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História Tempting Trip - Slick


Escrita por: TheCrown

Capítulo 2 - Slick


 


 Jimin juntou-se à ele na cama e já foi logo levando as mãos à braguilha dos Denim justos e abrindo num puxão que quase fez os botões voarem, quando encontrou então a virilha de Jungkook coberta por uma fina renda rosa lançou um olhar faminto ao mesmo. Era seu calcanhar de Aquiles.

 — Disse que não estava usando nada por baixo...

 — Eu disse que não estava usando uma cueca. — o ômega corrigiu com malícia. — É uma calcinha, pabo.

 

 O loiro acinzentado sentiu aquela fisgada abaixo da linha da virilha e entendeu que essa seria uma tarefa árdua para o seu auto controle. Tentando manter sua racionalidade, Jimin terminou de puxar os jeans para fora do corpo de seu ômegazinho, expondo sua pele um tanto pálida pela falta de banho de sol e aquelas coxas roliças e grossas. Céus como eram lindas! Voltou então sua atenção à calcinha que mal escondia o pequeno sexo durinho do ômega, puxou a peça já um tanto úmida até os joelhos de Jungkook e virou-o na cama, e o menor não precisou ser instruído e já foi empinando-se na direção do seu macho.

 Jimin teve então acesso ao privilégio de exclusividade sua. E sentiu-se tão bem lembrando disso.

 Usou-se de ambas as mãos para separar o traseiro de Jungkook, dando mais ênfase a sua entrada rosadinha e melada de desejo, com seu slick já escorrendo livremente pelo seu períneo e testículos, exalando um cheiro de enlouquecer. O ômega contraía-se em torno de nada produzindo mais e mais de seu liquido afrodisíaco, deixando-o escorrer lentamente e hipnotizando o outro.

 — Hyuung, está muito quente... f-faça alguma coisa! — incentivou tentando arrebitar mais o bumbum, as costas arqueadas e o peito colado à cama em total submissão.

 Isso atiçou o lobo interno de Jimin, deixando-o mais irado ainda. Porra! Seu ômega estava ali na sua frente entregue, todo melado, pronto para ser devorado. E ele queria isso! Por que não dar à ele?! Por que não dar logo tudo que ele queria e enterrar-se nele de uma vez?!

 Jimin levou a mão direita aos próprios shorts dando uma apertada firme, numa tentativa falha de amenizar sua vontade animalesca, e seu pênis estremeceu entre seus dedos começando a minar pré sêmen dentro do aperto da cueca. Que droga! Precisava se concentrar, pois toda vez que aquela iguaria viscosa tocava sua língua desencadeava um frenesi absurdo e era difícil parar. Se aproximou da entrada do ômega sentindo-se zonzo com aquele cheiro adocicado e então passou a língua de forma rápida e experimental para testar o próprio auto controle, e acabou rosnando de tesão, o slick dominando suas papilas. Seu lobinho devolveu um gemidinho necessitado em resposta ao seu chamado e foi o que bastou.

 Enterrou o rosto ali e se pôs a lamber qualquer resquício de slick desde o pênis do menor até suas nádegas, voltando para enfiar a língua em seu cuzinho e fodê-lo com vontade, degustando direto da fonte. Jungkook estremecia sob a voracidade do maior, arfando e enfiando as unhas na colcha. Era sempre tão intenso, tão gostoso que o moreno derretia-se por completo. Sempre que podia Jimin o ajudava em seus períodos, era a forma mais eficaz e prazerosa de amenizar os efeitos. Jimin sempre o lambia com tanta vontade, sugando e mordiscando sua entrada como se exigisse mais, ele era louco por seu slick, e já admitira que tinha o melhor gosto que qualquer coisa que já provara.

 E isso massageava em demasia seu ego.

 — H-hm... J-Jiminieee... — Jungkook gemia manhoso contraíndo-se em volta de sua língua repetidas vezes.

