Tenderness – Capítulo único
— Você está suado, Baekhyun — Chanyeol constatou o óbvio – está tudo bem? — perguntou preocupado.
— Chanyeol. — o Byun franziu a testa — Eu estou apenas grávido, por quanto tempo você vai continuar a me tratar como um inválido? — prosseguiu o ômega.
Jongin – um alfa amigo do Park – também mostrava sinais de cuidados com o pequeno ômega grávido de nove meses.
Byun Baekhyun era o típico ômega que aparentava precisar constantemente de cuidados, sua estatura pequena fazia com que o moreno fosse confundido diariamente com uma criança, os fios de cor escura deixava-o com uma aparência angelical e doce; e agora que estava a espera de seu primeiro filho tudo parecia conspirar para que todos tivessem zelo para consigo.
— Sinceramente, eu acho que vocês estão exagerando... — Kyungsoo levantou-se para ficar ao lado do irmão mais novo.
— O Kyung está certo — Baekhyun concordou sorridente — vocês precisam entender que eu não irei quebrar a qualquer momento.
Na verdade era até mesmo uma ironia o Byun dizer isso, visto que sua barriga parecia ficar maior a cada dia, deixando-o com um aspecto que havia engolido uma melancia. Era completamente uma graça vê-lo tentar andar normalmente, seu marido – o Park – costumava-o chamar de Baek barrigudinho, pois adorava ver as bochechas gordinhas pintadas de vermelho. Apesar de estarem casados a cinco anos, o ômega ainda era muito tímido, principalmente pelos comentários provindos de seu alfa.
— Mas você precisa entender que essa preocupação exagerada é algo natural da nossa classe. — Chanyeol colocou a mão na testa do Byun, retirando as gotículas de suor acumulado. — Principalmente agora que você está prestes a ter o bebê. — completou antes de ajudar o menor se levantar.
Haviam combinado de fazer um piquenique neste início de verão – certo que sair nesse sol não foi considerado uma boa ideia a princípio, mas os dois ômegas – Baekhyun e Kyungsoo – haviam conseguido convencer os alfas. Estavam cansados de passar o dia enfurnados dentro de casa, precisavam ver gente, ou os animais; qualquer coisa diferente já era considerado uma conquista nesses últimos meses.
Baekhyun aceitou uma garrafinha de água do irmão e tomou um grande gole, sentia a necessidade de se refrescar e todas aquelas feromonas protetoras estava-o deixando tonto. Além de estar sentindo algumas dores na barriga, contudo o pequeno pensava ser apenas o seu bebê muito ansioso.
— Podemos parar em uma sorveteria antes? — o Byun perguntou esperançoso.
— Sério, Baek? – Chanyeol indagou casando — você sabe que o seu irmão precisa cuidar do Ken.
Ken era o pequeno integrante da família Kim, o bebê ainda era pequeno, tinha somente cinco meses de vida; e agora estava na casa dos avós.
— Eu sei... Mas eu queria ir com você. — respondeu com um bico nos lábios finos.
— Tudo bem. — Jongin tranquilizou o ômega — nós levamos isso para casa, e vocês podem ir se divertir um pouco mais. — Kyungsoo choramingou, teria que carregar todas aquelas cestas de volta para casa.
— Obrigado. — Baekhyun disse abraçando o irmão e seu parceiro.
Apesar do abraço ser considerado apenas um encostar dos corpos, visto que a barriga impedia que o pequeno Byun se aproximasse muito das pessoas.
Chanyeol passou o braço esquerdo pelos ombros estreitos, e puxou um pouco da blusa do menor – deixando conscientemente a marca deste a mostra. O alfa era alguém que gostava de mostrar o que lhe pertencia, e com o Byun não era diferente; Baekhyun era seu ômega, e seu orgulho de alfa não o permitia que outros iguais a ele se aproximassem muito do seu marido.
— Se divertindo? — o mais alto voltou a falar.
— Sim, — Baekhyun abraçou a cintura do outro — ultimamente você estava tão ocupado que eu pensei que havia se esquecido de nós. – explicou o Byun entristecido.
