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História Templo das Bacantes Vol. 2 - Deixe Ele Entrar - Parte 2


Escrita por: Hamal_ , Rosenrot9 e IviCanedo

Notas do Autor


Notinhas rápidas!

Capítulo cheio de emoções, cenas fortes e lemonada ^^ aeee... Ah, Leiam, já é spoiler demais!

ps: A arte do capítulo foi feita pela Ju. Além de escritora do Dite, Shaka e mais alguns personagens, ainda beta e faz essas lindeza *-*

AVISO IMPORTANTE
A imagem deste capítulo foi censurada para se adequar às normas do site.
Para quem quiser ver a imagem na íntegra basta clicar no link nas notas finais do capítulo, ou nos seguir pelo Nyah Fanfiction.
Deixamos disponível também, para quem se interessar, os links do grupo do Facebook destinado às nossas fanfics onde postamos fanartes extras.

Capítulo 9 - Deixe Ele Entrar - Parte 2


Fanfic / Fanfiction Templo das Bacantes Vol. 2 - Deixe Ele Entrar - Parte 2

O silêncio de Camus já começava a por Peixes nervoso e desesperado, quando o aquariano finalmente o acalmou lhe tocando o rosto com carinho.

Aquário suspirou, aliviado, depois estendeu os braços e puxou o pisciano para perto de si o abraçando com força.

Non faça mais isso! — disse num sussurro encostando seu rosto ao do sueco — Quase morri de susto e de tanta tristeza.

Sem poder se conter, até porque não queria mais se conter, Camus beijou os lábios de Afrodite com gana e paixão, sendo correspondido com o mesmo alívio e intensidade pelo pisciano.

Saber que não havia sido trocado e abandonado foi como receber um novo sopro de vida.

Por isso agora, com o coração leve e o espírito em paz finalmente, Aquário se permitia matar toda a saudade afogando-se nos lábios quentes e doces de Peixes.

— Hum... não... não faço mais. — disse o sueco entre gemidos enquanto tomava a boca do francês com furor, quase lhe arrancando o fôlego, delirando com o doce aroma do anis, que misturado à nicotina e ao gosto natural e delicioso dos lábios de Camus o levavam a loucura — Mas diz que acredita em mim, diz. — pediu com voz rouca.

— Eu acredito, ma belle rose... Eu acredito. — o aquariano respondeu, e levando as mãos aos cabelos azuis do namorado para lhe tirar a presilha e desmanchar a trança, sem deixar de beijá-lo enquanto o fazia.

Gostava dos cabelos dele soltos a lhe roçar a pele sardenta.

Em angústia louca, Camus delineou a silhueta esguia e forte de Afrodite com as mãos, dedilhando cada músculo bem trabalhado por debaixo da textura aprazível do tecido de seda até tocar-lhe o membro semi rígido e apalpá-lo vigorosamente.

— Aah... Tira esse maldito vestido, por Dieu! — disse arfante, roçando a boca cálida no pescoço perfumado do sueco — Non aguento mais de vontade de tomá-lo! Meu homem! Já me arrependi tantas vezes de te pedir para usar essas roupas e...

— Shii! — fez Afrodite ao pousar o dedo indicador sobre os lábios febris do francês, depois deu um passo para trás e o olhando nos olhos deslizou para baixo o zíper lateral do vestido com uma sensualidade angustiante.

Ambos sentiam um desejo doloroso de fazer amor, já que desde que Camus voltara da Rússia dias atrás, com Hyoga nos braços e a lembrança sofrida e recente da morte de Natassia a lhe aniquilar o coração, ainda não tinham encontrado tempo ou ânimo para matarem a saudade de fato um do outro. Mas agora, nada mais os impedia. Hyoga estava dormindo no quarto, os maus entendidos esclarecidos, e as promessas e votos de lealdade e amor reforçados.

O Santo de Peixes despiu-se das mangas do vestido e o deixou deslizar por seu corpo até atingir o chão.

Os olhos avelãs faiscantes de Aquário então exploraram o corpo viril, sequiosos. Sorriu ligeiramente ao ver que o pisciano usava uma cueca velha, cujos elásticos estavam até frouxos, e que nada condizia com sua beleza, mas que de forma alguma a ofuscava.

Ansioso por quebrar aquele jejum do corpo do pisciano, Camus despiu-se da calça enquanto Afrodite lhe retirava a camisa às pressas ao mesmo tempo em que lhe beijava a boca com fervor.

