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História Tentação Particular - Capítulo 01


Escrita por: KatherineHanzen

Notas do Autor


Minha primeira fic Naruto em universo alternativo.
Espero que gostem e comentem.
Ja ne! ♥

Capítulo 1 - Capítulo 01


Nossos pensamentos geralmente são nossa pior arma contra nós mesmos.

Somos todos escravos de nossas emoções.

Corajoso é aquele que consegue dominar seus medos, não aquele que não o sente. Nossa maior batalha diária está dentro de nós, e é alheia ao restante do mundo. Capaz de ser ocultada até mesmo dos olhos minuciosos, com apenas um sorriso nos lábios.

Não que eu seja uma pessoa emotiva e comunicativa, não. Apenas estou naquela época em que você percebe que seus dias estão cada vez piores e sua vida está afundando na lama. Mas confesso, que mordendo a tampa da caneta olhando fixamente para o teto da minha sala na faculdade, eu pareço uma grande filósofa.

- Hey, Sakura, preciso pagar imposto pra você me escutar?

- Sim?

Ino girou os olhos, impaciente. A observei enquanto ela atirava sua bolsa sobre a mesa atrás de mim, se sentando em seguida. Continuava impecável como sempre. Com o cabelo loiro liso e comprido, que praticamente brilhava sob a luz como se estivesse em um comercial de shampoo, e roupas de marca que emolduravam seu belo corpo e a deixavam deslumbrante. - Você sabe que dia é hoje?

Soltei um longo suspiro ao me lembrar de que era o primeiro dia de aulas na faculdade, nosso segundo ano. Fiz uma careta ao responder. - Segunda-feira?

- Não é só segunda-feira, minha cara.

Movi meu olhar preguiçoso para ela, achando que se tratava de mais uma de suas cenas.  - Então...?

- Hoje, segunda-feira, nós temos três aulas de física. Sabe o que isso significa? - Ela sorriu maliciosamente, com os olhos brilhando, insinuantes.

É claro que eu sabia.

Como poderia ter esquecido?

Temos três aulas seguidas com o professor mais sexy da faculdade. E era até um crime uma matéria tão difícil ser lecionada por alguém que te impeça de se concentrar. Quero dizer, quem é que vai prestar atenção no que ele diz se pode olhar para aquele rosto?

- Sei. E obrigada, acaba de me lembrar de quanto tempo estou sozinha. - Não que o professor de física tivesse culpa disto, mas pensar em homens bonitos me lembrava como estava necessitada. 

Meti a mão dentro de seu pacote de salgadinhos, e a enchi com eles. 

- Certo... Só não culpe o meu lanchinho pela sua vida amorosa frustrante, ok? - Ela ergueu uma das sobrancelhas enquanto me observava com seus olhos cor de mel.

- Deveria me agradecer... Sabe quantas calorias tem nisso aí? - Apontei para o pacote de salgadinhos que ela devorava.

- Não. - Ela girou os olhos, como se não se importasse. Mas eu sabia muito bem como ela se importava.

- Pois é, nem eu. - Comecei a comer enquanto ela abafava uma risadinha.

Nesse instante, o professor de física, Sasuke, entrou na sala. Seu semblante era sério e quase irritado. Ele vestia uma camisa social preta que praticamente aderia ao seu corpo, com as mangas dobradas até os cotovelos e os três botões superiores abertos, deixando à mostra uma pequena parte de sua pele, mas que considerei ser vislumbre o suficiente para alimentar pensamentos maldosos. Usava também uma calça jeans escura mais justa do que devia. E todo seu visual combinava com o seu cabelo negro de corte incomum e estiloso.

Me perguntei se ele sabia do efeito que causava na mente de pessoas ingênuas, como eu.

Algo me dizia que ele sabia muito bem.

Ele soltou seus livros sobre a mesa, ajustou as mangas e se escorou em frente à mesa, de braços cruzados. Finalmente, vagou seu olhar pela turma, e eu instintivamente parei de mastigar meu salgadinho, como se fizesse alguma diferença.

Talvez fosse a dureza que seu olhar transmitia.

Então, pousou seus olhos negros sobre mim, como se me analisasse. Eu parei de respirar. - É proibido comer na sala de aula. Não precisa fingir, acha que sou cego? - Sua voz rouca quase me fez engasgar.

