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História Terceira Guerra Mundial - Interativa - Histórias - O ataque rebelde


Escrita por: Marinilton e Platini

Notas do Autor


A história se passa em 2006 no Haiti e conta a história de Miguel Vilela quando ainda era um soldado e sua esposa Laura ainda era vive.

Os capítulos 'Histórias' serão de responsabilidade do coautor Platini, espero que gostem do meu primeiro capitulo.

Capítulo 3 - Histórias - O ataque rebelde


Fanfic / Fanfiction Terceira Guerra Mundial - Interativa - Histórias - O ataque rebelde

Terça-feira - 14 de Fevereiro de 2006

09:30h

Porto Príncipe - Haiti

Mais um dia na cidade de porto príncipe, Miguel ainda estava na metade do período de sua missão no Haiti e não via a hora de voltar para casa, abraçar sua mulher Laura e comer o arroz de forno à parmegiana que ela fazia com tanto carinho para ele.

O mau cheiro da cidade era insuportável, crianças brincando com latinhas ao lado de cadáveres… sim, cadáveres, apenas a polícia haitiana podia recolher os corpos das ruas, coisa que quase nunca acontecia, a cada dia que as patrulhas passavam pelo corpo, o mesmo estava em uma nova fase de decomposição, naquela cidade era normal encontrar corpos mutilados e sem cabeça nas ruas da cidade causados pelos próprios moradores, durante patrulhas os soldados se deparavam com porcos se banhando no esgoto a céu aberto e cabras pelas ruas cagando em tudo que podiam ver. Um calor quase mortal que derrubava o mais fortes dos soldados, não era fácil seguir missão com o uniforme militar pesado e abafado, mas era necessário, homens cochilavam durante as patrulhas cansados de tantas horas seguidas de serviço, era comum encontrar nossos sargentos argumentando com seus  superiores que não tinham como cobrar mais de seus soldados se eles não tinham ao menos uma única noite de sono com pelo menos 5 horas de descanso, era confortante saber que seus sargentos estavam correndo atrás de melhores condições para os soldados.

Miguel Vilela - Soldado da equipe cobra

Em uma manhã de quinta feira Miguel e seus companheiros foram chamados para uma missão, o problema é que a comunicação dentro do exército era péssima, os soldados saiam dos alojamentos e apenas quando chegavam em seus destinos é que eram informados, isso o deixava puto mas nada podia fazer.

Chegando ao bairro de Bel Air, um dos bairros mais problemáticos da cidade de Porto Príncipe os soldados foram informados de que a missão seria conter uma manifestação popular que até o momento era pacífica, mas as missões nunca acabavam da mesma forma que começavam.

Miguel estava de guarda na contenção das manifestações enquanto outros grupos estavam bloqueando as esquinas próximas quando tiros foram disparados em sua direção, pessoas corriam desesperadas para todos os lados buscando um abrigo seguro, enquanto isso, seus companheiros se protegiam ao lado dos blindados urutus e atiravam contra os rebeldes locais que tinham provocado o conflito.  Os inimigos eram numerosos e portavam vários tipos de armas e calibres, estavam subindo em todos os telhados e também se escondendo atrás dos carros estacionados na rua, o horizonte para o qual Miguel olhava estava repleto de inimigos desorganizados porém mortais. Marcondes, o sargento de Miguel recebeu um tiro no ombro de um fuzil 5,56, dois de seus companheiros pararam de atirar para resgatar o sargento e coloca-lo no blindado. Miguel estava em uma situação delicada pois o problema só aumentava, com um tiro no ombro, Marcondes havia desmaiado com o impacto e seu grupo ficou sem um líder, o segundo no comando com a  segunda maior patente era o cabo Osório, seus subordinados estavam encurralados ao lado dos blindados gritando desesperadamente solicitando as ordens que deveriam seguir, Osório desorientado com tantas balas passando por sua cabeça consegue dizer apenas:

- Atirem de volta porra!

Os soldados desordenadamente atiravam nos rebeldes de Bel Air, acertando alguns mas não era o suficiente para detê los. Miguel viu que iria morrer e decidiu tomar a liderança já que o cabo Osório estava em choque com a situação.

- Marcelo abre a porta do blindado! - Gritava Miguel para o atirador que estava no blindado.

- Temos que sair daqui, todo mundo para dentro!

