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História Tempting Trip - Vena Amoris


Escrita por: TheCrown

Capítulo 9 - Vena Amoris


 


 Jungkook não soube dizer por quanto tempo dormiu, mas em algum momento despertou trêmulo de frio, e desnorteado. E sua primeira reação foi dar por falta de seu macho.

 Ainda grogue, o ômega tateou a maca estreita da enfermaria e grunhiu em distresse não encontrando rastro de Jimin, nem mesmo o seu cheiro absurdamente bom. Foi então que abriu os olhos para se descobrir sozinho dentro do leito fechado pelas cortinas. O fato de suas vestes terem sido substituídas por um roupão limpo, além dos lençóis terem sido também trocados, foram detalhes que lhe passaram despercebidos. As únicas coisas que a mente do Jeon registrava no momento estavam associadas à Jimin: a falta do calor do seu corpo, do seu caralho duro, do seu cheiro intoxicante e do seu sêmen espalhado por sua própria pele.

 Céus! Seu interior ainda recordava com delírio a sensação de ser preenchido pelo prazer do alfa até o fundo.  

 — A-alfa... — chamou pelo mesmo num gemido ansioso, sentando-se na maca, com a visão turva e um pouco perdido. Uma pequena ardência nas costas de sua mão esquerda o despertou para o fato de que havia um objeto estranho perfurando sua pele.

 Era uma agulha, ligada à um tubo e este por sua vez conectado à uma bolsa de soro pendurada numa parafernalha metálica ao lado da cama. O ômega analisou e analisou o objeto até decidir que não lhe agradava e removeu num único puxão, grunhido irritadiço com a dor; um pouco de sangue foi expelido mas o pequeno sequer viu as gotículas carmesim caírem. E, confiando demais em suas pernas, Jungkook arriscou descer da cama; os seus joelhos quase dobraram sob seu peso, mas ele se sustentou e em passadas bambas foi até o cortinaço e o abriu, revelando o restante da enfermaria quase deserta – salvo por um beta desmaiado há algumas camas dali, que caíra em coma alcoólico depois da "reuniãozinha" no chalé de Yoongi e Hoseok ainda na noite anterior. Seus olhos buscavam ávidos por Jimin, e de sua garganta saía um chamado necessitado, quase como um ronronar, numa tentativa de atrair o noivo, fosse lá onde estivesse.  

 — Ei...! Você não devia estar de pé ainda.

 O moreno mal registrou as palavras à tempo de ser envolvido por um abraço quente e o cheiro acalentador do Park. Jungkook derreteu em seus braços, grunhindo contente e afundando o rosto em seu peito. Jimin já possuía um cheiro tão gostoso – em seu olfato apurado, Jungkook conseguia decifrar três notas proeminentes de menta, jasmim e pinho –, e quando excitado... oh céus! Ele cheirava à pura tentação e sexo. E, ao mesmo tempo em que desejava cavalgar no seu macho até ficar preso em torno de seu knot inchado, Jungkook sentia a boca salivar só em cogitar a idéia de provar seu sêmen direto da glande.

 — Está tão frio... e o que fez com o soro, hein? — o mais velho perguntou rouco, apreciando bastante a forma como Jungkook aninhava-se em seu tronco para tentar se aquecer, o pobrezinho tremia. Jimin então o alçou no colo e beijou o topo de sua cabeça, atencioso. — Não era bem como eu planejava esse momento mas... tem um lugar que eu queria muito te levar. Fica comigo, não dorme, está bem?

 — Uhum... — Jungkook concordou assentindo. Dormir não era bem uma opção quando estava tão benditamente excitado mesmo. — Faz parte da minha surpresa?

 — Faz, faz sim.

 Jimin então deixou a enfermaria comunitária, saindo pela porta dos fundos, e seguiu para o limite da clareira. Só então o Jeon percebeu que o sol já se pusera, e considerando que fora prestar visita ao noivo ainda aquela manhã, dormira por realmente muitas horas. Antes que percebesse estava esfregando-se ao pescoço do alfa, lambendo e arranhando toda pele que conseguia encontrar exposta. Banhando-se no cheiro de seu macho e arrancando uns grunhidos satisfeitos aqui e ali do mesmo, este que tentava se segurar até chegar ao tal lugar que queria apresentá-lo.

 — Espera um pouco, se continuar me.. o-oh... se continuar me lambendo assim, vou acabar derrubando você! — Jimin alertou engolindo um gemido ao que Jungkook chupou seu lóbulo com vontade. — Seu irmão veio me procurar mais cedo...

 — Não... o que o hyung queria? — Jungkook cessou suas ministrações na pele do amado, preocupado. — Ele não insistiu naquele assunto da briga, ou insistiu?

 Jimin negou, parecendo mais sereno que nunca.

 — Ele veio me pedir desculpas.

 — O quê?

 — Nós nos acertamos, eu diria...depois do que eu mostrei para ele acredito que ele tenha finalmente compreendido a extensão do meu amor por você.

 Jungkook enrubreceu, sentindo o coração palpitar. Adorava receber declarações de amor, especialmente de seu noivo. Ficou tentado à perguntar o que ele mostrou à Junghyun para convencê-lo, mas sua intuição lhe dizia que tinha algo haver com a surpresa lhe esperando, por isso tentou ser paciente.

 — Feche os olhos, está bem? — Jimin lhe instruiu.

 — Hm-hum.

 Jimin, alfa todo grandão e desajeitado, não tinha as passadas exatamente suaves – e cada passo seu parecia chacoalhar o corpinho inteiro do ômega que gemia extremamente sensível, nu sob o robe, sentia até sua genitália balançar eroticamente. Seguiram num silêncio confortável por alguns minutos, sendo toda cacofonia deixada por conta do som ambiente, como a folhagem – tanto as em que o alfa pisava como as ainda nos galhos soprados pelo vento –, cigarras, pequenos animais como lebres se movendo, pássaros cantando e levantando voo, e, até uma coruja ou outra já acordada. Jungkook só soube dizer ao certo que chegaram ao seu destino quando os sons ficaram subitamente distantes e os passos de Jimin, juntamente com a respiração de ambos, começou a produzir eco. Ficou tentado à abrir os olhos, curioso.

