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História Tender Age In Bloom - Something About A Shitty Morning


Escrita por: kakahcobain

Notas do Autor


Aqui vai o segundo capítulo...
Boa leitura!

Capítulo 2 - Something About A Shitty Morning


Fanfic / Fanfiction Tender Age In Bloom - Something About A Shitty Morning

No dia seguinte, Kurt se sentou ao meu lado na classe, logo após abrir a porta da sala e cruzar a mesma com a cara mais lavada do mundo, sendo que o sinal pro começo da aula havia batido trinta minutos antes. A professora de biologia, que estava localizada no canto esquerdo, perto do quadro, interrompeu seu sonolento discurso sobre as organelas celulares e abaixou seus óculos para encará-lo melhor, com furiosos olhos de indignação. Risos de alguns alunos debochados podiam ser escutados durante a peregrinação de Kurt até as poucas cadeiras vazias restantes, localizadas ao fundo da sala. Logo aquela algazarra foi interrompida pelo orgulho ferido da Mrs. Bishop.

— Boa tarde meu querido... – disse ela tentando ser sarcástica logo nas primeiras horas daquela manhã tediosa.

— Boa tarde. – Kurt respondeu com uma hilária cara de sono estampada em seu rosto angelical. Era notório que o motivo de seu atraso era o fato de que ele havia dormido mais do que a cama naquele dia.

Alguns alunos riram em seguida. Mrs. Bishop revirou os olhos verdes com desdém e colocou os óculos no lugar novamente.

— Se fosse você não ousaria ser engraçadinho depois de mais de trinta minutos de atraso – falou e caminhou até o meio da sala para não ter que gastar tanto a voz devido à distância que estava de Kurt. O trotar crescente de seus scarpins de salto alto davam uma agonia da porra. — Posso saber por que motivo chegou a essa hora?! – interrogou ela olhando fixamente para ele.

— Pergunta pro meu despertador. Por alguma razão mística ele não quis tocar hoje. – Respondeu Kurt com uma cômica calma de quem levantou da cama há cinco minutos atrás. Não aguentei e gargalhei alto do fundo da sala, atraindo alguns olhares de espanto dos que sentavam mais à frente. Kurt olhou pra mim ao meu lado, rindo junto, aprovando meu ato de apoio moral em seu favor.

— Continue rindo mocinha, só que leve seu amiguinho consigo... OS DOIS PRA DETENÇÃO! – Mrs Bishop disse enfurecida enquanto firmava seu rabo de cavalo com as mãos.

Frustrando a crença de Mrs Bishop que eu imploraria de joelhos pra não ir pra detenção, levantei da carteira no mesmo instante e olhei pra Kurt aliviada, agradecendo por ter me ajudado a sair daquela tortura de aula. Ele me olhou com aquela cara de sono/tédio e se levantou também, provocando o riso de alguns bastardos da classe. Saímos da sala juntos.

— Obrigada cara, você é meu herói. – disse a ele com sarcasmo enquanto andávamos em direção da sala da detenção.

— Disponha. – ele respondeu com os olhos semicerrados, achava que ele ia dormir ali mesmo.

— Cara, você tá péssimo... O que aconteceu? Foi dormir tarde ontem?

— É... Saí com uma galera ontem... Conseguimos mais erva que o de costume... Acabei voltando tarde demais.

De início, espantei-me com aquela fala. Naquela época, havia uma campanha muito forte anti-drogas em nosso estado. E eu, até então, particularmente não conhecia ninguém que as usava. Bom, com a exceção de Margot Cadence, uma garota que morava na minha rua e que ficou famosa na cidade por ter engravidado aos catorze anos de um traficante. Mas essa história não vem ao caso no momento. Talvez mais tarde.

— Então você fuma maconha? – perguntei tentando disfarçar a minha surpresa.

— Claro... Você nunca fumou? – ele me perguntou parando de andar para apoiar as costas numa grade que ficava perto da quadra de esportes.

— Nunca... Mas sou super a fim de experimentar.