Miguel entrou com os outros homens no blindado vendo que não tinham como enfrentar todos os inimigos já que estavam em menor número.

- Tira a gente daqui e avisa no rádio que existe uma milícia em Bel Air forte demais para ser enfrentada com o que temos! - Disse Miguel para o comandante do blindado.

O blindado seguia a rua Delmas 2 sendo atingido por várias balas até que um dos tripulantes é atingido na mão por uma bala que atravessou a porta do veículo.    Rapidamente o médico do grupo cuida do ferimento e dos feridos enquanto Miguel junto com o comandante do blindado traçavam uma rota de fuga para a base mais próxima.    Com dois homens feridos o blindado segue descendo a rua quando foi atingido por um foguete que danificou o pneu, por sorte o veículo não explodiu mas o deixou incapacitado de continuar a fuga.

- Saiam do blindado, entrem na Igreja, rápido! - Gritava Miguel aos soldados dentro do veículo.

- Marcelo, você vem comigo.

Onde os soldados estavam entrando não era exatamente apenas uma igreja mas a Catedral de Porto Príncipe.    Enquanto bloqueavam as janelas e portas do nível térreo da catedral, Miguel e Marcelo estavam tentando ajudar o comandante e o piloto a sair do blindado, maior parte do impacto foi causada no pneu esquerdo frontal.

- Marcelo, me dá cobertura caralho, atira nos caras porra! - Marcelo não estava confiante em ficar ali no resgate enquanto balas ricocheteavam no asfalto e na blindagem.

- Comandante, vou te tirar daqui! - Gritou Miguel.

- Eu estou bem, tire primeiro o piloto - Respondeu o comandante bastante desorientado com o impacto.

- Ele vai ter que ficar aqui comandante, o piloto está morto! - Respondeu Miguel tocando na artéria do piloto checando a pulsação.

Enquanto Miguel tentava soltar o comandante das ferragens, Marcelo avista um rebeldes com um lançador de granadas saindo de um beco e se posicionando ao longo da rua Delmas 2.    Marcelo atira tentando detê lo mas o tiroteio está intenso demais, alguns soldados da Catedral também avistaram esse rebelde em especial e atiram também mas não conseguem derrubá-lo, apenas alguns minutos para Miguel.

- Lançador de granadas a frente! - Grita Marcelo enquanto tenta acerta-lo.

- Miguel, temos que sair daqui logo. - Continuou Marcelo.

Miguel consegue remover o comandante do veículo e apoiar em suas costas correndo para a catedral quando a alguns metros de suas costas o veículo é explodido.    Marcelo o acompanha cobrindo sua retaguarda e tropeça em um cano de alumínio largado no chão. Miguel já chegou com o comandante e é ajudado imediatamente por seus companheiros, em seguida decide voltar para ajudar Marcelo que está pulando com o tornozelo fraturado indo em sua direção.

- Eu vou ai te buscar, se abaixa Marcelo!

Marcelo estende a mão para miguel pedindo ajuda para chegar a catedral e é atingido por um tiro na altura do abdômen.

- Não!!! Gritou Miguel.

Os outro soldados estão atirando com tudo que tem das janelas e muretas ao longo da catedral mas ainda assim Miguel não vê possibilidade de voltar para catedral com tantos tiros transitando pelo ar tendo que se proteger e aguardar o melhor momento para sair daquele lugar.    Um rebelde é avistado na janela de um prédio próximo usando uma AK47, já bem posicionado e pronto para atirar, mira na cabeça de Miguel, quando um tiro é disparado. Miguel abre bem os olhos na direção do alvo da bala quando avista aquele rebelde da janela com a cabeça estourada decorando com uma nova cor as paredes do quarto em que estava.        O tiro tinha saído de uma desert eagle .50 que Marcelo carregava para todos os lados.

- Cara...antes de atirar com esse monstro avisa porra! - Disse miguel com um zumbido no ouvido direito.

- Não chama a Esmeralda de monstro seu mal-agradecido - Responde Marcelo  levantando o dedo do meio é gemendo de dor em seguida.

Os dois estão encurralados e os rebeldes estão se espalhando ganhando território e melhores posições cada vez mais.

- Então sabidão, o que vamos fazer agora - Disse Marcelo com um tom sarcástico sem muitas esperanças de sair daquela situação vivo.