 Àquela altura seu alfa era só grunhidos e rosnados incoerentes. Jimin afastou-se minimamente para poder escorregar um dedão para a cavidade virgem de Jungkook e começou a rotá-lo rápido lá dentro, arranhando de maneira prazerosa as paredes internas dele até o ômega começar a produzir mais e mais slick, melando seu dedo e escorrendo eroticamente pelas suas coxas. O loiro então retirou seu dedo para afastar agora com as duas mãos as nádegas durinhas, e novamente enfiar sua língua no cuzinho do menor sugando mais de seu néctar. Suas papilas gustativas estavam em festa. Os sons que produzia com a sucção eram escrotos e o mais novo amava, pensar que deixava seu alfa assim tão sedento por ele apenas com seu gosto!

 É claro que isso desmontava o pequeno, suas coxas tremiam e seus quadris doíam de tanta força que impunha para arquear-se contra o rosto do alfa. Jungkook mordia a colcha para reprimir os gritinhos de prazer, chegando a salivar de tão teso, seu pênis negligenciado já estava prazerosamente inchado e molhadinho pronto pra gozar sem nem mesmo ser tocado, pingando na roupa de cama do noivo inclusive. Os dentes de Jimin passaram a raspar em seu períneo atiçando mais suas terminações nervosas e o moreno se viu chegando cada vez mais próximo de seu clímax.

 A língua áspera e demasiada quente do alfa entrava e saía de si numa penetração rápida e excitante apenas para fazê-lo se molhar mais e então coletava seu slick, sugando-o e mordiscando. Sua língua escorregava para dentro do ômega com tamanha facilidade, indo e vindo num ritmo cadenciado, e estimulava todo músculo ao seu alcance para então colar seus lábios a entrada apertadinha e sugar o resultado do seu esforço. Nessa brincadeirinha, desde a ponta do nariz, passando os lábios rubros e carnudos de Jimin até seu pescoço, ficaram melados com o slick do ômega, mas ele estava tão fora de si que nem se importou, apenas afundando mais os dedos no bumbum do outro e fechando os olhos enquanto saboreava ferozmente do pequeno.

 O tempo foi correndo e Jimin sentiu seu lobinho estremecer violentamente em suas mãos uma, duas, até quatro vezes sem se dar conta de que foram orgasmos que ele mesmo havia causado. Seu ômega àquela altura choramingava sem forças, empapado de suor e zonzo.

 — P-par-ra... J-aa... gi... — pediu fraquinho e aquilo parece ter finalmente despertado Jimin de seu transe.

 Quanto tempo havia passado?

 O alfa se afastou bruscamente, tomando nota do estado de seu lobinho, haviam chupões e marcas avermelhadas que começavam em seu vão e terminavam em suas coxas e ele tremia visivelmente choramingando incoerências. Céus! Perdera o controle novamente! Em algum momento isso sempre acabava acontecendo, por isso detinha-se tanto, se só sua língua causou aquele estrago imagina o que seus outros músculos não causariam ao menor. Tratou de limpá-lo (desta vez com uma toalha e não sua língua canina) e até mesmo trocou a roupa de cama, deixando-o ressonar confortavelmente nu sob os lençóis, e se retirou do quarto logo em seguida. Precisava trazer sua temperatura corporal para níveis aceitáveis novamente.

 — Oh, hyung... — Taehyung ia começando quando sentiu a presença do irmão na cozinha, mas calou-se ao espiar por cima do ombro e encontrá-lo naquele estado.

 — Hm? — perguntou monossilábico o mais velho, abrindo o freezer para recolher uma compressa de gelo.

 Taehyung coçou a garganta voltando à sua tarefa de lavar a louça.

 — Eu imaginei que ia demorar então eu terminei sua mala pra você, hyung.

 — Sério? Ah, obrigado Tae.

 Jimin sentou-se à ilha da cozinha e depositou a compressa sobre o colo, suspirando com o choque térmico. Era um tanto doloroso mas era uma maneira eficaz de desfazer a tremenda ereção que Jungkook havia causado, caso contrário ela poderia até perdurar por horas, sabia por experiência reincidente, já não era a primeira vez que isso acontecia. Taehyung não demorou em juntar-se à ele na bancada, mastigando uma maçã despreocupadamente.