— Ei, — Chanyeol chamou a atenção do ômega — como eu poderia esquecer as pessoas mais importantes do mundo? — perguntou beijando as bochechas do menor.
Baekhyun sorriu; aqueles sorrisos únicos e retangulares que ele costumava dar quando feliz.
— O que você irá querer? — sussurrou o mais velho quando chegaram a sorveteria mais próxima.
O ômega sentou-se em uma das mesas vazias, logo em seguida apontou para o seu sabor preferido: chocolate. Sentia-se como uma criança que iria experimentar doce pela primeira vez, já que este não se lembrava mais quando foi a ultima vez que se deliciou com aquele tipo de sobremesa. Chanyeol passou a implicar muito com a sua alimentação quando descobriu que estava grávido.
Com o rosto vermelho e os olhos brilhantes o pequeno Byun lambuzava-se com seu sorvete. Por deuses, a cena era tão fofa que o alfa precisou limpar os lábios sujos do menor.
Baekhyun deu uma risadinha quase esquecendo-se completamente das dores anteriores. E, se não fosse o mal estar que o abatera repentinamente, aquilo teria continuado por mais algumas horas.
— Cha-anyeol. — o pequeno chamou pelo marido ofegante — Eu estou sentindo algo estranho.
Oras, era a sua primeira vez carregando um bebê, o pequeno Byun não saberia classificar esse tipo de situação; muito menos, não sabia que estava tendo os seus primeiros sinais de dar a luz.
— Não me diga que... — o alfa deixou a frase morrer na própria garganta.
Maldita hora que havia dispensado seu cunhado, provavelmente, sensato do jeito que era, Kyungsoo saberia o que fazer quando algo assim acontecesse. O Park estava tão perdido quanto o ômega que tremia de dor em seus braços.
— Senhora? — chamou por uma mulher que estava com seus netos — o meu marido precisa de um médico. — apontou para o menor.
A senhora, de aparentemente cinquenta anos olhou assustada quando o primeiro gemido soou no local, rapidamente levantou de onde estava e sentou-se ao lado do menor.
— Preciso que você respire e expire fundo a cada contração que vir. — disse calmamente.
Apressado, Chanyeol saiu da sorveteria afirmando que voltaria para buscá-lo e levá-lo para o hospital.
— Isso — a senhora falou — você está indo muito bem garoto. — sorriu tentando passar alguma confiança para o pequeno.
– Cadê o meu alfa? – perguntou sentindo as primeiras lágrimas surgirem.
– Ah, querido, não chore – a mulher limpou o rosto vermelho — ele já está voltando. — abraçou o corpo trêmulo do ômega.
Um alfa que estava passando de carro pela sorveteria notou quando Chanyeol pediu para que ligassem para uma ambulância. Comovido com o visível desespero do moreno, ofereceu-se para ajudar. Trazer Baekhyun para o automóvel não foi uma tarefa fácil, o pequeno precisou segurar-se em seu alfa, além de repetir várias vezes “eu não quero mais engravidar tão cedo”.
Chanyeol agradecia internamente pelas ruas estarem desertas, contudo, apesar de toda a calma na estrada, este precisava cuidar do menor o tempo inteiro. O alfa que estava dirigindo parecia acelerar a cada segundo que passava, fazendo o banco traseiro chocalhar constantemente. Ao chegarem ao hospital, Chanyeol não esqueceu de agradecer a boa vontade do alfa em ajudá-lo.
Baekhyun tentava somente focar-se nas feromonas de seu alfa – que lhe transmitiam força para continuar firme. O Park não se afastou em nenhum momento do marido durante o parto cesáreo, apertava a mão pequena entre as suas, beijava a testa vermelha e não cansava de repetir o quanto estava feliz em estar compartilhando este momento ao lado do seu ômega.
O som de um choro infantil logo foi ouvido por toda a sala, o beta responsável em cuidar da criança rapidamente se apressou em limpar e anotar todos as medidas do recém nascido. Chanyeol sorriu orgulhoso quando recebeu o pequeno alfa nos braços, os olhos pequenos ainda estavam fechados, e a boca de lábios finos emitia sons baixinhos de um recente sono.
