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História Terrace - Shot.


Escrita por: daebolic e indelikaido

Notas do Autor


Annyeong!
Bom, antes de tudo queremos pedir perdão pela demora para postar, e que vocês gostem do capítulo <3
Lá embaixo nos falamos!

Capítulo 2 - Shot.


Yixing, após ter colocado o coreano de volta em sua cama, depois muitas aspirinas e escovadas nos dentes, estava sentado, apenas vigiando seu sono tranquilo. Era uma situação inusitada, não sabia ao certo como cuidar de alguém naquelas condições, e só podia esperar que tivesse feito o certo.

Acabou caindo no sono aos poucos, ainda com a mão enterrada nos cabelos de JunMyeon, às vezes se movimentando automaticamente.

Acordou de manhã sentindo o outro puxar um pouco a manga de sua blusa, tentando chamar a atenção dele.

“Junmyeon? O que foi?” Abriu os olhos, ainda sonolento.

“Você não deitou pra dormir, e nem foi pra sua cama…” Falou timidamente, ao encarar Yixing nos olhos.

Quase se levantou da cama, mas estava lento demais para tomar qualquer decisão brusca.

“Eu não queria te deixar sozinho, você estava bem mal ontem.” Murmurou, olhando para baixo, tentando esconder o rosto avermelhado.

“Eu devo ter extrapolado na bebida, mas me desculpe se eu te dei trabalho.” Riu ao falar aquilo “A propósito, eu já disse que você ficou lindo assim?” Indagou ao pôr a mão na nuca, visivelmente envergonhado.

Yixing soltou uma risadinha, tentando não olhar para o coreano.

“Essa é a segunda vez que você fala isso, mas como você estava bêbado eu vou relevar.” Bocejou mas não se levantou. Estava confortável ali.

“Eu sou um bêbado inteligente, vai.” O comentário faz o outro revirar os olhos. “Vamos ficar na cama hoje, estou morrendo de cansaço.”

“Tudo bem. Se você quiser, posso buscar comida.” Yixing se esgueirou para dentro do cobertor de JunMyeon, que encostou a cabeça em seu ombro.

“Não precisa. Vamos conversar sobre a vida.” Sorriu abertamente ao comentar, aquilo fez o chinês arregalar os olhos, por mais que tivesse passado por tantas coisas, era difícil simplesmente falar.

“Pode começar, se quiser.” Apesar de estar ansioso, tentou jogar o assunto para JunMyeon. Estava realmente interessado em desvendar o que se escondia por trás daquele eye smile tão fofo.

“O que você quer saber sobre a minha vida? Pode perguntar.” Fitou Yixing, um pouco confuso.

“Tudo depende do que você quer responder. JongDae é seu único amigo? Desde quando mora sozinho?” Indagou receoso, já que era para perguntar não perderia tempo

“Eu irei responder tudo… Jongdae é meu único amigo sim, eu já tive muitas pessoas em minha volta, mas apenas se diziam ser amigos... “ Murmurou cabisbaixo “Quando a gente possui mais que os outros, eles sempre se interessam, não pelo que você é e sim pelo que você tem.” Foi sincero ao responder, mas tocar naquele tipo de assunto lhe deixava um pouco chateado.

“Se você quiser, eu posso ser seu amigo também.” Sorriu de forma tímida, e JunMyeon suspirou. Como diabos ele conseguia ser tão fofo e bonito ao mesmo tempo? “Não tenho amigos há tempos. Quando eu estudava, tinha dois. Um garoto chamado Tao e outro que se chamava Kris. Não sei por onde andam.” Murmurou cabisbaixo.

“A gente pode tentar, você deve ter passado por muito… Fugir de um lugar que estava um caos e vir para outro país. Como foi deixar tudo?” Mordeu os lábios fortemente ao perguntar, mas admitia ter curiosidade sobre aquilo.

“Ah… como eu vou descrever isso? É horrível, acordar com os ouvidos apitando de dor e não ser capaz de ouvir uma só voz porquê o silêncio em que sua cidade se encontra é absoluto.” Yixing desvia o olhar, tentando não fazer contato visual. Sabia que ia acabar chorando. “Saí de lá porquê eu ia ser chamado para lutar contra os inimigos e se não aceitasse eu seria morto junto com a minha família.”

“Entendo, mas e sua famí-” Junmyeon nem ao menos conseguiu terminar de perguntar sobre o que poderia ter acontecido com a família do chinês, apenas o puxou para um abraço e afagou seus cabelos, ele havia sofrido muito. Por mais que não o conhecesse a mais de dois dias, apenas queria vê-lo feliz a partir de hoje.

“Eles estão mortos, Myeon. Cada um deles.” Se limitou a chorar silenciosamente, enterrando a cabeça no ombro do coreano.

