História Tente adoçar o Suga - Livre, leve e sem vergonha.

Faz tanto tempo que não respiro o ar puro, que não vejo tantas pessoas, que não posso voar livremente. Foram dias torturantes naquela prisão, pessoas muito piores do que eu quase me usando como um objeto, já que minha aparência é muito mais "frágil" do que a daqueles brutamontes. Em nenhum momento eu tive medo, talvez o que me fez ficar firme durante todo esse tempo é o ódio que sinto pelo Jin. Se não fosse por ele nada disso teria acontecido, Namjoon ainda estaria ao meu lado e meus planos nunca teriam falhado...

Sem lugar para ir e apenas com a roupa do corpo, comecei a caminhar entre as milhares de pessoas que viviam suas vidas rotineiras. A maioria delas me olhavam como se eu fosse um simples lixo jogado... Talvez eu seja.

Olho para a vitrine ao meu lado, reparando na notícia estampada no jornal: "Min Yoongi é solto hoje, ás 12h40 da prisão". Comecei a gargalhar como um idiota, fazendo mais olhares caírem sobre mim. Então eles ainda se importavam comigo? Não achei que minha faminha de bad boy iria continuar depois de ter sido preso, bom, pelo menos eu ainda tenho algo para me orgulhar.

Minha barriga revirava de fome, mesmo comendo aquela gororoba que chamam de comida, na prisão. Quem sabe se com a minha faminha eu não consiga algo para comer.

Entrei em uma lanchonete e não demorou para que todos ali me olhassem, sorri sutilmente, adorava a reação das pessoas ao me verem. Acharam que ficariam livres de mim, otários?

Sentei no fundo da lanchonete, obrigando todos a me seguirem com seus olhares. Com certo receio uma garçonete veio me atender.

- B-Boa tarde, o que d-deseja?

As pernas da mulher tremiam, me fazendo rir para mim mesmo.

- Do que está com tanto medo? Uma mulher feito você não deveria ter medo de mim. - passei a encarar a moça. - Em gostosinhas que nem você eu passo a rola, não a faca.

A garçonete pareceu se espantar com minhas palavras, derrubando seu bloco de notas. Assim que ela abaixou para pegar, encarei sem vergonha alguma suas coxas fartas. Logo a moça voltou a me olhar, com as mãos trêmulas enquanto esperava meu pedido. 

Não sei se era por conta da abstinência sexual que passei na prisão, quase sendo estuprado por aqueles monstros ou se era por que a mulher tinha um corpo gostoso pra caralho, mas eu estava ficando excitado com aquilo. Não só por causa de seu corpo, mas sentia prazer com o medo dela.

- Q-Quer um copo d'água enquanto pensa no que deseja, senhor?

Sorri de forma maliciosa após a pergunta alheia, levantando-me para poder ficar cara a cara com a mulher. Puxei bruscamente seu corpo para perto do meu, a deixando espantada, mesmo assim, pude ver a vergonha em seu olhar. Não tem como resistir a mim.

- Eu quero você. - sussurrei próximo ao seu rosto, levando minhas mãos para a sua bunda, a apertando na frente de todos.

Podia sentir as pessoas nos fuzilando com o olhar, algumas tentavam disfarçar e outras quase grudavam a cara em nós dois. A garçonete não reagiu, ficou apenas parada, não sei se por medo ou porque havia gostado, mas o que ela quer não importa pra mim. Sentia meu membro latejando na minha cueca, se eu não transasse com alguém logo poderia morrer.

- Acabou de sair da prisão e já tá fazendo merda? - um garoto disse, quebrando aquele clima perfeito, quem ele pensa que é? - Não sei se sabe, mas esse não é um lugar adequado pra ficar no cio.

- Não sei se sabe, mas eu não te perguntei nada. - falei, começando a ficar nervoso.

Empurrei a garçonete, fazendo a mesma cair no chão. Agora era papo reto entre eu e aquele muleque.

- Como as pessoas conseguem ter medo de um insignificante feito você. - ele riu. - De perto não passa de um viadinho.

Esse menino só pode ter merda na cabeça, acho que não tem medo da morte, se minha paciência acabasse, hoje mesmo voltaria à prisão.

- Bom saber que um muleque feito você não tem medo de mim!

Sem paciência, parti para cima do garoto, tentando lhe acertar um belo soco. Antes que a briga ficasse melhor o gerente da lanchonete apareceu, nos separando. 

- Querem brigar vão lá pra fora!

Após dizer o gerente nos expulsou da lanchonete. Eu deveria me controlar pra não fazer merda, mas aquele garoto me tirou do sério. Agora que estávamos na rua, nada nos impediria de começar uma terceira guerra mundial.

