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História Tenha-me - Treze


Escrita por: Melyssa_

Notas do Autor


Não me desculparei, chega de desculpas. Vocês devem estar cansados de ler minhas desculpas pelos atrasos e continuar atrasando, não é mesmo?

Vamos ler, pequenas amoras do meu coração. <3'

Capítulo 14 - Treze


Sasuke

 

Decido ir até Sakura para o caso de ela precisar de ajuda com a mudança. Ela está grávida e carregar peso está estritamente proibido. Eu sei que ela não trouxe muita coisa, assim como ela não levou muita coisa quando partiu. Talvez ela não tenha levado nada.

Subo as escadas tranquilamente, um sorriso está estampado no meu rosto. Tudo anda indo tão bem. Eu e Sakura estamos bem, Anne está aqui e em breve terei outro filho. Acho que conquistei a felicidade máxima possível.

Quando abro a porta do quarto de Sakura, meu peito aperta, e a sensação de segundos atrás de que tudo estava perfeito, se esvai sem o meu controle. Sakura está sentada no chão, as costas apoiadas na cama e seu peito sobe e desce descontroladamente. Seu rosto está encharcado de lágrimas e percebo suas mãos tremerem no seu colo. Eu nunca a havia visto daquela forma, e agora sinto que irei surtar em desespero.

– Anjo! – Seguro seu rosto em minhas mãos, forçando-a a me olhar. – O que aconteceu? O bebê tá bem? Alguém te machucou?

Sinto meu coração acelerado.

– Tá tudo bem. – Ela franze a testa e percebo que ela está pensando. – Os hormônios atacaram novamente. Um creme que eu amava acabou e eu fiquei mal. – Ela diz, mas algo me diz que ela está mentindo, mas não a perturbo. Pergunto o motivo real mais tarde, quando ela estiver mais calma.

– Eu comprarei outro para você, certo? Venha. – Levanto e a trago junto comigo, segurando suas mãos firmemente.

Ela apenas assente em concordância.

– Vá para o nosso quarto e descanse, levarei suas coisas. – Digo olhando em seus olhos.

Sakura não discute, apenas faz o que eu digo e segue em direção a porta do quarto, atravessando o corredor em direção ao nosso quarto. Percebo que suas malas já estão prontas em cima da cama, pego-as, mas noto um pedaço de papel embolado jogado no chão, ao lado do lugar onde Sakura havia acabado de se levantar. Franzo o cenho e o pego. Desembolo o papel com cuidado e leio o que está escrito.

 

Achei você.

 

Estava escrito apenas isso. Eu não sei do que realmente tratava o bilhete e nem o que essa frase queria dizer, mas eu tinha um pressentimento ruim quanto a isso. Guardo o papel no bolso traseiro da minha calça e resolvo questionar Sakura sobre a existência desse bilhete uma outra hora, quando ela estiver mais calma e controlada.

Pego as malas e saio do quarto, fazendo o mesmo trajeto que Sakura fez minutos atrás. Quando entro no quarto, ela está deitada na cama, enrolada o máximo que sua barriga de seis meses e meio permite.

Aproximo-me dela e acaricio seu cabelo. Ainda há marcas do choro compulsivo de pouco tempo atrás, sua testa está franzida, como se estivesse tendo um pesadelo ou um sonho desagradável. Abaixo sobre seu corpo, pairando sobre ele. Beijo sua bochecha e cubro seu corpo com a coberta.

– Tenha um bom sono, Anjo. - Sussurro em seu ouvido. Ela estremece e seu rosto relaxa. Sorrio.

Olho para as malas de Sakura e penso em arrumá-las, mas me lembro que tenho algo importante a fazer hoje. Deixo-as lá e sigo para o banheiro, tomando uma ducha rápida. Seco meu corpo assim que termino o banho e visto um das centenas de ternos que possuo. Termino de me arrumar, deixo outro beijo em Sakura e sigo para a empresa.

O enorme prédio de vidro é a mesma coisa sempre. Funcionários, clientes e empresários que pretendem se juntar a Uchiha. Todos transitam no saguão, nos andares, nos corredores, elevadores e qualquer centímetro de chão que o prédio permita.