 — Eu vou colocá-lo no chão. Mas ainda não abra os olhos. — o alfa tornou a falar, sua voz sendo repetida ao vento. Jungkook assentiu e então foi colocado de volta sobre os próprios pés, tomou a balança de seu corpo novamente e manteve-se imóvel. — Pronto?

 — Sim!

 — Pode abri-los.

 E ele o fez, muito rapidamente, tendo alguma dificuldade em lidar com a nova iluminação do ambiente. Piscou algumas vezes antes de tomar nota do cenário que os cercava.

 E o ar subitamente fugiu de seus pulmões.

 Era lindo.

 À princípio pareciam estar dentro de uma caverna, e lá no alto, no tedo desta entre as estalactites, havia um vão. Uma grande abertura irregular de onde se era capaz de vislumbrar o céu noturno salpicado de estrelas. Dentro desta caverna em si havia uma lagoa um pouco rasa, de água cristalina onde se era possível ver o fundo. Mas o que tornava o cenário todo mágico era forma como a água, em constante movimento, espelhava a luz que entrava lá do alto, replicando uma espécie de aurora boreal pelas paredes da caverna e acendendo o fundo da lagoa como se houvessem lanternas lá embaixo. Tudo ali dentro brilhava como se estivesse incrustado de pedras preciosas à cada centímetro.  

 Como no cenário de um conto de fadas.

 — Isso é... lindo. Onde estamos? — o ômega perguntou animado, sem o fitar, muito entretido ainda.

 — Uma gruta. Na verdade eu a chamo de Gruta do Céu, não aparece no mapa da reserva, portanto quase ninguém a conhece. Ela já brilha bastante agora, mas quando a lua estiver no seu auge lá em cima... a água a refletirá também e a reproduzirá bem ali. — Jimin explicou apontando para o alto da parede atrás deles. — Quando isso acontecer, vai ser como ter um pedaço perfeito do céu ao nosso alcance. Com a lua cheia e as estrelas.

 — E quando isso acontece? — se voltou animado para o noivo, notando enfim como ele parecia de repente tão nervoso e hesitante. — Esse... é o seu lugar especial, não é?

 Jimin assentiu, sorrindo fraco.

 — Eu o encontrei há muitos anos, quando era apenas um filhote. Eu prometi à mim mesmo que pediria sua mão aqui.

 O pobre coraçãozinho do ômega começou a saltar louco novamente contra suas costelas com a declaração.

 — M-mas já somos noivos desde... desde sempre. V-você nem precisa... pedir.

 — Eu sei... eu só queria fazer do jeito certo e ouvir dos seus lábios que aceita, da forma antiquada, sabe? Como um bom alfa bobo e apaixonado. — sorriu sem graça, coçando a nuca em nervosismo. Jimin respirou fundo algumas vezes e tornou à apalpar o bolso para ter certeza de que seu presente para o ômega ainda estava ali, pronto para ser revelado. — Meu anjo, eu sinto que não digo isso com tanta frequência quanto você merece, mas eu te amo. Amo muito, amo tanto que às vezes nem caibo em mim mesmo de felicidade só por tê-lo na minha vida! Mesmo que fôssemos apenas amigos, mesmo que você... casasse-se com outro alguém, você ainda seria a pessoa mais importante da minha vida. E meu bem, eu sinto muito por ter me esquivado de você todas aquelas vezes, eu só não estava preparado ainda para te dar o que você queria, espero não ter feito você se sentir menos desejado ou amado por conta disso. Acredite em mim quando eu digo que a extensão do meu desejo por você, Gguk, é tal qual a dos meus sentimentos por você.

 — Jagi...

 Subitamente o alfa se prostrou de joelhos, com a cabeça baixa, e levantou sua destra com a palma para cima.

 — Por favor me aceite como seu parceiro. — pediu com a mais pura sinceridade, seguindo os votos de tradição como ensaiou, como bem estudou e decorou pelos últimos dias. Já havia planejado tudo, casaria-se com Jungkook tendo céu e terra como testemunhas. Uniria-se ao seu amado de acordo com as tradições lupinas, faria-o seu como seus acenstrais faziam em seu tempo. — N-no meu coração eu já o escolhi há muito tempo. Não há outro para mim além de você, Jeon Jeongguk. Eu amo você. Te prometo minha lealdade, farei da sua felicidade minha prioridade, da sua alma meus céus e do seu corpo meu templo. Sem pedir nada em troca. Que Céu e Terra hoje testemunhem, e que a Mãe abençoe... nossa união.

 Naquele momento o ômega pôde jurar sentir uma lufada de ar quente envolver o seu corpo, ao mesmo tempo em que seus olhos arderam com lágrimas não derramadas. Não esperava por aquilo... não esperava mesmo.

 Jimin não precisava fazer aquilo tudo, mas ele o fez. E Jungkook não acreditava que era possível amar tanto alguém como amava aquele rapaz.

 Um pedido ancestral. – ele reconheceu de imediato, ouviu cantigas e histórias de final feliz contando essa tradição lupina. Não lembrava de todo os votos, claro, mas conseguia reconhecê-lo mesmo assim, como uma música antiga da qual apenas recordava-se da melodia.

 O ômega não conhecia os votos tal como o noivo, nunca estudara os mesmos, mas sabia exatamente como devia proceder. E ele o fez. Jungkook repousou sua própria destra sobre a palma do alfa e a mão livre levou para o próprio peito. Jimin imediatamente levantou a cabeça buscando seu olhar, seus olhos umidificaram na hora e seu alfa urrou agitado em felicidade. Aquilo era um sim!

 Antes que o grandalhão saltasse sobre ele agitado, o Jeon se ajoelhou à sua frente, fitando-o dentro dos olhos.

 — Eu escolho você. E posso repetir quantas vezes for preciso. Você é meu alfa, e eu não poderia querer mais ninguém. — garantiu decidido. E, num gesto afetuoso, Jungkook colou sua testa à de Jimin e ambos fecharam os olhos, apreciando o momento por uns bons minutos em silêncio. — Me marque.

 Jimin reabriu os olhos imediatamente. Não queria ter entendido errado, uma vez que aquele termo era um tanto ambíguo, mas Jungkook não parecia estar pedindo para ser marcado apenas com seus feromônios sobre a pele.

