda me mata. - sentiu a pancada nas costas.

Niive bufava de ódio. Além de ter ido até lá sem avisar, ainda a olhou quase nua.

- Eu mato!

- Niive. - Kanon bateu na porta. - desculpe. Não tive a intenção.

- Vai embora Kanon! - gritou.

- Não vou enquanto não aceitar a minhas desculpas.

- Está desculpado agora SOME!

- Não me desculpou pois está gritando. Prometo que vou embora em seguida.

Ele não ouviu mais a voz dela. Passou alguns minutos e estava desistindo quando a porta abriu. Niive estava de roupa e com a cara possessa. Kanon segurou para não sorrir. Ela ficava linda daquele jeito.

- Me desculpe. - a voz saiu bem séria. - eu não tive intenção.

Ela o olhava fixamente. Kanon sustentou o olhar.

- Tudo bem. - ela recuou um passo. - já passou. - olhou para o lado. - agora pode ir.

Mal terminou de falar e o marina estava dentro do apartamento.

- Você mora bem.

- Quem te convidou para entrar??

- Vai me colocar para fora? - a fitou.

Niive só não corou por causa da cor, pois o olhar que Kanon lhe lançara era maroto, sem qualquer maldade e dificilmente conseguiria brigar com ele.

- Diga logo o que quer. - fechou a porta, indo atrás dele, que a essa altura já estava na varanda da sala.

- Que vista!

- Realmente é muito bonita. O que você quer? Como chegou até aqui?

- A Célica me trouxe.

Niive guardou bem aquele detalhe, a mataria depois. Kanon puxou uma cadeira e sentou.

- Ei. - reclamou. - você tem que ir embora.

- Há quanto tempo é diretora?

Ela arqueou a sobrancelha.

- Só estou perguntando.

- Três anos. - respondeu seco. - Kanon, vai embora. Eu preciso trabalhar.

- Prometo que fico aqui em silencio. - sorriu.

A diretora bufou. Ele não iria embora.

- Não saia daqui!

- Só quando você mandar.

Niive balançou a cabeça negativamente, indo para seu escritório. Não tinha muita coisa para fazer, somente no dia seguinte, mas talvez vencesse Kanon pelo cansaço.

xxxxx

O taurino ficou surpreso com a residência onde ficaria hospedado.

- É maior que a minha casa na Terra.

- É maior que a minha em Niniveh. - brincou Célica. - estou pensando em ir lá amanhã vê meus pais, quer ir?

- Claro. Se não for incomodo.

- Não será. - sorriu. - conheço um restaurante, depois vamos para o laboratório e após podemos explorar a cidade.

- Por mim tudo bem.

Havia um carro disponibilizado para eles. Foram almoçar e em seguida foram para o prédio de ciências.

Deba estava impressionado com o local. Os dois foram conduzidos para a sala do diretor. Ficaram surpresos por encontrarem o presidente lá.

- Pensei que não fosse vê-lo. - disse Célica.

- Resolvi acompanhar os testes de perto. Fiquei curioso. Célica e Aldebaran esse é o doutor Adrar.

Trocaram cumprimentos.

- Por favor venham comigo.

Os três foram conduzidos para o subsolo do prédio, onde ficavam as salas de teste.

- Aldebaran, iremos testar sua capacidade de regeneração. - disse Adrar. - Não se preocupe, não será um ferimento sério, vamos apenas medir o tempo que seu corpo gasta para se recuperar.

- Tudo bem.

Deba sentou numa cadeira, apoiando o braço sobre uma mesa. Três enfermeiras estavam dispostas ao lado dele. Enquanto uma fazia um corte no braço dele, a outra monitorava o tempo.

- Ele será como nós? - indagou Skip a Adrar.

- Provavelmente. Algo na nossa galáxia ou na nossa atmosfera está reagindo com o corpo dele.

- Os amigos dele também estão assim. - disse Célica.

Deba viu o sangue sair com o corte e desaparecer um minuto depois.

- Interessante. - Adrar aproximou.

- Isso é bom? - o taurino o fitou.

- Muito bom. Você está no meio da tabela. Seu corpo regenera mais rápido que um humano comum, mas mais lento que o nosso corpo.

- Para um não Kalahasti está muito bom. - observou Skip.

- Vamos para o próximo teste, o da força.

Foram para outra sala.

Parecia uma sala de academia, com vários pesos. Adrar o parou de frente a um, explicando o que ele tinha que fazer.

- Vamos fazer  duas mediçoes. A primeira com sua força bruta e a segunda com a sua energia.

- Tudo bem.

O trio afastou, parando em frente a um monitor. Com o sinal de ok, Deba fechou o punho e socou o alvo. Os três ficaram impressionados.

- Na nossa escala atingiu o nível oito. - disse Adrar. - muito bom.

- Garotão você é forte. - Célica sorriu. - poucos atingem o número oito.

- Obrigado. - respondeu acanhado.

- Use sua energia.

- Ah... senhor Adrar, acho que não seria uma boa ideia, usar aqui.... não tem um lugar blindado ou mais resistente? Já destruí a plataforma em Ranpur sem usar cosmo, aqui...

- Leve-o para aquela sala. - disse Skip. Ele havia recebido o relatório sobre a plataforma. - lá ele poderá usar sua força total.

Adrar franziu o cenho, mas concordou. O diretor os conduziu para uma sala que continha oricalco como material.

- É o lugar mais seguro que temos.

- Obrigado. - olhou os vidros. - não vão se partir?

- É seguro Aldebaran. - disse Skip. - pode usar sua força.

- Tudo bem. É melhor ficarem lá fora.