Onde eu estou, eles abrem caminho, fazem reverência e param o que estão fazendo imediatamente para me saudar. Não é como se eu gostasse ou odiasse, mas aqui eu sou como um deus. O rei supremo, ou algo do gênero. Me incomoda, confesso.

Minha sala está perfeitamente arrumada. Tiro o paletó e o coloco no encosto da cadeira, onde me sento logo após. Ligo o computador e começo a trabalhar. Leio todos os e-mails que recebi recentemente e resolvo os pendentes. Leio também os relatórios das mineradoras, dos joalheiros e da equipe de design sobre a nova coleção inspirada em Anne e Sakura. O lançamento está previsto para daqui um mês e meio e quero apresentar a coleção nova no mês que vem.

Resolvo tudo que posso resolver e dou mais uma olhada nos croquis que desenhei das peças e avalio com o desenho 3D projetado no computador. Está tudo como planejado. Mas ainda havia mais um problema a ser resolvida. Pego o telefone em minha mesa e aperto o botão que redireciona para minha secretária, Lanie. Ela atende no mesmo segundo.

– Sim, Senhor Uchiha? – Ela diz.

– Lanie, ligue para minha casa e peça a Kakashi para trazer Ino até meu escritório. Quando ela chegar, me avise. – Respondo.

– Farei isso nesse minuto, Senhor Uchiha. – Ela responde de volta.

Continuo resolvendo tudo e acertando os detalhes da nova coleção enquanto aguardo a chegada de Ino. Trinta minutos depois uma batida na porta ecoa.

– Entre. – Digo, sem tirar os olhos do computador.

Lanie abre a porta e entra, fechando-a logo em seguida.

– A senhorita Ino está aqui. – Ela avisa. Sua postura é profissional, seu rosto sério e seu terninho não tem um amarrotado sequer. Eu não preciso olhar para ter certeza disso.

– Mande entrar. – Respondo.

Lanie sai e deixa a porta aberta o suficiente para a entrada de Ino. Ino entra em minha sala, os olhos observando cada centímetro do lugar. Seus passos são pequenos e inseguros, como se estivesse se perguntando porque realmente ela estaria ali.

– Por favor, sente-se. – Digo. Minha voz ecoa por todo o ambiente. Ino apenas me encara e faz o que eu peço. Ela caminha até minha mesa e se senta na cadeira em minha frente.

– O que o senhor deseja, Senhor Uchiha? – Ela diz.

Mordo a parte interna da minha bochecha.

– Já disse que pode me tratar informalmente. – Respondo e tomo um pouco do líquido preto da minha xícara.

– Certo. – Ela responde baixo, apesar da minha resposta ser retórica.

– Pedi que te chamassem aqui pois preciso falar com você sobre algo e não achei oportuno conversar sobre isso em casa. – Respondo observando o rosto de Ino que me encara confusa.

– E por que não?

Ela está apreensiva.

– Não quero que Sakura saiba por enquanto. Então conto com sua discrição. – Dou um meio sorriso e viro-me para o computador por alguns segundos quando o barulho de notificação de um novo e-mail chega, mas logo retorno minha atenção para Ino. – Eu conversei com Sakura logo após buscarmos você.

Ela franze os olhos.

– Eu realmente não entendo como eu virei pauta de vocês. – Noto o tom irritado em sua voz.

– Foi desconcertante presenciar aquilo. – Foi o melhor adjetivo que encontrei para descrever o quão ridículo era aquela casa sem ofendê-la diretamente.

– E você precisa curar o seu ego. – Ela rebate.

Encaro-a com uma certa insatisfação.

– Não é questão de ego, Ino. É questão de reconhecer os erros e fazer o certo.

– E com isso quer dizer que vai me dar dinheiro?

Pisco.

– Não. Confesso que essa foi minha ideia inicial, afinal eu nunca me importei com os problemas alheios. – Desabafo. Só então noto como eu era mesquinho antes de conhecer Sakura. Sorrio involuntariamente. – Sakura me aconselhou a lhe dar um novo começo. Uma nova perspectiva, se possível.

Dessa vez eu não a encaro, meus olhos estão no protótipo de colar inspirado nos olhos dela. Doces e intensos olhos verdes.