- Sabe rezar? - Respondeu Miguel.

A situação está cada vez pior, Miguel pensa em como sair daquele campo aberto sem proteção alguma.

- Tira a gente daqui logo cara! - Disse Marcelo.

Um outro urutu é avistado vindo em sua direção do leste da rua des Frontis Fortis, eles vinham rápido usando sua .50 no topo do urutu, ficaram exatamente entre Miguel e os rebeldes dando a eles a chance de correrem para a catedral.

- Marcelo, é agora!

Eles correm com tudo que podem para a catedral e no meio do caminho Marcelo desmaia com tanta dor que sentia de seus ferimentos e da perda de sangue.

- Foi desmaiar logo agora cara! - Disse Miguel.

Os outros integrantes de seu grupo conseguem vir até Miguel e ajudar a chegar à Catedral.

O blindado que tinha ajudado se retira da linha de tiro rapidamente, dá a volta e entra com tudo no interior da catedral para não ser abatido, em seguida os soldados desembarcam e buscam a melhor posição para defender o local.

Miguel ainda tinha 8 homens ao seu comando mais o reforço que acabava de chegar.

- Estou ficando sem munição! - Disse um soldado.

- Vieira, distribua o resto da munição! - Ordenou Miguel.

- Já estou sem carregadores reserva! - Respondeu Vieira.

- Só atirem em quem poderem acertar, poupem munição!

Os soldados do blindado que tinham acabado de ajudar se posicionaram nas janelas do lado oposto da catedral somando um total de 21 soldados defendendo a posição, eles já estavam cercados pelo inimigo que suspenderam fogo por alguns instantes.

O blindado aliado para não ficar do lado de fora do tiroteio e não receber danos críticos entrou na catedral e comprometeu uma das colunas importantes para manter a estrutura erguida.

- Pararam de atirar! - Disse um soldado.

- Que bom que vocês vieram, estava tudo sob controle lá atrás mas a ajuda foi boa - Disse Miguel diminuindo a gravidade da situação em que estava e apertando a mão do sargento Barros.

- Estávamos bloqueando os protestos do lado leste quando essa bagunça começou, antes de chegar até vocês tentamos sair desse bairro pelas ruas Montalais e Frontis Fortis mas estavam todas bloqueadas com obstáculos. - Disse o sargento Barros.

- Então não tem como sair daqui? - Perguntou Miguel

- A melhor opção seria pela rua du Dr Aubry, teríamos um caminho reto até a base mas não sei como está a situação naquela rua. - Respondeu.

Miguel fica pensativo buscando uma maneira de sair daquela situação, com todas as ruas cheias de rebeldes e bloqueadas eles não teriam como sair daquele lugar sem reforços.

- Conseguiram contato com a base do Fort National? - Disse Miguel.

- Não, ninguém responde, só tem estática.

- Continue tentando, informe que precisamos de reforços para poder sair daqui. - Disse Miguel.

Do outro lado da rua um soldado avistou um homem de aproximadamente 45 anos, negro, magro, bandana preta no rosto, óculos de sol Oakley Juliet, sem camisa e uma AK47 em suas costas segurada por uma bandoleira. Seu rosto tinha uma cicatriz muito grande como se alguém tivesse tentado arrancar sua pele com as unhas.

- Tem um se aproximando! - Disse um dos soldados.

- Devo atirar?

O rebelde estava se aproximando da catedral e queria conversar, acompanhado de outros dois adolescentes armados.

- Montrer leur chef, je veux juste parler. - Disse o líder erguendo seus braços e falando em um dos idiomas locais.

- Tiago, tradução, rápido! - Disse Miguel sem entendendo o que foi dito.

- Ele disse para mostrar o nosso líder, só querem conversar - Respondeu Tiago.

Como sargento Barros tinha a maior patente no momento ele foi falar com o líder rebelde e Miguel foi junto com Tiago seguindo.

- Nós damos a vocês segurança, trouxemos educação coisa que a muito tempo vocês não tem, acabados com a maior parte dos sequestros, estupros, assassinatos, entregamos alimentos e vocês nos atacam! - Disse Barros com um tom de revolta.