- Vou arrebentar essa sua cara ridícula. - falei, segurando o garoto pela gola de sua camisa.

- Já eu tenho dó de bater em uma carinha tão bonita feito a sua. - ele disse descaradamente, sem vergonha alguma. - Quem diria que o Min Yoongi, homem que todos tem medo, seria uma beldade dessas.

Depois do que ele disse, acabei o soltando. Ele já estava me dando nojo em vez de raiva.

- Ué, Yoongi. Arregou foi?

- CALA A BOCA ANTES QUE EU MUDE DE IDEIA, MULEQUE.

- Não sou muleque. - bufou. - Meu nome é Jung Hoseok!

- Que se dane.

Me virei, voltando a caminhar rumo a lugar nenhum. Em vez de ficar brigando com um pivete, tinha que começar a pensar aonde passaria a noite, como resolveria minha vida, como daria a volta por cima. Pelo jeito só me resta embaixo da ponte, perdi muitos parças depois que fui preso, não precisa nem ser um gênio pra saber disso. Isso não importa, se eu puder matar Kim SeokJin, nem que eu volte para a prisão, já vai ser uma vitória na minha vida.

- Para onde está indo?

A voz daquele garoto voltava a me atormentar.

- Te interessa?

- Se não me interessasse eu não estaria perguntando. - falou de forma boba, fazendo-me revirar os olhos. - Não quer falar, problema é seu! Iria deixar você ficar no meu apartamento, é pequeno... Mas pra quem não tem porra nenhuma...

Comecei a gargalhar após ouvir as baboseiras que Hoseok estava falando. Ele pode estar me infernizando, mas sabe fazer piadas boas.

- Porque caralhos você me deixaria no seu apartamento? - tentei me recompor. - Posso te matar a qualquer momento.

- Duvido muito...

Não é que era ruim, mas me intrigava o fato de Hoseok estar me tratando daquela forma. Ninguém abrigaria um criminoso sem ao menos conhecê-lo. Sou muito experiente nessa vida e sei muito bem que aquilo tinha algo por trás.

- Quer ajudar alguém como eu porque?

- Vou abrir o jogo. - o garoto respirou fundo enquanto andava ao meu lado. - Você queria, quer, não sei... Ser rapper, não é?

- Sim, mas isso são águas passadas. - falei sério. - Bem passadas...

- Então... Eu soube disso vendo um programa idiota, eles falaram praticamente a sua vida toda.

O garoto gargalhou.

- Tem coisas da minha vida que nem mesmo eu sei. - olhei de forma maligna para Hoseok, mas ele pareceu não se importar, que ódio! - O que tem eu querer ser rapper?

- Sou trainee em uma empresa, também quero ser rapper, mas não sou bom em escrever letras ou produzir músicas.

- E o que tenho a ver com isso?

- Você podia me ajudar... 

Fez uma carinha de cachorro pidão, mas aquilo só me dava mais nojo. Coloquei a mão em seu rosto apenas pra não ver aquela expressão escrota.

- 7 bilhões de pessoas no mundo e você vem pedir isso logo pra mim?

Hoseok tirou minha mão de seu rosto, agora parecia estar ficando irritado.

- Ninguém vai querer me ajudar de graça, vão querer créditos, dinheiro... E eu sou um furado. - o garoto apontou pra mim. - Você tá mais fodido do que eu, não tem saída.

Nisso ele tinha razão, eu tô muito mais fodido do que ele. Escrever e produzir músicas? Em modéstia parte sou bom nisso. Namjoon e eu tínhamos mania de fazer isso juntos, antes de tudo desandar. Se era uma chance de ter uma moradia, pelo menos por curto prazo, não quero ficar aguentando esse muleque. Não me restava alternativa.

- Terei que aceitar seu pedido. - suspirei. - MAS SÓ PORQUE NÃO TENHO ESCOLHA!

Era muita coincidência Hoseok ter pedido isso pra mim, mesmo sabendo da minha vida por um programa, já que devo ter sido o foco dos noticiários depois de ter sido preso, assim como Namjoon. Mesmo se não for coincidência que se dane, nada pode piorar na minha vida, tenho que aproveitar essa proposta.

- Calma, eu sei. - Hoseok disse animado, abrindo um sorriso.

Continuei na minha, seguindo o garoto até que chegássemos aonde ele mora.

Estava ficando cansado, mas finalmente chegamos no prédio. Entrei com as mãos nos bolsos, logo atrás de Hoseok que cumprimentou o porteiro. Não disse nada pra aquele velho, ele ficou me olhando, talvez tentando entender porque eu estava ali.