— Ele é tão pequeno para um alfa. — o moreno murmurou alto o suficiente para todos ouvirem.
— É apenas um bebê, claro que ele seria pequeno. — respondeu o ômega cansado. — Você precisa avisar ao meu irmão, ele não vai gostar de saber que não esteve presente.
Chanyeol apressou-se em entregar o filho para o menor – apesar de tudo foi cuidadoso. Logo em seguida, ligou para Jongin. Com certeza Kyungsoo ficaria chateado quando soubesse que o seu sobrinho havia nascido, mas seria impossível este continuar com o mau humor após deparar-se com o pequeno alfa encolhido nos braços do ômega.
Quando o casal chegou não foi diferente do que Baekhyun havia imaginado. Kyungsoo corria apressado pelos corredores brancos, enquanto seu alfa apenas pedia desculpas por toda a movimentação no hospital. Seu irmão queixou-se de não ter sido o primeiro a saber, e Jongin insistia em se desculpar – já que ele havia concordado quando o menor pediu para tomar um sorvete. Contudo, tudo pareceu desaparecer quando viram pela primeira vez o sobrinho – e afilhado. Os bracinhos gordinhos estavam juntos no peito do pai ômega, enquanto este dormia tranquilamente.
— Olá, Yong. — Disse Kyungsoo para o dorminhoco.
— Baek, — foi a vez do alfa moreno notar o ômega deitado — você está bem? — perguntou, em um tom que exalava cuidados.
Jongin já havia passado pela mesma situação, quando seu ômega teve o seu primeiro filho, o moreno não conseguiu estar presente, algo que o abalou muito a estrutura emocional de Kyungsoo. Por isso, estar preocupado com a saúde do Byun era algo completamente natural para si.
— Um pouco cansado. — respondeu bocejando — Você quer segurá-lo? — perguntou ao irmão.
Kyungsoo que estava brincando com o dedinhos do pequeno, abriu o maior sorriso que sua boca carnuda permitiu, rapidamente pegando o sobrinho no colo.
Yong parecia ter herdado a maior parte de suas características do alfa – apesar de ainda ser pequeno, era notório os traços fortes de Chanyeol em si. Quando o bebê começou a chorar, o ômega pediu para que o pequeno voltasse para seus braços, entretanto notando a exaustão estampada na face do menor, Chanyeol buscou acalmar o filho.
Ambos eram pais de primeira viagem, contudo era visível o quanto estavam procurando fazer o melhor para a criança.
— Já está na hora de alimentar o Ken, Kyung. — Jongin sorriu ao se despedir.
O ômega apertou os lábios, impedindo-se de pedir para continuar ao lado do irmão; precisava priorizar o filho. Após mais alguns abraços e felicitações, o ômega saiu arrastado pelo moreno.
— Baekhyun? — Chanyeol chamou — Eu acho que ele está com fome. — entregou o filho ao marido.
– Precisamos chamar a enfermeira. – confessou tímido – Eu não sei como alimentá-lo.
Baekhyun como um ômega, era capaz de produzir leite através das próprias glândulas mamárias geneticamente modificada.
Atendendo ao pedido do moreno, o alfa interfonou solicitando a ajuda de mais alguém. Claro que o Byun teria que dar de mamar ao filho, entretanto para que isso ocorresse corretamente seria necessário de algumas dicas.
Depois de alguns minutos, uma enfermeira baixinha e de fios caramelos entrou no quarto sorridente. A senhora Zhang – uma beta – adorava ensinar aos mais jovens, principalmente ao notar que estes eram pai pela primeira vez.
— Mas que alfa resmungão. — brincou com o menor, Yong dava início a um choro faminto.
— Por que ele não para de chorar? — indagou o Byun.
Chanyeol estava ao lado do marido ansioso para o que viria a seguir.
— Ele está faminto meu querido. — respondeu se aproximando.
Acomodando melhor o ômega na cama, a senhora pediu que Baekhyun retirasse completamente a vestimenta superior – e, apesar de muita vergonha – o menor ficou sem a camisa hospitalar. Estava receoso sobre o próprio corpo, visto que sua barriga estava repleta de pontos, e ainda inchada.