— O que vai fazer depois da aula? – ele me perguntou antes de ajeitar uma mecha de cabelo loiro que escorregou em seu olho.

— Acho que nada...

— Tenho uns baseados lá em casa. Se quiser podemos ir para a ponte que fica perto de onde moro, ao entardecer. Nenhuma alma viva costuma aparecer por lá.

— Ok... Combinado então – lhe respondi tentando ocultar a ansiedade que instantaneamente comecei a sentir. — Mas como você fica quando fuma? O que costuma sentir?

Kurt riu brevemente e começou a tentar me explicar como era a brisa de maconha.

— É meio foda eu explicar isso por meio de palavras... – Kurt encarava um horizonte imaginário enquanto falava nesse momento — Só fumando mesmo pra entender... Mas arriscando tentar dizer algo, é como se você estivesse numa dimensão mais leve, imersa numa atmosfera estranha, mas confortável.

Logo depois que Kurt concluiu sua tentativa de descrever a brisa da maconha, fomos interrompidos por uma sequência irritante de sons que cada vez mais se aproximavam de nós. Quando seguimos os olhos de acordo com o som, vislumbramos Mrs. Bishop trotando com seus sapatos de salto alto, caminhando impaciente em nossa direção, ainda a uma boa distância de nós. Olhei para Kurt neste momento e ele fez um gesto aproximando alguns dedos da boca, simulando uma ânsia de vômito. Acho que (in) felizmente ela não conseguiu ver aquilo devido o ângulo que estava, em relação a Kurt. Gargalhei na mesma hora e puxei o loiro pelo antebraço, cruzando alguns corredores em passos acelerados, rumo à sala da detenção. Seu antebraço era fino e senti a presença de alguns pêlos compridos nele com aquele toque. De alguma maneira bem estranha, me senti íntima de Kurt naquele momento.

Chegando lá, a supervisora mudou de ideia por causa da influência de Mrs. Bishop. Resolveu nos presentear com uma SUSPENSÃO de 2 dias, apoiando—se naquela ideia de melhoramento de notas e resultados, tentando justificar sua rigidez exagerada. Quando ela deu o veredito, olhei pra Kurt com um olhar que dizia ‘’já começamos o ano bem’’. Ele sorriu discretamente com os olhos, reforçando ainda mais aquela nossa condição de cúmplices.

Depois daquele sermão pra lá de chato, fomos liberados para retornar à classe. Ao menos, se estivéssemos na detenção, não teríamos que voltar para a tortura que eram as aulas de biologia da Mrs. Bishop. Acho que ela forçou a barra da suspensão a troco disto também, de nos atormentar ainda mais.

Aquela manhã como um todo pôde ser resumida na expressão ‘’martírio sem fim’’. Exceto pela aula de artes plásticas. Quem lecionava essa matéria era uma mulher sensacional chamada Mary Jane. Ela dispensava as nomenclaturas excessivamente formais e me encantava por possuir um visual hippie, além de esboçar uma paixão sem igual pelas artes até no simples ato de respirar. Eu não entendia muito bem o fato de ela ainda continuar lecionando naquela escola formatada e retrógrada, que era tão contrastante com a liberdade e fluidez que ela permitia em suas aulas. ‘’Como Mrs. Marshall, a diretora, não havia ainda provocado a sua demissão?’’ A dúvida ainda perdurava, até que fiquei sabendo que Mary Jane era amante de longa data de um dos donos daquela instituição.

Quando o sinal tocou na saída, recolhi meus pertences com pressa e peregrinei com tédio rumo à entrada do colégio. De repente, senti a presença de uma sombra um pouco atrás de mim. Era Kurt.

— Você vai querer mesmo vir comigo hoje mais tarde? – ele me perguntou instantes antes de apertar um isqueiro mirando no cigarro que trazia entre os lábios.

— Claro... – disse animada com a ideia de experimentar o baseado.

— Então podemos nos encontrar no prédio da prefeitura. Às cinco.

— Fechado.

 


Notas Finais


E aí, o que estão achando? <3


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