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História Tenebris - Prólogo.


Escrita por: Kamysss

Notas do Autor


Hesllou, babys. Cá estou eu com mais uma fanfic, que particularmente estou adorando escrevê-la, apesar de abordar um tema bem delicado. Queria agradecer a Julia pela capa divosa, eu adorei <3 e, especialmente, à Betila, ~BTL-Masoli, que está betando e me ajudando com a fanfic <3 obrigada mana! <3
Espero que gostem desse pequeno prólogo, e tenham uma boa leitura <3

Capítulo 1 - Prólogo.


Fanfic / Fanfiction Tenebris - Prólogo.

Os olhos negros observaram a imensidão azul do céu, relaxando o corpo sob a grama. Estar naquele parque era como ter metade de si novamente. O vento batendo suavemente em seu rosto e o som das risadas das crianças ao redor sempre acalmava a tempestade em seu interior. As lembranças das incontáveis vezes que estivera ali, divertindo-se com seu pai, dos inúmeros sorrisos sinceros eram o que fazia-o esquecer brevemente de como seu genitor era completamente diferente dentro de casa.

As idas ao parque foram diminuindo, as brincadeiras se tornando menos divertidas, os diálogos cada vez mais evasivos, os sorrisos entristecidos, e a verdade, pouco a pouco sendo revelada.

Primeiro, foram os gritos que podiam ser ouvidos de dentro do quarto, no dia seguinte o hematoma no olho, que nem mesmo fora escondido pela maquiagem. E então, a primeira desculpa havia sido proferida.

Bater o rosto contra o corrimão da escada ao tropeçar fora o motivo perfeito para fazer uma criança de oito anos acreditar e manter-se calada. No entanto, os anos foram passando, mais marcas roxas e enormes preenchiam a pele branca, o semblante triste e os suspiros ao chorar pelos cantos da casa, os berros incessantes, o barulho do corpo chocando-se contra os móveis.

Quanto mais Sasuke crescia, mais começava a perceber que os “tombos’’ que sua mãe tanto afirmava, não eram nada mais nada menos que agressões.

Sua mãe já sabia que de nada mais adiantava omitir o que se passava em seu lar, então deixou de tentar mascarar o inferno em que vivia, mantendo-se sempre calada e escondida no quarto sempre que seu filho estava em casa. O seu primogênito morava com o tio em outra cidade, ela engravidara jovem e as condições financeiras não lhe ajudaram. Entretanto, quando conseguiu ter estabilidade para sustentar-se, Itachi, que ainda era uma criança na época, recusou-se a voltar para a casa dos pais. E talvez tenha sido melhor assim, ao menos conseguiria poupá-lo de presenciar as agressões.

Para Sasuke, as fantasias de pai perfeito e herói haviam sido atropeladas por um turbilhão de sentimentos negativos, que consumiram seu interior todas as vezes que começara a presenciar, atrás da porta, os abusos.

Força lhe faltava para reagir.

Queria interferir, proteger sua mãe, mas sempre que tentava avançar um passo adiante de seu pai suas pernas ficavam bambas e seu corpo inteiro tremia. Sentia-se covarde, incapaz de proteger aquela que seria capaz de dar sua vida por sí.

Cada gemido sofrido, pedido por misericórdia, calma e o pior “Sasuke pode ouvir” destroçava seu coração, e ele não podia fazer nada.

A imagem de seu herói desferindo tapas e socos em sua mãe revirava sua cabeça, incapacitando-o de qualquer ato de defesa, embrulhava seu estômago deixando-o nauseado. Toda a imagem de bom pai e marido atencioso foram destruídas.

Sua adolescência chegou, seu tão aguardado dezesseis anos, mas…

Não restava mais nada.

Não havia amor, não havia admiração, só restará ódio, asco.

Começara a evitar tudo e qualquer aproximação de seu pai, seu rendimento escolar caindo, passando pela a famosa fase de rebeldia, quando na verdade se excluía mais e mais de tudo e todos.