 — Isso quer dizer...?

 — Sim. Me marque aqui e agora. Crave seus dentes em mim!

 — Tem certeza? Q-quero dizer, o c-casamento, a instituição... é uma coisa revogável. Mas a marca... é pra sempre, Gguk.

 — "Para sempre" parece um bom espaço de tempo para se estar ao seu lado.

 Desta vez foi o alfa quem quase perdeu o ar com a declaração, todo feliz e abobado. Jungkook não pôde deixar de rir do súbito embaraço do amado, ele nem conseguia conter o sorriso.

 — Para ser bem honesto, pelo sexo sensual e selvagem eu já esperava. — confessou recebendo um leve tapinha na coxa em repreensão. — Mas você me surpreendeu agora. Quer mesmo a minha marca?

 — Eu falo sério. Me marque, eu quero sentir o que é compartilhar minha própria alma com você. — insistiu ele.

 Jimin assentiu por fim, e sorriu-lhe doce antes de depositar um selar em sua testa. No instante seguinte Jimin se colocava de pé e alçava o amado nos braços, o carregando até o ninho de amor preparado por ele mesmo e que a princípio passara despercebido pelo ômega. O Park havia estendido um futo suficientemente largo e fofo para ambos à beira do laguinho, cercado de almofadas e flores selvagens de odor gostoso, e o alfa ainda fora atencioso o bastante para preparar um cesto com alimentos e algumas garrafas d'água para seu pequeno repôr as energias mais tarde.

 Porque afinal, eles não sairiam dali por tão cedo.

 Jungkook foi deitado de dorso com todo o cuidado do mundo e teve o alfa sentado sobre suas coxas, este abriu o seu robe e afastou-o dos ombros, descendo e revelando o torso desnudo do menor até o umbigo. O ômega estremeceu de leve com a temperatura ligeiramente mais baixa porém não de todo incômoda. Jimin debruçou-se sobre os seus lábios, roçando-os de leve e sussurrou um "eu te amo" contra eles, antes de tomá-los. Jungkook correspondeu imediatamente, chupando a língua do alfa e gemendo contra a sua boca, recebendo uma mordidinha no lábio inferior como penalidade e um rosnado que o fez se molhar um pouquinho mais.  

 — Pronto?

 O menor apenas assentiu, ansioso.

 — Vamos fazer isso ao mesmo tempo, ok? Eu preciso que você morda bem forte, não se contenha. — Jimin instruiu, oferecendo sua mão esquerda para o noivo, Jungkook assentiu e, sem hesitação alguma, ofereceu sua própria mão esquerda à ele.

 Ambos aproximaram as mãos um do outro de seus lábios, se olhando nos olhos o tempo todo. Esse era um ritual de casamento ancestral e muito importante, e consistia em trocar a marca de união irrevogável entre dois ou mais indivíduos – como no caso dos polígamos – por meio de uma mordida sobre a Vena Amoris, literalmente a "Veia do Amor", localizada não por coincidência na região do dedo anelar esquerdo e que se ligava diretamente ao coração. Uma característica biológica com certeza singular, e que pertencia apenas aos lupinos. Mas não bastava apenas morder, precisava ocorrer uma troca de materiais entre os envolvidos, por isso era necessário derramar um pouco de sangue, e saliva.

 No momento em que Jungkook sentiu as presas afiadas do noivo afundarem em sua pele, ele o copiou. Suportando a dor moderada da mordida eles travaram a mandíbula nas mãos alheias até sentir o gosto metálico de sangue; e eles então engoliram esse sangue, salivando contra a pele aberta no processo. A ação foi relativamente rápida e, com cuidado, os dentes eram afastados e as línguas lapavam as feridas mutuamente – fechando o corte no processo de cura.

 E estava feito.

 — Quanto tempo leva para... Ah! — Jungkook mal teve a oportunidade de terminar a sentença. Foi acometido por uma vertigem súbita e se obrigou a fechar os olhos, e ao fazer isso foi como se pudesse ver a mesma aurora boreal que cobria as paredes da caverna ascenderem sob suas pálpebras. Era muita cor em movimento, com uma enxurrada de sentimentos profusos e uma sensação latente de empatia... uma empatia muito, muito forte. Foi como ter seu cérebro ligado à uma rede de informações, informações estas que vinham na forma de emoções, lembranças, sensações e... Jimin. Jimin em todos os aspectos. De repente as memórias juntos pareciam mais vívidas, toques mais íntimos, cheiros mais abrangentes... e... e... seu peito parecia que ia explodir!

 — Kookie. — ofegou o loiro, não parecendo muito melhor que ele, trazendo-o de volta à si.

 Jungkook abriu os olhos e encarou o alfa à sua frente e foi, sinceramente, como vê-lo pela primeira vez de novo. Sorriu emocionado, compartilhando da alegria que o outro emanava.

 — Você é tão lindo. — suspirou o ômega, levando ambas as mãos para o rosto angelical à sua frente. Ele era sim, lindo por fora e ainda mais por dentro. Jimin lembrava-o particularmente de um Querubim com seus lábios voluptuosos, cabelos loiros e brilhantes olhos... dourados? — Meu amor, seus olhos estão dourados!

 Jimin riu fraco.

 — E os seus liláses.

 — Omo! Mesmo?

 — Sim, e são o par mais belo que eu já vi.

 Era exatamente como contavam os livros, e como o próprio Jungkook já viu ocasionalmente nas ruas, eram os olhos de lobo – praticamente a essência de suas almas que ficava guardada esperando seu parceiro de marca trazê-lo à tona. Cada subgênero possuía uma cor distinta; os dos ômegas eram lilás, betas eram verdes amarelados e de alfas eram âmbar. E tais íris peculiares se manifestavam apenas esporadicamente, de acordo com o humor latente da fera interna: podia ser numa simples explosão de gargalhadas e até mesmo quando entravam em combate, furiosos. O perigo mesmo residia nos olhos brancos: significava descontrole.    

 — Daebak! Isso foi... incrível... como... como... — Jungkook buscava um adjetivo fiel o suficiente para agregar à sensação de se ligar ao amado em nível tão íntimo.

 — Um orgasmo mental. — determinaram em uníssono e acabaram por gargalhar juntos.

