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História Temptation among Stades - Viagem.


Escrita por: Pechutti

Notas do Autor


Antes de mais nada, desculpem pelo atraso. Eu estava muito ocupada com todos os vestibulares e só consegui um tempinho agora. Boa leitura!

Capítulo 4 - Viagem.


Fanfic / Fanfiction Temptation among Stades - Viagem.

Levei um minuto inteirinho para conseguir me mover novamente, e levei mais dois para sair da sala. Corri para os jardins o mais rápido que pude. Mamãe me encontrou cinco minutos depois, e quando eu já me preparava para ganhar uma bronca gigantesca, me surpreendi com seu carinho incomum. Ao invés de uma brinca, eu ganhei um abraço e um convite para almoçar. Hum, dona Magda deveria ter recebido uma notícia muito boa. A segui até a mesa, onde se encontravam Mrs. Schreave e Maxon. Para a minha infelicidade, mamãe se sentou bem ao lado de Amberly, e me restou sentar de frente para Maxon. A comida da mansão Schreave – assim como todo o resto – estava maravilhosa. A única coisa difícil foi me controlar o suficiente para não usar o garfo para cometer um crime contra o homem sentado à minha frente. Maxon me observava cada vez que levava o garfo à boca, e aquilo já estava me incomodando. Precisava sair dali, precisava dormir, precisava da minha casa. Quando finalmente pensei que conseguiria me esgueirar silenciosamente para fora daquela sala, Amberly mandou que fossem servidas as sobremesas. Droga, eu teria de ficar ali mais um pouco. Um homem abriu a porta da cozinha, e passou com uma torta de morangos nas mãos. Eu imediatamente grudei meus olhos nela, e não resisti, pegando um pedaço. Estava uma delícia! As outras pessoas automaticamente desapareceram da minha mente, enquanto em me deliciava com o sabor do doce. Não satisfeita, me servi de outro pedaço, e em meio as garfadas, gemia de prazer, enquanto virava os olhos. Quando terminei, lambi os dedos. Nunca havia comido algo tão delicioso. Minha consciência voltou no momento em que levantei meus olhos, e percebi que havia cometido um terrível erro. Amberly gargalhava, maravilhada pela minha “aparente” felicidade enquanto comia. Minha mãe a acompanhava, rindo mais controladamente, porém, me olhando com o semblante fechado. É, eu iria ganhar uma bronca mais tarde. Meu problema, porém, era o homem à minha frente. Maxon havia soltado o garfo. Ele me olhava sem piscar, e parecia que já fazia aquilo há um bom tempo. As mãos estavam apoiadas na mesa, e ele intercalava o olhar entre meus olhos e meus lábios, que se ocupavam em retirar todo o restante do doce dos meus dedos. Droga. Ele estava sério. Não sei como consegui desviar o olhar, mas fiz o possível para limpar o restante do doce com o guardanapo, e murmurando muitos elogios à Amberly, saí correndo dali.

Corri até o jardim, onde a limusine estava estacionada tranquilamente. Nem olhei para os lados, antes de gritar.

- Pedro? – Me aproximei da porta do motorista, mas não havia ninguém no carro. – Cadê você?

Meio minuto depois, Pedro apareceu, com o mesmo sorriso de sempre e um balde com uma esponja na mão.

- Miss Singer! – Disse ele. – Algum problema? – Perguntou cautelosamente. Eu sorri. Ele era um ótimo funcionário, afinal de contas.    

- Nenhum problema, Pedro. – Disse calmamente. – Eu só preciso sair daqui. Você pode dirigir para mim? – Perguntei, gentilmente.

- Claro que sim! – Disse ele, voltando a sorrir. Imediatamente, Pedro deixou o balde e a esponja na grama e destravou a limusine. Eu nem mesmo esperei que ele abrisse a porta, simplesmente entrei sozinha, e fechei a porta também. Depois de ligar o motor, ele perguntou:

- Para onde, Ames?