Se sentia estranho por estar abraçado com ele, tão perto que podia sentir sua respiração calma em sua pele, mas aquilo era tão reconfortante que nenhuma sensação estranha poderia superar o quão grato estava por estar com alguém tão compreensivo quanto JunMyeon.

“Não se preocupe, agora estou com você.” Disse quase num sussurro, ainda afagando o cabelo do garoto que estava sofrendo com aquilo tudo.

Ele era uma boa pessoa e Junmyeon conseguia sentir isso, desde o momento que ajudou o chinês no restaurante e até quando o trouxe para casa, nunca faria isso com uma pessoa que não lhe demonstrasse confiança o suficiente.

 

As semanas voaram dentro do apartamento de JunMyeon: as quatro paredes que antes guardavam um silêncio notável agora abrigavam um chinês que insistia em sair cantando e dançando toda vez que podia, levando o outro em seu embalo.

Durante a noite, que era bem aguardada por ser o horário que tinham para conversar - e também por ser o horário em que o dono da casa voltava do trabalho na maioria dos dias -, os jantares sempre enchiam o ambiente de risos.

JunMyeon notava a mudança de rotina com felicidade. Não que estivesse dando total mérito ao outro, pois também se esforçava para fazer coisas diferentes todos os dias, mas a presença de Yixing deixava tudo mais… Vivo.

Se pegou pensando nisso durante uma noite de sexta feira, sentado com Yixing no sofá da sala, enquanto fitava o outro com interesse, este que ria mais uma vez das piadas bobas que Junmyeon contava sobre o seu trabalho.

“Eu estava pensando em irmos jantar em um lugar diferente.” Comentou enquanto degustava uma taça de vinho - sentado no sofá de sua casa - observando o olhar intrigado de Yixing que encarou curioso.

“Qual é a sugestão?” Perguntou mordendo os lábios ao ver o outro voltado a taça de vinho, balançou sua cabeça rapidamente e tentou mudar seus pensamentos, mas o coreano não cooperava.

“Mas eu acho que você não toparia, você tem medo…” Abaixou a cabeça ao falar, mas sorriu de lado ao ver o outro bufar.

“Fale onde é, eu toparei.” Disse confiante, mas mal perdia por esperar.

“Acho que não, hein.” Provocou, mordendo levemente seu lábio inferior .

O gesto não escapou aos olhos de Yixing, o que deixou ele ainda mais curioso.

“Vai. Fala logo.” Quase gritou, chacoalhando o braço do outro.

“O quê você acha de jantarmos ali na varanda?” Apontou para as portas de vidro do outro lado da sala, que ainda não haviam sido abertas pelo chinês.

Gemeu baixinho, de agonia. Não queria ser um covarde, mas a perspectiva de jantar ali, tão perto de uma queda livre lhe embrulhava o estômago.

“Viu? Sabia que não ia aguentar.” Riu, observando a reação dele.

“Merda, vamos logo.” Pegou a caixa de pizza em cima da mesa da sala e foi até as portas, parando em frente à elas por alguns segundos. Pensou por um momento se realmente precisava fazer aquilo, mas seu medo de altura tinha que ir embora de algum modo.

“Não esqueça a bebida.” Ditou antes de se aproximar mais, vendo-a abrir automáticamente, adentrou o local e sentiu suas pernas se tornarem bambas, porém continuou firme até uma mesa de madeira que havia no canto, colocando a caixa de pizza lá, apoiou-se na parede onde Junmyeon não podia visualizá-lo, fechou os olhos e contou até dez, tentando normalizar sua respiração que havia se tornado acelerada.

“Você não é um covarde.” Murmurou para si mesmo, tentando ignorar tudo em sua volta, mas sentiu apenas algo quente tocar em sua cintura por cima da camisa fina, abriu os olhos rapidamente, vendo o coreano lhe encarar sorridente. Ele estava tão próximo…

“Estou orgulhoso de você, olha onde você está.” Ajeitou o cabelo de Yixing, colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

“E-eu realmente não consigo olhar em volta, não dá.” Olhou para seu próprios pés, sentindo sua cabeça girar.

Com delicadeza, JunMyeon levantou o rosto do outro, pedindo para o outro lhe encarar com confiança.

“Eu vou te mostrar como a vista aqui de cima pode ser bonita.” Sorriu, e Yixing se sentiu como uma gelatina, mal conseguindo se concentrar em permanecer de pé.

“E depois?” Indagou, sorrindo de volta.

“Depois… você vai começar a amar esse lugar.” Disso tinha plena certeza, logo após pediu para Yixing fechar os olhos e o guiou até a sacada do terraço, onde levou as mãos do outro até as grades e suspirou antes de pedir para ele abrir os olhos, sem pensar que estaria em um lugar alto.