- Vous pensez que nous ne vous aimons pas, comme les Brésiliens n'aiment pas sont les hommes noirs qui nous maltraitent et envoient nos enfants se verrouillent avec leur propre mère devant les parents. Nous ne voulons pas tuer les Brésiliens, mais nous devons retirer l'ONU et tous les étrangers ici et prendre le contrôle de ce qui est la nôtre. - Disse o líder da gangue em francês.

- Tiago, traduz logo porra. - Disse o sargento Barros.

- Ele disse: Acha que não gostamos de vocês, gostamos dos brasileiros, não gostamos é dos homens de preto que nos maltratam e mandam nossos filhos transarem com a própria mãe na frente do pai. Não queremos matar brasileiros, mas temos que remover a ONU e todos os estrangeiros daqui e assumir o controle do que é nosso. - Traduziu Tiago.

O sargento ficou sem palavras ao ouvir uma barbárie dessas.

- Vous choisissez votre destin, si vous ne mourrez pas sortir d'ici sans leurs armes et aucun blindé ou devrez faire face à nouveau. - Finalizou o líder dando meia volta e em seguida indo embora.

- Tiago…

- Vocês escolhem o destino de vocês, se não quiserem morrer saiam daqui sem suas armas e sem o blindado ou teremos que nos enfrentar novamente.  - Traduziu Tiago ansioso para saber a resposta do sargento.

- a jusqu'à midi - completou o líder.

- Temos até o meio dia. Informou Tiago.

- O desgraçado, nos deu apenas 30 minutos para decidir. - Sussurrou Miguel.

Cada dia que os soldados passavam no Haiti eles descobriram que não sabiam de porra nenhuma e isso era muito estressante para todos.

Miguel agora precisava se apressar ainda mais para tirar todos da catedral com vida, se os rebeldes voltassem a atacar não teriam com o que se defender além de seus fuzis FN Fal, 2 lança granadas e uma .50 do blindado que está dentro da catedral.

- Sargento alguma ideia de como sair daqui? - Perguntou Miguel ao Sargento Barros.

- A base mais próxima fica a 1 quilômetro daqui, precisariamos rodar pela rua Borgella e depois entrar na rua Fort National mas eles estão com lança granada espelhados pela cidade, nosso blindado não aguentaria, isso sem falar nos tiros de 762 que iríamos receber, a blindagem não iria aguentar tanto tiro. - Respondeu o sargento.

- Não estamos falando de usar o blindado para enfrentar um grupo de insurgentes mas de enfrentar a cidade inteira, um blindado leve de transporte não deve ser usado para isso, ele não aguenta. - Completou o sargento.

- Continuem tentando comunicação por rádio, não vamos nos render! - gritou Miguel.

- Eu tenho a maior patente aqui soldado, eu que dou as ordens por aqui. - Disse o sargento Barros.

- O momento de dar as ordens é esse sargento. - Rebateu Miguel.

Um som de terror emitido por uma mulher ecoa por toda a catedral, ali perto uma família estava sendo fuzilada pelos rebeldes, ninguém sabia o motivo mas friamente os cinco membros de uma família haitiana foram executados, a cada tiro disparado um choque de aflição corria pelo corpo dos soldados que naquele momento não podiam fazer nada. Após este evento outros tiros longe dali foram ouvidos, tiros secos e que provavelmente já tinham um destino certo.

- Senhores, não temos como repelir o ataque rebelde, eles estão em maior número e armamento, neste momento nós não temos comunicação por rádio com nossa base e não temos munição suficiente para o combate. Baixem as armas, iremos nos render, esta luta não é nossa. - Discursou o sargento Barros.

- O que acha que os rebeldes vão fazer quando nos entregar a eles? nos convidar para tomar uma cerveja e nos mandar embora? e depois? irão matar essas famílias a sangue frio e indefesas? - Questionou Miguel indignado com a decisão do sargento Barros.

- Contenha-se soldado, eu tomo as decisões por aqui. - Disse o sargento.

Através das janelas é possível ver os rebeldes se posicionando para um ataque mortal, o silêncio reina durante o período de trégua dentro da catedral, apenas o grito das famílias são ouvidos acompanhado de choro e desespero.

O sargento Barros não suporta mais ficar ali ouvindo toda aquela gritaria de sofrimento, olha para Miguel com cara de quem não pode fazer nada e decide se recolher com seus homens.

- Eles não vão te devolver para o nosso general. - Afirma Miguel ao sargento.