Não respondi por pelo menos cinco segundos, minha cabeça girava devido ao sono.

- Para lugar nenhum, na verdade. Só vamos sair daqui, rode pela cidade até minha mãe te chamar. – Acho que ele percebeu minha situação, porque apenas assentiu e começou a dar ré no carro.

Eu levei exatos cinco minutos para pegar no sono. Estava simplesmente exausta. Tão exausta que nem mesmo me lembrei de fechar a janela de comunicação entre eu e Pedro. Não sei quanto tempo exatamente ficamos rodando pelas ruas, mas, magicamente, eu acordei apenas na manhã seguinte, na minha cama. Assim como acontecia quando eu era mais nova.

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Passei a semana seguinte evitando o governador do Rio e toda a sua família o máximo que pude. Claro que não foi fácil, pois meu pai possuía compromissos que envolviam as duas famílias praticamente todos os dias da semana. E é claro que eu não consegui deixar de corar quando minha mãe gentilmente comentou comigo que Maxon havia perguntado sobre mim na última reunião que fizeram. Aquele bastardo! A última coisa que eu queria era que ele se lembrasse de mim. E, para piorar a minha situação, não tinha conseguido ver Aspen. Já faziam praticamente duas semanas, e eu tremia só de pensar nisso. Precisava dar um jeito de vê-lo antes do fim de semana. Era isso ou então eu iria pirar de vez. Não. Eu não iria mais pensar em Aspen, Maxon, ou quem quer que fosse, precisava colocar a cabeça no lugar, relaxar. E era por isso que eu estava terminando de amarrar a parte de cima do meu biquíni azul escuro. Depois que terminei, passei muito protetor solar - eu era branca demais, e já havia me conformado com o fato de que nunca iria terminar o dia com a marquinha do biquíni. - e me dirigi à piscina de casa segurando uma toalha branca nas mãos. O sol estava maravilhoso no céu, e não havia uma só nuvem à vista. "Perfeito" - pensei. Quando cheguei à área da piscina, deu instruções a Bella para que me trouxesse um drink de morango, e conectei o celular no aparelho de som que meu pai havia comprado no mês anterior, escolhendo uma música animada, - Sugar, Robin Schulz - depois, coloquei a toalha sobre a espreguiçadeira de madeira e pulei com tudo na água. Quando eu era pequena, meu sonho era fazer nado sincronizado, de modo que infernizei meu pai até que o mesmo mandou instalar um sistema de som na piscina. Por sorte, consegui conectar o novo sistema de som no da piscina. Por isso, a música tocava bem alto, mesmo quando eu mergulhava. Deus, como eu amava água. Decidi conferir se eu ainda possuía meus talentos aquáticos, então mergulhei rapidamente, alcançando o fundo da piscina olímpica e coloquei minhas pernas para fora. Um, dois, três passos que minha professora havia ensinado. Sorri ao constatar que ainda conseguia manter meu peso mesmo sob a pressão da água. Subi a superfície, mas não abri os olhos. Pelo contrário, continuei concentrada na música, imaginando os passos que minha professora diria para fazermos. Eu não conseguia parar de sorrir um segundo sequer. Depois de um tempo, a música terminou, para minha tristeza.

Eu sabia que outra iria começar, era apenas uma questão de meros segundos. Porém, antes que outra melodia animada chegasse ao meus ouvidos, eu ouvi palmas. Três palmas para ser exata. Será que Marta estava me assistindo novamente? Ela sempre havia gostado de assistir minhas façanhas aquáticas. Abri meus olhos, e me virei na direção em que as palmas estavam vindo. Se houvesse um ralo grande o suficiente naquela piscina, eu teria saltado para dentro dele no mesmo instante. Bem na minha frente – mais especificamente, sentado em uma das cadeiras de praia – estava ninguém menos que Maxon. Eu pisquei. Não era possível. Maxon não poderia estar ali mesmo se eu quisesse. No entanto, mesmo depois de três segundos, ele continuava ali. Percebendo meu susto, ele “gentilmente” decidiu se pronunciar:

- Parabéns, foi uma belíssima...”Performance. ” – Ele disse calmamente. Calmamente e com aquela voz rouca. Logo depois, levantou uma taça que continha um líquido vermelho, dois cubos de gelo, e uma fatia de limão presa a borda. Minha boca se abriu, em espanto.