Dieu... como eu senti sua falta... Afrodite! — o ruivo sussurrou nos lábios do outro, já livre das roupas, apenas com a cueca, que excitado como estava chegava a lhe apertar o membro entumecido lhe causando desconforto.

— Eu também, mon amour! — respondeu o sueco esfregando sua ereção na do aquariano enquanto lambia e mordiscava seu pescoço quente — Nunca mais me faça ficar longe de você ou eu definho como uma rosa abandonada à própria sorte. — disse com sofreguidão — Eu amo tanto você, Camus... Tanto!

O cavaleiro de Aquário, num movimento rápido, enérgico e carregado de euforia, dobrou ligeiramente os joelhos e apoiando ambas as mãos nas nádegas redondas de Afrodite o suspendeu do chão, o pegando no colo.

Peixes, esperto como era, de pronto abriu as pernas e as passou pela cintura do aquariano, encaixando-se no tronco dele e segurando seu rosto com as duas mãos.

— E você, Afrodite de Peixes. — disse Aquário buscando os olhos aquamarines do amado — Vous êtes l'homme de ma vie! Tout ce que je dois, ma belle rose! (Você é o homem da minha vida. É tudo o que eu necessito, minha bela rosa!)

Beijaram-se fervorosamente enquanto Camus cruzava o cômodo a passos lentos em direção à escrivaninha, onde deitou o sueco de costas sobre o vidro derrubando vários objetos no chão. Os que não caíram de forma natural foram varridos pelas mãos de ambos, enquanto os corpos e as bocas mantinham-se colados um ao outro, separando-se somente na ocasião em que o francês se afastou minimamente para puxar aquela cueca surrada que o pisciano usava fazendo sua ereção robusta saltar para fora.

Mais que depressa Aquário retirou também a sua para depois mergulhar novamente entre as pernas de Peixes e cobrir os lábios dele com os seus mais uma vez.

A saudade que sentia o consumia de tal modo ardente que sentia ganas em tocar, beijar, morder, lamber aquele corpo quente e voluptuoso abaixo de si tudo de uma só vez.

— Aah... Afrodite!... — gemeu com o nariz enfiado entre as madeixas azuis piscina, aspirando o perfume que tanto o enlouquecia de desejo enquanto roncava de tesão ao sentir as unhas do sueco a lhe arranharem as costas sem piedade.

— Você me quer? — Peixes gemeu manhoso, contraindo a musculatura das pernas para apertar com força a cintura de Camus e intensificar o atrito entre seus membros, num desespero urgente por ser tomado por aquele homem que tanto amava.

— Oh, sim! Eu te quero! Te quero muito! — disse Aquário em tórrido frenesi enquanto mordiscava os mamilos do pisciano.

— Eu também te quero Camus. Te quero dentro de mim. — disse o sueco num sussurro rouco e lúbrico, levantando o rosto do aquariano ao puxar com força seus cabelos ruivos para olhá-lo nos olhos — Não me faça esperar mais ou vou enlouquecer de tesão!

Oui... — foi tudo o que o francês conseguiu responder ao ter a boca invadida por dois dedos do sueco, os quais chupou e beijou de modo afoito.

A briga recente e a abstinência forçada de sexo tornaram a ambos impacientes e ansiosos.

Na ânsia de se unirem abriram mão de preparações ou longas preliminares, já que o anseio de pertencerem um ao outro era muito mais urgente.

Não podendo, e não querendo mais esperar, Camus escorregou ligeiramente o corpo para baixo e apenas umedeceu levemente a intimidade de Afrodite com algumas lambidas, deliciando-se com os gemidos que escapavam da boca do namorado.

Voltando à postura ereta, segurou na base de seu pênis robusto e enquanto se masturbava por um breve momento olhava em deleite para aquela região tão cobiçada, arrebatado por uma volúpia ímpar, então conduziu o membro muito rijo entre as nádegas de Afrodite e o invadiu, parando de empurrar somente quando sentiu-se todo dentro dele.

Ambos os amantes então gemeram em sincronia.

Ao ser penetrado de uma só vez Afrodite trincou os dentes e cravou as unhas na pele alva e sardenta dos ombros de Camus. Não que sentisse dor em demasia, mas porque a invasão sem preparo prévio era sempre mais intensa.

Sem ainda se mover, Aquário debruçou-se sobre o peito lépido do pisciano e lhe forçou a abrir a boca para receber seus lábios. Esperaria que o corpo dele se acostumasse e relaxasse antes de iniciar as estocadas como queria.

