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História Tenioenai (Incontrolável) - Páginas esquecidas


Escrita por: at0mic

Notas do Autor


A fase fofinha vai acabar, eu prometo!!! Mas eu precisava terminar o dia

Capítulo 5 - Páginas esquecidas


A tarde deu lugar à noite e o grupo terminou a sua diversão musical. Tomaram o trem rumo a suas casas, e encontraram uma face conhecida no vagão. Shishiki Itoda, antigo professor de matemática do Colégio Kazuomi.

—Ora, que surpresa boa, ver alguns ex-alunos meus reunidos. Irmãos Yoshida, Kawaguchi Rin-san. Como vai a vida?

—Estamos bem, sensei. Eu retornei de Hokkaido recentemente, após a morte do meu avô, e iniciei a faculdade aqui. — Rin, sempre muito gentil, respondeu.

—Meus sentimentos, fico realmente triste por você. — Itoda aproximou-se do grupo. Seus cabelos pretos escorriam numa franja sobre o rosto. Os óculos finos pousados sobre as orelhas emolduravam um rosto macilento. O homem estava mais magro e mais pálido que anteriormente, causando mesmo algum desconforto nos presentes, especialmente em Keiko.

—E você, Nobunaga-kun? Lembro que você teve alguns problemas de comportamento antes de virar nosso melhor rebatedor. Manteve-se no beisebol?

—Eu não era o melhor rebatedor, sensei. Fui para o polo aquático. Sou jogador de polo aquático na Toyotomi.

—A mesma universidade que sua irmã. Meus parabéns pelo bom trabalho. Desejo sucesso, quem sabe não o vejo nas olimpíadas um dia...

—Bom, vamos lá, chegou a nossa estação!!! — Keiko sai puxando o irmão e Rin pelas roupas, enquanto se despede de Ryoichi. — Vamos indo agora, tchau querido, chegando em casa me ligue! Até mais, Saori!

Quando o trem deixou a estação, Nobu, sem entender nada, perguntou:

—Nee-chan, o que houve? Essa não é a nossa estação, e não parece ser a da Kawaguchi-san.

—Ouçam bem. Não sejam vistos com o Itoda. Ele foi expulso da Kazuomi por assediar as Kouhais. Não viram como ele está acabado? Ele passou quase um ano na cadeia porque uma aluna denunciou os atos dele à polícia e encontraram fotos de colegiais em seu computador. Que nojento. Por isso, vamos para a nossa casa, depois você vai deixar a Rin em casa no carro do papai.

Aquilo fazia sentido para Nobu. Era bem capaz do professor tentar atacar uma das duas, afinal ambas eram ex-alunas. Mas espera... Como assim Rin estava vindo para casa? Dois anos sem se ver, agora ela era convidada para visitar sua casa? Será que aquilo não estava indo rápido demais? Não teve tempo de pensar muito naquilo, pois logo estavam num táxi para a residência dos Yoshida.

—Nii-chan, hoje é o seu dia de fazer os bentous. Quero polvinho de salsicha! — Ninguém dizia que Keiko era a irmã mais velha se ouvisse-a falando daquela forma, parecendo uma pirralha. — Os seus polvinhos de salsicha são os melhores do mundo, nii-chan... com muito, muito amor-kyun! — Keiko, com seu monólogo de Mahou Shoujo, tentava forçar lembranças. E conseguia...

—Nobu-kun, você cozinha? — Rin perguntou...

—Se ele cozinha? Ele cozinha muito bem. Será uma ótima esposa! Não sei se você chegou a experimentar os polvinhos de salsicha que ele fazia... Eu lembro um dia que ele fez uns para vo... Ai, gente... Pisei numa mina terrestre... Foi naquele dia que você fez...Né? Desculpa Nobu, eu não queria... — Mentira. Ela queria. Keiko parou e olhou para os dois relembrando mais uma vez o dia da confissão.