Obedeceram. Adrar ligou os medidores, aquela sala só era utilizada em testes pesados.

Depois de certificar que eles estavam seguros, o brasileiro começou a elevar seu cosmo. Os três ficaram impressionados.

- O que é aquilo dourado? - indagou Adrar.

- Eles chamam de cosmo. - disse Célica.

Deba acumulou uma grande quantidade de cosmo e disparou contra o medidor. O nível ultrapassou a escada.

- Oh... - exclamou Skip.

- Como isso é possível?! - Adras estava perplexo.

Célica sorriu.

Deba abriu a porta.

- Não quebrou nada, não é? - indagou.

- Quebrou.

- Sério? - ficou preocupado. - e olha que nem usei toda a minha força com medo que...

- NÃO USOU TODA A SUA FORÇA? - indagaram Skip e Adrar.

- Não... - murmurou.

- Garoto você é um máximo! - Skip o cumprimentou. - Ultrapassou nossas medições.

- Não é um humano comum. - comentou Adrar. - nem me surpreenderia no próximo teste.

O ultimo teste era numa câmara. Adrar, Skip e Célica ficaram perto do monitor.

- Vamos elevar a temperatura. - Adrar dizia por microfone. - se você não agüentar mais ou se acharmos que é o suficiente iremos parar.

Deba fez sinal de ok.

Ligaram a maquina. A temperatura começou na casa dos vinte graus. A cada cinco minutos a temperatura aumentava cinco graus. Para Deba até o momento estava tranqüilo, pois na Grécia as vezes passava dos quarenta.

- Se fosse um Eiji já tinha fritado. - Skip olhou para o monitor que mostrava quarenta e cinco graus.

Célica olhava o taurino, a cada segundo sentia-se mais atraída por ele. Quando fosse para casa ele não escaparia. O cavaleiro de Touro já estava na casa dos setenta graus, o corpo transpirava muito e sentia os olhos secos. Apesar dos efeitos não queria parar o teste. Não estava se sentindo tão mal e já que Kamus era o mago do gelo as vezes ele poderia ser o mago do calor. Sorriu.

- "Já estou delirando."

- Não é arriscado Adrar. - Skip viu o brasileiro sorrir. - ele pode ter problemas.

- Está tudo monitorado senhor presidente. Ao menor sinal de perigo paramos o teste, além do mais ele quebrou o nosso medidor, ele agüenta.

O termômetro bateu a casa dos cento e vinte sete graus e a partir daí Adrar começou a contar...

... Deba suportou por uma hora. Ao final foi levado para a enfermaria.

- Você foi fantástico! - Célica o abraçou.

- Obrigado.

- Não quer integrar o nosso exercito? - indagou Skip de forma brincalhona. - temos vagas.

- Já tenho um emprego senhor. - sorriu.

- Seria muito bem vindo. - disse Adrar. - parabéns, pode se considerar um kalahasti.

- Vá para casa, - Skip tocou no ombro dele. - descanse um pouco e depois vá passear. Aproveite nossa cidade.

No caminho Deba sugeriu que fossem passear ao invés de ir para casa. Célica acatou. Passaram por alguns pontos turísticos da cidade. Voltaram a tardinha.

- Kanon ainda não voltou? - Deba sentou-se no sofá.

- Deve está bem ocupado com a Niive. - sorriu maldosamente.

- Você está brincando com fogo.

- Estou não. - parou de frente para ele. - ela precisa se divertir as vezes.

- Obrigado pelo passeio. A cidade é muito bonita.

- As ordens. E você superou minhas expectativas. É muito forte.

Célica aproximou um pouco mais, já tinha na mente um plano. 

- Lembra da minha pergunta de mais cedo?

- Qual?

Ela não esperou mais nenhuma pergunta ou frase, sentou sobre as pernas do taurino e o beijou. Nos primeiros segundos ele ficou assustado com a atitude, mas depois se rendeu ao contato.

- Célica...

Ela colocou o dedo nos lábios dele, silenciando-o.

- Eu quero mais um.

Apoderou-se dos lábios do brasileiro, num beijo cheio de luxuria. Não foi difícil para Deba corresponder já que sentia atração por ela. Enquanto beijava-o, Célica abria a parte de cima da roupa que ele usava, tocando seu peitoral.

- Célica. - ele parou de beijá-la. - não podemos...

- Claro que podemos garotão. - deu um sorriso safado. - não vai querer transar com uma garota de outra galáxia? - o fitou divertida.

- Eu quero mas... você nem me conhece.

- Já conheci o suficiente.

Ela voltou a beijá-lo, Deba até tentou não ir adiante, mas não teve jeito, a pegou no colo.

Abriram todas as portas até achar um quarto. Sem demora o taurino a jogou na cama, arrancando um sorriso da dama.

- É isso mesmo que quer? - o cavaleiro subiu em cima dela imobilizando os braços.

- Ainda pergunta? - o olhar foi lascivo.

Ele a beijou, enquanto passava a mão pelo corpo dela. Num movimento rapido e forte Célica o virou.

- É bem forte. - Deba sorriu.

- Não imagina o quanto. - acariciava o dorso dele. - e essas cicatrizes?

- Das batalhas.

- Isso prova o quanto é forte... - levou a mão ao membro dele. - adoro homens fortes.

Os dois sorriram de forma sacana. A tarde seria longa...

xxxx

 Niive ficou por três horas dentro da sua sala. Nesse ínterim, o grego não foi atrás dela em nenhum momento.

- "Se tivesse ido embora, eu saberia... o que ele esta fazendo?"