Uhn... Aphrodite... — gemeu o ruivo entre um beijo e outro, sentindo seu membro deliciosamente acolhido e estrangulado pelo corpo apertado do outro —... J'étais fou de manquer de ton corps... de ton odeur! (Eu estava louco de saudades do seu corpo... do seu cheiro!)

— Eu também, mon amour, eu também! — sussurrou ofegante o pisciano, abrindo mais as pernas e se remexendo — Me fode Camus... — a ordem veio acompanhada de uma mordida dada no queixo do aquariano.

Camus então iniciou um vai e vem lento e cadenciado.

Ah, oui! Je vais te pilonner si forte. — correu as mãos para a cintura do sueco o segurando com força — Et je vais devoir te punir pour me avoir fait souffir! (Sim, eu vou te foder com força. E eu vou te castigar por ter me feito sofrer!)

Reassumindo a postura ereta, Camus agora arremetia-se contra o corpo ardente de Afrodite o estocando em ritmo acelerado e sem trégua, balançando o maciço e pesado móvel que chacoalhava cada vez mais e mais rápido.

— Aaaah... aaahh... Camy... assim aaahhh... isso... isso... me castiga que eu mereço... humm... me pune seu viado mafioso malfado aaahh... gostoso!

Os gritos e gemidos de Afrodite punham Camus em um frenesi sexual enlouquecedor.

Jamais seria capaz de compreender que fascínio era aquele que sentia em ouvir o pisciano gritar quando estava no auge do prazer.

No entanto, para que entender, se podia sentir!

Alucinado, o Santo de Aquário beijava os joelhos e o interior das coxas roliças de Peixes enquanto chocava sem compaixão seu quadril contra a pélvis dele. A cada quatro ou cinco estocadas frenéticas Camus desferia um tapa estalado na lateral das coxas branquelas, cuja carne já começava a exibir róseos vergões.

Foram longos minutos em que gemidos, estalidos de tapas e juras de amor ditaram a trégua entre aqueles dois cavaleiros, até que pressentindo o despontar do orgasmo, Afrodite intensificou a masturbação que fazia em si mesmo.

— Aaaahhh... Camus... Me fode com força!... Aahhh eu vou... — gemeu em doce desespero, para deleite do francês que o observava com olhos vidrados.

Com um sorriso sacana no rosto suado, Aquário ergueu uma das pernas de Peixes a apoiando em seu ombro para que pudesse intensificar ainda mais a penetração, o invadindo o mais profundo que conseguia.

— Vai, goza! — disse em êxtase o aquariano — Sale pédé! (Viado safado)

Os estímulos diversos, somados aos dizeres de Camus proferidos em rouco enleio, logo levaram Afrodite a explodir em um orgasmo de prazer indizível.

Derramou-se em abundância na própria mão, molhando todo o torso, enquanto os solavancos das estocadas de Camus agregavam-se aos espasmos involuntários que o gozo lhe proporcionava.

O cavaleiro de Aquário então levou uma das mãos ao sêmen de Afrodite o tocando extasiado. A temperatura, a textura, o cheiro da semente masculina operava um fascino em Camus que ele jamais imaginara em sua vida experimentar, mas com Afrodite ele podia ser quem era sem medo de ser julgado.

Peixes era a única criatura no mundo para quem Aquário podia desnudar corpo e alma!

Embevecido, Camus levou os dedos à boca provando o gosto do pisciano, e sem mais conseguir conter a própria ânsia em provar do doce torpor do clímax, segurou novamente com força a cintura do pisciano para estocá-lo em frenesi tresloucado, parando somente quando sentiu o tórrido orgasmo abater-se sobre si na forma de uma descarga elétrica formidável que percorreu todo seu corpo até concentrar-se em seu baixo ventre e fazê-lo preencher o interior do sueco com seu gozo quente e abundante.

Exausto e pleno, deixou-se cair sobre o torso do pisciano regalando-se com os tão aprazíveis espasmos que ainda chacoalhavam seu corpo, enquanto Afrodite usufruía em delírio do júbilo de ser preenchido pelo prazer de Camus, deixando escapar doces gemidos da boca arfante.

Suados, arrebatados e finalmente refertos de amor novamente, beijaram-se intensamente, partilhando do mesmo ar que entrava frio e saia quente por suas bocas languidas.

— Eu te amo, Camus. — disse Peixes num sussurro, emaranhando seus dedos delicados nos fios cor de fogo do cavaleiro de gelo.