—Não, Keiko-chan... Não se preocupe. Acho importante a gente deixar essas coisas no passado. É meio triste se lembrar assim, mas pronto, tudo bem se eu comer hoje, né, Nobu-kun? — Rin estava dando passinhos lentos, mas decididos. Parecia atraída pelo novo Nobu e disposta a conhecê-lo melhor.

—Isso aí... Vamos recuperar nossa amizade, um polvinho de salsicha por vez. — Nobu, meio incomodado pela cara de pau da irmã, mas tentando parecer bem-humorado, completou. A ideia não era má, mas Keiko estava apressando tudo. Polvinhos de salsicha, deixar Rin na porta de casa, os dois sozinhos no carro? O que mais ela planejava, arranjar um futon para a moça e fazê-la dormir em seu quarto?

O táxi parou em frente a casa dos Yoshida e os três desceram. Era uma casa comum de classe média, num bairro comum de classe média. Entraram em casa e notaram um aviso na geladeira.
 

“Saímos para namorar, não nos esperem acordados. Arranjem qualquer coisa para comer.
Com carinho,
Papai e mamãe v(°w°)v”

 

—Não é possível... E nos deixam aqui, com fome... — Nobu reclama, fazendo Rin sorrir. — Bom, não tenho escolha, já que alguém aqui não vai ajudar...

—Negativo, hoje é o seu dia de fazer a comida, Nii-chan. Vem, Rin... senta aqui. Ou melhor, vamos lá para cima, vamos ver o quarto do Nii-chan, eu te mostro tudo, até onde ele guarda as fotos...

—Ei, não vão para o meu... Espera. Meu quarto é arrumado, então tanto faz. Só não baguncem tudo. — Nobu colocou o avental e começou a cozinhar o arroz e os vegetais para o jantar e os bentous.

Rin e Keiko subiram as escadas e Keiko falou baixo.
 

—Tenho uma coisa que talvez você vá gostar de ver. Venha, aqui é o meu quarto.

Rin entrou no quarto e Keiko mexeu numa gaveta.

—Aqui está.

Keiko pegou um CD. Nele havia o ideograma 凛 (Rin, em Kanji).

—Esse é o diário do meu irmão. Pelo menos o que eu consegui fotografar. Esperava usar isso para zoar ele um dia. Mas acho que agora não vai servir de mais nada. Deixa eu ver aqui... — Keiko passou pelas imagens na pasta até encontrar uma página específica. — Aqui. Leia essa.

 

22 de setembro.

Eu consegui estragar tudo. Tinha tudo para dar certo, mas eu consegui estragar tudo.

Agora a Rin me odeia, ela deve pensar que eu sou um marginal, um valentão que decide sair no braço com qualquer um para se sentir melhor... E ganhei uma semana de suspensão. Matsumoto imbecil. Eu devia ter dado uma surra nele... Falando assim da Rin...

Já imagino quando os meus pais chegarem em casa, eles vão brigar bastante. Mas não é como se importasse. Toda essa tristeza é difícil de lidar, principalmente porque não há nada a ser feito.

23 de setembro.

Como eu imaginava. A Risa me ligou e disse que eu devia renunciar minha posição no Comitê disciplinar. Meus pais também me deram um castigo. Só estou surpreso é como a Keiko-nee foi compreensiva. Ela até disse que eu tinha trabalhado duro naqueles polvinhos. Mas depois disse: “Você foi um idiota, não se agarra garotas dessa forma, nanico.”

Eu realmente queria pedir desculpas à Rin, mas com que coragem? Eu até escrevi uma...

—Carta? Ele escreveu uma carta para mim? Eu nunca recebi nada... — Rin tinha uma expressão consternada. Claro, na época ficara brava, mas depois entendeu que o isolamento de Nobu fora para curar o coração partido.

