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História Tender Age In Bloom - Under The Moon


Escrita por: kakahcobain

Notas do Autor


Quarto capítulo aí gente!
Tentei postar ontem de noite, mas só consegui hoje mesmo.
Queria aproveitar pra agradecer os novos comentários e favoritos! Encoraja muito a continuar com a história.
Boa leitura!

Capítulo 4 - Under The Moon


Fanfic / Fanfiction Tender Age In Bloom - Under The Moon

Fiquei curtindo aquela brisa e aquele princípio de abraço enquanto mil e uma coisas malucas e inquietas brotavam na minha cabeça. Senti muita vontade de agarrá-lo. Contudo, ao mesmo tempo sentia uma ansiedade violenta por achar que eu não saberia conduzir aquele momento de forma romântica, e suspeitava que Kurt também não o faria, por ser bastante tímido. Depois de uns instantes, quando aquilo tudo já fervia em minha mente, tomei coragem e resolvi desencostar minha cabeça de seu ombro. E olhei para o lado, a fim de encontrar seus olhos. Instantes depois, senti meu coração palpitar ao perceber seu rosto se virando aos poucos em minha direção, e seus lindos olhos azuis aos poucos se direcionando aos meus. Fiquei nervosa de repente, ao mesmo tempo em que aquela delícia de brisa me acometia.

E num turbilhão de pensamentos, resolvi atravessar a barreira da ansiedade e movi uma de minhas mãos até a lateral de sua cabeça. Continuei alisando delicadamente seus cabelos claros com meus dedos, atenta ao tipo de reação que ele teria com aquilo. Eu percebi que ele ficou um tanto envergonhado com aquele toque, pelo olhar baixo e distante que lançou, meio que evitando o contato visual comigo. Mas ao mesmo tempo não rejeitou aquele toque, o que me encorajou a continuar. Desci um pouco a mão até a sua nuca e envolvi algumas mechas de seu cabelo em minhas mãos. Seu cabelo era bem macio e eu continuava aquilo só aproveitando o momento, ao mesmo tempo em que rezava para ele finalmente olhar para mim novamente. Fiquei nesse carinho por uns instantes, até ele finalmente retribuir o olhar.

Seu olhar era leve, meigo, e nesse momento soltei uma risada, destilando aquele nervosismo que eu sentia, e que provavelmente Kurt também compartilhava. Ele sorriu levemente com os lábios e com o olhar, me dando tempo para pensar no que faria em seguida. Decidi apenas diminuir aquela (já pequena) distância entre nós, inclinando levemente meu tronco em sua direção. Fechei meus olhos e apenas selei nossas bocas, sentindo seus lábios finos de encontro aos meus. Uma de minhas mãos segurou sua nuca e ele correspondeu um pouco depois alisando minhas costas.

Nos beijávamos com calma e carinho. Senti que Kurt estava um tanto tenso e tentei aliviar aquela tensão inclinando meu rosto, aprofundando aquilo sem pressa. Fui pedindo passagem de sua língua aos poucos. Eu agia na hiper intuição, aquele estava sendo meu primeiro beijo de fato. Eu já havia dado uns selinhos num primo meu, mas nada complexo ao ponto de envolver línguas e sentimentos realmente genuínos de desejo.

Nossas línguas se moviam de um jeito descoordenado, atrapalhado. Acredito que ele também não devia ter tanta experiência com beijos de língua.  Mas os segundos passavam freneticamente enquanto eu sentia uma miscelânea de gostos diferentes. Um misto de maconha, liberdade e desejo. Tudo ao mesmo tempo. Minha mente fervilhava, ao mesmo tempo em que se esforçava em se concentrar naquele beijo. Com o tempo conseguimos sincronizar melhor o ritmo de ambos e aquilo começou a me deixar com calor. Ele me envolvia em seus braços com um pouco mais de firmeza. Um vento gélido da noite insistia em nos cercar e contrastava com aquela cena.

Quando o fôlego pareceu escasso, nos desprendemos um do outro. Abri os olhos devagar e brevemente tive a impressão de não saber onde estava, de tão concentrada e imersa naquela sensação do beijo. Olhei para Kurt, acanhada, sem saber o que dizer, ou fazer. Ele retribuiu com um olhar ainda mais tímido, porém doce. Logo desviei de seu olhar e inclinei meu tronco para trás, deitando sobre o pano de tecido azul. Kurt pegou um baseado e acendeu ao meu lado. Deu uma tragada. Só foi naquele momento, deitada olhando para o céu, que reparei como estava a lua naquela noite.

— Só agora fui reparar que estamos sob uma bela lua crescente... – falei olhando pra cima.

— É mesmo – ele disse depois de seguir meu olhar e me passou o beck.

— Detesto aquele tipo de pessoa que só vê beleza na lua quando ela tá cheia – proferi sem pensar enquanto dava uma tragada.

— Por quê? - perguntou ele sentado ao meu lado.

— Por que isso soa superficial pra mim. E dá pra fazer um paralelo com quase tudo. Só damos valor para as coisas quando nos convém: Quando há serventia, beleza exacerbada ou outra vantagem qualquer. E ignoramos que do outro lado há alguém ou algo que, mesmo deixando de ser tão útil ou belo, continua vivendo. E existindo – eu falava enquanto revezávamos o beck, sem desviar o olhar do céu sobre nós.

— Acho que consigo entender. Somos uma raça de filhos da puta usurpadores.