— Eu também te amo, ma belle. — o francês respondeu num fio de voz, mordiscando suavemente o lábio inferior do namorado — Tem que parar de me dar esses sustos ou meu coração non vai aguentar.

Sorriram um para outro, agora se amando com olhares, gestos e carícias.

Assim que se sentiram minimamente recuperados, desceram do móvel, apanharam as roupas espalhadas pelo chão e em silêncio para não acordar Hyoga foram para o quarto do aquariano.

Lá tomaram um longo banho juntos e amaram-se uma vez mais. Dessa vez Afrodite fora quem tomou Camus, extasiado pelo delírio de ver a maneira passional com qual o ruivo se entregava e ouvir os gemidos ardorosos que pediam por mais.

Foi tanto o tempo que permaneceram ali que quando saíram tinham as pontas dos dedos enrugadas, e exaustos foram direto para a cama. Camus vestido com um pijama azul marinho de seda e Afrodite como de costume usando uma de suas cuecas e um roupão felpudo.

Mais à vontade por Hyoga estar em outro quarto, conversaram amenidades por pouco tempo até que Peixes caiu em sono profundo.

Camus estava tão ou mais fadigado que ele, porém ainda lhe restava algo a fazer antes de finalmente conseguir ter paz para dormir.

***

Centro de Atenas, 03:10am

De frente para a porta azul de número 333, que ficava em uma das vielas do bairro boêmio de Plaka, Camus ergueu o braço e deu três batidas na madeira.

O coração bravio do aquariano bateu mais forte quando ouviu o ferrolho correr pelo passadiço do lado de dentro da porta e logo em seguida a abertura retangular na parte superior se abrir.

Camus cerrou as mãos com tanta força que suas unhas quase rasgaram a carne, tamanho era o ódio que sentia.

O par de olhos verdes austeros que se desenhou pela abertura ínfima, logo analisaram a figura à sua frente, que vestida em um Armani preto de corte impecável não levantava suspeita.

Camus os reconheceu no ato.

Desde pequeno fora treinado para lidar apenas com certezas, nunca com dúvidas.

Aquele era quem procurava.

— Quem? — a voz grave perguntou.

Non prefere perguntar quanto? — disse Aquário trincando os dentes, usando toda sua força de vontade para não meter os pés pelas mãos e derrubar aquela porta.

— Ah! Agora você falou a minha língua! — o par de olhos estreitaram-se num sorriso satisfeito.

Quando a porta se abriu Diógenes não estava mais atrás dela, pois mal ele tinha se revelado de corpo inteiro foi agarrado pela gola do colete de couro que usava e arrastado para o fundo da viela, num beco úmido, escuro, cheirando a mijo e vômito.

Não gritou. Sua língua estava congelada.

Foi lançado contra um alcatruz imundo e enferrujado, preso a uma parede embolorada de tijolos, usado para armazenar o lixo. Bateu com as costas no metal emitindo um grunhido abafado, e caiu de peito contra o chão sobre uma poça de chorume fedorento, apavorado e confuso.

Trêmulo, já que a língua, e agora também as costas lhe doía horrores, sustentou o corpo com os braços e ergueu a cabeça lentamente, correndo os olhos assustados pela figura que se punha de pé em sua frente até alcançar-lhe o rosto contorcido em fúria.

— Lembra de mim, Diógenes? — disse Camus num rosnado, depois desferiu um chute potente contra o rosto do subgerente do Olho do Oráculo.

A forte pancada fez Diógenes cair de cara no chorume novamente, gemendo e se contorcendo todo.

Da boca suja, sangue agora se misturava ao caldo azedo do lixo, e com ânsia de vômito o homem cuspiu três dentes no chão.

Camus então agachou-se ao seu lado e agarrou seus cabelos com força, puxando a cabeça dele para trás para que olhasse em seu rosto.

Queria que ele visse quem o agredia, e por que o fazia com tanto ódio e satisfação.

— Eu sei que você lembra, mas non sabe quem eu sou. Então eu vou ter o maior prazer em me apresentar. — torceu o cabelo dele o fazendo guinchar feito um animal — Eu sou o namorado do Afrodite! Dele você lembra, né?

Diógenes arregalou os olhos em surpresa e desespero.

Mal tinha visto o rosto de Camus na noite passada, mas devido ao que fizera com Afrodite já imaginava que aquilo era um acerto de contas.

— Mmmmmmmmmmmmm — grunhiu debatendo-se em aflição e agonia.