- O momento é este, senhores baixem suas armas, não precisam mais lutar, nós iremos para casa em…

O discurso do sargento Barros é interrompido pelo rádio que após algumas estáticas surge uma voz.

- Cobra, ainda estão na escuta? - Disse a voz no rádio se referindo ao grupo de Miguel.

- Aqui é cobra na escuta. - respondeu o encarregado da comunicação.

- Cobra aqui é tucano, que bom que vocês estão bem, nós estamos sobrevoando o bairro de Bal Air, vocês ainda estão no bairro?

- Sim estamos, ficamos presos na Catedral de Porto Principe, não temos como sair.

- O comando está com dificuldades na comunicação, por algum motivo nós conseguimos falar com vocês e os outros grupos, mas a base não.

- Tucano, consegue nos remover daqui?

- Infelizmente não cobra, sua área tem muitos rebeldes, a aeronave seria abatida. A única coisa que posso fazer por vocês é guiá los até a base.

O sargento Barros achando aquela conversa desnecessária toma a frente da conversa pelo rádio.

- Não precisamos de ajuda tucano, nós vamos nos render e eles irão nos escoltar para longe daqui. Disse o sargento ao piloto.

- Negativo sargento, esses rebeldes não são de confiança.

- Eles são pessoas que só querem paz, nós não somos seus inimigos.

- Sargento, pelas informações que re…

O rádio ficou com interferência e não foi possível entender o que o piloto iria informar.

- Eu vou me render, quem quiser vir comigo será bem vindo. - Disse o sargento.

Os soldados olharam um para o outro esperando o primeiro se pronunciar.

- Eu irei - Disse um soldado com a mão erguida.

Junto com o primeiro soldado a se render outros dois do grupo do sargento se juntaram a rendição, os outros decidiram continuar lutando.

- Peguem toda munição deles, não vão precisar. - Disse Miguel olhando para o sargento pedindo com os olhos para que volte atrás.

Uma buzina é soada do lado de fora, em seguida uma voz é ouvida.

- alors brésilien, déjà a décidé? - Disse o líder rebelde gritando aos quatro ventos.

- Ele está perguntando se já decidimos. - Disse Tiago.

O sargento se retira da catedral com seus três homens desarmados que são recebidos de braços abertos pelo líder rebelde.

- le faites vous se repentir de son décision. Disse o líder  descendo seus óculos juliet aos olhos.

Miguel toca no ombro de Tigo fazendo um gesto de que não precisa traduzir, o líder rebelde tinha sido muito claro com suas intenções mesmo falando em outro idioma.

- Senhores, como diziam nossos guerreiros brasileiros da segunda guerra mundial: ‘Hoje a cobra vai fumar’. Nós estamos aqui como voluntários, todos do exército brasileiro estão aqui no Haiti como voluntários, nós estamos aqui para proteger estas pessoas, para garantir que essas chacinas que acabamos de ouvir não ocorram todos os dias, para dar a eles a chance de se erguerem, hoje teremos a oportunidade de acabar com esses rebeldes, nós não temos equipamentos suficientes para enfrentá-los mas eles verão do que somos feito, para cada baixa nossa nós levaremos junto 20 homens deles e nossa pátria saberá que um filho teu não foge à luta. - Discursou Miguel aos seus companheiros.

- Arranquem a .50 do blindado e coloquem na torre da catedral, carreguem os feridos para uma sala protegida! - Ordenou Miguel.

Após o discurso, os soldados com o sangue fervendo se movimentaram e preparam a catedral para o combate, com bancos e mesas empilhadas sobre as portas e janelas, atiradores na torre da catedral observavam o movimento dos inimigos, o blindado foi usado para bloquear o buraco que tinha feito na parede, todos armados, carregados, protegidos e prontos.

O silêncio tomou conta do lugar, apenas o vento que passava pelas janelas circulava por toda a catedral.

- Quando esses bostas irão atacar? - Indagou Miguel ansioso para o início do combate.

- Attack! - Um grito forte é emitido do lado de fora.

- Lança granadas! - Gritou um dos soldados.

- Peguem todos que poderem!

A catedral é bombardeada por granadas e uma chuva de balas.

- Tiago, precisamos acabar com aqueles granadeiros! - Gritou Miguel.

- Onde eles estão? - Perguntou Tiago.

- Estão próximos às árvores à noroeste, encontre uma posição boa e derrube-os.