Dito e feito, Yixing abriu sua boca e mal pôde falar de tão admirado que estava, de cima tudo era tão iluminado e lindo.. Permaneceu por um bom tempo admirando a cidade sem dizer uma palavra, mas ao se tocar do que estava fazendo, sentiu suas pernas bambearem novamente, o que fez agarrar Junmyeon para não ir para o chão.

Fazendo isso, se encontrava com o corpo próximo ao do coreano, ele lhe segurava pela cintura enquanto Yixing o fitava nervoso, não conseguia desviar a atenção de seu olhar, era como se lhe chamasse. Pior que o olhar dele, eram os lábios. Eram como imãs.

“JunMyeon, me desculpe.” Tentou mais uma vez desviar seu olhar, falhando miseravelmente.

Não queria se arriscar com o outro, não fazia a menor ideia de como seria se algo acontecesse ali e certamente não queria perder a amizade com o coreano. Afinal, ele havia lhe tirado da miséria, mas não só por isso e sim pelo que havia conquistado em tão pouco tempo. Sentiria-se a pior pessoa, caso isso ocorresse.

“Shh, isso não é hora de falar, Zhang Yixing.” Deixou que um sorriso travesso lhe escapasse antes de tomar os lábios do outro em um beijo delicado.

Por poucos segundos, sua mente ficou em branco. Não sabia se deveria retribuir o beijo, ou apenas se afastar. E se optasse pela primeira opção, se perguntava como ia realizar a proeza, já que nunca havia beijado em sua vida. Segundos breves.

Retribuiu o beijo de JunMyeon e se deixou acariciar seu cabelo, brincando com seus fios enquanto se concentrava também no que estava fazendo.

Não se beijavam com pressa, o tempo parecia escorrer tão rápido quanto uma lesma demoraria para atravessar o rio Han, mas ainda assim, só de sentir os batimentos cardíacos de JunMyeon próximos aos seus próprios já ficou ansioso. Seus lábios eram como o paraíso na terra, e não queria nunca mais se separar deles, e suas línguas não travavam uma batalha, mas dançavam juntas, se unindo com um único sentimento que queimava no interior de ambos.

Por um momento cessaram o beijo e se entreolharam sorridentes, o suficiente para Yixing levar suas mãos a nuca do outro e o puxar para mais um beijo, só que dessa vez com mais desejo, coisa que o chinês nunca quis com outro alguém. Perderam a noção do tempo em que ficaram trocando beijos e carinhos, tanto que o rapaz já havia esquecido do seu medo de altura e apenas focava nos lábios de mel que o outro possuía.

Junmyeon apertava sua cintura e o guiou para dentro da casa enquanto ainda trocavam beijos que iam esquentando a medida dos minutos, mas quando Yixing sentiu suas costas irem contra o sofá, se deu conta do que estava prestes a acontecer, por mais que não estivesse diferente de Junmyeon, ainda era cedo demais para aquilo e não sentia-se preparado o suficiente para fazer tal coisa.

“J-jun.” Resmungou, separando seus lábios do outro, que logo abocanhou seu pescoço, dando uma mordida que arrancou um gemido arrastado de Yixing - definitivamente era sensível a todos os tipos de toque.

Quase como se tentasse se redimir, o coreano largou um selinho carinhoso no local da mordida, e outro em seus lábios. O fitou, quase perdendo o controle ao ver o olhar que JunMyeon lhe dava.

“Eu te machuquei?” Indagou, um pouco sem jeito, ainda em cima do chinês.

“Não, não é nada disso. Eu só… acho que ainda não é a hora certa pra isso, entendeu?” Falou de uma vez só, quase se enrolando com as palavras ao tentar dar uma desculpa. “Não quer dizer que eu não queira, não fique triste com isso.” Riu ao ver o biquinho que se formava em seus lábios.

“Tudo bem. Eu entendo, eu que extrapolei um pouco.” Deu um sorriso de lado, finalmente se afastando de Yixing, mas sem findar o contato entre suas mãos.

Naquela noite, após ambos tomarem seus banhos, Junmyeon se esgueirou embaixo das cobertas do chinês, onde o abraçou apertado e o encheu de beijos, trocaram carícias por algum tempo antes de Yixing adormecer no peito do coreano.

-

Antes mesmo de abrir os olhos, JunMyeon passou a mão no lado direito da cama, apenas para descobrir que o outro não estava ali.

Se levantou, sonolento, abrindo a porta do quarto com cuidado. Onde ele poderia estar? Será que havia assustado Yixing?

Como uma resposta automática, ouviu uma melodia ecoar pelo apartamento, vinda da sala. Era baixinha, acompanhada pela voz do chinês.