 — Você... não fez aquilo com ele ainda, fez? — perguntou de boca cheia, o analisando incerto.

 — Não. — respondeu levantando a compressa para ilustrar e o outro entendeu. — Mas não foi por falta de oportunidade... ah aquele ômega é um perigo para si mesmo.

 — Hyung, à título de curiosidade, por que não o tomou ainda?

 — Porque eu não quero ser preso...?

 Taehyung revirou os olhos – sorte dele o irmão ser um alfa bastante tolerante ou aquele simples gesto acabaria em briga de orgulho ferido. Aquela mesma justificativa parecia tão desgastada e incoerente na cabeça do dongsaeng.

 — Ninguém vai preso hoje em dia por acasalar consensualmente. E a meu ver o Jungkook-ah não parece muito relutante, sabe... — comentou sugestivo recebendo um olhar de repreensão. — Tá, eu sei que ele é de menor, mas é apenas questão de meses e vocês já foram compromissados desde... sei lá, desde que aprenderam a andar? Se continuar assim outro pode aparecer e tentar tomar seu lugar, sabe disso.

 Jimin massageou a nuca suspirando cansadamente.

 — Me chame de antiquado mas eu prefiro esperar. — deu de ombros encerrando o assunto por ali. — Estou planejando algo especial, então tudo à seu devido tempo.

 Taehyung então estreitou-lhe os olhos mas por fim deu de ombros minimamente convencido. Sentia que havia um motivo maior para Jimin, ainda mais quando ele sempre esquivava-se daquela maneira vaga.

 — Se você diz... mas vem cá, máscara de slick faz bem pra pele?

 O queixo de Jimin caiu com a promiscuidade da pergunta de seu dongsaeng. À que ponto a pornografia o afetara?!

 — Que porcaria você anda assistindo, Kim Taehyung?

 — Só a sua cara banhada em slick de ômega no cio. — respondeu com um sorriso malicioso e Jimin então passou os dedos no rosto sentindo os resquícios do slick do noivo já secando. Arregalou os olhos.

 — Por que não me avisou antes?!

 — E qual seria a graça?

 Bom, isso explicava o motivo daquele seu músculo entre as pernas não parar de latejar.

 ...

 Jimin passara pelo parceiro ainda ressoando profundamente em sua cama quando entrara no quarto para tomar banho, por isso a surpresa ao deixar a suíte e não encontrá-lo ali. Nem havia demorado no chuveiro. Decidiu vestir-se confortavelmente para então descer e procurar por Jungkook, mas enregelou na escada quando reconheceu vozes familiares em sua sala de estar.

 — ... acho que tudo bem, sei que ele estará em segurança com vocês.

 — Nós não somos muito adeptos à esse... costume, mas acredito que seria uma ótima oportunidade para o Kookie se acostumar. Afinal em breve eles estarão casados e isso será corriqueiro na rotina deles.

 Quando Jimin pôs os pés no âmbito todos os olhares caíram sobre ele. Estavam reunidos ali, no que parecia ser um complô contra ele, os Jeons e seus pais, Namjoon e Seokjin.

 — Jimin-ah, venha cumprimentar os pais  e o irmão do Kookie. — Jin instruiu e o loiro caminhou mecanicamente até os mesmos, se curvando diante deles nervosamente. Mal conseguia olhá-los nos olhos depois da obscenidade que fizera com o filho deles ainda aquela tarde. Era normal entre um casal da intimidade deles é claro, mas não tirava o fato de que era obsceno.

 — Não precisa ser tão pólido, Jimin-ah, já somos basicamente da mesma fa... — Junghyun ia lembrando-o antes de ser propositalmente interrompido.