 — Vamos completar as frases um do outro agora? Por que isso seria bem brega! — o ômega comentou recuperando o ar em lufadas. Jimin também tentava se recompor, voltando à sentar-se sobre suas coxas, e, passando as mãos pela franja úmida de suor ele puxou-as para trás. Com isso Jungkook pôde vislumbrar a marca que deixara em sua canhota e sentiu-se tão... completo, só de vê-la ali. Uma sensação gostosa de possessão o tomou também. Jimin era seu... exclusiva e intransferivelmente seu. Enfim.

 Ele só precisava de mais algumas mordidas para combinar com sua mais nova marca... ficariam tão lindas cobrindo a pele macia beijada pelo sol, quem sabe acompanhadas de pequenas flores em tons arroxeados e vermelho escuro. Desabrochando desde seu pescoço grosso, descendo pela clavícula, os mamilos, o abdômen firme e até depois da virilha.

 — Meu amor, eu posso sentir o seu tesão agora... — Jimin umedeceu os lábios, os olhos peculiares semicerrando-se enquanto analisava seu tronco nú com desejo. — Porra, Kookie! Você me quer tanto assim?   

 Em resposta Jungkook puxou-o pela camiseta branca o obrigando à cobri-lo com o próprio corpo, e seus lábios se chocaram com fome. O Jeon nem precisou se queixar do desconforto de ter suas pernas ainda presas sob os quadris do alfa que as mãos de Jimin já trataram de libertá-las e as arreganhar bem, se posicionando entre elas. O ômega gemeu contra os lábios rechonchudos quando sentiu a ereção do alfa sob a bermuda chocando-se contra a sua própria; o robe já estava frouxo e aberto, liberando seu pequeno pênis para que pudesse senti-lo minar contra a roupa do alfa.   

 Foi simplesmente animalesco.

 Garras alongaram-se de seus dedos, suas presas afiaram-se e rosnados eram trocados aqui e ali. Jungkook ouvira muitas histórias sobre o ritual de mate mas nenhuma parecia uma descrição fiel ao que estava sentindo agora... era como libertar seu lobo interno, deixá-lo saciar-se como bem entendia! Na verdade não tinha sequer controle do que estava acontecendo, e nem percebeu o quão longe a metamorfose havia chegado até que as mãos largas de seu alfa desceram até seu bumbum e encontraram um apêndice bem no final da sua coluna.

 — Gguk..!

 Uma cauda.

 E porra! Como era sensível! Jimin fechou uma mão em torno da dita cauda bem na base, perigosamente perto de sua entrada pulsante e aquilo quase o fez gozar no ato. O alfa afastou o rosto minimamente para fitá-lo nos olhos enquanto massageava a região; os olhos de Jimin pareciam brilhar e as pupilas estreitaram-se como quando ele caça, se tornando duas linhas verticais no meio da imensidão de âmbar. Jungkook logo se abriu todo, ronronando para seu macho, pedindo para ser empalado.

 — Parece que alguém ficou animado demais...! — riu-se Jimin em seu tom rouco, mordendo o lábio inferior de Jungkook e puxando-o apenas para soltar novamente num estalo. — Mas tente guardar essas suas presinhas, meu amor. Quero essa sua boquinha bonita em torno do meu pau, e não queremos um acidente logo agora não é?

 Jungkook assentiu, gemendo todo molinho.   

 Como Jimin possuía tanto autocontrole numa situação inédita dessas?! Ele estava tão mais confiante. Bom, talvez se tratasse até da verdadeira natureza de seu alfa aflorando, aparecendo à superfície graças ao estímulo da mordida. Jungkook não podia nem queixar-se, pois bem que queria tê-lo na boca e saborear de seu caralho como fizera horas antes na enfermaria. E, enquanto o menor se esforçava para retrair os caninos, Jimin colocava-se novamente de joelhos para poder tirar a própria camiseta; livrou-se rapidamente dela deixando o tronco de musculatura e rígida à mostra, com veias grossas destacando-se sob a pele na região do pescoço, dos braços e então no baixo abdominal, criando uma trilha bastante erótica na região da virilha que sumia sob o cós baixo dos shorts que vestia – e que Jungkook já sabia de antemão: percorria seu pau apetitoso até a base da glande macia e avermelhada.

 Jimin não perdeu tempo em abaixar os shorts de basquete deixando seu orgulho e virilidade saltar pra fora do confinamento, mais duro do que jamais esteve; seu pênis fazia uma curva acentuada para cima, apontando orgulhosamente para o teto. Nem mesmo a gravidade era párea para sua luxúria desta vez. E, sob o olhar faminto do ômega, este monte carne também nunca pareceu mais suculento: todo babado no próprio prazer, suas veias tão bem irrigadas que a ereção parecia estar mais inchada e pulsante ainda, e o cheiro... oh céus! Jungkook foi assaltado tão violentamente pelo odor forte de alfa viril que seu rabinho começou a piscar incessante em resposta, por conta própria!

 — Levanta, Kookie. — instruiu, melhor dizendo, ordenou o Park. Jimin segurava a base de seu membro com a destra e a outra mão foi para a cintura, numa postura sexy e dominante. — Vem ver mais de perto. — continuou, enquanto subia e descia a mão pelo membro rijo lentamente.

 Ora, ele não precisou dizer duas vezes.

 O ômegazinho de olhos brilhantes colocou-se à engatinhar na direção o alfa em dois tempos, para então sentar-se sobre os próprios tornozelos com o rosto rente ao sexo do maior. A boca salivando de desejo, mas esperou permissão para poder tocar.

 — Ah... tão bonitinha essa sua boquinha. — comentou sacana o Park, pincelando os lábios rubros do Jeon com sua glande, deixando um rastro de pré sêmen pelos mesmos. — Língua pra fora, meu amor.  

 O menor imediatamente abriu bem a boca e estendeu a língua ao seu comando, e como o bom lobinho que era, foi recompensado. Jimin passou sua glande pelo músculo molhado e áspero, atritando os dois em movimentos circulares e então provocando a própria uretra ao esfregá-la descaradamente contra a ponta da língua. E era tão fodidamente gostoso! Jungkook por sua vez salivava bastante, os olhos já ficando levemente estrábicos de tanto enamorar o pênis à sua frente – num desejo guloso, porém perigoso, de tentar engoli-lo por inteiro. Estava adorando aquela sacanagem toda. Seu cuzinho piscava em interesse, e mesmo uma simples lufada de ar contra o mesmo causava fortes contrações em suas paredes internas. Céus! Como queria ser comido!