Com o filho de volta em seus braços, a beta deitou o bebê entre os braços gordinhos do Byun, logo em seguida conduziu a boca do menor para o peito do pai – este que buscou imediatamente por comida.
— Meu peito está estranho. — murmurou Baekhyun — Isso é normal?
— Isto acontece porque você ainda não está acostumado. — respondeu — Na verdade, você ainda não está produzindo leite, isso que você está dando ao seu filho é o que chamamos de colostro, e só após alguns dias que você estará produzindo leite. — a enfermeira procurou esclarecer tudo o que os papais precisavam saber.
Baekhyun ficou calado esperando por alguma reação de seu alfa, estava ansioso em saber se este estaria tão feliz quanto ele. Entretanto, o ômega podia sentir pela marca que o maior estava muito mais emocionado do que ele, assim como as feromonas espalhadas pelo quarto transmitiam algo completamente agradável.
Visando deixar o momento família apenas entre os dois, a senhora pediu licença para se retirar, não antes de ouvir inúmeros agradecimentos. Chanyeol e Baekhyun observavam o pequeno mamar fascinados, a mãozinha segurava um dos dedos do pai alfa, enquanto o Byun controlava-se para não apertar de mais o menor.
Yong não parecia estar faminto como o pequeno ômega via nos filmes, na verdade ele parecia calmo, aproveitando as feromonas tranquilas no ar.
— Ele terá que comer por quantas horas? — Baekhyun questionou baixinho, temendo atrapalhar o filho.
— Acho que logo ele irá dormir. — o alfa colocou o bebê no braço, iria deixá-lo no bercinho que havia ali. — E você mocinho — apontou para o marido – também precisa descansar. — disse, deitando-se ao lado do moreno.
Quase que no mesmo instante, Baekhyun ajeitou-se melhor na pequena cama e pousou os fios escuros no ombro do alfa, bocejando logo em seguida – sentia-se exausto.
Chanyeol passou a observar os traços cansados do Byun. Os olhos estavam vermelhos, e a pele parecia estar mais oleosa que o normal; entretanto, nada parecia diminuir a beleza do menor. O ômega continuava sendo aquele garotinho que havia apaixonado-se na adolescência, assim como o amor entre eles parecia aumentar a cada dia.
[…]
Todavia, ultimamente Baekhyun não notava mais a mesma devoção para consigo após três meses desde o nascimento de Yong.
Chanyeol estava distante.
O alfa dizia estar ocupado de mais em seu emprego, pois o seu chefe iria transferi-lo de cargo, segundo ele, faltava apenas algumas semanas para virar o novo gerente da empresa. Mas, para Baekhyun estava sendo insuportável continuar sozinho.
Baekhyun precisava trabalhar em seu mais novo livro, mas as madrugadas passaram a ser recheadas de choros e manhas por parte do pequeno alfa. Yong praticamente trocava o dia pela noite, enquanto seu outro pai permanecia dormindo tranquilamente no quarto ao lado. O ômega tinha receios de pedir ajuda ao marido, já que ultimamente ele tinha passado a chegar mais tarde e sempre dizer que estava cansado.
Então era assim que os casamentos ficavam após a chegada do primeiro filho?
O choro infantil e necessitado anunciava que hoje não seria diferente, portanto Baekhyun saiu da frente do notebook para dar atenção ao seu filho antes que o Park despertasse. Todas as noites Yong acordava faminto, e por ainda mamar no peito, o pequeno Byun procurava descansar em um local confortável enquanto amamentava o menor – geralmente, depois de dar de mamar, Baekhyun sentia-se bastante faminto, portanto não era raro vê-lo com um pacote de biscoito nas mãos. Talvez fosse esta a verdadeira questão que o estava afastando do alfa. Chanyeol não sentia mais atração por si, havia engordado alguns quilos durante esses dias.
— Olá, Yong. — Baekhyun disse baixinho ao retirar o filho do berço — Você já está com fome? — perguntou cansado.
O pequeno ômega caminhou pelo corredor até a sala, enquanto ninava o filho nos braços para que este parasse de chorar. Após organizar algumas almofadas sentou-se no sofá e abriu os botões da camisa social – usava uma das camisas antigas do alfa. Yong rapidamente buscou pelo peito do pai, relaxando no momento em que sentiu o leite em seus lábios finos.