 — Senta aqui! — Jungkook cortou seu hyung, puxando o noivo para sentar-se juntinho de si na outra extremidade da sala, num sofá bem de frente para os sogros. Foi um pouco rude, de fato, mas ele tinha poder para fazer isso e muito mais e sair impune. — Jin-hyung me convidou para acampar com vocês. Não é maravilhoso?

 A declaração fez os olhos do loiro averterem para seu pai ômega que sorria muito contente consigo mesmo.

 —  Sete dias juntinhos em Gwangju! Eu nunca estive lá antes, por isso me me mostre tudo, sim? Estou ansioso para conhecer a reserva! — o moreno comemorou sem esconder a excitação. —  Infelizmente o hyung vai junto, mas...

 —  Ya!

 —  ... mas nem ele vai ser capaz de estragar minha diversão. —  completou lançando a língua para o irmão com quem ainda estava de mal pelo ocorrrido com os pads higiênicos.

 Enquanto os irmãos Jeon se bicavam, Jimin tentava passar uma mensagem de "abortar" para os seus pais com o olhar, embora eles não tenham percebido ou se importado. Detalhes foram discutidos, não só do acampamento mas como do casório que aproximava-se, e não que Jimin fosse contrário ao seu próprio relacionamento, longe disso, ele amava Jungkook desde... desde que se conhecia por gente! E não, não arrependia-se disto. Jimin apenas sentia-se deslocado em sentar e assistir seus pais decidirem tudo por ele, tomarem as rédeas da situação como se ele ainda não fosse maduro o bastante para fazê-lo. Mas lhe confortava saber que ao menos tudo decidido agradava o seu insubordinado ômegazinho, este que não temia manifestar seu descontentamento com qualquer coisa, mínima que fosse, que o desagradasse e opinava sobre tudo.

 Ah como queria ter metade da confiança dele!

 No final das contas os Jeon foram embora, incluindo o próprio Jungkook – quem eles iriam buscar em casa na manhã seguinte quando partissem – , dando fim àquela pequena tortura ao Park. Agora era o momento certo para confrontar seus pais.

 — Omma, porque sugeriu isso? —  Jimin perguntou em frustração contida, seguindo Seokjin escada acima com Taehyung em seu encalço chupando um pirulito com a cara de quem estava se divertindo muito com toda a situação.

 —  Ah, é que me corta o coração ver o quão o Kookie fica melancólico toda vez que vamos acampar sem ele. Sem falar que ele precisa aprender à lidar com você em seu período de lua cheia, não pode correr dele toda vez que ficar minimamente instável.

 — Tem toda a razão, Omma. —  Tae concordou sorrindo imune ao olhar feroz que Jimin lhe lançara por sobre o ombro.

 — Mas... mas é perigoso. Ele é só um filhote praticamente! Ainda é cedo... —  argumentou quando já desembocavam no quarto dos progenitores. Estava ficando sem argumentos. E só estava sendo obtuso daquela forma porque não confiava ainda em si mesmo na lua cheia perto do ômegazinho, temia acabar se descontrolando... outra vez.

 Taehyung fingiu se engasgar rindo e Jin deu um sorrisinho de canto.

 — Meu filho, acha que eu não sei o que acontece nessa casa? —  Jin perguntou retórico. —  Em especial naquele seu quarto?

 Jimin hesitou, sem saber o que responder e Jin tomou isso como incentivo para prosseguir.

 —  Não importa quantas vezes você troque a roupa de cama ou limpe o quarto, ainda consigo sentir o cheiro do seu "filhote" impregnado lá. —  comentou voltando sua atenção à cômoda, se desfazendo de seus acessórios de uso diário. — Você leva o Kookie pro seu quarto com tamanha frequência que não é difícil de imaginar o que fazem lá.

 Dessa vez Taehyung engasgou de verdade gargalhando da cara vermelha de seu hyung, ele até se jogou dramaticamente no divã dos pais.

 — Ai ai... ainda bem que eu não... não divido mais quarto com você, hyung. — comentou recuperando o ar em golfadas.

 —  Mas vocês estão noivos, isso é perfeitamente normal... —  Jin acrescentou tentando soar compreensivo. —  Só tente não emprenhá-lo antes do casório, seus sogros ficariam ressentindos.