 — Agora chupa. — comandou o alfa umedecendo os lábios, e assistiu com deleite o ômegazinho fechar os seus próprios em torno de sua glande nada pequena com muita vontade, se pondo à lambê-la e sugá-la com força. Jimin estremeceu visivelmente com a voracidade do pequeno, urrando louco de prazer. Mas o alfa não quis perder o controle da situação em momento algum e, fechando o punho em torno do próprio falo, ele determinava quanto de si Jungkook podia colocar na boca, barrando os lábios rechonchudos quando ele tentava engolir mais de si do que provavelmente conseguiria. — Devagar ou vai engasgar, pequeno. Relaxe a garganta... assim... isso! Para trás... agora para frente, vai. Porra...! Que delícia... você aprende tão rápido, não é?  

 Jimin instruía enquanto ia estocando devagar apenas uma porção do seu caralho grande dentro da boquinha de Jungkook já bem esticada, apenas aquilo que ele sabia que o menor era capaz de suportar – mesmo que já com alguma dificuldade. E era tão delirante! Mas, perdendo-se demais no próprio prazer, ele acabou levando ambas as mãos para o cabelo macio do ômega e empurrou-se louco de tesão contra sua garganta apertada numa única estocada, estremecendo debilmente parado naquela posição. Jungkook naturalmente engasgou – e seus dentes ainda rasparam contra o pênis descomunal –, ele tinha a ponta do nariz já rente à virilha do seu macho de tão profundo que foi, e por reflexo levou as mãos às coxas grossas do alfa e fincou as garras ali, arrancando-lhe outro urro que verberou pelos quatro cantos da caverna. O Park recebeu o recado. E, não antes de se deleitar por alguns segundos da pressão e vibração gostosas ao ficar atolado na garganta do menor, Jimin tornou a afastar os quadris.

 — C-caralho...! — gemeu sensível, assistindo seu cacete melado por inteiro ir deixando o conforto da boca do pequeno aos poucos, com filetes de saliva ainda conectando-os.

 Jungkook tossia já efetivamente rouco, com os olhos ardendo e vertendo lágrimas, mas antes que pudesse repreender o noivo se viu encarando o monumento à sua frente completamente babado e sentiu-se realizado. Conseguiu engolir tudo mesmo! Seu lobo interno ficara mais realizado do que esperava, sentindo-se orgulhoso por ser capaz de proporcionar tamanho prazer ao seu macho.

 — Me desculpa, pequeno. Eu me exce... OW! — Jimin nem teve a chance de se desculpar direito e o moreno já estava no meio de suas pernas novamente, e dessa vez o seu alvo era o escroto roliço e pesado do alfa. Jungkook deixou-o desorientado com tanta vontade que impôs e chupar as suas bolsas; tinha até esquecido da fixação que ele havia desenvolvido por elas. Mas já estava sensível demais e temia gozar logo com tamanho estímulo.  — O-oh...! Hm... e-espera.

 Com algum esforço conseguiu afastar a boquinha faminta do ômega de seu saco.

 — Por que fez isso, hyung? — Jungkook perguntou beirando à indignação, secando os cantos da boca com as costas das mãos, ele tinha a respiração pesada e as bochechas coradas também. Adorável. Jimin precisou respirar fundo algumas vezes para se acalmar, ou ia acabar inflando seu knot era na boca do Jeon de tanto fodê-la, e aí sim seu pequeno se engasgaria, com a quantidade de porra que o aguardava em seu escroto.  

 Num rosnado contido o alfa agarrou-lhe pelos ombros e o puxou colando seus corpos, atacando de pronto a pele imaculada de seu pescoço e clavícula expostos, as mãos indo mais que rapidamente para baixo do robe e alcançando o bumbum arrebitado do ômega. Jungkook choramingou teso ao sentir o mastro do parceiro preso entre seus corpos ao mesmo tempo em que as mãos largas separavam suas nadegas com brutalidade, puxando seu corpo para impossivelmente mais perto. Tão ou mais sedento que ele, o ômega gemia submisso, empinando mais o bumbum – e inconscientemente balançando a cauda pro alto –, sentindo os dedos ásperos não suficientemente próximos de sua entrada meladinha, piscando louca para ser invadida. Entretanto seu macho parecia mais preocupado em apertá-lo e manuseá-lo enquanto lapava sua pele com vontade. Pirracento, Jungkook levou a mão direita para baixo do robe e enterrou dois dedos em seu cuzinho, abrindo mais as pernas  gemendo descaradamente enquanto massageava as próprias terminações nervosas, mas ele não parou por aí.

 Jungkook então levou seus cobertos de slick fresquinho para o falo do parceiro e espalhou pela cabeça grande e avermelhada. Jimin fechou os olhos afastou-se por reflexo, gemendo incoerências enquanto seu caralho vibrava expelindo mais pré sêmen; o ômegazinho safado usou a oportunidade para realocar seus dedos dentro da boca dele agora livre.

 E... Touché!

 Foi o que bastou.

 O corpo do alfa ainda tremia quando ele tornou a abrir os olhos tão dilatados que quase não era possível ver o âmbar das íris, e ele encarou o menor em seus braços. E este lhe sorria cínico, como se perguntasse "gostou?". O loiro chupou seus dedos com vontade e Jungkook então os afastou, sorrindo sapeca.

 — Você...! — Jimin rosnou ameaçador.

 — Eu? — piscou-lhe inocente, salientando seu beicinho rubro.

 — De quatro. Rabinho pra cima, agora.  — ordenou arrancando o robe que ainda cobria a pele de alabastro, deixando um tapa estalado em cada banda de sua bundinha lisa antes que o mesmo tivesse sequer alguma reação.

