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História Teto de estrelas - Primeiro dia no inferno, atrasado.


Escrita por: mxmxmxxn

Notas do Autor


Oiá eu aqui de novo, só vou postar esse cap. aqui porque alguém muito extremamente fofo pediu pra eu postar. :b
Bem, então, aproveitem.

Capítulo 2 - Primeiro dia no inferno, atrasado.


- Ei, cara! - alguém bate na porta. -Acorda!
- HM... - resmungo levantando da cama.
Abro a porta, é meu melhor amigo Felipe.
- Que horas são? - pergunto indignado. - Mãe! Por quê deixou esse doente entrar?
- Você está atrasado, Eduardo! - minha mãe grita da cozinha.
Felipe me olha com um sorriso de lado e pisca.
- Eu tô falando, cara. Sua mãe me ama.
Rolo os olhos. Felipe tem o péssimo habito de paquerar minha mãe. Já disse pra ele que ela nunca se interessaria por um adolescente do primeiro ano, magrelo e com acne, mas não surtiu efeito algum aparentemente.
- Que horas são? - repito.
- 07:50, gatinho.
- Porra, mano!
Saio correndo pelo quarto atrás da roupa que tinha separado na noite anterior. Bem no meu primeiro dia de aula eu me atraso. Parabéns, Eduardo. Não que seja tão importante o primeiro dia de aula, mas sei lá, odeio me atrasar.
Visto uma camiseta preta, calça jeans bege e meu tênis preto de cano alto.
Felipe me olha e diz:
- Cara, você é tão gay.
- Cala a boca.
Vou pro banheiro e me olho no espelho. Sou a imagem do fracasso, e tudo bem, porque é exatamente assim que me sinto. Escovo os dentes e saio, com o cabelo estilo acordei-agora-e-estou-pouco-me-fodendo-pra-vida.
- Pronta, princesa?
- Vai, Fê. Não enche. - falo empurrando ele pela porta.
Passamos pela cozinha e eu pego uns biscoitos na mesa.
- Nossa filho, dá uma penteada no cabelo.
Minha mãe fala e eu viro de olhos arregalados pra ela.
- Tá muito ruim?
Felipe pega meu braço e me arrasta pra porta.
- Não, imagina. Tá uma lindeza. Anda, anda.
- Que bom, porque eu não me importo nem um pouco.
saímos e Fê pega sua bike, subo na garupa e partimos em alta velocidade para o nosso inferno público.
O vento bate no meu rosto, dando a sensação que vou voar dali a qualquer instante. O que tenho certeza que não vai ajudar na situação do meu cabelo.
                            * * *
Chegando na escola todo mundo já tinha entrado nas salas. Fomos até a secretaria e fizemos biquinho para a inspetora Nora que nos encarava por cima da armação dos óculos ligeiramente tortos.
- Por favor, tia. Deixa a gente entrar?
- É, vai, dá um desconto? Nunca mais vamos nos atrasar.
Ela pisca algumas vezes, suspira e procura nossos nomes nos arquivos. Entrega uma fixa pra cada e diz:
- Vão logo e não encham mais meu saco. É melhor que não tenha mesmo uma próxima vez, senão vão ficar pra fora.
Ela sempre diz a mesma coisa.
- Awn, obrigado titia Nora.
Fê fala e sai andando.
Chegamos no corredor dos primeiros anos. Verificamos as fixas. Infelizmente eu não era da sala do Felipe.
- Nos vemos no intervalo.
- Sim senhor.
Quando eu estava pra bater na porta Felipe me chama.
- Ah, Eduardo?
- Sim.
- Você está fabuloso com a camiseta dentro das calças. - ele sorri e entra na sua sala.
Eu coro um pouco e arrumo a camiseta, sempre fui bem distraido.
Bato na porta.
Nada.
Bato de novo.
Está o maior silêncio lá dentro, o quê é estranho porque é o primeiro dia de aula e todo o resto da escola está barulhento como um show de rock metal.
Resolvo abrir direto.
Quando abro a porta todos os alunos que estavam sentados completamente imóveis, de olhos fechados olham pra mim.
- Eduardo! Não te ensinaram a bater na porta? - pergunta subitamente meu professor de história do ano passado. Ele era meio surdo.
- Ahn... Desculpe, professor... Eu tô um pouco atrasado, posso assistir sua aula?
- É claro, é claro. - ele levanta e começa a escrever o plano de aulas na lousa, esse ano ele era meu professor de filosofia.
Enquanto ando pelo corredor um garoto diz:
- Professor, podemos nos mexer normalmente agora?
- Ah, é mesmo. Podem sim.
A bagunça recomeça.
Umas garotas dão risinhos abafados quando eu passo. Me Certifico se a camiseta está no lugar certo.
                           * * *
Ficamos livres as duas aulas de filosofia inteiras.
Na aula de matemática ela passa uma atividade avaliatória pra saber o que lembramos do ano passado. Fala sério, ela acha mesmo que ainda lembramos do conteúdo do ano passado? Não lembro nem o que comi ontem na janta.