Olhei de relance para Ino, que já havia escondido seu pacote de salgadinhos e sorria como se fosse a pessoa mais angelical do mundo. Sorri sarcasticamente, olhando novamente para o meu professor.

- Tudo bem, como preferir. - Voltei a mastigar e ele estreitou os olhos, ainda mais irritado. Segurei minha vontade de rir e engoli com dificuldade.

Esperei que retrucasse, mas ele resolveu me ignorar e então reprimi outra risada.

Quando ele começou a explicar alguma coisa, senti Ino me cutucar com os pés (lê-se chutar). A observei de relance e dei de ombros quando ela me encarou incrédula. Sua boca se moveu em um sussurro inaudível, que entendi por "Qual é o seu problema?". Então, eu simplesmente sorri maliciosamente e ela balançou a cabeça, suspirando.

Ele começou a falar sobre a história da física mas tudo em que eu conseguia pensar era na terceira lei de Newton... Que diz que toda força que um corpo recebe é consequência da força que ele aplicou. Aquela voz rouca me causava uma absurda vontade de exercer força sobre o seu corpo em cima da mesa. Ini parecia pensar o mesmo que eu, visto que toda vez que ele virava de costas ela me dava mais um chute.

- Que inferno! - Ralhei com ela, em sussurros, assim que senti meus pés latejarem depois de tanto serem injustamente atingidos.

Mas, nada parecia passar despercebido aos ouvidos do professor militar.

                Ele olhou em nossa direção, interrompendo a explicação e pigarreando irritado. - Pelo visto as senhoritas conhecem tudo sobre o assunto. Por que não compartilham conosco?

                Amaldiçoei Ino mentalmente e pisquei lentamente.

                - Desculpe. - Ino sibilou, impaciente.

                Eu cruzei os braços, irritada. É claro que eu não pediria desculpas. A forma como ele nos olhava irritado praticamente gritava para que eu o contrariasse. Pessoas arrogantes precisam ser domadas. Mesmo que nesse caso ele estivesse com a razão.

                - Professor, eu adoraria lhe ensinar tudo o que eu sei sobre física... Mas acredito que não seja o lugar apropriado, a não ser que não se importe, é claro.

                Sua face se contraiu e avermelhou de raiva com a minha resposta. Ponto para mim.

                Ouvi burburinhos e risadinhas vindos dos demais alunos.

                Fiquei esperando que ele retrucasse, mas ele piscou devagar como se contasse até dez mentalmente e então se virou novamente, me ignorando... Outra vez. Mal sabia ele que desta maneira acabava de me obrigar a entrar em um jogo.

                - Então, abram seus livros na página... – Ele observou uma página qualquer de seu livro mas foi impedido antes que pudesse concluir a própria frase.

                - Fala sério... No primeiro dia de aula?

                O professor levantou o olhar na direção da voz. Seus olhos atacaram em minha direção novamente e eu tive que erguer as mãos em sinal de defesa, inclinando o meu corpo levemente para o lado e revelando Ino atrás de mim.

                - Algum problema?

                Ela soltou ar pela boca. – É o primeiro dia de aula, professor. Não se ensina nada de verdade no primeiro dia de aula... E as apresentações?

                O professor piscou lentamente, com os lábios crispados, e eu secretamente achei que ele devesse fazer aquilo mais vezes, pois soou extremamente sexy.

                - Vocês se conhecem, estudaram juntos durante um ano inteiro. E não estamos mais no primeiro ano. – Ele respondeu, secamente.

                Ino afundou na cadeira, sussurrando para mim. – Sério, ele perde todo o encanto sendo ranzinza desse jeito.

                - Não exatamente... – Voltei minha atenção para a frente da sala, tentando realmente me concentrar.

                - Sua opinião sadomasoquista não conta... Você tem problemas.

                - Eu não tenho problemas. – Resmunguei, tentando soar o mais inaudível possível.

                - Não? Pra começar, você tinge seu cabelo de rosa... Não se faz mais isso, baby. Rosa só é bonito naturalmente e o seu está desbotando toda semana.

                - Você tem inveja do meu cabelo natural, que aliás, não precisa ser retocado toda semana.               

                 Disfarçadamente, mostrei meu dedo do meio para ela, sorrindo de lado.