Atraído pelo som, foi até o local, vendo Yixing sentado em um dos bancos que ficavam na varanda, com o violão em mãos. Dedilhava as cordas com concentração, munido de uma expressão serena no rosto. A aura que emanava dele era de pura paz.

Sorriu e ficou ali, admirando ele de longe pois queria deixar a imagem gravada em seu cérebro, aquilo realmente era a melhor coisa, não entendia o porquê de seu coração estar tão ansioso por ficar perto do chinês.

Mordeu os lábios e se aproximou calmamente, beijando o pescoço alheio, o vendo dar um pulo assustado e em seguida rir, Junmyeon não perdeu tempo e selou os lábios do garoto que sorriu envergonhado com a atitude do outro, mas não falou nada.

“É estranho isso, a gente se beijou ontem e agora está me beijando novamente.” Comentou, não gostaria de ser apenas algo para passar o tempo.

“Estranho? Porque te beijar é estranho?” Perguntou beijando diversas vezes o lábios macios do outro “Não quer mais que eu te beije?” Indagou curioso.

Por fim deixou o violão de lado, o encostando na parede, puxando Junmyeon para seu colo, por mais que estivesse constrangido.

“Me conta uma coisa. Porque você me beijaria? Você pode ter qualquer um, você é rico e bonito.” Ajeitou a franja do outro com seus longos dedos. “Eu sou só um emigrante ilegal que morou na rua a maior parte do tempo.”

As palavras de Yixing atingem ele como pequenas facadas, ele não enxergava o quão precioso era para JunMyeon.

“Por que eu não quero qualquer um. Eu quero você. E pra mim você é muito mais bonito do que qualquer riquinho que poderia aparecer em minha vida.” Foi sincero ao dizer, encarando Yixing.

“Eu não esperava por isso.” Tentou parecer o mais maduro possível, acariciando as coxas de Junmyeon sem ao menos notar “Eu me sinto especial por isso, você não sabe o quanto… E sobre você me querer-” Abaixou a cabeça, envergonhado demais para se confessar.

Olhou para ele com expectativa, tentando ignorar as carícias em sua coxa.

“Yixing, pode falar.” Beijou sua bochecha, sorrindo logo depois.

“Você já me tem.” O puxou para outro beijo, dessa vez na boca.

Se beijavam com uma frequência que chegava a impressionar Yixing, nunca havia pensado que iria realmente gostar daquilo, mas JunMyeon claramente lhe deu uma outra forma de visualizar as coisas.

Conforme as semanas se passavam, o lugar preferido dele realmente se tornou a varanda. Passou a fazer tudo ali: cantar, dançar, ouvir música e… jantar. Sim, os jantares que dividia com o coreano eram mais que especiais, eram sua parte preferida da noite. Agora, ambos trabalhavam: Yixing se tornou professor de dança em um estúdio não muito longe dali, e JunMyeon seguia com o trabalho na antiga firma do pai, e seus horários coincidiam muito bem, salvo para os dias em que o chinês tinha que ficar até tarde trabalhando em uma coreografia ou outra com seus alunos.

A única coisa que lhe trazia uma curiosidade enorme eram seus sentimentos. Toda vez que sobrava algum tempo, Yixing se pegava pensando no que os dois tinham construído juntos, e em como era inocente para algumas coisas. Sentia raiva disso, não sabia muito sobre relacionamentos e JunMyeon parecia já ter uma carga de outras ocasiões.

E essa é a única explicação plausível para o quê o coreano ouviu ao chegar em casa em uma noite de quinta feira.

Pensou em gritar o nome do chinês, como sempre fazia, mas um barulho lhe chamou a atenção, era uma música diferente do usual, estava reconhecendo o instrumental de algum lugar, mas assim que tirou o paletó e permaneceu apenas de camisa social foi até a varanda, onde prendeu o ar por um momento, aquela cena não podia ser mais excitante.

Yixing estava com uma regata branca que marcava seu corpo e os cabelos suados, ele estava uma tentação, mordeu os lábios ao ver o movimento que o quadril dele fazia ao seguir a coreografia.

You see these shackles

Baby I'm your slave

I'll let you whip me if I misbehave

No momento em que o chinês cantarolou, Junmyeon sentiu-se mal por estar se excitando com aquilo, se o outro lhe visse com a calça marcada, pensaria o que de si? Queria se afastar e deixar o mesmo ensaiar a coreografia, mas no momento em que ele foi para o chão e passou a rebolar sobre o mesmo, sentiu sua respiração falhar.

“Porra Yixing…” Murmurou mordendo os lábios com força, porque aquele chinês tinha que ser tão excitante?

Naquele momento, ele deu uma olhada para trás, notando a presença de JunMyeon, mas optou por não falar com ele. Ainda não. Já que estava naquela situação, porque não aproveitar?

Estava querendo aquilo já fazia um tempo...