- Esse por acaso é o meu drink? – Perguntei, inconformada. Ele, no entanto, sorriu.

- Bom, essa maravilhosa bebida estava aqui “sando sopa” em cima da mesa. Sinto muito, seu nome não está escrito nela. – Senti o sangue subir pelo meu rosto.

- Ora seu...- Eu já estava preparando minha melhor ofensa quando me dei conta da minha situação. Eu estava dentro de uma piscina olímpica, frente a frente com Maxon Schreave, de biquíni. Mais uma situação comprometedora para a lista que envolvia aquele homem. – O que pensa que está fazendo aqui, Maxon? – Seu sorriso se alargou.

- Meu pai e eu viemos com seu pai. Precisávamos de alguns documentos que estavam no escritório de Shalon. Seu pai me disse que você estava em casa, e julgando pela altura do som, imaginei que te encontraria aqui.  – Seu sorriso se tornou mais malicioso, de repente. - .... É claro que não imaginei que teria uma recepção tão...interessante. – Concluiu ele.

Respirei fundo e cerrei os dentes, dentro da boca. Quem ele pensava que era? “Ok, ok. Se acalme, America. Você precisa sair dessa piscina. ” – Pensei, cautelosamente. Analisei minhas opções. A primeira, era me dirigir até a escada e sair correndo, porta a dentro. “Fora de questão. ”- Maxon poderia facilmente me seguir, além do fato de ficar realmente seminua na frente dele. Sem água. Não, aquilo não era uma opção. A segunda, no entanto, era tão perturbadora quanto a primeira. Infelizmente, eu não tinha uma terceira. Juntei toda a coragem que tinha me sobrado e dirigi a palavra aquele miserável novamente.

- Maxon – eu disse, pausadamente. – Eu preciso da minha toalha. – Terminei, séria. Ele levantou uma sobrancelha.

- Sério mesmo? – Perguntou, numa voz inocente que quase me fez rir. Quase. Nos encaramos mais alguns segundos, e quando ele percebeu que eu não ia me mover, deu de ombros. – Ok. – Disse ele, por fim.

Só quando ele se levantou e foi em direção da espreguiçadeira com a toalha é que eu percebi o contraste entre a paisagem e Maxon. Ele tinha mais ou menos um metro e noventa, o corpo era largo e forte, mas ele não era – nenhum pouco – gordo. Pelo contrário, eu imaginava que por baixo das roupas, ele deveria possuir um belo conjunto de músculos definidos e “quadrados” na barriga – Como Marta costumava dizer. -. O que mais contrastava, no entanto, era o fato de que Maxon estava de terno. Um terno grafite, com a gravata preta. O tecido escuro brilhava quando exposto ao sol, e eu imaginava que ele estivesse com muito calor naquele momento, porque estava muito, muito quente. Tão quente, que quando ele estendeu a toalha para ela, pequenas gotículas de suor já haviam se formado em sua testa. “Mantenha seu foco, America. ” – Pensei.

- Estraga prazeres. – Foi o único comentário que ele fez, quando eu peguei a toalha. Eu já estava sentada no penúltimo degrau da escada, então só o que eu precisei fazer, foi abrir a toalha e estica-la na minha frente, de modo que sair da água se tornou extremamente fácil, e coberto.

- Você se recupera. – Respondi, sorrindo. Era ótimo provoca-lo. Ainda mais naquele momento, em que Maxon expressava um semblante de poucos amigos. Já estava quase entrando novamente em minha casa quando ele falou novamente:

- Ah, a propósito, - disse calmamente. – Seu pai disse que queria vê-la no escritório. – Ele sorria, o desgraçado!