                Ela fez uma careta fingindo estar horrorizada e então desviou sua atenção de mim, vagando o olhar pelos demais alunos da sala. Quando seu olhar se fixou em um canto da sala, fiz questão de o acompanhar, descobrindo automaticamente o porquê de seus olhos brilharem naquela direção.

                Havia um aluno novo na sala, provavelmente transferido.

                E céus, ele era lindo!

                Possuía cabelos ruivos desalinhados que o deixavam muito charmoso e seus olhos verdes como esmeraldas completavam perfeitamente aquele rosto magnificamente esculpido. Vestia roupas estilosas e quando Ino voltou a olhar para mim, sorrindo maliciosamente, eu entendi na hora que ele era sua nova presa.

                Fiz sinal mostrando que era caso perdido, e ela sorriu ainda mais. Então soltei uma risada abafada e voltei a prestar atenção na aula.

                Ou ao menos tentar.

               

 

...

 

 

                - Quantos anos acha que ele tem? – Ino me despertou de meus devaneios outra vez.

                Estávamos no horário de intervalo, e eu tentava comer alguma coisa que não me causasse náuseas.

                - Quem? – Perguntei, com a boca cheia.

                Ela me olhou de lado e balançou a cabeça. – Nosso professor delícia.

                 Então, apontou com o queixo na direção de uma mesa distante onde ele estava sentado. Parecia concentrado, lendo e rabiscando papeis em uma velocidade que eu considerei desnecessária. Está certo que não podemos perder tempo, mas para quê tanta pressa? Se é que ele estava realmente lendo alguma coisa. Muitas pessoas estão com os olhos fixos em algum lugar, mas com pensamento muito longe.

                Balancei a cabeça ao pensar nisso e dei de ombros.

                - Eu não sei... Talvez 25?

                - A julgar que ele precisou de quatro anos para se formar, mais dois para o doutorado e leciona a dois anos... – Ela contava nos dedos das mãos enquanto falava. -  Eu diria que você acertou na mosca.

                Ergui as sobrancelhas, fingindo falsa empolgação. – Parabéns, você nem parece uma futura engenheira. – Olhei para os dedos de suas mãos e ela escondeu as mesmas instantaneamente.

                - Posso ser uma pessoa normal fora da minha profissão, ok?

                Ri pelo nariz. – Você é quem sabe.

                Voltei a observar nosso professor, que continuava aparentemente concentrado.

                Eu tinha 20 anos e estava atrasada na faculdade. Não por preguiça, eu apenas não era ansiosa para decidir minha vida visto que naquela época eu não havia decidido nada. Confesso que até mesmo depois de estar na faculdade sentia que estava no lugar errado.

                Nunca me importei com o dinheiro, e jamais serei escrava dele.

                - Você viu as outras? – Ino apoiou o rosto em uma das mãos enquanto fazia círculos invisíveis com a ponta do dedo na mesa.

                - As outras quem? – Voltei a desviar minha atenção para ela, que suspirou longamente, irritada.

                - Caramba, Sakura! Dá pra você prestar um pouco mais de atenção no mundo aqui fora?

                - O que é? Estou ouvindo, porra!

                - Não fale como um homem comigo, garota! Não tem esse direito!

                - Ah, é? Então porque você não volta às suas atividades normais e vai pastar?

                Ela me encarou, incrédula. – Você não acabou de me chamar de vaca.

                - E se chamei, vai fazer o que?

                - Vou arrastar sua cara no asfalto, vadia!

                - CREDO! EU HEIN! Achei que o mau-humor matinal fosse o meu! – Temari se juntou a nós, observando horrorizada. – Minha cabeça dói, será que vocês se importam de gritar menos?

                - Sim. – Eu e Ino respondemos em uníssono e rimos em seguida.

                - Então, sobre o que discut... Falavam?

                - Sobre a Sakura finalmente ter admitido que pertence à outro planeta e começar a agir como um Alien.

                Lancei meu pior olhar de relance para ela, que sorriu ironicamente.

                - Como assim? – Temari endireitou as costas e apoiou os cotovelos na mesa.

                - Ela acordou com o corpo aqui e a cabeça na lua.

                - Ah... – Temari me encarou, como se me analisasse, e eu lhe redigi um olhar de reprovação também. – Caramba, que mau-humor.

                Ino maneou a cabeça, consentindo.