 —  Omma! —  grunhiu constrangido. —  Eu nunca... nunca fiz você sabe o que, com ele.

 — Sexo. Acho que é essa a palavra que está procurando. — Namjoon corrigiu-o entrando no quarto de supetão, no processo de retirar as abotoaduras da camisa de linho. — Dizer uma vez ou outra não vai te matar.

 —  Appa...!

 —  Mas não se preocupe, não duvido da sua palavra. Você fez uma promessa e eu o criei para ser nobre o bastante para cumpri-la. Sei que vai esperar até o casamento. —  ao fim da sentença seu pai lhe lançou um olhar significativo, que lhe passava confiança. Jimin assentiu em silêncio, deixando o assunto morrer ali. —  Depois que se casarem e então se marcarem, aí sim, podem nos dar quantos filhotes quiserem.

 —  Appa!

 E logo o rubor estava de volta para o rosto do Park.

 O chefe da família riu-se do embaraço do filho enquanto aproximava-se de Jin, e deixou que ele o despisse da desconfortável gravata com suas mãos mais ágeis. Embora fosse um alfa robusto e cheio de si, o loiro ainda pecava em ser cauteloso e praticamente tudo que punha a mão destruía, por isso quase sempre recorria ao seu ômega meticuloso para cuidar de si.

 — De qualquer forma... — Jimin retomou, lutando contra a quentura em suas bochechas. —  Eu vou na frente.

 —  O quê? Por quê? —  seu irmão insistiu, surpreso com a decisão.
 
 —  Preciso resolver alguns assuntos primeiro. —  respondeu evazivo outra vez, fazendo o mais novo suspirar frustrado. Aquele mistério todo estava começando a ficar cansativo para si, seu irmão estava certamente escondendo algo.

 —  Ao menos avise seu noivo primeiro, conhecendo o Kookie ele vai ficar muito ofendido se você não for buscá-lo pessoalmente amanhã. —  Jin lembrou uma última vez antes de Jimin deixar o quarto.

 Passados uns instantes naquele silêncio confortável domiciliar algo pareceu atiçar a curiosidade de Taehyung.

 — Espera um minuto... —  ele declarou sentando-se abruptamente. — Appa, Omma... quando se coloca um ômega no cio perto de outro, os ciclos deles não se alinham e o segundo fica no cio também? — perguntou lembrando-se de uma aula muito constrangedora de educação sexual que tivera há uns bons anos na escola.

 Ao ouvir isso o casal se entreolhou e logo um sorriso carregado de malícia tomou os lábios de Namjoon. Jungkook estava no cio, certo? O perfume dele já inundava a casa.

 —  Vamos torcer então. — brincou circulando a cintura de seu ômega e trazendo bruscamente pra perto fazendo-o arfar por reflexo.

 —  J-Joonie... —  o mesmo corou embaraçado numa tentativa falha de repreendê-lo.

 —  Estou sentindo a refeição voltar... eca! —  Taehyung queixou-se, deixando o âmbito em seguida bem rapidinho.

 —  Espera! Não quer saber como foi concebido? —  o outro alfa brincou recebendo um audível "hell no" de um Taehyung já longe no corredor.

...

 Casa da Família Jeon.

 Samsung Tower Palace, Dogok-dong, Gangnam-gu.

 

 — Já está acordado, Nochu da mamãe?

 O ômega que até então entretinha-se com o teto branco da sala deixou de lado sua contemplação ao que a mãe o chamou, se levantando do tapete e se arrastando dramaticamente até a cozinha onde ela se encontrava.

 — Eu não dormi nada... — lamentou manhoso, escorando-se às costas da mãe que lhe preparava o café da manhã. —  Estou muito ansioso!

 —  E como pretende aproveitar a viagem se estiver dormindo?

 —  Eu não vou es... —  seu bocejo lhe entregou antes mesmo de completar a frase. —  Eu não posso dormir, quero aproveitar toda a viagem com o meu noivo. —  completou sem conseguir esconder a excitação.