- E você só me diz agora? – Gritei. Ele estava passando de todos os limites.

- Você parecia estar ocupada. – Ele respondeu, calmamente. Eu realmente tive que me controlar para não sufoca-lo com minhas próprias mãos. No entanto, eu apenas respirei fundo mais uma vez.

- Obrigada, Maxon! – A ironia era óbvia em meu tom de voz alterado. – Por me dar o recado tão rapidamente. – Gesticulei com as mãos, para dar ênfase.

- Disponha. – Ele respondeu. Em seguida, abriu um sorriso de menino travesso. Tenho certeza que o filho da mãe poderia ter escapado facilmente de uma acusação de assassinato com o mesmo sorriso, se quisesse. Não fiquei ali tempo o suficiente para descobrir os efeitos prolongados que aquele sorriso teria sobre mim. Como uma rata assustada, eu apenas saí correndo em direção ao meu quarto, para colocar uma roupa “decente”.

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Para meu total desespero, meu pai não estava no escritório. “Ele vai me matar. Dessa vez, de verdade. ” – Pensei, enquanto gemia em frustração. Graças a obra divina, não voltei a encontrar Maxon na mansão. Tudo só ficaria pior se ele estivesse por perto. Ora, a última coisa de que eu precisava era de um sermão do meu pai, usando Maxon como o exemplo de filho perfeito que eu tinha certeza que nunca seria. Maxon era um fraco. Tudo o que ele fazia era seguir as ordens do pai, não importava quais fossem as circunstâncias. Hum, aposto que Clarkson não fazia ideia do lado libertino do filho. Cansada de procurar meu pai pela casa, eu subi de volta ao meu quarto e tomei um banho gelado. Aproveitei para hidratar minhas madeixas ruivas, e espalhar um creme esfoliante por todo meu corpo. Enquanto me massageava, pensei novamente em Maxon. Ele havia ficado, no mínimo, atraente, mais cedo na piscina. “Mas que diabos! ”- Me repreendi mentalmente. O que eu tinha na cabeça para ficar pensando naquele energúmeno? Provavelmente ódio. Ódio por ele me fazer sentir desafiada o tempo todo. Precisava dar um jeito de só o ver quando extremamente necessário. Era isso ou explodir de ódio.

Depois de sair do banho, secar meu cabelo e colocar o vestido mais simples do meu guarda-roupa, Bella me chamou, dizendo que o jantar estava servido e que meus pais esperavam por mim.  “Ótimo, a bronca vai ser coletiva. ” – Pensei, com pesar.

Desci as escadas de dois em dois degraus, e andei normalmente até a mesa de jantar. Meus pais ainda estavam vestidos com as roupas do dia: Meu pai de terno, como sempre, e minha mãe estava num vestido off-White que tinha o caimento perfeito. Ambos sorriram ao me ver, o que me levou a soltar o ar que eu nem percebi que prendia.   Aquilo queria dizer que não ganharia uma bronca tão grande quanto havia imaginado.

- Papai, mamãe. – Cumprimentei os dois, enquanto me dirigia à minha cadeira. Meu pai sorriu.

- Olá, minha flor.  – Respondeu meu pai, ainda sorrindo. Humm, ele estava agindo estranho. – Como foi seu dia? – Levantei uma sobrancelha.

- Foi bom...eu acho. – Respondi, claramente desconfiada.

- Bella disse que você usou a piscina hoje. – Minha mãe comentou, também sorrindo. – Ah, como eu sinto saudades de entrar na água. Ainda mais num calor como o de hoje. – Meu pai sorriu para ela, como se pedisse desculpas silenciosamente, e colocou a mão sobre a dela.