 O Jeon não demorou à obedecer ao comando, virando-se de costas para Jimin e se prostrando de quatro, empinando sua bundinha. O ômega então procurou seu olhar por cima do ombro, esperando inconscientemente por um elogio por ser tão obediente – com a cauda em pé, balançando de um lado à outro rapidamente. Jimin sorriu maldoso ante à cena que o aguardava: seu lobinho teso com as pernas fechadinhas e todo empinadinho em sua direção, seu prazer escorrendo livremente por seu períneo e o seu rabinho em pé todo feliz. O alfa agarrou forte a base de sua cauda novamente e Jungkook uivou num misto de tesão e surpresa, ele então afastou o rabo de pelagem branca fofinha e usou-se de um joelho para afastar as coxas deste, a outra mão indo para os ombros do Jeon e o forçando a deitar o tronco – deixando-o mais empinado e aberto em sua direção.

 Sem mais delongas ele enfiou o rosto no vão do ômegazinho e começou espalhando lambidinhas ali, apenas para pirraçar, circulando suas preguinhas com lentidão mas evitando penetrá-lo. Jungkook suspirava sôfrego contra o futon, arriscando dar reboladas contra o músculo do Park para fazê-lo penetrá-lo, mas como resposta recebeu um tapa estalado na coxa. Gemeu um pouco mais alto, tornando a rebolar por instinto.

 — Então meu bebê gosta de apanhar? — perguntou safado, propositalmente soprando contra sua entrada a cada palavra.

 — N-não... hm... f-fala aí! — o ômega o repreendeu uivando necessitado.

 Jimin umedeceu os lábios e deferiu outro tapa, assistindo as bandas da sua bundinha balançar com o impacto, e outro e outro. Quando acabou ali as nádegas já estavam vermelhinhas e o espaço entre elas mais melado ainda. E o cheirinho de seu slick era tão bom... o gosto melhor ainda. O alfa tornou a enfiar o rosto ali, as mãos massageando o bumbum sensível do ômega enquanto o fodia com a língua, seu músculo fazendo mágica ali dentro. Jungkook voltou a rebolar, atrevendo-se até à quicar em sua língua e Jimin gemeu sedento; decidiu dar espaço à ele e deixou a língua imóvel, assistindo o noivo empalar-se rápido e habilidoso contra seu músculo não suficientemente grande – gemendo choroso de frustração.

 Mas apenas este estímulo foi o suficiente para levar o ômega ao limite.

 — A-alfa! Me... come... ahn... e-empala meu r-rabinho!  — pedia angustiado, sentindo seu orgasmo muito próximo.  — P-por f-favor... O-oppa!

 Click.

 Jimin nunca soube o quanto precisou ouvir tal palavra sair da boquinha de seu ômega nessas até o momento. Foi tão erótico. Fez seu caralho tremer e sua sanidade ir para o espaço.

 — Repete. — rosnou tornando à ficar de joelhos, com uma mão ainda firmemente agarrada ao rabinho agitado do menor.

 — Oppa? – respondeu um tanto inseguro, o fitando por cima do ombro. Seus olhos vertiam lágrimas e seu rosto estava terrivelmente corado, e o olhar, é claro, transmitia a mais pura luxúria e submissão.

 O alfa jogou a cabeça para trás respirando fundo, e Jungkook teria se perguntado se talvez não o tivesse enfurecido mas tudo que o sentia emanar era tesão e felicidade exorbitantes. Foi quando sentiu a glande do outro percorrer suas coxas e então suas bolinhas rosadas, subindo pelo seu períneo e deixando um rastro molhado pelo caminho. Quando o pênis do alfa chegou aonde ele queria, Jungkook já tinha sua entrada pronta para recebê-lo. Jimin esfregou-se descaradamente ali, numa mistura viscosa de pré sêmen e slick, melando propositalmente seu pau para lubrificá-lo mais.

 — Não garanto que não vá doer novamente. Seja forte para o Oppa, pequeno. — Jimin avisou em seu tom rouco, acariciando a cauda de Jungkook para distraí-lo da possível dor que viria. — Estou pronto quando você estiver. — completou para logo em seguida cuspir no próprio membro, espalhando generosamente sua saliva pela extensão.

 Jungkook ainda tremia à beira de um orgasmo. Se fosse por ele já estaria quicando naquele homem há muito tempo.

 — V-vai, Oppa. E-estou p-pronto.  — concordou levando a destra de encontro ao próprio traseiro e afastando uma nádega num convite para penetrá-lo.

 Jimin tornou à posicionar-se rente ao seu cuzinho, a mente nublando-se cada vez mais de desejo, e então deu o primeiro impulso com o quadril, forçando a entrada. Jungkook engoliu o choro e empurrou-se de encontro ao seu macho. Doía, é claro que ainda era doloroso; Jimin era monstruoso e suas preguinhas ainda não estavam acostumadas! Mas ele era persistente. O alfa foi expandindo-o lentamente, seu caralho atravessando o anel apertado de músculos e encontrando o mais puro paraíso.

 Por Deus!

 Mal teve tempo de aproveitar a sensação da primeira vez de tão rápido que foi, pois logo que a glande entrou já estava gozando como um cavalo! Mas agora era diferente... e podia sentir tudo. Tudo mesmo. A dor e o desconforto de Jungkook equiparadas ao seu prazer – o pobrezinho era mais forte do que imaginava; o calor de seu interior; o formigamento do slick que ainda facilitava sua investida, tornando o atrito mais prazeroso; a forma como convulsionava em torno de si... era insano! O alfa continuou preenchendo-o e só parou quando estava por inteiro dentro do pequeno. A região de seu knot – bem na base do seu membro, pouco acima de suas bolas – era comprimida com uma força esmagadora e ele se perguntou quanto tempo iria durar sob tanta pressão.

 — Cacete...! — exclamou soltando o ar que não havia se dado conta que esteve prendendo. — M-me diz... me diz que eu posso me mover. Por favor.

 Jungkook ainda acostumava-se com a ardência de ser expandido, respirando em golfadas, quando assentiu. Com isso Jimin afastou mínima e lentamente os quadris, e então voltou numa empurrada breve porém brusca; isso agradou o pequeno e quando ele viu já estava apertando-o com suas paredes internas, pedindo por mais. Jimin então repetiu o movimento, começando a criar um ritmo que agradava à ambos. Ficando gradativamente mais rápido, e brusco.