 Sua mãe riu fraco se esticando para recolher as louças no armário aéreo.

 —  Aigo, vai ter câimbras no rosto se continuar sorrindo tanto.

 —  Eu não estou sorrindo...!

 —  Está sim! Um sorriso tão grande que eu não preciso nem olhar para saber que está aí!

 Brincadeiras a parte, a mamãe alfa conseguiu fazê-lo sentar e comer uma refeição decente antes que o menor declarasse estar satisfeito. O mesmo estava muito ansioso, e não conseguia ficar parado em um só momento, abrindo as malas que fizera horas atrás e revendo-as de cima abaixo, conferindo a hora a cada cinco minutos e até mesmo brincando com o cãozinho para passar o tempo. Quando o interfone tocou nunca viu-se Jungkook correr tão rápido, lançando-se contra o painel de segurança.

 — Residente G208? —  a voz do porteiro soou sobre uma leve estática e ao que Jungkook energicamente concordou ele prosseguiu: — Uma visita requer sua permissão p...

 — Sim, sim, claro, por favor! —  respondeu já tirando o dedo do interfone e voltando-se para a mãe. —  Ele chegou, Omma!

 — Adiantado... —  comentou franzindo o cenho para o seu relógio de pulso, parece que seu filhote não era o único ansioso afinal. —  Meu bem, já conferiu tudo, certo? Não falta nada...? — completou aproximando-se de uma das bagagens do filho aberta sobre o sofá para encontrar certas embalagens de remédios soltas dentro. — Kookie, isso... isso é anticoncepcional?! O que estava planejando em fazer com isso, hein mocinho?!

 Os olhos do ômega arregalaram-se, e ele voltou-se para a genitora que segurava uma caixinha nas mãos lhe fitando exasperada.

 —  Jeon Jeongguk, o que conversamos sobre sexo antes do casamento?

 —  Ér... hm...

 —  Já conversamos sobre isso antes, você sabe que não pode. Não é... seguro ainda! —  ralhou preocupadíssima e Jungkook encolheu-se em si mesmo culpado. Sua virgindade era quase um tabú em sua família, e seus pais o fizeram prometer que nunca deitaria-se com Jimin antes do ritual de casamento.

 Neste momento uma porta se abriu no final do corredor, roubando a atenção de ambos.

 Jungkook nunca foi tão grato por uma entrada tão bem cronometrada quanto a de seu hyung naquele instante, Junghyun vinha de seu quarto balbuciando e tropeçando nos próprios pés, sonolento, chamando a atenção para si. Sua mãe lhe lançou seu típico olhar de "isso não acaba aqui" mas resolveu não estender o assunto na presença do hyung ciumento e o ômega ficou grato, odiava as lições de moral sobre sua pureza e o quão ela era valiosa. Ou sobre o quão ele próprio era valioso.

 A campainha não demorou a tocar anunciando a chegada de seu noivo e Jungkook correu para abrir, fazendo a menção de se lançar nos braços do mesmo até dar de cara com outro alfa.

 — Taehyung-hyung. —  cumprimentou sem graça e o mesmo maneou a cabeça em resposta, com um sorriso dócil. — Onde...

 — Bom dia, Sra. Jeon. —  este se curvou pólido antes de ser convidado a entrar. Jungkook ficou ali parado, um tanto confuso a princípio.

 Por fim, se despediu da mãe e usou os dois alfas o ladeando de capacho para carregarem suas coisas até o carro, Junghyun lembrando-o a cada cinco passos o quão aquelas duas malas enormes eram um exagero à parte. Mas Jungkook não estava nem com cabeça para o humor matinal do irmão. O ômega ficara no mínimo decepcionado ao não encontrar o noivo à sua porta, ou à sua espera nem que fosse no lobby.

 Mas sua frustração só cresceu quando, ao encontrar o carro de passeio da família estacionado ali em frente, não viu nem sombra de Jimin.