                - Se vão ficar de complô contra mim, é melhor que eu me retire. Com licença... – Sorri abertamente enquanto recolhia as minhas coisas e me afastava dali.

                Não sei porque, mas meus pés se moveram por conta própria até a mesa distante onde nosso querido professor de física estava sentado, sozinho.

                - Este lugar está ocupado? – Perguntei sarcasticamente, para provoca-lo.

                - Está. – Ele respondeu secamente como habitual, sem sequer desgrudar os olhos da folha de papel que segurava e aparentemente lia.

                - Obrigada. – Me sentei em sua frente, ignorando sua resposta. O que fez com que ele levantasse o olhar em minha direção. Seus olhos negros encontraram os meus, e eu senti algumas partes de meu corpo se arrepiarem... Mas ao invés de demonstrar, eu apenas soltei uma risada diante de sua costumeira irritação.

                - O que você quer?

                - Falar sobre o tempo. Céu nublado é um saco, não concorda? – Ele continuou me fitando por algum tempo, talvez se perguntando se eu realmente estava falando sério ou esperando que eu começasse a rir. Continuei encarando-o com um sorriso irônico no rosto, e então ele finalmente girou os olhos e voltou a me ignorar.

                Fiz questão de observar minuciosamente os seus olhos, para descobrir se ele realmente estava lendo alguma coisa. Fiz uma careta ao constatar que sim, e pior, que ele realmente lia naquela velocidade absurda. Eu mal conseguia acompanhar os seus olhos!

                Ele ergueu novamente o olhar em minha direção. Talvez por notar que estava sendo observado. Eu continuava fazendo uma careta, e ele suspirou longamente, massageando as têmporas com uma das mãos, enquanto soltava a folha sobre a mesa de pedra.

                - Tudo bem. Qual é o problema?

                - Problema nenhum. Apenas resolvi vir fazer companhia ao meu adorável professor de física.

                Ele me fitou calado por mais alguns segundos, claramente impaciente.

                - Agradeço o intuito, mas não preciso de companhia e você não pode ficar aqui.

                - Na verdade, eu posso. Não vejo nenhum aviso de área restrita por aqui. – Olhei ao redor, fingindo procurar alguma coisa.

                Ele praguejou alguma coisa baixinho, e eu me inclinei sobre a mesa para tentar ouvir.

                - O que, professor?

                - Que irritante! – Ele pegou em suas coisas bruscamente e se levantou, irritado, se distanciando em seguida.

                - VOU FINGIR QUE VOCÊ PRAGUEJOU ISSO MESMO! – Gritei, acenando e sorrindo vitoriosa.

                Senti olhares queimando sobre mim, e quando olhei para trás, dois pares de olhos me fitavam fixamente, aterrorizadas. Elas achavam mesmo que eu não teria coragem?

                Soltei uma pequena risada, e comecei a caminhar de volta para a sala de aula.

                Eu nunca, nunca perdia um jogo.

 

...

 

                Tivemos ainda mais uma aula de física após o intervalo, mas eu me mantive quieta. O professor nos pediu um artigo de 90 linhas para ser entregue na semana seguinte e eu sabia que se deixasse para depois, isso arruinaria o meu precioso final de semana.

                Após uma aula de informática, aproveitei a última aula que tínhamos livre para ir à biblioteca pesquisar sobre o assunto. Não que eu quisesse impressioná-lo, mas ser perfeccionista me custa muito caro às vezes.

                Deixei minhas coisas sobre uma mesa qualquer e fui procurar alguns livros que me auxiliariam de alguma maneira. Depois de ter escolhido alguns, voltei a me sentar e comecei a enfrenta-los, não muito disposta. Estava sozinha na biblioteca até então e o silêncio me deixava ansiosa. Mas resolvi por ignorá-lo e me concentrei no artigo para o professor rabugento.

                Não sei quanto tempo havia se passado, mas ouvi passos atrás de mim e senti que estava sendo observada. Então girei o corpo na cadeira e me deparei com um corpo musculoso, esguio e de vestes negras em minha frente. Sorri sorrateiramente.

                - Caramba, professor... Quer me presentear com essa visão? – Subi meu olhar para seu rosto e desci novamente, como se o analisasse.

                Ele juntou as sobrancelhas. – Não tenho tempo para brincadeiras.