Levantou indo atrás dele. Ficou surpresa ao vê-lo dormindo na cadeira. Estava todo torto, mas aquilo parecia não atrapalhar o sono. Teve vontade de gritar, mas conteve-se. Ele dormia tão sereno, que seria sacanagem. Aproximou lentamente e tendo o maior cuidado, tocou os cabelos azuis. Eram macios. Kanon era um homem bonito, tinha que reconhecer. Sem fazer barulho, foi para cozinha. Não poderia matá-lo de fome.

Kanon despertou dez minutos depois, sentindo o cheiro de algo comestível. O corpo todo doeu quando sentou corretamente na cadeira. Nem tinha percebido que havia dormido e ficou surpreso por Niive não tê-lo jogado da varanda. Com cuidado entrou no apartamento. Não a viu, apenas escutou o som de algo vindo dos fundos. Pé sobre pé foi aproximando do local e acabou sorrindo ao vê-la arrumando uma mesa.

- Boa tarde. - disse entrando.

- Pensei que fosse dormir a tarde toda. Desmaiou?

- Efeito da pancada na cabeça.

Niive ficou em silencio.

- Estou brincando. Não sinto nada. - olhou para a mesa. - isso tudo é para mim?

- Não poderia matar um hospede do presidente de fome. Coma e cai fora.

- Eu adoro a sua sinceridade. - puxou a cadeira. - não está com veneno?

- Coma. - foi uma ordem.

Kanon pegou algo que parecia um bolinho, levando a boca. Estava muito bom.

- Isto está muito bom. - disse. - você cozinha muito bem.

- É comida congelada.

- Ah... e seus pais?

- Morreram na guerra.

- Sinto muito. - ficou calado por alguns segundos. - mas não tem parentes?

Niive o fitou com cara de poucos amigos.

- Meus avós e dois sobrinhos moram numa vila distante daqui.

- Não seria melhor eles aqui?

- Minha avó não quer mudar.

- Não vai visitá-los? - olhou para um bolo rosa, parecia apetitoso.

- Outra hora.

- Deveria ir.

- Coma calado Kanon.

O marina ficou em silencio. O resto da refeição foi feita em silencio. Niive, vez ou outra o fitava.

- E você?

- Eu o que?

- Tem família?

- Não. Sobrou apenas o meu irmão. - pegou um pedaço de algo vermelho. - isso tem um cheiro bom.

Ela não respondeu a esse comentário.

- O que houve com sua família? - indagou.

Kanon deixou o copo sobre a mesa, tinha comido muito.

- Meus pais morreram quando eu era criança, alguns anos mais tarde meus avós. - a fitou. - obrigado pela comida.

- De nada. Já vai escurecer. - levantou, recolhendo as embalagens. - é melhor ir embora.

- Eu até iria, mas não sei como chegar.

Niive o fitou incrédula. Mataria Célica por isso.

- Vamos.

Kanon acompanhou até o corredor de entrada do seu apartamento. Pensou que pegaria o elevador, mas ficou surpreso quando ela se dirigiu para outra porta. Ela apertou um botão fazendo-a abrir. O marina ficou surpreso. Havia um carro, uma nave, ou a mistura dos dois, pois não sabia quando começava um e terminava o outro.

- A garagem fica aqui?

- Cada apartamento tem a sua. Entre.

As portas abriram para cima, Kanon entrou, achando fantástico o interior do veículo.

- Boa tarde senhorita Niive. - a voz metálica soou deixando o grego assustado.

- Seu carro fala????

- Região sul, quadra 78. - falou. - é o computador de bordo, seu burro. - o fitou. 

O computador traçou a direção. O carro desceu por um elevador até o térreo, deixando o prédio. Fez uma manobra e pegou a primeira via aérea disponível. Kanon ficou em silencio apenas apreciando a vista e a tecnologia do carro-nave. Em quinze minutos estavam na porta da residência.

- É aqui.

Os dois saíram do carro.

- O que vai fazer amanha? - indagou Kanon.

- Trabalhar.

- Pensei que me mostraria a sua cidade.

- Peça a Célica. - disse seca.

- É uma pena. - aproximou, olhando para os lados, como se quisesse saber se alguém estava perto.

- O que foi? - também olhou para o lado.

Quando ela voltou a atenção para Kanon, ele estava com o rosto muito próximo. A diretora assustou com a aproximação, tentou afastar, mas encostou no carro. Tudo que sentiu foi o braço do grego passar por sua cintura e os lábios dele sobre os seus. Arregalou os olhos.

Foi apenas um selinho, pois ele se afastou a espera do tapa, que acabou não vindo pois Niive estava paralisada com a ação.

- Obrigado pelo lanche.

Deu as costas saindo rapidamente antes que Niive lhe batesse. Só depois que Kanon entrou é que  diretora mexeu-se.

- KANON SEU IDIOTA!

Voltou para a casa possessa.

Depois de transarem no quarto, na sala e no banheiro, os dois sentaram na varanda para admirar o pôr-do-sol.

- Você é louca. - tocou carinhosamente o rosto dela.

- Um pouco. - ficou receosa com o toque. - animado para amanha? - aproveitou a deixa para afastar a mão dele do seu rosto.

- Sim.

Ele lhe deu um selinho terno e aquilo fez o sinal de Célica acender. Não queria envolvimento sentimental, apenas sexo.

- Aldebaran. - a postura mudou. - se fosse com outra pessoa, não me preocuparia em me explicar, mas não quero fazer errado com você.

- O que foi?

- O que aconteceu hoje e espero que aconteça mais vezes é puramente sexo.

Deba sentiu como se Kamus lançasse o pó de diamante nele.

- Como assim só sexo?

- Eu não tenho intenção de me envolver com ninguém. Eu gosto de você, mas não do gostar de algo mais profundo. Eu tenho atração por você e é basicamente só isso.