 —  Bom dia, Kookie! —  Seokjin cumprimentou-o animado.

 O ômega teve a decência de cumprimentar educadamente os Kim antes de embarcar e decidir perguntar.

 —  Onde está o meu noivo?

 —  Ah... isso... —  Jin começou sem graça, despreparado para uma pergunta que já sabia que teria de enfrentar. —  Ele foi na frente.

 Sem mim?! – seu lobo interno berrara frustrado e Jungkook esforçou-se para não externar sua decepção. O veículo caiu num silêncio constrangedor e nem Junghyun teve coragem de fazer chacota de seu irmãozinho, o pobrezinho parecia tão magoado. Jungkook permanecera calado, bastante sério, durante todo o percurso. E não era muito difícil supor o que se passava naquela cabecinha.

...

 Reserva Natural de Guwangju, Gwangju.

 

 — Vocês se casam em menos de dois meses, em algum momento vão ter que passar a lua cheia juntos. Até quando vai fugir assim?
 
 Jimin negou mudo ao que seu hyung perguntou receoso, ele próprio já estava sucumbindo ao seu dilema particular.

 — Não o culparia se ele quisesse te largar depois dessa. — Yoongi acrescentou. —  Eu te largaria, sabe disso.

 —  Isso é bem motivador, obrigado hyung. —  Jimin sorriu amargo.

 —  Disponha.

 O alfa se adiantara, deixando Seoul ainda pela madrugada e seguiu sozinho até a reserva natural em Gwangju. Lá encontrara, não por acaso, dois amigos da faculdade, Min Yoongi e Jung Hoseok, ambos alfas que sabiam como se divertir. Usavam a lua cheia como desculpa para encher a cara e fazer sexo por uma semana inteira sem interrupções. Longe de tudo e todos. Jimin geralmente acampava ao relento, mas aceitou o convite deles para ficar no chalé alugado até sua família chegar. Estava exausto, fizera uma longa viagem afinal.

 — Sabe, antes de você nos apresentar o Jungkook eu nunca tinha visto um ômega macho antes. — o Min comentou contemplativo. — Eu até achava meio bizarro imaginar uma ômega com um pênis, mas olha só pra ele. Para todos os efeitos ele é perfeito. E aquela bundinha sabe, até eu pegaria se não fosse seu noi...

 —  Onde quer chegar? —  cortou seu hyung sentindo-se um tanto ofendido.

 — Deixa de ser um bundão! Se até você, apesar de todos os apesares, conseguiu conquistar um garoto daquele nível... deve ser amor mesmo.

 Jimin riu nasalado, não sentindo-se sequer ofendido pela piadinha de seu hyung. Ele mesmo ficava abobado às vezes em pensar que tinha aquele rapaz maravilhoso e belo em sua vida.

 O Park suspirou admirando a vista que tinham da soleira, contando com uma pequena clareira salpicada de chalés e quiosques, cercada de uma floresta densa cujas únicas passagens eram trilhas bifurcadas aqui e ali. Situavam-se no meio de uma cadeia de montanhas e o cenário dali do alto era de tirar o fôlego. Será que Jungkook iria gostar? Seria seu primeiríssimo contato com a natureza aberta, na verdade. Queria poder mostrá-lo cada cantinho da reserva, cada cachoeira e trilha, apesar de que no fundo não achasse que um garoto da cidade, tão delicado como seu ômega, fosse capaz de se adaptar neste novo cenário. Em sua concepção, Jungkook não se encaixava ali fora, ele foi feito para ser mimado e presenteado com tudo que há de melhor, protegido no alto de seu palacete.

 Jungkook era sua pequena preciosidade, só queria zelar por ele.

 — Vocês não entenderiam. — Jimin declarou frustrado, se esquivando do assunto como sempre.

 Yoongi e Hoseok trocaram então um olhar cúmplice.

 — Eu digo ou você diz?

 — Os dois.

 — Ao mesmo tempo?

 — Sim.

 — VIRJÃO!

 

 



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