                - Desculpe. – Soltei outra risada. – Mas o que o traz aqui? Não me diga que se sentiu só e resolveu finalmente me procurar?

                - Não seja tola. – Ele respondeu ríspido. E depois de uma breve pausa, perguntou – O que está fazendo?

                Sorri com sua pergunta voluntária. Estávamos evoluindo, afinal.

                - Artigo de física. Física moderna, sabe?

                - Escolha errada. Estes livros são ruins.

                Olhei para os livros sobre a mesa, que eu havia escolhido. Senti a impaciência tomar conta aos poucos. Ele sabia o quanto tinha sido trabalhoso escolher aqueles livros pra que ele simplesmente dissesse que são ruins? No fundo, eu não sabia se devia ficar irritada ou agradecer por ele me ajudar a não tirar nota ruim no meu primeiro trabalho.

                - Sabe, eu sempre suspeitei que as bibliotecas de faculdades são tão grandes apenas por armazenar uma grande quantidade de volumes sem importância. – Resmunguei.

                Ele me observou, como se me analisasse e por um segundo me senti nervosa. – Não é assim que funciona. – Ele retrucou, e eu o encarei. Ele era mesmo muito bem disposto para discutir comigo. – As informações correm na velocidade da luz. A todo momento a verdade muda. Ou, talvez achemos que nos aproximamos dela, mas na verdade nos afastamos cada vez mais. 

                Ele completou, com ar nostálgico. Diferente do que eu já havia visto e completamente o oposto do que eu poderia imaginar. Me perguntei o quão profunda era sua mente e de que tipo eram seus pensamentos por trás de toda aquela armadura. Ele nem sequer parecia o meu professor de física mal-humorado. Mas continuava extremamente sexy.

                Ao notar minha atenção sobre si, ele pigarreou e deixou suas coisas também sobre a minha mesa. Estranhei sua atitude, mas nada disse. Apenas o observei dar a volta por trás de mim.

                 – Conheço um ótimo livro sobre física moderna.

                Então, ele caminhou até uma prateleira e pegou um livro de capa azul, como se soubesse de cor a sua localização naquela biblioteca enorme. Levei um tempo para formular qualquer fala depois que ele deixou o livro na minha frente.

                - Obrigada. – Falei, sinceramente. Mas não o dei tempo de pensar nisso. – Eu o daria um beijo em agradecimento, mas vou esperar que me peça.

                Voltei a sorrir sarcasticamente como o habitual, embora meus pensamentos estivessem em outra direção, de certa forma.

                Ele cerrou os dentes, e eu adorava aquilo.

                Para minha surpresa, ele se sentou na cadeira ao meu lado. Eu podia sentir o calor emanando de sua pele alva, e confesso que aquilo estava me afetando mais do que deveria. Estava ficando sem saber o que dizer, e aquilo realmente me deixava irritada.

                O fitei pelo canto dos olhos, sem que ele percebesse, enquanto o mesmo pegava novamente o bolo de folhas que lia mais cedo.

                Ficamos em silêncio enquanto eu tentava focar todos os meus pensamentos pervertidos para transformar em criatividade educativa. Mas seu perfume era tão bom que eu quase me sentia sufocada.

                - Sabe, professor... Sempre tenta seduzir alunas?

                Ele me encarou, um pouco confuso. – Do que está falando agora?

                Sorri e indiquei com o gesto o pequeno espaço entre nós. – É quase como pedir para ser atacado, se é que me entende...  – Completei, maliciosamente, e ele soltou uma grande quantidade de ar pela boca em resposta.

                Já disse que ele parecia ainda mais sexy quando estava irritado?

                - E eu que, quando vi que era realmente VOCÊ que estava aqui, em SILÊNCIO, ESTUDANDO, achei que tivesse solução. – Ele balançou a cabeça, inconformado.

                Fingi estar ofendida. – Que ultraje! O que o faz pensar assim de mim?

                Ele estreitou os olhos na minha direção e os girou em seguida. – É perda de tempo. Você é completamente louca.

                Então, desviou completamente sua atenção para os papeis e encerrou o assunto por ali.

                Olhei para relógio. – Se me dá licença, preciso terminar um artigo para um professor ranzinza e muito mal-humorado.

                Me levantei, sentindo seu olhar sobre mim.

                Sorri vitoriosa, peguei o livro que ele mesmo havia indicado e saí da biblioteca.



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