Tirou a blusa lentamente, ainda focado em se manter fiel à coreografia, e a jogou do outro lado do cômodo. Sorriu de leve ao perceber a respiração descompassada atrás de si, era como o barulho de um trovão em meio ao silêncio, impossível de passar despercebida.

JunMyeon se sentou na poltrona, de frente para ele, tentando desviar seus pensamentos da dança extremamente sensual que o outro fazia, mas era uma tarefa realmente difícil. Pensou se deveria interrompê-lo, mas a visão era inebriante, estava hipnotizado demais para dizer alguma coisa.

“Boa noite, JunMyeon.” Yixing mordeu os lábios, se virando para o encarar. Fazendo o outro se assustar por ter sido notado “Você gosta de dançar?” Indagou curioso, se aproximando do outro com a respiração acelerada, deixando um selar nas bochecha do coreano, passando a encará-lo.

“Quando eu era mais novo…” Mordeu os lábios ao lembrar do seu passado, mas sua proximidade com os lábios do chinês lhe fazia raciocinar tão pouco, apenas levou sua destra na cintura alheia e aproximou os lábios da bochecha do mesmo, retribuindo o carinho, receoso pelo fato de que estava com uma ereção dolorida.

Yixing se sentou no colo dele, com uma expressão serena no rosto.

“Sim…?” Colou sua testa na dele, ainda curioso para saber sua resposta, o chinês estava com tanta luxúria no olhar que era difícil resistir, principalmente por terem esperado tempo demais.

“Ahh…” Franziu o cenho, tentando ignorar a pressão que o corpo dele fazia em sua ereção. “E-eu fazia aulas. Isso, aulas.”

“Aulas de quê, exatamente?” Yixing umedeceu os lábios, e sua língua roçou na boca do coreano, que engoliu em seco.

“Hm, dança.” Deu uma risadinha ao ver a expressão confusa de JunMyeon.

“Do quê estamos falando mesmo, oppa?” Indagou, próximo ao ouvido dele, sabendo que o coreano perderia a linha ao ouvir a última palavra.

“Hyung… Yixing, é hyung.” Corrigiu-lhe, era sempre assim, ele vivia trocando palavras, esses tempos atrás estava chamando uma conhecida de unnie, Junmyeon quase chorou de rir pela confusão, mas admitia ser fofa demais.

“Mas eu vi que homens adoram ser chamados de oppa.” Retrucou cabisbaixo “Você não gosta, hyung?” Dessa vez alongou o tom que usou para lhe chamar, vendo os pelos do pescoço do coreano se arrepiarem e com isso, virou-se bruscamente e passou sua outra perna pelo colo do rapaz, o abraçando apertado, prendendo um gemido ao sentir o falo dele ir de encontro com o seu.

“Droga, Yixing, o que você tá fazendo?” Olhou para o peito desnudo do outro e em seguida para seu rosto.

“Eu estou fazendo o que você quiser que eu esteja fazendo.” Sussurrou, plantando um selinho no canto de sua boca “Não é como se você não quisesse isso.” Murmurou desabotoando a camisa do outro, exibindo seu belo peitoral, a melhor parte era que Junmyeon nem ao menos se afastava.

Ele queria sentir Yixing, mais que tudo.

“Tem certeza?” Indagou pela última vez, ao sentir os lábios sendo tomados num beijo feroz, aproveitou a deixa e levou suas mãos para a bunda do outro, apertando-lhe por cima daquela calça apertada.

Fez um pouco de esforço e se levantou com o outro em seu colo, o deitando de costas para o sofá, passou a ondular seu quadril com o dele, revirou os olhos por um momento.

Fazia quanto tempo que não se relacionava com alguém?

Afastou os pensamentos e passou a lamber o maxilar de Yixing, era estranho estar prestes a lhe possuir dessa forma, havia se controlado por semanas…

Ouvir os suspiros do outro lhe deixava na beira da insanidade, tudo que saía de sua boca parecia ser erótico.

Yixing colocou as pernas ao redor de JunMyeon na esperança de conseguir mais contato com o outro, e o puxou para outro beijo. À medida que suas línguas dançavam juntas em uma bagunça de desejo e paixão, ambos ficavam cada vez mais sedentos um pelo outro, e a respiração ofegante do coreano não escapou aos ouvidos dele.

Por mais que fosse sua primeira vez, já tinha visto em alguns filmes como funcionava e estava ansioso para aquilo, daria o seu melhor para a felicidade de Junmyeon, por mais que seu interior estivesse se borbulhando de receio, com medo dele não gostar.

Seus lábios se separaram, e Yixing o olhou, um pouco frustrado.

“Você tem certeza que quer isso? É a última vez que vou perguntar.” O coreano o olhou com curiosidade e desejo.