— Ah, lembrou, né? Pele alva, cabelos e olhos de um azul único na Terra, cheiro de rosas... Sim, como non iria se lembrar? Afrodite de Peixes é inesquecível!

— Mmmmmmmm

— Você é mesmo muito burro para achar que pode forçar um cavaleiro de Ouro a trepar com você, mas você machucou ele... — Camus resfriou seus dedos fazendo penetrar o frio nocivo de seu Cosmo na cabeça de Diógenes, lentamente — E eu então vou te mostrar o que acontece com aqueles que machucam o que me pertence!

— Mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

***

Casa de Aquário, 04:45am

Afrodite remexeu-se entre os lençóis jogando uma das pernas descobertas para o lado, mas ao notar o espaço vazio no leito esticou o braço e tateou o colchão ainda de olhos fechados.

Percebendo que estava sozinho, sentou-se, puxou para o lado uma mecha de cabelo que caia sobre seu rosto e só então abriu os olhos.

— Camy? — chamou.

Estranhando a ausência do aquariano Afrodite deixou o quarto, não sem antes prender os cabelos com uma trança e enfeitá-lo com a fivela para ganhar um ar mais feminino, já que podia porventura encontrar Hyoga desperto.

Procurou pelos cômodos até finalmente achar Camus na biblioteca, que sentado na poltrona atrás da escrivaninha fumava um cigarro e tomava uma dose de licor de anis.

Reparou que Aquário tinha um semblante risonho no rosto sempre sério.

— Que bom que acordou! — disse o ruivo ao ver o pisciano adentrar o recinto.

— O que faz aqui? Não conseguiu dormir? — perguntou Afrodite caminhando até ele.

Non. Eu tinha um trabalho a fazer antes de dormir. Cheguei a pouco. — respondeu o ruivo girando a poltrona para o lado e dando três tapinhas na própria coxa — Venha. Sente aqui.

Peixes deu a volta na escrivaninha e sentou-se no colo do aquariano como ele lhe pedira.

— Passou a noite toda na colocação*, gata? Já falei para você largar esse chanam*, Camy. Isso vai te fazer mal. — tomou o cigarro da mão dele e o amassou contra um cinzeiro cheio de bitucas.

— Eu tenho um presente para você. — o francês disse envolvendo a cintura do namorado num forte abraço.

Afrodite arregalou os olhos, surpreso e animado.

— Um presente!

— Sim. Está dentro deste pacotinho. — Camus indicou uma trouxa de veludo carmim que estava sobre a escrivaninha — Abra.

Sorrindo animado Afrodite pegou o embrulho, surpreendendo-se com a temperatura muito fria do tecido, e devagar retirou o laço, mas quando abriu e olhou dentro da trouxinha seu rosto se contorceu numa expressão terrível de espanto e confusão.

— Dadá coroado! Que porra é essa? — exclamou, então virou o embrulho de cabeça para baixo e despejou sobre a mesa seu conteúdo.

Como duas bolas de gude, porém maiores, rolaram para fora do saquinho de veludo dois globos oculares de íris verde, completamente congelados.

Pareciam duas pedras polidas dada a coloração do gelo, porém era possível ver  nitidamente que eram olhos humanos.

Afrodite olhou assustado para Camus.

Junto dos olhos, também congelados separadamente haviam uma língua humana e o que parecia dois nódulos ovais com um cordão de nervo ao redor de cada um.

Peixes teria caído no chão, tamanho o susto ao ver tudo aquilo, se não estivesse sendo segurado com firmeza pelo aquariano.

— Minha... deusa! Isso é... é o que eu tô pensando? — o pisciano gaguejou diante da fatídica e assustadora constatação, então Camus apontou o dedo indicador para o saquinho insinuando que ainda havia mais coisa ali dentro.

Agora vacilante, pois diante do que já tinha visto não podia imaginar o que viria a seguir, Afrodite chacoalhou a trouxinha e dela caiu sobre o móvel uma corrente de ouro com um pingente com a letra D cravada com brilhantes verdes, roxos e vermelhos, a qual Peixes conhecia o dono como ninguém.   

Afrodite empalideceu.

— Mas isso é... é do... — balbuciou olhando para o pingente, e logo depois voltou a olhar para as partes mutiladas salpicadas sobre a mesa — É do Diógenes! Camus, você matou o suíno do Diógenes? — perguntou saltando do colo do francês para se colocar de pé a sua frente — Essas casqueiras ai são dele? Essas... essas ai são as bolas dele? — apontou com as mãos trêmulas para os nódulos congelados com aparência de uma massa oval.