- Fique tranquila, Magda. Nós vamos aproveitar muitos dias de sol na piscina. – Ele disse calmamente. – Só temos que esperar um pouco. – Ele olhou para mim. – Quem sabe, quando tudo isso terminar, nós podemos sair de férias e passar algumas semanas no Caribe.

- Ah, Shalon! – Minha mãe sorriu mais ainda. – Você sabe que eu sempre quis ir para lá, não?

- Ora, então considere uma promessa! – Os dois agora sorriam um para o outro. Revirei meus olhos, mas não pude evitar sorrir. Meus pais eram casados há muitos anos, e ainda agiam como apaixonados. Limpei a minha garganta gentilmente, fazendo-os voltarem a realidade.

- Pai, - Comecei, calmamente. – Maxon me disse mais cedo que o senhor queria falar comigo no escritório. – Eu lhe lancei o melhor olhar não-estou-muito-interessada que consegui. – Mas eu estava na piscina, e quando troquei de roupa e fui até lá, o senhor já havia saído. Aconteceu alguma coisa? – Perguntei cautelosamente.

Meus pais se entreolharam. Oh, não. Aquele não era um bom sinal.

- Filha, - Começou minha mãe. – Você sabe que essa nova campanha do seu pai e Clarkson é muito importante. – Assenti com a cabeça. Ela continuou. – Todos estamos trabalhando no projeto desde que eles resolveram se candidatar. Nesse mês, nós focamos aqui em São Paulo. Resolvemos muitos assuntos complicados, fechamos parcerias com muita gente importante. – Onde minha mãe estava querendo chegar? Eu já sabia de todas aquelas informações. – Por enquanto, tudo está caminhando bem por aqui. – Ok, aquela era a hora em que ela me dava as más notícias. – Infelizmente, nem tudo está tão bem no Rio. Seu pai e Clarkson precisam ir para lá imediatamente, para tentar resolver as coisas. – Era só aquilo? Respirei aliviada.

- Ah, - eu disse, claramente aliviada. – Então vocês querem me contar que vão passar uma semana lá no Rio? – Sorri. – Não se preocupem, eu vou ficar bem aqui. Sam pode se encarregar da liderança da minha segurança sem nenhum problema. – Meus pensamentos foram parar em Aspen no mesmo instante. Seria perfeito! Eu poderia me encontrar com ele praticamente todos os dias da semana! – Meu sorriso, que nem ao menos havia começado a crescer, desapareceu quando vi o semblante de desculpas no rosto de meus pais.

- América. – Disse meu pai, sério. – Todos nós vamos para o Rio de Janeiro. – Ele disse. – Preciso do melhor time comigo, e você e sua mãe são a melhor jogada de marketing que eu poderia usar a nosso favor. Além do mais... – Ele parou de falar, e olhou para a minha mãe, depois para mim. – Eu não poderia nem pensar em deixar uma de vocês aqui. Não vai ser só uma semana, Ames. Vamos ficar no Rio de Janeiro por volta de um mês e meio. Todos nós.

Parei de escutar quando meu pai anunciou que eu teria que ir. Acredito que eu tenha ficado com uma cara muito ruim, porque minha mãe estendeu a mão em minha direção, preocupada.

- Filha, você está bem? – Ela já estava levantando da cadeira para vir ao meu socorro.

- V-Você disse........um m-mês – Eu soava frio, os nervos à flor da pele. – Só pode ser brincadeira.

- Como é? – Meu pai perguntou, sério.

- Um mês e meio? – Perguntei, olhando – o nos olhos. – Papai, eu não quero ficar todo esse tempo longe de casa.

- Me desculpe, filha, mas essa é nossa única opção. – Ele parecia realmente triste, mas aquilo não diminuía minha raiva.

- Vocês não podem terminar antes? – Perguntei, tentando desesperadamente manter minha última porção de esperança.

- Pode ser que voltemos antes – Respondeu meu pai. – Tudo depende de como o público irá reagir. Por isso preciso de você e sua mãe comigo.