O ambiente passou a ficar em completo silêncio, Baekhyun tentava segurar as lágrimas ao pensar que esta seria mais uma das madrugadas que passava acordado sozinho, sem a ajuda do alfa para cuidar do filho; contudo, era difícil permanecer forte. Não queria passar o que estava sentindo pela marca, procurava deixar os sentimentos dentro de si, sufocando tudo dentro de si.
Baekhyun não percebeu quando adormeceu, como também não notou uma movimentação atrás de si. Chanyeol havia acordado atordoado com a ligação que o unia com seu ômega, portanto ao observar que estava sozinho na grande cama decidiu procurar pelo marido.
Havia o encontrado dormindo na sala enquanto amamentava o pequeno, Yong também parecia estar de olhos fechados, somente sugava o peito do pai sem muita força. Tentando não acordar nenhum dos dois, o alfa pegou o filho nos braços com cuidado e o levou para o quarto, antes de colocá-lo no berço beijou de leve as mãozinhas gordinhas do alfa. Logo em seguida voltou para a sala. Pensou em fazer o mesmo com o Byun, mas sabia que o ômega acordaria assim que sentisse o seu toque. Entretanto, decidiu não pensar e aproximou-se do menor; ficou surpreso ao notar os olhos um pouco molhados – odiava saber que seu ômega estava a chorar sozinho.
Tentando não fazer barulhos ou movimentos bruscos, Chanyeol sentou-se ao lado do moreno, porém ao sentir o estofado afundar o ômega abriu os olhos um pouco assustado. Visualizou o rosto do maior bem próximo do seu e foi impossível não corar ao lembrar-se que seu rosto ainda estava vermelho pelo choro recente.
— Por que você não me chamou? — perguntou Chanyeol, levando a mão para a bochecha gordinha.
— Você parecia cansado — murmurou rapidamente –– e eu não queria incomodar. –– Baekhyun abaixou o rosto sentindo novamente uma grande vontade de chorar.
— Ei, — o mais alto virou-se de lado para ficar de frente para o outro –– eu não gosto quando você mente pra mim. –– disse, após alguns segundos em silêncio.
— Eu não estou mentindo. — respondeu emburrado.
— Então, por que eu não consigo sentir nenhuma confiança vindo daqui? –– apontou para a marca em seu pescoço.
Baekhyun não soube o que responder, apenas levou as mãos em direção ao rosto – em uma falha tentativa em se esconder. O primeiro soluço escapou sem a sua permissão, e foi então que o alfa decidiu fazer algo, notava o quanto o ômega estava triste e queria saber a razão por trás de tudo isso.
–– Vem cá. –– chamou o ômega para sentar-se sobre suas pernas.
A reação foi quase instantânea, Baekhyun abafou o choro na camisa do alfa, deixando-se desabar no colo do marido. Estava cansado de mais de continuar a fingir que estava tudo bem.
— Me fala o que está acontecendo. –– pediu, afagando o cabelo um pouco comprido do menor.
— Você. –– Baekhyun retrucou, apertando os ombros largos. –– Eu sei que você vai deixar a nossa família porque eu estou gordo.
— O que? –– exclamou exasperado o alfa — De onde você tirou isso Baekhyun?
— Você não para mais em casa e não olha mais para mim. –– respondeu envergonhado.
Baekhyun voltou a se esconder no pescoço do alfa, inspirar as feromonas doces era como um calmante para si, sentia falta dos momentos em que ficava somente os dois.
–– As coisas estão delicadas no trabalho, Sehun, meu chefe, não para de me atolar com a papelada das várias reuniões que estamos tendo. –– disse, sentindo-se culpado –– Baekhyun, olha para mim. –– pediu, virando o corpo pequeno para ficar a sua frente.
O ômega obriga-se a encarar os olhos escuros, as palavras pareciam estar repletas de sinceridade, talvez ele estivesse exagerando ao pensar que o maior estaria cansado de si.
— Mas eu estou gordo, Chanyeol. — o alfa parecia surpreso pela insistência em que o Byun continuava a ter.