Oui. São. — Camus respondeu calmamente.

— Minha nossa senhora dos bagos congelados, Camus! Você ficou maluco? — levou ambas as mãos à boca, espantando com a frieza e tranquilidade com que o aquariano lidava com aquilo.

— Eu? Non. Maluco é você se achou que eu ia ficar sabendo que esse lixo te machucou e non iria fazer nada... Tinha que ver como ele implorava pela vida medíocre dele. — o aquariano riu sarcástico — Os olhos eu arranquei por último. Queria que ele visse tudo que eu estava fazendo.

Peixes engoliu em seco.

A verdade era que Camus, mesmo após dois anos de convivência e intimidade, ainda lhe era uma incógnita, uma vez que nunca sabia qual iria encontrar em determinadas situações, se o homem doce, apaixonado e gentil, ou o assassino frio e violento.

Porém o fato era que essa dualidade do aquariano lhe dava um tesão que beirava o incontrolável.

— Mas, e o Polly... ele... Eles eram sócios.

— Ah, esse porco patético non vai fazer falta alguma para o Polifemo. Eu dei um sumiço no corpo, ninguém nunca irá encontrá-lo... Depois, todos os dias centenas de pessoas desaparecem sem deixar vestígios... — puxou Afrodite pela cintura o fazendo se sentar novamente em seu colo — Escórias como ele o Polifemo encontra em qualquer esquina.

— Você me dá medo às vezes. — disse Peixes encarando os olhos do ruivo com uma rusga de preocupação da testa.

— Eu te dou medo? Non diga isso. — acariciou o rosto delicado com suavidade — Quem foi que transformou a Mônica em um pudim de toxinas letais por amor a mim? Hum? Nós somos iguais, ma belle. No amor, no ódio... iguais em tudo!

— Abafa! Dadá é mais! — Peixes suspirou profundamente.

— Pois é isso que eu irei fazer com qualquer um que ousar te machucar. — beijou ligeiramente os lábios do pisciano — Você é meu, Afrodite, e eu o amo de uma maneira insana! Jamais deve me temer, mon amour, pois só você consegue alcançar o melhor em mim, entende?

— Entendo... Mas agora eu quero alcançar outra coisa em você. — disse com um sorriso sedutor, então desceu do colo de Camus e o puxou pela mão para que se levantasse — Vamos voltar para o quarto que dá para gente ficar de pegação mais um pouquinho antes do Hyoguinha acordar, vamos?

— Vamos! — Aquário respondeu de pronto com um sorriso e um beijo mais caloroso nos lábios de Peixes.

Era incrível como um único beijo dado com amor podia ser imensamente mais intenso, completo e extraordinário do que qualquer transa para saciar apenas as necessidades físicas.

Saciar o coração e a alma era mais difícil, porém muito mais gostoso!

Extraordinário também era como Camus e Afrodite conseguiam descer do céu ao inferno em poucos segundo.

Em uma única noite brigaram, se ofenderam, duvidaram do amor um do outro, fizeram juras e se amaram.

O Santo de Peixes tinha consciência de que lidava com uma bomba relógio prestes a ser detonada.

O cavaleiro de Aquário era um homem cuja essência fora moldada em violência e autoritarismo, mas que frente aos seus encantos tornava-se um homem sensível e delicado, e essa conquista deixava Afrodite com uma sensação de domínio sobre Camus que o instigava cada dia mais e mais.

 

Dicionário Afroditesco

Chanam – cigarro

Charufi – burro, ignorante, ogro

Charufinácea – burrice

Colocação – estrar alterado pelo uso de drogas ou álcool

Dar close – fazer algo que chame a atenção. O close pode ser muito certo ou muito errado.

Dar Linha – ir embora

Dar Truque – enganar

Fazer Carreira – fugir

Gongar – falar mal, difamar

Irene – homossexual velho

Magia Negra – indivíduo ruim, com uma energia pesada, malvado, mal intencionado

Truque – mentira, enrolação, enganação


Notas Finais


Eita! Que saudade de postar um lemon bão daqueles, ein! E Camus jamais iria deixar o suíno do Diógenes impune gente... AMEI a cena dele matando esse porco! *-*

E vocês, o que acharam? Contem ai para gente. *-*

Tumblr da Juliana com a imagem da capa:
https://rosenrotstuff.tumblr.com/post/161136740126/vor-camus-and-aphrodite-from-templo-das-bacantes

Grupo do face com varias imagens extras
https://www.facebook.com/groups/1522231508090735/


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