Eu sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Céus, quarenta e cinco dias longe de Aspen. Eu não iria aguentar. Mas o que eu poderia fazer? Meu pai já havia deixado claro que ficar em São Paulo não era uma opção.

- Ok. – Disse por fim, selando meu destino. – Mas me prometa que vai fazer todo o possível para voltarmos mais cedo. – Meu pai sorriu para mim.

- Eu prometo, filha. – Ele parou para pensar um pouco. – Mas você tem que me prometer que irá a todos os eventos que eu lhe disser, na companhia de quem eu quiser, e irá se comportar como a “primeira filha” que você nasceu para ser.

Engoli a seco. Seria ainda pior do que eu tinha imaginado.

- Eu prometo. – Respondi, agarrando-me a promessa e a esperança de voltar mais cedo para casa. Minha mãe sorriu.

- Estou feliz porque você vai conosco, America. Tenho certeza que vai adorar a hospitalidade da mansão Schreave. – Meu coração parou.

- Como é que é? – Gritei. – Como assim, mansão Schreave?

- Nós vamos ficar hospedados na mansão de Clarkson enquanto estivermos no Rio, America.

Oh. Meu. Deus. Aquilo não podia estar acontecendo. Por tudo que era mais sagrado, nenhuma notícia, nenhum mês fora de casa, nenhuma campanha política, nenhum tempo longe de Aspen poderia ser pior que aquilo. Um mês e meio no Rio de Janeiro já era ruim, mas ficar na mansão Schreave era pior ainda. Por uma única razão: Maxon Schreave. Deus sabe o que iria acontecer comigo se ficasse um mês morando na mesma casa que Maxon.

- Papai, por favor, vamos para um hotel. – Eu implorei.

- Claro que não, America. – Respondeu meu pai, descartando meu apelo com um acenar de mão. – A mansão tem tudo o que precisamos, todos os documentos, funcionários e descrição necessária para as transições comerciais. – Minha mãe continuou por ele:  

- E além do mais, - ela começou. – Amberly nos convidou pessoalmente para sermos seus hóspedes. Ela poderia se ofender se não aceitássemos. – Aquilo estava se tornando um pesadelo.

- Eu não posso ficar num hotel? – Supliquei.

- Claro que não. – Responderam em uníssono. – Seria um insulto a família Schreave. – Continuou minha mãe.

- Além do mais, - Meu pai disse. – Você terá várias coisas para fazer, vários lugares para se divertir, inclusive.

- Diversão, ham. – Ironizei. Mas, de repente, pensei em meus pais. Tudo aquilo provavelmente estava sendo muito difícil para eles. Além das muitas preocupações que ser governador exigia, eles ainda pensavam e trabalhavam na campanha política. Eu não conseguiria me imaginar fazendo algo naquele estilo. Instantaneamente, me orgulhei um pouco mais dos meus pais. Não deveria ser fácil arrastar a filha para tudo quanto era lugar. Se eu fosse um deles, iria esperar que minha filha entendesse o que estava acontecendo. Eu era uma pessoa inteligente. Não iria deixar meus pais na mão. Nem que isso significasse ter que fugir de Maxon por quarenta se cinco dias. Que Deus me ajudasse.

- Ok. – Respondi, por fim. – Eu estou de acordo. – Meus pais sorriram para mim. – Quando saímos de viagem?

Meus pais se olharam novamente, antes de responder. Poderia jurar que o que se passava no semblante deles era orgulho. Orgulho de mim. Meu coração bateu mais forte no peito no mesmo instante.

- Amanhã à tarde. – Minha mãe respondeu.

Então era isso. A partir da tarde de amanhã, minha vida iria mudar. Pelo menos, pelos próximos quarenta e cinco dias. 


Notas Finais


Alguém mais acha que não serão só os próximos quarenta e cinco dias que mudarão na vida de America? hahahaha Espero que tenham gostado! Se sim, deixe seu favorito e seu comentário! Amo ler todos! hahahahaha Até o próximo!


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