— Não, você não está. –– respondeu, ao apertar algumas gordurinhas no quadril do moreno. –– E, é normal aumentar o peso depois de uma gravidez. Agora para de chorar que eu não gosto quando isso acontece. –– Chanyeol passou a mão direita no rosto do Byun, limpando qualquer resquício de lágrimas.
Baekhyun sorriu com o cuidado que o alfa sempre tinha consigo, talvez se ele tivesse conversado com o parceiro antes, tudo isso poderia ser sido evitado.
— Então, –– o Park chamou a atenção do menor –– o que você acha de nós tiramos o atraso agora? — perguntou nada discreto.
— Chanyeol! —Baekhyun tentou se afastar do alfa, mas foi impedido pelo aperto em seu quadril.
— Vamos lá, Baek. O Yong está dormindo, teremos tempo para fazer. –– sussurrou no ouvido do ômega.
Um arrepio cruzou a coluna do Byun ao sentir o hálito quente, Chanyeol conseguia sentir pela marca o quanto o marido estava disposto a aceitar o convite.
O alfa buscou pelos lábios finos do menor, sentia falta do sabor que só o seu ômega possuía; as língua se encontraram rapidamente, passando a vasculhar toda a boca alheia. Baekhyun ainda era muito tímido em momentos como esses, contudo a saudade misturado com a afobação fazia com que o pequeno buscasse sentir intensamente tudo o que o seu alfa poderia lhe dar.
— Humm. –– ofegou Baekhyun, as mãos grandes insistiam em adentrar sua camisa.
— Tudo bem? –– Questionou o maior, retirando o tecido incômodo das peças superiores.
Baekhyun não conseguiu responder ao sentir os lábios grossos em meus mamilos sensíveis, Chanyeol sugava a aréola sem muita força, no mesmo momento em que as unhas arranhavam o seu pescoço. As pernas pequenas apertavam a cintura do alfa a todo instante, o menor sentia o calor aumentar a cada toque mais ousado em sua pele.
— Será que poderíamos fazer no escuro? –– o Byun perguntou a procura de ar.
— Eu quero te ver. –– Chanyeol respondeu prontamente –– Você está lindo Baekhyunnie. –– murmurou pronto para outro beijo.
A medida que as carícias aumentavam, Baekhyun podia sentir um líquido viscoso escorrer por suas partes baixas; não estava em seu período fértil, mas apenas em ter o corpo grande lhe estimulando era capaz de produzir sua lubrificação natural. O Byun abraçou o pescoço do maior quando um novo beijo foi iniciado, o sabor de ambos perdiam-se nas bocas um do outro, as línguas chocavam-se sem muita violência, ou dominância – queriam aproveitar o máximo do tempo em que estiveram longe.
Baekhyun sentia o quando o marido já estava duro abaixo de si, assim como o próprio não estava muito diferente. As feromonas de desejo e excitação já espalharam-se por toda a sala por parte de ambos.
— Chanyeol. — gemeu, sentindo sua calça do pijama deslizar por suas pernas.
Tentando aliviar o estado do alfa, o menor passou as ondular o quadril sentindo o membro duro friccionar sua bunda, Chanyeol suspirou pesadamente com o movimento inesperado, entretanto não reprovava a atitude do moreno.
— Tira isso. — pediu o pequeno, referindo-se a bermuda que o alfa usava.
Chanyeol ajudou ao menor apoiar-se nos joelhos enquanto retirava o que o outro havia pedido, assim como também removeu a boxer azul marinho com pressa. Logo após, puxou o ômega pelo quadril, chocando-o com seu falo carente.
O gemido dengoso que o menor soltou precisou ser abafado pela boca do Park – não queria que o filho acordasse.
— O que você acha de dar um pouco de atenção para ele também? — murmurou o maior ao afastar-se minimamente.
O manear afirmativo que recebeu do Byun veio acompanhado de um sorriso envergonhado, apesar de todos esses anos, Baekhyun continuava a corar com simples momentos. Ao ter novamente os pés no chão, o ômega precisou apoiar-se nos ombros largos, sentia as pernas fracas somente em imaginar o gosto do maior em seus lábios. Antes de ajoelhar-se entre as pernas longas, Chanyeol ajudou o pequeno a retirar a última roupa que residia em si.