- Conseguiram contato por rádio com a base ou com o tucano? - Perguntou Miguel.

- Não, só estática!

Neste momento o tucano estava informando a base que a equipe cobra estava sendo atacada por uma força muito grande.

- Comandante precisamos de apoio para a equipe cobra que está em Bel Air, estão sob ataque. - Disse o piloto do tucano.

- No momento não temos como ajudá-los, a cidade está um caos, mandem eles aguentarem. - Disse o comandante.

Tiago corre para a janela próxima a porta da catedral onde pode ver claramente a posição dos granadeiro que estavam agachados próximo a uma mureta.

- Vocês não passam de hoje, miseráveis. - Disse Tiago enquanto mirava nos granadeiros.

Um dos tiros disparados por Tiago acerta a veia jugular do rebelde o tirando de combate, a rajada seguinte de Tiago acerta o peito nu de outro rebelde e o abdômen de seu companheiro. Tiago é avistado por outro rebelde que atira contra ele, os tiros batem na parede mas não acertam Tiago que por sua vez se abaixa para se proteger dos tiros, revoltado com a situação em que se encontrava ele se levanta e atira nos prédios próximos acertando mais alguns rebeldes.

    Do lado esquerdo da catedral uma caminhonete usando uma metralhadora é avistada disparando freneticamente na catedral perfurando o blindado com bastante força.

- Usem os lança granadas na caminhonete! - Gritou Miguel.

Vendo que seus companheiros estavam ocupados com outros alvos miguel carrega seu lança granadas que está próximo ao blindado e desce da catedral em busca de uma melhor posição. Com poucos obstáculos para se proteger ele corre para um prédio vazio que fica do outro lado da pequena rua Borgella usando como camuflagem as barracas de desabrigados, um rebelde cruza seu caminho correndo sem ter percebido sua presença quando ele escuta um barulho de latas velhas de comida caindo no chão derrubado por Miguel.

- Puta que p… - chegou Miguel.

O rebelde vira rapidamente e atira assustado com o barulho, as balas passam por cima da cabeça de Miguel que está agachado e atinge um outro rebelde que o seguia deixando fora de combate, imediatamente Miguel mira no rebelde e atira estourando seu crânio.

Lá estava a caminhonete disparando tudo que tinha na catedral, Miguel tinha a posição perfeita para destruir a caminhonete quando um cano atinge sua cabeça o derrubando para um lado e sua arma caindo para o outro, o rebelde cai em cima de Miguel e ergue o cano para tentar atingi-lo no rosto, Miguel empurra o quadril para o lado se colocando em meia-guarda conseguindo espaço para contra atacar o inimigo, segurar seu pescoço e estrangulá-lo, o rebelde abaixa o cano e tenta sair do mata leão e acaba apagando aos pouco tendo convulsões logo em seguida, Miguel larga o rebelde no chão e volta a mirar na caminhonete, ainda tonto pelo golpe recebido, Miguel dá um disparo preciso no assento do motorista, explodindo o veículo e matando alguns rebeldes ao redor.

- Isso! Morre filha da puta! - Gritou Miguel comemorando o tiro.

Com a catedral frágil, se a caminhonete continuasse atirando em suas paredes o teto cairia em cima de todos dentro já que toda a sua estrutura estava comprometida por causa do combate.  Com o objetivo concluído Miguel corre de volta para a catedral para reagrupar com seus companheiros. Descendo as escadas, Miguel abre a porta do prédio quando um taco de baseball de madeira vai de encontro com seu rosto o nocauteando.

Ninguém sabia onde Miguel estava, a munição já estava no fim, a catedral estava para desabar e o número de feridos só aumentava.

- A catedral está desabando! - Gritou um dos soldados.

Tiago subiu as escadas da catedral para o segundo andar e atravessou uma porta que dá acesso a laje da catedral do lado esquerdo.

- Posso até morrer nos escombros dessa catedral mas não irei me render. - Disse Tiago mirando calmante nos rebeldes derrubando um a um.

Miguel estava caído no chão quando acordou morrendo de dor de cabeça por causa do golpe recebido na cabeça, ao abrir o olhos a visão de Miguel é da ponta de 6 fuzis AK47 apontados para seu rosto, os rebeldes discutiam entre eles.