Ele realmente ficou surpreso com a declaração. Não esperava que ela pensasse dessa forma. Ao mesmo tempo que era uma atitude que ele não faria com ninguém. Apesar de ficar apenas um mês em GS, pensava seriamente em ter algo mais profundo com a jovem. Seria complicado com milhões de quilômetros que separavam um do outro mas...

- Gosto da sua presença e queria que esses nossos encontros ficassem freqüentes. - ela disse.

- Apenas sexo?

- Sim, apenas sexo. Topa?

Pensou. Não era o que queria, mas se era a única forma de ficar perto dela...

- Topo. Pode ser apenas sexo.

- Ótimo. - sorriu de orelha a orelha.

Kanon apareceu na porta, não tinha ouvido a conversa, já que pensava em Niive, mas quando viu os dois juntos deu um sorrisinho.

- A tarde rendeu. - disse.

- Fiz testes sobre a minha raça e depois fomos passear pelos pontos turísticos da cidade. - Deba ajeitou-se na cadeira, ficou um pouco sem graça. - amanha vamos em outra cidade, não quer ir?

- Kanon vai passear com a Niive. - Célica devolveu o sorriso maldoso.

- Se ela não me matar antes. - sorriu. - mulher brava.

- Rapidinho você amansa ela. - brincou a dama real.

- Sei não... se eu aparecer lá amanha ela me mata.

- Vá cedo, diga que está sozinho porque nós saímos cedo sem te avisar. - disse Célica.

- Ela não vai acreditar.

- Vai sim. Confie em mim Kanon.

O geminiano concordou ainda meio reticente.

O restante da noite foi tranqüila para os três. Kanon pegou no sono rapidamente e Célica e Deba passaram a noite juntos. Niive até tentou dormir, mas a imagem do beijo a assombrava.

O.o.O.o.O

Durante a viagem, o presidente contou sobre a história de Orion e sua participação na guerra ocorrida anos antes.

O assunto corria de forma tão tranqüila que Aioria nem notou as quatro horas. Quando deu por si, o capitão anunciava a saída do hadren. Stiepan levou o leonino até a sala de comando.

De uma das janelas, Aioria viu o grande planeta marrom surgir diante deles. Como a Euroxx, a Titan permanecia em orbita. Uma nave de médio porte os levou para o planeta.

Surreal.Aquela foi a melhor palavra que Aioria encontrou para descrever a imagem que desenhava a sua frente.  Mesmo com Cassie dizendo que estavam no meio do dia, a luz solar era pouca, dando a impressão de está quase anoitecendo. Para compensar a falta de iluminação natural, dezenas de luzes brilhavam intensamente provindas da capital de Orion: Remus.  A cidade parecia uma grande indústria, com dezenas de prédios, máquinas, naves. Num perfeito cenário pós-apocalíptico, mas profundamente belo.

A nave pousou no centro da cidade e de lá Aioria e o presidente foram para o prédio do governo. Ao contrário da vista de cima, Remus tinha ruas movimentadas, já que as vias de transportes ficavam no alto de grandes pontes e viadutos.

- Estamos no inverno? – indagou olhando para o presidente. – a luz do sol está tão fraca.

- Estamos no verão. – sorriu. – Nosso planeta está um pouco distante do sol, por isso quase não temos iluminação. No inverno não temos luz do sol.

Aquilo era um pouco inconcebível para alguém acostumado ao forte sol grego, mas estranhamente Aioria se sentia em casa naquele local.

O leonino foi levado para uma construção de linhas arrojadas em formato de raio. Como em qualquer prédio público o vai e vem das pessoas eram constante. Stiepan levou o rapaz até o ultimo andar, onde ficava sem gabinete.

- Por favor sente-se Aioria.

- Obrigado.

- Antes de explicar sobre o funcionamento do nosso planeta, queria pedir para que efetuasse um teste.

- Teste? – estranhou. – que tipo de teste?

- Somos capazes de produzir energia, portanto nosso corpo é bem mais resistente a eletricidade e a radiação.

- Como assim?

- Uma pessoa comum, - levantou. – pode suportar até certo nível de descarga elétrica e radiação, contudo, nós, temos uma tolerância maior.

- Entendi. Por mim tudo bem.

- Ótimo. Venha comigo.

Stiepan o levou para uma sala toda de vidro. Havia três pessoas que mexiam em painéis. Apenas acompanhando a ação do presidente, Aioria posicionou-se onde ele tinha pedido.

- Pode sentir um leve desconforto, mas é passageiro.

- Como?

Ele nem teve tempo de indagar mais alguma coisa, tinha desaparecido da sala...

Aioria sentiu o estomago rodar. Queria muito vomitar, mas ao olhar onde estava, a vontade passou na hora. Não estava na sala.

- Onde...?

- Laboratório do centro de pesquisa. Usamos o teletransporte. Já que não temos a capacidade dos atlantiks inventamos um jeito. – sorriu.

- Qual era a nossa distancia?

- Dezesseis quilômetros. – sorriu ainda mais diante da expressão dele.

Stiepan o conduziu pelos corredores, até chegarem a uma sala. Ele bateu duas vezes antes de entrar.

- Dr. Kasideri.

- Senhor presidente. – o senhor de meia idade levantou. – é uma honra vê-lo.

- Desculpe vir sem avisar, mas trata-se de uma emergência. Este é Aioria. – e virando para Aioria. – este é o doutor Kasideri, o nosso melhor geneticista.

- Nem tanto. – sorriu envergonhado. – é um prazer.

- Igualmente. – deram as mãos.