“Sim.” Respondeu sério, se separando de Junmyeon por um momento. Segurou firme em sua cintura quase que inconscientemente e seu olhar foi para as portas de vidro que estavam ao lado deles. “Mas… eu tenho uma ideia.”

Com um pouco de esforço, levantou o coreano, que entrelaçou as pernas ao redor de sua cintura, rindo com a ação repentina.

“Onde a gente tá indo, seu louco?” JunMyeon indagou, enquanto acariciava os fios sedosos do chinês que sorriu apertando a bunda do mesmo que arfou com o contato.

Yixing queria jogar tudo para o alto, sua timidez e o limite daquilo. Apenas queria aproveitar o que Junmyeon pudesse lhe proporcionar, por mais que estivesse prestes a ter um colapso mental de estar prestes a fazer aquilo.

Cautelosamente, foi com o mais velho para o terraço, o empurrando contra o parapeito.

“Aqui?” Indagou, vendo o outro lhe levar até o sofá de descanso, sentando no sofá consigo no colo.

“Para ser sincero, é a minha primeira vez… E eu queria que fosse num lugar onde eu sempre tive medo, além do mais tem você e as estrelas, não tem como algo ser mais bonito e melhor que isso não é?”

JunMyeon corou, arranhando o braço de Yixing sem perceber.

“Eu serei o primeiro?” Sorriu de leve, ainda encarando o outro nos olhos.

“Primeiro e único, assim espero.” As palavras escaparam de sua boca, e ficou tão vermelho quanto o rapaz em seu colo.

Preocupado com o efeito que suas palavras poderiam causar, Yixing apenas se deu ao trabalho de retomar o beijo, fazendo uma trilha de selinhos até o pescoço de JunMyeon. Sentindo as unhas do coreano lhe arranharem levemente, arfou ao sentí-lo impulsionar seu quadril para mais contato, mordeu o pescoço alheio e levou suas mãos ao cós da calça dele.

Ao perceber o ato do outro, JunMyeon se levantou e o ajudou a tirar sua própria calça, com um sorriso travesso em seus lábios. Os olhos de Yixing se demoraram no corpo perfeito de seu amante, e percebendo isso, o outro lhe beijou novamente.

“Você é muito bonito, hyung.” Comentou, apertando sua bunda novamente. Parecia ser a parte preferida do chinês.

“Você também é, agora eu quero ver você.” Sorriu malicioso, ao ajudar o chinês a tirar sua calça de moletom, deixando bem visível seu membro que já estava doendo de tanta excitação.

Agradeceu silenciosamente por estar tão quente assim, senão JunMyeon teria notado o quão vermelho ficou depois de seu comentário. Soltou um gemido arrastado quando ele escorregou sua cueca para baixo, causando atrito do tecido com sua pele já sensível. Todos os gestos do coreano pareciam ser incrivelmente eróticos, e isso estava acabando com a concentração de Yixing.

Principalmente ao sentir as mãos de Junmyeon tocando em seu pênis que expelia pré gozo, mordeu os lábios fortemente ao sentir o outro começar a movimentar seu membro, sentindo a pele subindo e descendo, agarrou os cabelos do coreano por um momento e o fez lhe encarar.

“J-jun, isso é tão bom.” Sussurrou.

Ainda o masturbando, olhou para cima, sorrindo.

“Ah, você vai ver que tem coisa ainda melhor do que isso.” Piscou para Yixing, e beijou sua barriga, sempre olhando as reações do mais novo.

Não queria perder nada, nenhum revirar de olhos, nenhum gemido silencioso. Parou a felação por um momento e trilhou seus dedos pela virilha do outro, vendo o se encolher, riu da reação do outro e o encarou novamente.

“Relaxa.” Murmurou, ao tocar a entrada do chinês que mordeu os lábios para retrair um gemido manhoso.

“Eu quero sentir você.” Falou, se afastando do rapaz, o ajudando a se levantar até deitá-lo no sofá do terraço.

Yixing apreciou por alguns instantes a visão que tinha naquele instante. JunMyeon acariciava o próprio membro, com um olhar convidativo e um sorriso divertido.

“Eu não sei como fazer isso…” Se aproximou do outro, afagando seus cabelos. Sentiu seu pênis roçar da entrada do coreano, e quase não conseguiu reprimir o gemido que se formou em sua garganta.

“C-calma, você tem que me preparar, mas por hoje eu irei te ensinar ok?” Falou calmamente, pedindo para o outro se afastar por um momento, e segurou sua mão com força. Levou dois de seus dedos à sua própria boca, os chupando de uma forma tão sensual que Yixing prendia a respiração. “Deixei babado.” Sussurrou enquanto se tocava com uma das mãos, o mesmo achou estranho, porém obedeceu, era estranho a sensação, mas ao mesmo tempo era excitante principalmente por ouvir os gemidos baixos que o coreano dava.