—Eu tomei dele. Eu não ia deixar que ele entregasse de toda forma. Ele só ia se machucar mais, e apesar de ser um idiota, era meu irmão e eu não queria vê-lo deprimido. Hoje não importa mais. Uau, eu pensei que nunca mais mexeria nessas coisas... — Keiko abriu uma gaveta, tirando uma caixa de madeira de dentro, e embaixo de outra caixa, pegou uma carta. — Mas acho que agora vai fazer mais bem do que mal. Digo... Ele ainda vai brigar comigo, mas... Agora talvez vocês... não sei... se entendam. — disse Keiko, entregando a carta a Rin.

—Tem certeza que eu posso?

—Claro. Tem seu nome aí. É sua.

Rin abriu a carta e lendo-a, desceu as escadas de volta para o primeiro andar.

—Cara Kawaguchi Rin. Gostaria de pedir as minhas mais sinceras desculpas pelo que ocorreu aquele dia, na hora do intervalo...

Passo após passo, Rin seguiu lendo até que Nobu pudesse escutá-la.

—... estou sinceramente envergonhado e triste por tudo o que ocorreu. Eu fui desrespeitoso, me portei mal e ofendi você. Algo que eu não devia ter feito, pelo motivo mais óbvio. Eu gosto de você. Tenho gostado de você desde o primeiro ano. E eu realmente não queria que nossa amizade acabasse assim.

Ao ouvir aquelas palavras, e ver que Rin estava lendo a carta, Nobu largou a culinária e sentou-se para ouvir.

—Eu entendo que o meu comportamento tenha causado problemas a você, e o melhor que posso fazer é pedir que você, por favor, me perdoe. E que se não puder gostar de mim, ao menos... — Rin leu em silêncio a última frase, fechou a carta e abraçou os ombros de Nobu — Ao menos...
 

—Ao menos não me odeie, porque...

—Porque...

—Você vai me fazer dizer isso sem ser verdade?

—Não... tudo bem. Já se passaram três anos... Eu sei que não posso pedir nada... Mas será que pelo menos os polvinhos...

—Ah, esses sim... — Nobu levantou e foi até a cozinha. Voltou com uma tigela de arroz, legumes e polvinhos de salsicha. — Aqui.

Rin comeu os polvinhos de salsicha. Eram mesmo deliciosos. Mas ninguém mais falou nada sobre a carta.

—Nossa, olha a hora. Já são quase dez da noite. Nobu, vai deixar a Rin em casa. Os nossos pais foram namorar de Táxi... — Keiko jogou a chave, que caiu no colo de Nobu.

—Bom... vamos lá.

Nobu pegou o carro e saíram os dois da casa dos Yoshida. No caminho, o silêncio permaneceu, até que, na porta de Rin o jovem homem finalmente falou:

—Sabe, Rin... Esse dia foi completamente surpreendente. Muita coisa de uma vez... A gente voltou a se ver... E você mandou aquelas fotos... E bem... Você ficou sabendo de vários segredos... E não é como se eu não tivesse a fim, porque uau, é você... mas é que...

—Você precisa de tempo para pensar, né... Colocar tudo em ordem na cabeça. Eu entendo. Também é meio estranho para mim... Mandei as fotos por impulso. Se puder apagar eu agradeceria.

—Claro.

—Obrigado. Sabia que você ia entender.

—Não é n... — Nobu foi surpreendido por um beijo.

—Então... Não sou mais a Rinrin do Colégio, mas ainda sou a Rinrin. Está bom pra você?

—Oh Deus, Sim... Boa noite...

—Boa noite, e obrigada pelo passeio!

Rin entrou em casa e Nobu ligou o carro para ir embora. Poucos metros depois, vindo da rua lateral da casa de Rin, uma moto preta com um piloto vestido da mesma cor surgiu da penumbra passou a seguir o carro, à distância de um ou dois carros. Quando Nobu parou na porta de casa, a moto passou direto.


Notas Finais


Bom, o dia do encontro finalmente chegou ao fim. Como vai ser de agora em diante? Não sei, não escrevi ainda. Fiquem de olho. Se rolar comentário eu até me animo. Mas não tô exigindo nada. O próximo capítulo deve sair ainda esse mês, com mais informações sobre o perseguidor da motocicleta.


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