- Este rapaz, - Stiepan tocou nos ombros do grego. – veio de VL19 junto com o príncipe.

- Eu vi a cerimônia. O rapaz é a cara do Soren.

- Não há dúvidas. – sorriu. – em VL os humanos são como os de Ranpur, mas ele consegue utilizar as habilidades de um elementar. Ele pode gerar eletricidade.

Kasideri o fitou.

- Habilidades de elementar? Como?

Stiepan sorriu. Kasideri era uma das mentes mais brilhantes de Orion e um dos mais céticos também. Ele só acreditava quando tinha dados concretos em mãos.

- Sabia que não ia acreditar. – começou a andar pela sala. – antes de te provar, quero que analise o DNA dele. Quero ver se ele pode suportar eletricidade e radiação.

- Tudo bem. – disse sem pestanejar. – vamos.

O doutor o levou para o laboratório onde colheram a amostra do sangue. O exame ficaria pronto em cinco minutos.

- Vamos para a minha sala, poderemos conversar melhor sobre elementares. – Kasideri ironizou a ultima palavra.

Sentaram, numa mini sala de estar dentro do escritório do geneticista.

- Muito bem senhor presidente, explique-se.

- Irei exemplificar. Aioria tire a luvas.

- Eu não sinto nada nas minhas mãos. – disse.

- Apenas tire.

O grego obedeceu. Achou que nada aconteceria, mas foi a conta de tirar a luva para ver pequenos raios saltarem. Kasideri arqueou a sobrancelha. Como um humano de outra galáxia poderia fazer isso? Seus pensamentos foram interrompidos pelo sinal de bipe.

- O resultado.

Apertou o botão da cadeira, o resultado foi mostrado em um telão na parede. Para Aioria aqueles dados eram um monte de números, assim como Stiepan que só entendia de números administrativos. Já Kasideri, lia com precaução.

- Amostra de dna de Ranpur e Orion. – disse.

- Carregando o sistema. – soou o som metálico.

Apareceu na tela mais duas seqüências de números.  O médico analisava atentamente os dados.  Os Toois, Kalahasti, Router e os humanos comuns tinham noventa e cinco por cento de DNA igual. Os outros cinco por cento é que determinava se a pessoa pertencia ao Toois, etc. O padrão genético de Aioria era o mesmo, mas o seu cinco por cento era completamente diferente dos outros quatro grupos. Isso mostrava que ele poderia ser um Tooi ou todos os humanos de VL19-3 tinham esse cinco por cento diferente.

- E então? - indagou Stiepan diante do silencio do médico.

- Humanos da Terra são cinco por cento diferentes dos humanos daqui.

- Por isso que manifesto esse poder? - Aioria recolocou as luvas.

- Acredito que sim, mas creio que há outras evidencias. Há mais alguém dos amigos de Eron que faz isso?

- Não. Apenas eu.

- No grupo deles tem um Kalahasti. - disse Stiepan.

- Então... - Kasideri ficou pensativo. - ... entre vocês há variações dentro dos cinco por cento... o que leva a crer, que seus corpos tiveram reações diferentes ao serem submetidos a nossa atmosfera. Seu gene tendeu para o lado dos Tooi, o do seu amigo para os Kalahasti.

- Também pode ser influência por ele ter o poder de um elementar. - Stiepan voltou no assunto.

- Duvido. - o médico respondeu de maneira cética. - em todo caso é algo muito interessante.

Aioria estava surpreso com as revelações. Será que seu cosmo afetou seu dna? Ou a atmosfera daquele lugar?

- Vamos ver o poder dele. - o presidente levantou. - e tire suas próprias conclusões. Estou levando-o ao departamento de energia.

- Já que quer tanto. - acompanhou o movimento.

Os três foram para a sala de teletransporte. Aioria não queria muito, mas não tinha escolha. Em milésimos de segundos estavam em outro departamento. O presidente contou a história para o chefe daquela divisão que concordou na hora sobre a aplicação de testes. O cavaleiro foi levado para uma sala de medição. Stiepan e Kasideri acompanhavam de dentro de uma câmara isolante.

- Vamos ver o que o seu elementar é capaz. - brincou o doutor.

Stiepan apenas fez sinal para que Aioria e o controlador do painel ficassem apostos.

Aioria estava parado no meio da sala, estranhamente sentia seu corpo ser percorrido por eletricidade.

- "Esse lugar não é normal."

Pensou elevando seu cosmo. Daria um golpe fraco apenas para teste. Stiepan e Kasideri franziram o cenho ao ver uma luz dourada ao redor do cavaleiro.

O grego elevou um pouco mais seu cosmo, tomando posição como se fosse atacar.

- Relâmpago de plasma!

O cosmo dele explodiu, fazendo milhares de feixes de raios cortarem a sala em todas as direções. De dentro da câmara os expectadores arregalaram os olhos.

- Mas como... - murmurou Kasideri.

Em meio aos feixes dourados, surgiram outros raios, de formas irregulares, azulados e alguns ligeiramente avermelhados.

- Está medindo isso não esta? - indagou o presidente sem tirar a olhar de Aioria.

- Estou senhor. - o controlador estava surpreso. - é impressionante.

O cavaleiro cessou seu ataque.

- Qual a medição? - Kasideri estava afoito. - qual foi?

- Ele disparou cem milhões de raios por segundo.

- Mas vimos poucos. - Stiepan não entendeu.

- Por que foram os mais lentos senhor. - o controlador o fitou. - ele atingiu setenta por cento do nosso medidor. Ele tem grandes habilidades. Nunca ninguém atingiu essa marca sozinho.

Stiepan sorriu, não se enganara com o rapaz.