Baekhyun alisou as coxas do maior, notando os pelinhos da área arrepiar-se com o contato. E, como se não quisesse perder mais nenhum segundo sugou a glande do alfa, desfrutando das feromonas possessivas sobre si.
— Ômega... — gemeu surpreso, segurando nos fios castanhos.
Para um alfa, demandar submissão em um momento como esse era algo natural – primitivo, do qual era impossível conter, e Baekhyun, bem, este não incomodava-se com algo assim; até mesmo, como ômega sentia-se ainda mais excitado.
Baekhyun empenhava-se em engolir até onde a sua garganta suportavam, passando a língua por toda a extensão, sentia-se incentivado a arrancar toda a sanidade do alfa com o oral. O Park tentou comandar o ritmo em alguns momentos, contudo, a cada vez que puxava a cabeça do moreno, sentia este aumentar a pressão nos lábios, desfocando-o com o prazer.
Apesar de amar a boca do pequeno em si, Chanyeol precisava sentir mais do Byun, precisava sentir o inteiro quente do ômega apertando-lhe.
— Vem cá. — pediu, puxando o menor pelos braços.
Baekhyun estava fraco devido a posição, a boca vermelha e inchada denunciava o quanto o pequeno estava gostando em tocar o alfa. O pequeno voltou a sentar-se no colo do companheiro, sentindo as mãos firmes apertarem as gordurinhas do quadril.
O alfa quase rosnou ao sentir a fragrância doce da lubrificação natural do ômega na sala.
— Chanyeol. — Disse Baekhyun, em um pedido mudo que o mais alto entrasse em si.
Já fazia alguns meses que ambos não se juntavam como parceiros, então foi inevitável para o menor não sentir um certo desconforto com a invasão.
— Ngh... Espera. — pediu, a respiração acelerada.
— Tudo bem? — indagou o maior preocupado.
— Só vai mais devagar. — sussurrou, escondendo o rosto no peito do alfa.
Chanyeol não pressionou o moreno, procurou entrar devagar, assim como também esperou para iniciar os movimentos de entrar e sair. O aperto forte em seus ombros ainda mostrava que seu ômega não estava bem.
Entretanto, no momento em que Baekhyun teve sua próstata acertada, tudo pareceu sumir diante do prazer, algo que não passou despercebido pelo mais velho. O ritmo aumentou, assim como os gemidos precisaria ser contidos através de beijos prolongados.
— Alfa! — suplicou o Byun, quando suas pernas pareciam fracas demais para continuar a rebolar no colo do maior.
Chanyeol inverteu as posições no sofá, deitando o ômega para que assim conseguisse impor seu ritmo, enquanto sentia as unhas curtas lhe arranhavam as costas, ou qualquer pedaço de pele ao alcance do ômega.
O alfa sentia pela marca o quanto o menor já estava próximo do fim, ele mesmo não estava em condições de durar muito, um rosnar alto foi solto próximo a orelha do Byun, fazendo com que o pequeno chegasse ao ápice, sendo seguido pelo outro.
Chanyeol esperou o estado de torpor passar para puxar o companheiro para um banho, entretanto, sabia o quanto o menor ficava manhoso após o sexo, portanto levá-lo até o box não foi uma tarefa fácil, e apesar de muito protestar, Baekhyun venceu em convencer o maior a carregá-lo para o chuveiro.
— Você precisa mesmo ir trabalhar amanhã? — perguntou o Byun, finalmente após alguns minutos já estavam ambos deitados no quarto.
O alfa não soube como responder, precisou pensar em como explicaria que a situação em seu emprego não estava fácil, mas tinha esperanças de dentro de um mês ser promovido, assim teria mais tempo para a família.
— Você sabe que sim. — respondeu, notando o olhar magoado do menor — Mas eu prometo não me distanciar novamente. — disse, abraçando o Byun antes que ambos finalmente dormissem.
[…]
— Eca. — Yong fez cara de nojo ao ver os pais trocarem um beijo rápido.