 — Hmm... o-oh! Oppa! — Jungkook gemia sôfrego, de olhos fechados, rebolando de encontro às estocadas. Quanto mais rápido ficava, mais quente era o atrito. E o Jeon já estava febril outra vez. Seu baixo abdominal voltou à se apertar e logo se viu levando a mão que segurava seu próprio traseiro para o seu sexo, bombeando do jeitinho que Jimin lhe ensinara. Ele chegava à sua glande e girava o pulso, apertando-a em sua palma e então descia o punho pelo seu falo bem lubrificado.  — Q-quase... lá!

 Ouvindo isso Jimin sorriu maldoso, ele levou uma mão para a virilha do pequeno, pressionando a região pois já sabia o quão ficava sensível quando ele estava próximo de um orgasmo, e diminuiu a velocidade de suas investidas, concentrando-se mais na força que impunha nelas. A cabeça do seu pau passou à socar tão duro naquele ângulo que era capaz de ver e sentir suas investidas contra a barriga do ômega – criando um volume chamativo em seu baixo abdômen à cada nova estocada. Jungkook tinha sua boca bem aberta, gemendo em golfadas, aquilo era insano... animalesco! Podia sentir e ouvir as bolas pesadas do alfa chocarem-se contra suas coxas à cada socada violenta, pele estalando contra pele.

 Até que não aguentou mais e veio com um gritinho. Pintado o lençol abaixo de si com seus jatos de sêmen.

 Jungkook estremecia, respirando com dificuldade, e seu interior comprimiu-se tanto que Jimin precisou sair de dentro antes que acabasse gozando só com as convulsões das paredes internas do pequeno. Mas mesmo quando a euforia passou, o tesão ainda residia, e o corpinho mole do ômega ainda pedia por mais. O Park o virou-o sobre o futon e abriu-lhe bem as pernas, tornando à se encaixar entre elas.

 — É... é tudo que v-você tem? — e é claro, o pestinha ainda tinha a audácia de desafiar o alfa. — Oppa.

 Desafiado, o alfa tornou à penetrá-lo até o fundo, as mãos firmemente presas à sua cintura e o olhar cheio de luxúria. Jungkook uivou sensível.

 — Eu vou esporrar você todinho, seu ômega guloso. E é bom que fique acordado desta vez pra ver. — devolveu sacana, concluindo a sentença com uma estocada brusca que teria empurrado Jungkook para longe se não estivesse segurando-o pela cintura. — E sabe qual a melhor parte? Você vai gostar tanto que vai pedir por mais!

 E não, ele não estava blefando.

 Jungkook mal havia se recuperado de seu orgasmo abrasador e já estava todo arreganhado novamente, recebendo as estocadas do alfa com gula. As suas garras foram para os braços do maior – estes que agora tratavam de afastar suas coxas até o limite de sua flexibilidade –, levantando vergões vermelhos sobre a pele, e de sua boca eram emitidos gemidos copiosos; o Jeon estava ardendo em febre, louco de prazer. Jimin, por sua vez, não estava muito diferente, pingando suor, com os músculos todos tensos e as veias saltadas. Por Deus! Podia ver claramente o volume de seu caralho movendo-se dentro do menor, formando uma lombada sob a pele, que passava da altura do seu umbigo. E se aquilo não fosse estímulo visual o bastante, o rosto de Jungkook serviria.

 O ômega estava tão descontrolado que lágrimas vertiam de seus olhos – estes tão dilatados que pareciam dobrar de tamanho –, seus lábios estavam inchados e rubros, já partidos de tanto mordê-los, o rubor em sua face era constante, é claro. Ele tinha uma expressão arruinada de prazer. Uma obra erótica de arte. Jimin subitamente debruçou-se sobre ele, faminto para tomar seus lábios, assim acabando por mudar o ângulo de seu pênis dentro do outro.

 Foi quando Jungkook deu outro gritinho de prazer, a face contorcida como se estivesse com dor, e seu interior esmagou o caralho do alfa. Jimin ofegou sem entender direito o que estava acontecendo à princípio.

 — D-denovo... f-faz de-denovo! — pediu afobado o moreno, enroscando-se todo nele e escondendo o rosto em seu pescoço. — Bem... a-aí, Jiminie...

 Jimin moveu os quadris lentamente, roçando exatamente no ponto que Jungkook pediu, e esse quase desfaleceu nos seus braços; todo trêmulo e gemendo o seu nome repetidas vezes.

 — Oh bebê, acho que encontrei seu ponto doce. — sorriu contra seu cabelo ao realizar. — Quer que o Oppa continue?

 Jungkook assentiu sem largá-lo.

 Jimin beijou seu ombro desnudo e recomeçou rebolando, movendo os quadris em círculos e roçando-se contra a próstata do rapaz; esfregando a saliência mais firme – da parte inferior de seu pênis – direto contra a esponjinha de nervos terrivelmente sensível. Ele ía para frente e para trás, rápido, para depois voltar à rebolar lentamente. Jungkook sentiu um arrepio tão intenso correr seu corpo que o fez encolher até os dedos dos pés! Ia gozar denovo, e nesse ritmo, ia levar o noivo junto. Jimin apoiou-se com uma mão cada lado do corpo do menor e acelerou as estocadas, rosnando e bufando pesado como uma fera. Cada socada era dura, precisa. E não precisaria de muito mais para gozar.

 Ou foi o que pensou.

 Jungkook fechou os lábios contra a pele de seu pescoço e sugou forte, o desorientando. Jimin gemeu alto e seus braços quase cederam, e ainda assim o ômega continuou distribuindo beijos molhados e chupões até o queixo do alfa que não resistiu e finalmente tomou seus lábios com fome. O beijo foi impreciso, cheio de mordidas, rosnados e chupões, transmitindo a mais pura euforia que sentiam. Separaram-se pouco depois sem fôlego, uma vez que a respiração já estava irregular, e Jungkook prosseguiu então com as mordidas pelo seu queixo, tornando a macular seu pescoço e deixando umas boas dentadas em sua clavícula também. Não satisfeito só com isso, o Jeon chegou ao seu peito e atacou-lhe um mamilo, lambeu a auréola e mordiscou o bico, tornando a fechar os lábios ali e sugar com vontade.