Tirou os dedos de sua boca, ainda o encarando seriamente.

“E-e agora?” Franziu a sobrancelha, ansioso.

“Agora você faz isso.” JunMyeon guiou a mão do outro até sua entrada, o incentivando a fazer a penetração, mas podia notar o possível nervosismo do outro, porém não parou, o encarou dando seu melhor sorriso “Apenas faça, não pense em nada mais.” Disse baixinho, vendo o outro afirmar com a cabeça e colocar o primeiro dedo, ouvindo o coreano gemer sôfrego.

Deu um tempo para absorver a sensação de estar fazendo aquilo, e moveu seu dedo dentro de JunMyeon, fazendo movimentos de entra e sai, sempre olhando para o outro em busca de aprovação.

Os gemidos baixos dele preenchiam o espaço, e logo foram acompanhados dos de Yixing, que percebeu com surpresa que o mais velho começava a lhe masturbar novamente, sem pensar duas vezes colocou o segundo dedo, se deixando levar pelas investidas de Junmyeon.

“Yixing? Por favor.” Mal conseguia formar as palavras direito, e não sabia dizer o que estava fazendo naquele momento, apenas fechou os olhos, esperando que o outro tivesse entendido.

    Yixing respirou fundo e se masturbou novamente para espalhar o pré-gozo por toda a extensão do seu pênis, roçando apenas a glande na entrada do rapaz que suspirava antecipadamente.

    “Se doer, eu paro ok?” Falou, vendo o outro sorrir de lado.

    “Zhang Yixing! Apenas faça, é claro que vai doer, mas eu não irei parar apenas por isso.” Sorriu e abriu um pouco mais a perna, afirmando com a cabeça para o outro seguir em frente, suspirou vencido.

    Por mais que estivesse com medo de machucá-lo, o penetrou devagar, ouvindo aos seus gemidos baixos com satisfação. Algo em si gostava de ouvir aquele som saindo da boca de JunMyeon, pois indicava que deveria continuar, que estava bom.

Esperou algum tempo até que não doesse tanto para o outro, cobrindo seu rosto de selinhos carinhosos.

“Você vai me matar de ansiedade, garoto.” Choramingou, impulsionando o quadril para frente na esperança de que conseguisse mais daquilo.

“Me desculpe por não ser tão experiente e te dar prazer como você merece.” Murmurou enquanto o estocava devagar, estava preocupado com o bem estar dele.

“Yah Yixing, você tá ouvindo o que tá dizendo?” Reclamou, empurrando Yixing de lado e se levantando com certa dificuldade.

“Onde você vai?” Falou receoso, vendo o coreano sorrir de lado para si e o puxar pela mão até a poltrona que havia perto da sacada.

“Eu que devo te proporcionar prazer, é a sua primeira vez e quero torná-la inesquecível.” Sorriu malicioso ao fazer Yixing sentar-se e logo após subir em seu colo, com auxílio das mãos, sentindo o membro do chinês lhe preencher por completo, gemendo alto com a sensação.

Soltou um gemido tão alto quanto o de JunMyeon, e suas mãos instintivamente agarraram sua cintura, sentindo as curvas do rapaz. A visão que tinha dele era esplêndida, todo submisso a si o deixava ainda mais excitado, se é que isso era possível.

O coreano segurou a mão do outro e rebolou em cima de seu membro, sentindo toda a extensão do garoto em si.

“Me deixa fazer alguma coisa, também.” Riu, atacando o pescoço dele enquanto sua mão livre apertava a bunda de JunMyeon.

Eram uma bagunça de suor, gemidos e grunhidos, que às vezes eram silenciados por beijos ou apenas substituídos pelo barulho dos corpos se chocando, algo que Yixing outrora achava nojento, mas agora era um som que o impulsionava, era excitante para si.

Principalmente ao acertar a próstata do outro, que por sua vez gemeu contra seu ombro - já que a sua cabeça havia sido apoiada no ombro do chinês - que gemeu junto ao sentir o outro se contraindo contra seu pênis, mordeu os lábios fortemente ao passar a masturbar Junmyeon enquanto este cavalgava em seu colo. Yixing sentia que seu ápice chegaria a qualquer momento.

“X-xing-ahhhh” Junmyeon gemeu alto, ofegante por causa do esforço que fazia.

O som sensual que saiu da boca do coreano foi o suficiente para deixar ambos em uma situação de insanidade, atingindo o  seu ápice em seguida. Yixing continuou dando estocadas profundas mesmo após se desfazer dentro de JunMyeon, sentindo os dentes dele se cravarem em seu ombro devido ao prazer que sentiam.