- Setenta por cento nada mal... - murmurou Kasideri.

- Para mim ele não usou todo o seu potencial. - disse Stiepan fazendo os outros dois o olharem. - Ele tem muito mais poder.

- Não pode ser.

- Não te disse pois não ia acreditar, mas ele serve a um elementar em VL19.

Kasideri ficou em silencio.

- Acho que podemos começar com os testes de radiação.

Stiepan sorriu diante da cara de perplexidade do doutor.

O.o.O.o.O

Depois de mais alguns testes Anick levou Saga para um local descampado e isolado. Era uma antiga pista de pouso nos arredores de Shermie desativada dois anos antes.

- Esse lugar está de acordo? - indagou o jovem ao geminiano.

- Está. Não há perigo de ninguém machucar.

- O senhor Craig já está a caminho. - Anick andava pelo local deixando a certas distancias uma bolinha metálica. - poderá mirar naquele prédio.

- O que é isso?

- Quero medir a energia desprendida. - o fitou. - não é todo dia que temos um evento como esse.

- Eu queria muito ver um hadren vermelho.

- É o sonho de todo cientista Saga, mas creio que minha geração não será agraciada com isso.

Ao escutarem o barulho de um motor olharam para cima. Craig acabava de chegar.

- Senhor Craig já posicionei todos os medidores.

- Ótimo. Saga por favor.

- Fiquem atrás de mim e o mais afastado possível.

Os dois obedeceram. O cavaleiro começou a elevar seu cosmo, não usaria todo seu poder, pois temia perder o  controle e causar um acidente. Craig e Anick ficaram espantados ao verem a energia dourada e ainda mais quando o pequeno dispositivo que o jovem cientista trazia, começando a apitar.

Saga abriu os braços concentrando seu poder, girou-os e lançou a bola de energia contra o prédio desativado. Como numa bomba, a cortina de luz espalhou-se pelo local, a terra tremeu e uma forte onda de choque, jogou Anick e Craig no chão.

- Vocês estão bem?

- Isso foi incrível! - exclamou Anick. - os medidores evaporaram!

- Desculpe... - murmurou sem graça.

- Não tem porque se desculpar Saga. - Craig limpava sua roupa. - seu poder foi impressionante e acredito que foi cauteloso.

- Um pouco.

- Vamos voltar eu preciso analisar esses dados. - Anick estava empolgado.

O.o.O.o.O

Urara fechou os vidros da janela, para que Shaka não pegasse uma corrente fria. O fitou preocupada pois já havia si passado quatro horas e ele ainda estava dormindo. Pensou em chamar Noah, mas ele disse que era para esperá-lo acordar.

A diretora caminhou até o leito, observando-o. Os cabelos loiros estavam espalhados pela cama e a serenidade de seu rosto era quase etérea. Definitivamente aquele homem não era comum.

Shaka abriu os olhos lentamente, mas tornou-os a fechar por causa da claridade.

- Não se esforce.

Ouviu a voz, mas não identificou de quem era. Ainda ficou por segundos com olhos fechados antes de abri-los.

O teto era branco e a claridade provinha de grandes janelas. Que lugar era aquele?

- Está na minha casa.

Ele olhou para a dona da voz. Urara estava ao seu lado, com o semblante preocupado. Shaka lembrou-se do ocorrido naquela sala. Quando aquela energia entrou em contato com seu corpo, sentiu-o arder e em seguida apenas o impacto do arremesso.

- O que houve? - a fitou.

- Eu não sei. Como se sente? - tocou o rosto dele, para ver se notava algo estranho. A expressão suavizou ao perceber que ele não estava febril.

- Meu corpo está pesado... pode me ajudar a sentar?

Ela aproximou e firmando-o, o ajudou a sentar. Com o gesto, os rostos ficaram bem próximos a ponto de sentirem a respiração um do outro.

- Sua respiração está lenta. - disse.

- Sinto sono. - murmurou sem desviar  o olhar das íris azuis claras.

- Descanse um pouco mais. - Urara afastou um pouco. - não sabemos o que pode ter acontecido.

- Senti meu corpo todo arder. Noah e os demais sentem isso quando tocam a bola?

A expressão dela ficou séria.

- Ninguém toca a Enraiha.

- Como assim?

 - Vou trazer algo para comer.

Disse saindo sem dar maiores explicações. Shaka ficou preocupado, o que tinha acontecido?

Urara foi para a cozinha. O comunicador sobre a mesa chamou sua atenção. Ela apertou o botão verde, uma pequena imagem de uns 30 centímetros apareceu para ela.

- Como vai Urara?

- Ele acordou Noah. - disse.

- Despertou bem cedo. - estava surpreso. - não há dúvidas...

- O que foi aquilo? Que eu saiba ninguém pode tocar a Enraiha. Ele poderia ter morrido. - disse com frieza. Teve medo que algo acontecesse a ele.

Noah não se preocupou com o tom de voz. Era natural ouvir aquilo, afinal viu a linha vermelha.

- Ele não ia morrer. - respondeu simplesmente.

- Como sabe? Vocês previram isso?

- Sim e não. Venham aqui amanha. Eu explicarei tudo senhorita diretora.

Urara o fitou seriamente.

- Tudo bem. - disse por fim. - tenha uma boa noite.

- Igualmente.

 A transmissão encerrou-se bem a tempo da refeição de Shaka ficar pronta. Urara colocou numa bandeja levando até ele.

Quando ela saiu, o indiano tinha levantado. Sentia o corpo mole, mas não queria ficar mais na cama. Caminhou até a varanda do quarto, sentando uma cadeira acolchoada. A vista daquele lugar era linda ainda mais que o sol começava a se pôr.