- Je vais le prendre à la maison, ce sera ma femme - Gritava um rebelde apontando o dedo para Miguel.

- tous auront leur chance - Respondeu o rebelde.

- Je vais utiliser à la fois ce gars qu'il ne peut plus siéger. - Continua um rebelde olhando para ele com um desejo de fazer o mal.

Miguel não conseguia entender o que estavam discutindo ali em cima dele, um tradutor seria uma boa aquele momento, por causa dos gestos que eles estavam fazendo provavelmente tentavam decidir se iriam matar ele ali mesmo ou prendê-lo, era isso que Miguel acreditava. Eles continuavam discutindo enquanto Miguel procurava uma forma de sair daquela situação, os rebeldes já estavam ficando mais estressados apontando o fuzil para seu rosto com o dedo no gatilho, eles já se estapeando um deles grita ‘Ensuite, je vais tuer!’ tomando coragem para atirar até que dispara a arma na cara de Miguel, um tiro seco é ouvido por Miguel, provavelmente aquele era o som da morte pensava Miguel, seu corpo já estava um pouco dormente e suas pernas já não respondiam mais, um peso é sentido em cima de Miguel e outros três disparos rápidos são ouvidos.

- Miguel, sai daí caralho! - Disse uma voz.

- Como eu não morri ainda? - Pensou Miguel abrindo bem os olhos e respirando fundo.

Ao seu lado estava a arma que seria usada para a execução de Miguel, na câmara de escape do fuzil uma bala estava presa impedindo que o dispara fosse realizado, o peso no corpo de Miguel era do rebelde que caiu morto em cima e a sensação do corpo dormente e a desorientação foi causado pelo nível de estresse altíssimo da situação em que se encontrava.

- Miguel, volta para a catedral!

Miguel finalmente viu que Tiago tinha atirado da laje da catedral nos rebeldes, ainda com as pernas bambas do susto ele conseguiu entrar a salvo na catedral, se juntar ao grupo e continuar com o combate.

- Vamos sair daqui, a catedral vai desabar! - Ordenou Miguel.

- Nós estamos cercados para onde vamos? - Perguntou um dos soldados.

- Encontrei um prédio aqui ao lado, podemos ficar lá, peguem os feridos e vão saindo aos poucos. - Respondeu Miguel.

A torre da catedral desmoronou, todo o telhado caiu enfileirado esmagando tudo que estivesse embaixo, a poeira levantada pela catedral se espalhou pelo local escondendo toda a fuga dos soldados que conseguiram chegar ao prédio próximo sem complicações.

Os rebeldes estão batendo na porta tentando entrar, já sem munição a única defesa que lhes resta é lutar corpo a corpo com os rebeldes, todos estão ofegantes aguardando o momento em que os rebeldes iram entrar.

- Senhores, foi um prazer lutar ao lado de vocês. Disse Miguel aos seus companheiros.

- Vamos até o fim Miguel. - Disse Tiago com quicando em posição de luta com os punhos cerrados.

- Seja o que deus quiser - Disse Miguel beijando seus punhos.

As portas já estão cedendo, Miguel e seus companheiros gritam ameaçadoramente o mais forte que podem mostrando que estão ali para o que der e vier.

- Eles pararam de bater na porta! - Disse um dos soldados.

Miguel após respirar fundo tomando coragem decide abrir a porta para ver o que estava ocorrendo quando deu de cara com um comboio com aproximadamente 10 blindados urutu atirando em todos os rebeldes que estivessem no caminho e helicópteros sobrevoando o local dando apoio.

- Fala seus bisonhos, entrem logo no blindado porra, vamos sair daqui, não temos muito tempo! - Disse um tripulante de um dos blindados.

- A carona chegou! - Disse Miguel aliviado por poder sair daquele inferno.

Todos foram levados para a base do Fort National onde receberam todo o tratamento necessário e condecorações de bravura e honra, a primeira coisa que Miguel fez quando chegou a base foi ligar para sua mulher Laura e falar que a ama, quanto ao sargento barros, seis dias depois ele foi encontrado em um cativeiro apenas de cueca com seus homens ao lado amarrados a uma coluna, os rebeldes queriam trocar seus prisioneiros por armas e comida mas nada conseguiram além de uma cova de meio metro próximo do cativeiro.

 


Notas Finais


Personagens:
Platini com Miguel Vilela


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