“I-isso foi maravilhoso.” Yixing tentou controlar sua respiração, mas era tão difícil, o interior de Junmyeon ainda apertava seu pau, porém não conseguia ao menos tirá-lo de cima de si, estava cansado demais para fazer algo.

“Onde você aprendeu isso, hein?” Riu, beijando seus lábios delicadamente. Sabia que se continuasse ali, em cima de seu amante, iria o torturar mais ainda, mas suas pernas ainda estavam extremamente trêmulas devido ao orgasmo recente “Vamos sair daqui.” Murmurou forçando seu corpo a se levantar, apoiando-se nos ombros de Yixing que levantou em seguida, por mais que estivesse exausto.

“Banho e dormir?” Murmurou, sonolento, sendo guiado até o quarto pela cintura pelas mãos já familiares de JunMyeon.

“Com certeza.” Concordou, entrando no cômodo juntos.

Yixing se preparou para sentar na cama para esperar o outro tomar banho sozinho, mas o mesmo o puxou.

“Myeon, o quê foi?” Indagou, confuso.

“Ah, pare com isso vai, vem comigo.” Apertou a mão do chinês, soltando um riso “Nós já fizemos amor, por que está com vergonha?” O rosto de Yixing corou no mesmo momento.

Eles não haviam transado como Yixing imaginou que seria após o ato, mas sim fizeram amor.

O chinês mordeu os lábios fortemente e começou a fazer a dança da vitória no seu interior, estava tão feliz que agarrou Junmyeon e correu com ele para o banheiro, não perguntem de onde ele tirou a força.

Ainda rindo juntos e fitando um ao outro, as mãos se esbarraram na hora de abrir o chuveiro, arrancando um sorriso dos dois. Yixing se sentia em um filme clichê, se sentia bobo por estar tão caidinho pelo coreano, mas pelo menos era uma sensação boa, da qual não queria se livrar.

“JunMyeon, obrigado.” Suspirou, o beijando.

“Pelo quê, exatamente? Foi um esforço conjunto.” Sorriu, malicioso, embora suas bochechas estivessem vermelhas.

Já haviam deitado na cama king size de Junmyeon, que suspirava cansado, porém ouviria atentamente tudo que o chinês tinha a dizer.

“Por ter me visto como um ser humano.” Falou, sério, passou a acariciar as madeixas do coreano que sorria manhoso, estava cansado demais para responder aquilo, mas apenas se aconchegou no corpo do outro. “Eu ainda vou descobrir como te agradecer.”

“Ah, Yixing, tenho muito a falar pra você, mas tá tão confortável aqui.” Ainda sorria, sentindo as mãos dele enterradas em seu cabelo. “O fato de você estar aqui comigo já é o suficiente, certo? Perdi as contas de quantas vezes fui despedaçado por causa de casos de uma noite e não pude chorar pra ninguém, pois não havia ninguém.”

“Jun…” Murmurou baixinho, ainda fazendo cafuné em seus cabelos “Pode me contar outro dia, vamos apenas descansar, huh?” Indagou, o coreano estava cansado demais, podia notar pela voz mansa que ele estava fazendo, depositou um beijo em sua testa e sorriu antes de cair no sono.

Acariciando as costas largas do chinês, observou seu sono agora tranquilo, e se lembrou de uma noite em que havia entrado para o ver se debatendo e murmurando algo sobre sua família. Parecia estar bem, agora, e sua paz se espalhava por todo o quarto.

“Você sabe que eu te amo, né, Zhang Yixing?” Deixou um beijo em seu maxilar e se aconchegou em seu peito, sentindo seus olhos pesarem à medida que a respiração lenta do rapaz o acalmava.

FIM.


Notas Finais


Ah, vamos lá:
Primeiro de tudo, eu, Gi, gostei MUITO de escrever essa fic! Foi uma coisa muito engraçada e divertida de se fazer, a xiahbolic é a melhor pessoa ever, e o plot ficou realmente muito bom. Saí bastante da minha zona de conforto (olha o tanto de smut nesse capítulo), e isso foi bom, sabe? Espero que eu tenha aprendido a escrever melhor.
Agora, nós duas agradecemos de coração todo o apoio que recebemos com essa fic, vocês são leitores maravilhosos, voltem sempre. A unit CaGi agradece a preferência (risos).
A coisa mais engraçada de todas na hora de escrever foi, com certeza, o smut-nem te conto os comentários que saíram da gente- e acho que isso justifica e compensa o atraso :3
Esperamos que a fic tenha arrancado risos, suspiros, lágrimas, qualquer reação, de vocês, e que seja digna de se ler de novo (pelo menos a gente vai ler de novo alguma hora hahaha). Saibam que o livro de visitas está sempre aberto <3
Enfim, acompanhem nossas carreiras solo também (the mobb feels), e stay tuned! <3
~Nos vemos no Epílogo. *Aquela carinha*


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