- Dormi muito... - murmurou. - já está quase escurecendo.

- Estamos no outono, os dias ficam mais curtos. - disse Urara parando na porta. -  Daqui a pouco escurece. - colocou a bandeja sobre a mesa. - precisa se alimentar.

- Obrigado.

Shaka pegou a colher, pois era uma sopa. Não precisou o que era pela cor, mas o gosto era muito bom.

- O senhor Noah solicitou nossa presença amanhã. - o olhar estava no horizonte.

- Ele lhe disse o que aconteceu? - indagou sem parar de comer. Realmente estava faminto.

- Disse que explicaria amanhã. - não o fitou.

- A bola azul se chama Enraiha?

- Sim.

Urara não disse mais nada, deixando Shaka comer sem interferência.

- Estava muito bom. Obrigado.

- De nada. Não sente mais nada? - o fitou.

- Apenas sinto meu corpo dormente.

- Talvez fosse melhor ir descansar.

- Tem razão. - Shaka pegou a bandeja.

- Eu levarei. - Urara tomou a dianteira. - é meu hospede.

Saiu, levando o objeto. Shaka ainda continuou na porta da varanda fitando o pôr-do-sol avermelhado no céu. A temperatura caia visivelmente. Facilmente naquele lugar nevava no inverno. Urara voltou para ajudá-lo a deitar, mas parou na porta do quarto ao vê-lo de pé.

- Shaka.

Ele virou para trás. Ficaram alguns segundos apenas se olhando.

- É melhor entrar. - disse caminhando até ele. - a temperatura vai cair ainda mais.

- Neva?

- No inverno. Daqui a três meses. - parou ao lado dele.

O cavaleiro voltou a atenção para o sol que despedia do dia. A coloração avermelhada parecia tingir o céu de sangue e foi de repente...

Shaka estava num lugar aberto, houve um grito, quando olhou viu manchas de sangue no chão...

Ele piscou os olhos várias vezes. O que tinha sido aquilo?

- Shaka?

Ele fitou a diretora que o olhava com curiosidade.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não... só o efeito daquilo...

- Te ajudo a deitar.

Urara o amparou segurando seu braço. De forma mais delicada o ajudou a deitar.

- Se precisar é só me chamar. Estarei no quarto ao lado.

- Obrigado.

Ela tocou a testa dele, não havia sinais de mudança de temperatura. Shaka ficou surpreso com o gesto.

- Boa noite.

- Boa noite.

Respondeu ainda sentindo o toque aveludado dela na sua testa.

O.o.O.o.O

Era noite, quando Dara desembarcou no seu destino. Pousou num estacionamento próximo a cidade e pegando um transporte foi até o centro. No caminho tinha ligado para certa pessoa informando sua chegada. O transporte parou diante de uma casa de três pavimentos, na área residencial de Bhaskara.

Não precisou ser anunciado, pois o dono da casa já o aguardava. Dara seguiu direto para o terraço. O anfitrião, estava de pé, admirando as estrelas.

- Não esqueceu o rumo do terraço. - disse o anfitrião ainda com o olhar nas estrelas.

- É difícil esquecer. - respondeu Dara.

- O que o trás aqui em terras tão distantes? Resolveu voltar?

- Não voltaria para cá por nada e sabe muito bem disso Noah.

Noah virou-se para ele com um sorriso.

- Não perco a esperança, mas se não é o desejo de voltar o que veio fazer aqui?

- Quero que seja sincero, - Dara aproximou, com a expressão séria. - e sem aquele discurso se está correto ou não.

- Pergunte.

- Fizeram alguma previsão de um assassinato?

Noah que trazia a feição leve, mudou na hora.

- Assassinato? - indagou incrédulo. - do que está falando?

- Fizeram ou não? - insistiu na pergunta. Noah podia ser bem evasivo as vezes.

- A ultima que fizemos foi a volta do príncipe. - disse. - do que está falando Dara?

Dara notou que ele realmente não sabia de nada. Soltou um suspiro.

- Tive uma visão com alguém sendo morto. Mas não soube precisar onde, quando ou quem. Pensei que teria respostas.

- Não conseguiu ver nada?

- Não. Devo estar um pouco enferrujado já que abandonei essa prática. - disse irônico.

- Mas a prática não te abandonou. - sorriu aproximando. - nada nos foi relevado quanto a isso. Realmente não tem noção de quem seja?

- Não.

- Eron?

- Não. Sinto que não é ele.

Noah ficou em silencio, tinha um leque de possibilidades.

- Não podemos fazer nada se não temos certeza. - afastou-se de Dara. - mas ficarei de aviso caso veja algo.

- Vi que perdi meu tempo. Deveria ter ligado antes. Estou indo. - deu as costas. -  Passar bem.

- Espere Dara.

Ele parou.

- Fique até amanha. Talvez possa começar a dar importância para as nossas crenças.

Dara o fitou sem entender.

- Do que está falando?

- Da profecia.

A principio, o homem ficou sem entender, mas depois soltou uma sonora gargalhada.

- Você já foi mais esperto Noah. Com essa idade ainda acredita na profecia? Por favor.

O conselheiro não se importou com o riso. Lentamente caminhou até ele, parando de frente.

- E se eu disser que ela se cumpriu hoje.

Dara ficou em silencio absorvendo a informação, mas Noah nem lhe deu tempo de pensar sobre isso.

- E que o falso Eiji está a poucas quadras daqui.

A expressão de Dara foi da incredulidade a perplexidade.