– Aonde você quer chegar, Sasuke? – Ela suspira, como se estar aqui fosse algo ruim e incômodo.

– Eu tenho uma proposta a lhe fazer, Ino. Quero te dar um futuro, assim como para sua mãe. – Vejo seus olhos se cerrarem, sinal de que tenho sua atenção. Você já pensou em alguma vez cursar faculdade? Pelo que li nos seus dados, você tem o ensino médio completo.

– Sim, já pensei em fazer faculdade. Design, para ser mais exata. – Sorrio involuntariamente. – Mas por que isso importa agora? – Noto o desconforto dela.

– Eu pensei muito sobre o que Sakura disse e em uma forma de me ressarcir com você. Eu quero lhe dar um futuro, Ino. Por ora envolve dinheiro, claro, mas será algo pequeno em comparação ao que você se tornará.

Ela me encara novamente como se estivesse tentando entender em qual língua eu estivesse falando.

– Tenho uma proposta para você, Ino. Eu realmente espero que você não a recuse.

– Que tipo de proposta? – Ela está na defensiva.

– Eu investirei nos seus estudos. Você está algum tempo parada então precisará de uma revisão, pagarei um cursinho e você terá apenas de estudar bastante para passar na faculdade de design. Estagiará aqui na empresa e se no estágio você se sair bem, terá uma vaga garantida aqui. – Concluo. A reação de Ino não é bem o que eu esperava. Ela está quieta, me olhando como se eu fosse um alienígena.

– E porque você acha que eu preciso da sua caridade? – Ela rebate.

Penso por alguns segundos. A sala fica em completo silêncio e Ino me encara como se quisesse me bater, como se eu estivesse tocado em algo ou assunto do qual eu não deveria.

– Eu não tive a intenção de lhe ofender, Ino. A minha intenção é me desculpar com você, não estou fazendo caridade, para falar a verdade, eu gasto muito mais com caridade do que a mensalidade de uma faculdade e um cursinho. Você é uma pessoa importante para Sakura, assim como Sakura é uma pessoa importante para mim. Mas acima de tudo, não estou fazendo isso por peso na consciência ou por Sakura ser a mulher que eu amo, estou fazendo isso porque vejo em você um potencial. Eu serei apenas a sua conta bancária, você fará todo o resto sozinha.

Ela pisca, me observando e digerindo minhas palavras. Tudo que eu disse foi uma completa verdade. Eu não pretendo enxergar Ino como uma pedra no sapato. De alguma forma ela passou a ser parte da família, assim como Tsunade e Kakashi. Se Sakura quer cuidar dela, eu também irei.

– Se você não quiser isso, é uma escolha sua. Eu só não quero a ver mais sendo minha empregada, quando é alguém tão próxima de uma pessoa próxima a mim. Não estou dizendo que ser doméstica seja algo inescrupuloso, apenas digo que se por ventura, você quiser sair da mansão, terá uma forma melhor para viver sem depender de prostituição ou trabalhos mal pagos.

Ela morde o lábio e seus olhos voam para a vidraçaria atrás de mim. A paisagem é composta por todos os arranha-céus do centro da cidade. É uma paisagem linda.

– Eu só não entendo por que resolveu fazer isso agora? Por que eu?

– Porque você aceitou ser a madrinha de casamento de Sakura. Você é parte da família agora, Ino. Eu pretendo cuidar e proteger a minha família.

Vejo seus olhos marejarem com minhas palavras.

– Você não precisa se preocupar em trabalhar para pagar a clínica da sua mãe. Sua única preocupação será estudar para o vestibular se assim quiser. Transferirei sua mãe para uma clínica renomada e cuidarei de todo o tratamento. Poderá visita-la quando bem entender.

– E o que eu farei aqui? Digo, na empresa?

– Você se juntará com a equipe de design e trabalhará nas confecções das novas peças.

Ela suspira e morde o canto da unha.

– Apenas estudar? 

Olho em seus olhos azuis esverdeados e sorrio abertamente. Eu estava orgulhoso de mim mesmo.

– Apenas estudar.

– Eu aceito, Sasuke. Eu aceito a sua proposta. 


Notas Finais


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