 Era o que faltava para o interior do alfa pegar fogo. Jimin sentiu seu orgasmo se aproximando rápido demais e fechou os olhos se entregando à sensação. Seu escroto se contraiu e seu cacete vibrou dentro de Jungkook, Jimin então ficou tenso e no instante seguinte estava uivando para a floresta inteira ouvir que tinha gozado. E ele gozou com euforia. O Jeon perdeu o ar, vítima da intensidade de seus jatos o atingindo por dentro e o preenchendo novamente até o útero. Era tão forte, tão intenso... que acabou por gozar de novo só com a sensação. Trêmulo e sensível.

 E imediatamente o knot inflou, prendendo-os juntos.

  — O-oh... alfa! — Jungkook uivou fraquinho, sentindo pela primeira vez o que era ter o knot inchado e firme dentro de si. Sentia-se tão cheio... tão completo. Tão amado.

 Mas seu alfa não tinha acabado ainda consigo, não, os jatos não paravam de sair, e o sêmen espesso parecia ferver dentro de si. Jimin esvaziou até sua última reserva dentro dele, sem cerimônias.

 E, somente quando acabou, os braços de Jimin se permitiram ceder, e ele teve de virá-los sobre o futon, para deixar Jungkook por cima, deitado em seu peito – caso contrário iria esmagá-lo com seu peso. O Jeon determinou então que não era uma boa idéia se mover muito com um knot dentro do seu traseiro, machucava se tentasse. Ambos ainda respiravam com dificuldade, abalados pelo orgasmo que compartilharam. Jungkook ergueu um pouco a cabeça para poder fitar o rosto do amado: ele parecia exausto mas vibrante de felicidade.

 Aquilo foi incrível. Se sexo com seu parceiro fosse ser assim toda vez Jungkook se tornaria uma cadelinha em cio constante só para tê-lo dentro de si!

 — Você está bem, pequeno? — Jimin perguntou-lhe carinhoso, enquanto empurrava a franja loira empapada de suor para trás. Deixando seus olhos miúdos mas intensos em destaque.

 Céus! Como seu alfa era lindo!

 — Estou... isso foi muito bom. — e riu-se fraco, sua risada fazendo seus interiores vibrarem, se dando conta de como estava cheio. Ele então fez um esforço para espiar lá embaixo entre seus corpos colados, surpreendendo-se com o que encontrou. — Minha barriga tá dilatada... ficou redondinha.  — constatou fazendo o alfa rir desta vez. — Céus, Jiminie! Esteve guardando mesmo tudo isso dentro de você?

 O alfa mordeu o lábio inferior assentindo.

 — E se eu te dissesse que ainda tenho mais para dar?

 — Eu diria... que adoraria ordenhar você. — respondeu sacana, roçando seus lábios aos do alfa. — Uau... deve ter uns quinhetos ml's dentro de mim agora, eu consigo sentir se mover lá dentro quando eu respiro. Sem brincadeira.

 — É desconfortável? — o alfa quis saber, afagando com carinho seu cabelo. Se fosse o caso ele poderia tentar gozar fora da próxima vez.

 Contudo Jungkook negou simples.

 — Não, nem um pouco. É bem quentinho... gostoso até. — bocejou ao fim da frase. — Quanto tempo leva pra... murchar o seu knot? Não que eu esteja com pressa mas... quanto antes liberarmos espaço é melhor, assim poderemos brincar de novo. — quis saber, arrancando um sorriso bobo de Jimin que estava exorbitante. Muito realizado. Seu ômega era a coisa mais preciosa do mundo.

 Mesmo discutindo sobre coisas tão promíscuas.

 — É a minha primeira vez também, pequeno, difícil dizer. Mas acho que vai levar o tempo que meu animal interno achar necessário.

 — Se depender dele vamos ficar aqui por um bom tempo!

 Riram cúmplices.

 — É. Não faz idéia de há quanto tempo ele... ou melhor, nós, queríamos tomar você. Acho que meu corpo está se certificando de que vai conseguir fecundá-lo, então... isso pode demorar. — comentou absorto, passaando as mãos pela extensão das costas nuas do moreno, com carinho.

 — Nossos pais vão nos matar.

 Riram novamente. É. Talvez a data do casório fosse adiantada para o ômega não cometer a gafe de subir ao altar barrigudinho.

 Ficaram ali pelos próximos vinte minutos, abraçadinhos e trocando carícias. Até que o alfa sentiu os primeiros sinais de que o knot estava afrouxando e resolveram levantar do futon para não causar uma bagunça irreversível – pois o lençol mesmo já não podia ser mais usado.

— ... ai! Mais devagar, hyung. — pediu sensível o ômega ao que o seu macho ia se colocando de pé com ele nos braços, o knot repuxando e causando um leve desconforto em torno de suas preguinhas.

 — Desculpa, desculpa, desculpa!  — pediu beijando sua testa.

 Jimin o segurava pelo bumbum, com todo o cuidado do mundo, enquanto Jungkook se agarrava tenso aos seus ombros; o maior então desceu pela beirada até a lagoa, caminhando para o centro da mesma até que essa alcançasse a altura dos seus quadris. Em poucos instantes o knot estava desinflando, permitindo que toda a bagunça dentro do ômega diluísse na água, e Jimin foi retirando seu membro ainda duro de dentro dele. Estremecendo ao tê-lo em contato com a água fria.

 — Eu me sinto tão... — Jungkook começou com um pequeno sorriso, perdendo-se fácil nos olhos dourados que o encaravam de volta.

 — Feliz. E realizado. — Jimin concluiu por ele. Pois era exatamente o que sentia emanar do pequeno. — Eu não poderia estar mais feliz também... ei! Olha quem veio nos ver. — o loiro sorriu olhando para cima.

 Jungkook então acompanhou o seu olhar focado no alto da caverna: estavam exatamente embaixo da abertura do teto da gruta, e eram banhados então pelo brilho da lua cheia em toda sua glória. E exatamente como Jimin disse, a água a refletiu no alto da parede de pedra. E no meio do branco da lua haviam duas sombras mescladas, a deles próprios, exatamente no centro.

 Foi algo relativamente simples, mas que emocionou em demasia o mais novo.

 — Nossas sombras.... nós somos como... como um só.

 

 



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