Hoseok e eu entramos no elevador, rapidamente sendo levados até o andar que o garoto morava.

Queria tomar um banho e comer, estava desesperado por isso, já que Hoseok fez o favor de me broxar naquela lanchonete, meu desejo de foder tinha acabado.

Entrei no apartamento de Hoseok assim que ele destrancou a porta, nem prestando atenção no número que era.

Sem dizer nada, comecei a tirar minha camisa, a procura do banheiro. Joguei aquela peça fina e suja no chão, tirando o tênis também.

- Oooh seu folgado! Aqui não é a casa das suas negas não!

- Será?

Disse, podendo ouvir um suspiro longo vindo de Hoseok. Sorri debochado, ele me chamou pra cá, não disse que tinha regra alguma, então foda-se.

Encontrei o banheiro, correndo para dentro dele. Terminei de me despir, ficando completamente nu. Liguei o chuveiro na água fria mesmo, entrando embaixo da água. Como posso descrever? Uma das melhores sensações do mundo?

Raramente conseguia tomar banho na prisão, mesmo assim, tomar um banho quente e estando LIVRE é totalmente diferente. Parece que um peso das minhas costas havia sumido, mas eu sei, me conheço, logo iria fazer merda de novo. Por enquanto quero apenas me concentrar em conseguir um lugar pra mim e ajudar a merda do Hoseok.

Passou-se alguns, talvez muitos minutos que eu estava tomando banho. Hoseok já vinha me encher o saco, batendo na porta.

- CARALHO, VOCÊ SABIA QUE EU PAGO LUZ E ÁGUA NESSA MERDA? - ele gritou.

- Já estou saindo. - resmunguei, desligando o chuveiro. Olhei ao redor, procurando por uma toalha. - Você quer que eu saia pelado daqui?

- Como assim? - o garoto perguntava atrás da porta.

- Não tem toalha aqui e muito menos roupas.

- Aff, espera...

A palavra "espera" não era pra mim, não ficaria naquele lugar fechado depois de tomar banho, me incomodava. Abri a porta, esperando Hoseok na frente da mesma.

Não demorou para que ele aparecesse, carregando a toalha e as roupas. Logo que me viu pelado, jogou a toalha na minha cara.

- POR QUE NÃO TÁ NO BANHEIRO?!

- Lá tá abafado. - enrolei a toalha na cintura. - Para de drama, eu sou um cara, tenho pinto igual você.

Revirei os olhos, pegando as roupas na mão dele e indo me vestir em seu quarto. Não via problema em um cara ver o outro pelado, apesar de gostar muito do Namjoon, ainda sou macho, hétero puro.

Terminei de me secar, prestes a começar a me vestir quando Hoseok apareceu no quarto. Deve ter entendido que ele só tava de fogo na bunda.

- Talvez as roupas fiquem grandes em você... - ele sussurrou.

- Tá me tirando, cacete? Só porque é mais alto não precisa jogar na cara. - reclamei, vestindo a bermuda do outro. E não é que essa porra ficou grande?

- Eu avisei.

- Ah, cala a boca, tá ótimo!

- Mas tem um cordão pra apertar aqui, ó... - Hoseok se aproximou de mim, levando suas mãos ao cordão da bermuda, puxando-o.

Seu corpo estava bem próximo, não que eu ligasse para aquilo, mas parece que ele sim. Assim que apertou a bermuda, o garoto levantou sua cabeça, passando a me encarar.

- Ér... Pronto... - ele disse, sem graça.

- Valeu. - de repente aquilo pareceu estranho, mas pelo fato de que eu não conseguia parar de olhar para Hoseok e quando olhei para baixo... Meu amiguinho tinha acordado. - Droga...

- O que foi?

Hoseok só podia ser cego ou estava se fazendo de idiota. Porque comecei a sentir um tesão louco por esse desgraçado? Só pode ser a falta de sexo...

- Hoseok...

Sussurrei, não queria que ele soubesse. Desejo por macho, já basta meu desejo pelo Namjoon. Tentava me controlar, mas parece que quanto mais o garoto me encarava, mais meu pau ficava duro.

- O que foi, caralho?

Ele não ajudava xingando daquela forma, só me deixava mais excitado. Sem avisos, empurrei Hoseok para a cama dele, ficando por cima de seu corpo jogado.

- Yoongi, você tá maluco? - o mais novo agora começava a me empurrar, tentando me tirar de cima dele, mas era inútil. Mesmo que ele fosse o Hulk, meu tesão me transformava.

- Sim... Maluco... Pra te foder... Só na brotheragem.

Falei pausadamente, deixando Hoseok de olhos arregalados.