— É por aí... – dei uma pausa para um trago, enquanto buscava algo na minha cabeça para esclarecer ainda mais minha tese. — Prestamos tanta atenção na aparência que... Acabamos por deixar a essência escorrer covardemente por entre nossos dedos.

— Tem razão – Kurt disse — Você acredita em Deus?  - me perguntou após uma longa pausa.

— Boa pergunta... – soltei uma pequena risada. — Por mais que eu diga que não, sempre sinto a necessidade de acreditar em algo.

— Essa necessidade é bem frustrante, não acha?

— Muito! É um dos meus maiores conflitos na verdade... – nesse momento inclinei meu corpo para o lado pra encará-lo melhor. — Eu queria conseguir seguir sem acreditar em nada. Mas caio naquela de que, estamos vivos, dentro de um planeta, com diversas capacidades... Às vezes me parece muito óbvio o nosso propósito de estarmos aqui.

— E qual seria? – o loiro perguntou curioso enquanto dava uma tragada.

— Aquela velha bobagem: Estaríamos aqui para evoluir e sermos melhores.

— Mas melhores em relação a o quê?! Ou quem?! – Kurt falava com ironia enquanto ria daquela nossa tentativa suspeita de tentar decifrar o mundo.

— Se mesmo chapada eu não tenho uma resposta pra isso... O que esperar de centenas de milhares de pessoas inertes e acomodadas, espalhadas por todo o globo terrestre? – dei uma pausa para um profundo suspiro – Somos um bando de bosta. Bostas que andam e falam. E que têm um ego de proporções infindáveis...

— Sempre que tenho esses pensamentos envolvendo tentativas de decifrar o mundo, acabo nessa conclusão. Cremos ser o topo da cadeia evolutiva. E nada de efetivo fazemos pra verdadeiramente ocupar essa posição. Só acabamos nos comportando como pedaços de merda ambulantes, sufocando, traindo, desrespeitando o outro.

Olhei para Kurt e ficamos um pequeno instante nos encarando. Consegui sentir que ele se revoltara repentinamente, principalmente em sua última fala. Aquele céu escuro sobre nós me dizia muitas coisas. E uma delas é que, tudo indicava que eu havia encontrado alguém ‘’sui generis’’ e que deveria dar valor a isso.

Ficamos revezando aquele beck, enquanto algumas teorias e ideias brotavam e lotavam nossas mentes. A noite já avançara consideravelmente ao nosso redor e confirmei isso ao checar meu relógio de pulso. Informei a Kurt sobre a hora. Infelizmente já era hora de ir. O ajudei a guardar as coisas em sua mochila e juntos começamos a fazer o caminho de volta. Caminhamos pela área verde até chegarmos naquele atalho do quintal de sua casa.

— Você tá legal? – ele me perguntou um tanto preocupado.

— Estou ótima... Aquela onda forte já passou. Bom... Então a gente se vê – me despedi dele já parando de caminhar, perto da fachada de sua casa.

— Eu te levo até sua casa – ofereceu ele.

— Ah, não precisa... Tá tranquilo pra mim.

— Tem certeza disso? – Kurt perguntou com aquele jeitinho tímido. Ri por dentro.

— Absoluta. Sei me cuidar sozinha.

— Se você insiste... – ele disse ajeitando melhor a mochila sobre suas costas. — Então até mais.

— Obrigada por hoje. Me diverti muito – lhe agradeci seguidamente de um sorriso.

— Não foi nada... Também me diverti.

Me aproximei dele e dei um beijo em sua bochecha. Sorri rapidamente e virei meu corpo em direção a meu caminho de volta.

— Sarah! – Kurt gritou meu nome.

— O que foi?! - Virei meu corpo e recuei um pouco o caminho, indo em sua direção.

Kurt ficou uns instantes em silêncio. Fiquei olhando para ele para tentar entender o motivo daquilo.

— Porque o silêncio...? – perguntei.

— Pensando bem, acho que seu pai não precisa saber que você está suspensa... – disse ele pensativo.

— E como seria isso?

— Fingindo que vai pra aula como se nada tivesse acontecido...

— E pra onde eu iria?

— Viria comigo. Amanhã minha tia Mary vai ter ensaio da banda dela. Podemos ir pra lá sem problemas.

— Puta merda, ótima ideia! – disse um tanto eufórica, não conseguindo esconder minha admiração pela aquela ideia. Kurt apenas sorriu.  — E sua tia tem uma banda?! Isso é bem maneiro.

— É legal. Ela é bem diferente da maioria da minha família. Vai gostar de conhecê-la.

Marcamos direitinho os detalhes para nosso plano dar certo. Depois finalmente fui pra casa. Pelo caminho, só conseguia pensar em tudo o que tinha acontecido naquela noite. E aquele beijo... Simplesmente não saía da minha cabeça. Me peguei várias vezes sorrindo abobalhada enquanto caminhava pra casa. Aliás, chegando lá, felizmente vi que meu pai ainda não havia chegado em casa. Só pedia para que ele não tivesse se metido em encrenca mais uma vez. Calmamente fui caminhando até meu quarto. Tirei os sapatos e me joguei com tudo na cama. Fechei os olhos e sorri sozinha ao perceber que ainda sentia um pouco da brisa. Senti como se aquela noite com certeza marcaria a minha vida. Marcava o começo da minha desesperada ânsia por prazer e entusiasmo nesse eterno cenário estéril em que eu enxergava a vida.

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado...
Beijos!


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