Fiz a atividade de qualquer forma, as questões que eu sabia responder, eu simplesmente odeio matemática. Pelo menos valia pontos de participação.
Eu sou o primeiro a terminar e entrego. Quando estou voltando pro lugar passo perto de um grupo de garotas. Uma delas vira pra mim e pergunta se eu já terminei, eu digo que sim e ela responde:
- Você é tão sem graça. - se vira e volta a falar sobre "o garoto que tem a bunda muito grande" com as amigas.
Volto pro meu lugar e fico encarando a folha em branco na minha frente. "Tão sem graça".
Deve ser por isso que eu nunca tive uma namorada. É claro que eu não passava tanto tempo pensando nisso, eu nunca tive essa necessidade de um namoro ou de perder a virgindade antes dos 17, como outros garotos.
Minha maior preocupação era sempre eu mesmo. Meio egoísta talvez, mas é verdade.
Eu fico pensando o que vou fazer com a minha vida, com a minha personalidade de bosta. Vou fazer 15 ano no final do ano, quando todo mundo já tiver feito, e ainda nem tenho uma carteira profissional ou uma vaga como aprendiz em algum lugar.
Eu sei, sei que tenho só quatorze anos e "não tenho que pensar tão longe" minha mãe sempre fala, e eu sei que dizem que a vida só começa depois dos dezoito, mas também dizem que é depois dessa idade que você vira um adulto comum, sem um pingo de vontade de viver.
O que me preocupa é: se você já é um adolescente sem um pingo de vontade de viver, o que será depois dos dezoito anos?
Eu sei, bem dramático. Afinal, eu só tenho quatorze anos e já quero morrer, os adultos dizem "para de melancolia, você ainda não conhece nada da vida", isso é verdade. Eu não conheço nada e tenho um puta medo de conhecer.
Minha mãe diz pra eu não ter medo de crescer, pois não sou mais uma criança, e a vida é muito simples. "Quando eu tinha a sua idade também me sentia um nada", é fácil falar quando se já passou por isso.
Ela não sabe nada sobre como é ser um adolescente no século 21.
O fato é que eu me sinto um nada, fazendo nadas maiores ainda e não sei como sair dessa mesmice.
Eu ser "tão sem graça" pode justificar o fato de que meu único e melhor amigo seja o Felipe, embora ele seja muitíssimo popular. Nos conhecemos desde quando eu nasci e ele pode até ser chato, flertar com a minha mãe e me meter em problemas, mas é o melhor amigo que alguém poderia ter. Uma das provas disso é que ele repetiu duas vezes o primeiro ano (e quase foi morto pela mãe dele por isso) só pra quê quando eu entrasse no colegial nós nos formassemos juntos. Sim, foi muio sem noção, mas é assim que nos sentimos importantes pra alguém. Nesses pequenos grandes atos é qe sentimos, nem que por um segundo, que vale a pena viver por algumas pessoas.
Quando o sinal tocou eu dei um pulo de susto. Esperei todo mundo sair e saí eu mesmo.
Olhei para a porta de Felipe e o vi conversando com um outro moleque, alto, de cabelo escuro cheio e bem cacheado, olhos castanhos quase negros e jeito de folgado.
Usava umas roupas meio punk e amassadas. Parecia aquelas pessoas que tu olha e pensa: problemas.
Felipe me viu e apontou. O garoto concordou com a cebeça e saiu andando.
- Quem era? - perguntei quando ele chegou do meu lado.
- Giovanni, um amigo meu. É novo na escola. Convidou a gente pra ir na casa dele depois da aula.
Felipe e seus amigos por aí.
- Eu nem conheço ele.
- Bom, ele me convidou e eu estou te convidando, vamos?
- Ele pode ser um serial killer... - Ele me dá uma cotovelada. - Claro que vamos.
Fomos para o pátio, sentamos no chão e conversamos sobre coisas completamente desimportantes até que o sinal batesse.
- Até a saída.
                            * * *
As quatro últimas aulas nós tivemos que nos apresentar para os professores novos e "aproveitar o tempo livre pra se conhecer".
Aproveitei o tempo livre para ler um livro e escutar músicas.
Quando o sinal da saída tocou eu não percebi, até que o próprio Felipe estava lá dentro arrancando os fones dos meus ouvidos.
- Tá esperando um príncipe com cavalo branco vir te buscar?
Virei os olhos.
- Cadê o tal do Giovanni? - perguntei guardando meu material.
- Disse que ia passar em uns lugares e que era melhor irmos pra lá às 20:00hrs.
- Ah, entendi. Pra minha casa então?
- Bora.
Pegamos a bike e fomos pra minha casa.


Notas Finais


Isso aí, obrigada de coração por lerem <3 Sintam-se à vontade se quiserem comentar, visse?
Até o próximo capitulo. ^^


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