O.o.O.o.O

Quando Mask chegou ao palácio era noite, estava cansado de ouvir sobre números e problemas administrativos, mas aquilo fazia parte, se realmente quisesse governar Ranpur e GS. Andava pelos corredores vazios do palácio sentindo-se solitário. A mãe tinha saído para compromissos oficiais, Kanon, Deba, Aioria, Shaka, Mu e Shion tinha viajado e só voltariam dali dois dias. Dohko, Shura, Miro e Afrodite estavam em Maris, não tinha noticias de Saga e Kamus estava no quarto.

Foi para a sala de jantar onde a refeição seria servida, no caminho encontrou com Saga que acabara de chegar.

- Estou indo jantar, me faça companhia.

- Cadê todos?

Giovanni explicou a ele.

- Kamus deve aparecer daqui a pouco.

Sentaram a mesa e o jantar foi servido.

- Como foi a reunião?

- No seu tempo tinha reuniões administrativas? - fitou o geminiano. - isso é muito chato.

- Mas necessário Mask. - Saga sorriu. - você tem que saber o que acontece no seu planeta.

- Eu sei.

- Boa noite. - Kamus apareceu na porta, sentando de frente para o geminiano. - e o restante?

- Só amanha.

- Giovanni achou chata a reunião. - disse Saga.

- Não achei. - o aquariano pegou os talhares.

- Claro que não, ficou olhando o tempo todo para Beatrice. Pensa que eu não vi?

- Não é nada disso Giovanni.- nem o fitou.

- Relaxa. - o canceriano sorriu. - não me interessa seu envolvimento com a secretária do chanceler. - o sorriso ficou maldoso. - ela é gostosa, vai em frente.

- Giovanni... - Kamus o fitou frio.

- Aproveite que ela está viva, ou pode ser tarde demais.

As palavras dele deixaram os dois surpresos. Era claro que o canceriano se referia a Helena.

- Vou fazer uma reunião amanhã com aquele cara. - disse, na intenção de mudar de assunto, não queria pensar nela naquele momento. - quero conhecê-lo.

- Tem algo em mente? - indagou Saga. - terá que ter cuidado com o que diz.

- Pensei em algo. - disse. - vou dizer que estou preocupado com futuros rachas no conselho e que conto com a lealdade dele. Vou proclamar isso aos quatro ventos. Claro que ele pode me trair, mas pensará bem, antes de fazer.

- Pode ser uma boa estratégia. - disse Kamus. - Mesmo assim tome cuidado.

- Vou ficar esperto. Como foi no centro de pesquisa? - olhou para Saga.

- Muito interessante. A tecnologia que eles têm é impressionante. Se tivéssemos esses hadrens na nossa galáxia, talvez já estivéssemos chegado ao espaço mais rápido. Seu pai era um grande incentivador dos estudos.

- Podemos ativá-los.

- Agora estão pesquisando sobre o hadren vermelho.

- Vermelho? - o fitou curioso.

-  Sim, sabem  que existem, mas  não tem provas cientificas e nem puderam ver um de perto.

- Não lembro do meu pai falar sobre isso... - Giovanni coçou o queixo.

- Pegaram amostra do meu sangue. Querem analisar se ha diferença de DNA entre os humanos daqui e os da Terra.

- Algo interessante a se saber.

O assunto continuou sobre hadrens, DNA's e política. Após o jantar retiraram-se, pois levantariam cedo no outro dia. Mask, Kamus e Saga seguiriam no dia seguinte para Maris. 

Giovanni deixou o corpo cair sobre a cama. Seus pensamentos foram para Helena. Como seria se ela estivesse viva?

- Seria a futura rainha de GS. - sorriu.

Virou para o lado pegando no sono.

O.o.O.o.O

O jantar foi servido num grande salão. Shion e Mu relatavam a Alisha sobre as descobertas a respeito do oricalco. Logo após seguiram para o jardim da Nias, mas Rana tratou logo de levar  Mu. Queria que a princesa ficasse a sós com Shion.

- Você sabe o que está fazendo? - Mu seguia Rana.

- Sei sim. - sorriu. - deixe os dois.

- Mas Rana...

Ele não terminou a frase, quando deu por si estava dentro de uma biblioteca. Ela os teletransportou.

- Que lugar é esse?

- É a biblioteca geral. Todos os livros de Alaron estão aqui. Guardamos como relíquias.

- E pode entrar aqui? - Mu fitava o local, Kamus ficaria impressionado com o acervo.

- Claro. Eu tenho acesso a todos os lugares do palácio.

- Algo me diz o contrário.

- Confie em mim Mu. Agora venha.

Rana pegou na mão dele, passando a levitar.

Pousaram no terceiro andar da biblioteca.

- Me trouxe aqui apenas para deixá-los sozinhos?

- Também. Eu achei que quisesse saber se tem o registro da sua família.

- Está falando sério?

- Estou. - percorria os corredores olhando as placas de identificação. - quando houve o êxodo catalogaram todas as famílias que foram para VL. E no regresso fizeram o mesmo.

- Conseguirá achar mesmo com tantos séculos? - olhava os livros.

- Podemos tentar.

Parou diante de uma estante. Usando seu poder telecinetico pegou quatro grandes livros, levando-os até uma mesa.

- Qual o nome do seu clã?

Mu ficou em silêncio por alguns segundos, pensando... Não ouvira da boca do pai, pois ele morreu poucos meses dele nascer. Precisava se lembrar de alguma conversa com Shion.

Rana o fitava. Pela feição dele percebeu que ele era um rapaz tranqüilo, típico de sua raça. Lembrava muito seu pai.

- Se me lembro bem... era... Raijin ou Raikin.

- Vamos procurar. Quem sabe achamos.

O ariano sorriu, seria interessante achar informações sobre sua família.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...