— Um dia você vai parar de dizer isso, Yong. — o pai mais alto disse — E nesse dia, eu farei questão zoar com você.
Na verdade, Baekhyun percebeu que Chanyeol não era um exemplo de pai. Yong tinha agora quatro anos e o ômega não sabia identificar qual dos dois era o mais novo quando acontecia alguma provocação.
— Parem os dois. — o Byun pediu cansado.
Yong fez um bico ameaçando chorar, mas Baekhyun foi mais rápido em colocar o filho no braço. Era sempre assim, sempre que acontecia alguma demonstração de carinho na frente do pequeno, este reagia de maneira mais birrenta possível, e Chanyeol, como se para provocar ainda mais, não sabia controlar a boca – no fim, sobrava para o ômega reverter a situação.
– Yong, — Kyungsoo chamou pelo sobrinho — Por que você não vai brincar com o Ken? — perguntou, apontando para o castelinho de areia que o filho brincava com o pai.
Depois que Chanyeol foi promovido no trabalho as coisas passaram a mudar, agora o alfa tinha mais tempo para aproveitar com a família. E, hoje estavam todos reunidos na praia, Baekhyun e Yong insistiam em querer ver o mar durante uma semana e para aproveitar o sol que fazia este verão, decidiram ir para o litoral.
— Eu posso papai? — o pequeno alfa questionou.
— Eu também posso ir ? — dessa vez era Chanyeol que pedia a aprovação do companheiro.
— Ok. — respondeu — Mas, Chanyeol, não deixe ele comer areia. — murmurou apenas para o marido ouvir.
Yong ainda tinha o costume de levar qualquer coisa a boca, e mesmo que não fosse comestível o pequeno ainda insistia em engolir tudo o que visse pela frente.
— O Jongin parece saber exatamente o que o Ken precisa. — suspirou cansado.
— Sabe que eu não entendo o porquê do Yong ser tão apegado a você. — Kyungsoo tentava explicar — Por ele ser um alfa, o normal seria ele preferir o Chanyeol, assim como o Ken passa muito mais tempo com o Kai.
— Imagino que agora você terá alguém para ser assim também. — falou, referindo-se a barriga de seis meses do irmão.
Kyungsoo estava grávido do segundo filho, porém ficou sabendo há alguns meses atrás que desta vez iria ter um ômega.
Baekhyun franziu a testa ao lembrar-se do pedido recente do alfa. O maior queria dar um irmão para Yong, mas claro que o ômega foi contra. Ambos ainda eram muito novos para ter outro filho, além do mais, o moreno não queria entrar em uma espécie de competição com o irmão. Enquanto Chanyeol, por instintos de alfas não queria ficar para trás ao ver seu melhor amigo com outro filho.
— E você Baek — o moreno de lábios acentuados chamou a atenção do irmão — Quando vai dar um irmão para o Yong? — questionou.
— Eu não quero pensar nisso agora. — o Byun respondeu rápido.
— Mas você está tomando os supressores? — perguntou no mesmo modo sério — Ou está usando proteção? — continuou, achando adorável a vermelhidão que tomou conta do rosto do irmão.
— Claro. — respondeu, sem muita confiança.
— Sabia que você não sabe mentir. — Kyungsoo mais afirmou do que perguntou — Se você não quer engravidar deveria se prevenir mais. — disse, agora mais cauteloso.
— Ah. — Baekhyun gemeu desgostoso — Eu me esqueci tá! — precisou se controlar para não gritar com o irmão.
— Mas se vocês não transaram em seu período fértil não precisa se preocupar. — o menor entre os dois disse apressadamente.
— Esse é o problema, o meu último cio acabou em menos de três dias, e nós não usamos proteção. — comentou, sentindo os olhos lacrimejarem por estar compartilhando isso com o irmão.
— Se você estivesse grávido eu já saberia antes de você me contar. — Chanyeol disse, aparecendo com Yong nos braços e Jongin ao lado.
A expressão de alívio não passou despercebido pelo alfa, mas o que fez com que todos caíssem na gargalhada foi quando Baekhyun notou que não estavam mais sozinho e que seu marido e cunhado haviam escutado parte da conversa.
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