As noites não foram mais as mesmas, os pesadelos e tormentos acabavam com seu sossego. A dúvida do porquê sua mãe não tomava uma atitude contra as agressões não lhe saía da cabeça. Mikoto era uma mulher forte, trabalhadora e acima de tudo, uma mãe amorosa. Por qual motivo ela não o denunciava? Ele não compreendia.

E então, o primeiro corte se fez presente no pulso, não tão profundo, mas visível o suficiente para sua mente sempre lembrar do motivo que fizera aquilo.

A sensação da dor carnal dava-lhe alívio da dor no coração, da mente perturbada.

Logo, a automutilação se tornaram frequentes, a sensação de alívio vinha imediatamente, mas dissipava-se tão rápido quanto chegava, e por fim, o círculo hediondo repetia-se novamente.

Nas lâminas, Sasuke viu a única saída que lhe parecia correta diante de todo o desmoronamento que estava acontecendo em sua vida. Machucar-se era bem menos doloroso do que cogitar a hipótese de ferir e descontar em seu pai todo o sofrimento acumulado em seu peito.

Não contara a ninguém sobre o assunto, nem mesmo para sua namorada e melhor amiga, Sakura, que a cada abordagem sobre o uso de blusas de mangas compridas, mesmo no calor, se sentia ainda mais preocupada. O comportamento de Sasuke deixou de ser afetuoso, agora solitário e melancólico, ela sequer compreendia o motivo de tamanha mudança, e sempre que tocava no assunto só recebia respostas vazias.

E perdido em seus dolorosos pensamentos, ele só se dera conta de que Sakura estava em pé a sua frente quando a mesma estalou os dedos, chamando sua atenção.

─ Sasuke!

Ele piscou algumas vezes e inclinou a cabeça para o lado.

─ Hã?

─ Não ouviu o que eu disse? – ele gesticulou negativamente. Sakura suspirou, dando-se por vencida e sentando ao seu lado. ─ Eu passei na sua casa e seu pai disse que estava aqui.

Pai...

Uma palavra tão pequena e que têm um significado tão simbólico.

Notando o quanto ele havia ficado abalado e mesmo sem entender o porquê, Sakura o puxou para perto de si, abraçando-o.

─ Me diz o que está acontecendo, sei que há algo te atormentando e eu preciso saber para te ajudar. – ela implorou num sussurro. As mãos pequenas acariciaram os fios negros e Sasuke, após muito tempo sem demonstrar seus sentimentos mais profundos, deixou-se levar pelo calor dos braços de Sakura e permitiu que as lágrimas antes presas, deslizassem de seus olhos.

Estava tão cansado.

Não a contaria sobre as agressões que sua mãe sofria, porém, ao menos uma vez, deixaria para tentar ser forte outra hora.

─ Eu só queria que parasse. – a voz falha fez com que Sakura sentisse um aperto em seu coração, inundado pelo sentimento de incapacidade de não poder ajuda-lo.

Sasuke recusava-se a ser amparado. Não queria que sentissem pena de si, o orgulho e a teimosia era maior que a força de gritar para os quatro cantos do mundo o quanto estava sofrendo, o quanto sua vida estava fora de rumo e que se sentia em um beco escuro, sem escape.

Ainda abraçados, Sakura permaneceu em silêncio. Não o questionaria, não insistiria.

O motivo de ter ido atrás dele deixaria para contar depois. Envolvia muito mais que eles dois e uma briga naquele momento desmoronaria ambos.

Especialmente, se tratando de uma gravidez não planejada.


Notas Finais


Gostaram? <3
PS: os primeiros capítulos da fanfic serão narrados na adolescência dos personagens, para que vocês possam entender o que virá pela frente após a passagem de tempo no decorrer da fanfic.
Espero que tenham gostado, e beijão da tia Mylla <3


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