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História Teus Olhos - Capítulo 3 - Direito Legal


Escrita por: HeloChan

Notas do Autor


Amigos! Voltei após um hiatus de um mês causado pelo enem. Amanhã tenho Vunesp, então me desejem sorte e boas vibrações!
Postagens serão raras, mas não desistam de mim!
Aliás, deus tá vendo as 12 pessoas que leram o capítulo passado e não comentaram, hein? Aliás, ele também tá vendo as 21 pessoas que leram os dois capítulos anteriores.

Capítulo 4 - Capítulo 3 - Direito Legal


Me retirei do vestiário e fui comer. Fui sem o tapa-olho mesmo, pegaria um reserva no quarto depois, quando tivesse vontade. Se queriam me ver, que vissem. Eu iria nua, expondo cada nuance de vermelho da cicatriz, mas talvez me expulsassem da casa por isso e eu não perderia minha chance de suceder L para me vingar de um grupo de garotas idiotas. Para mim, bastava que me olhassem com aquela cara de choque.

O almoço era macarrão com molho de tomate. Alguém tinha colocado açúcar no molho e aquela era a coisa mais abominável que uma pessoa pode fazer com um inocente molho de tomate. Na receita, deve ir tomate, alho, cebola, sal e gengibre. Manjericão caso se queira dar um sabor especial. Água caso o tomate esteja muito ácido. Jamais açúcar.

Me sentei novamente com Mello, pois percebi que sua blusa estava manchada de bolo, o que queria dizer que ele tinha passado algum tempo com L. Sempre que o detetive ia ter com alguém além de Near, algo de interessante estava acontecendo. Às vezes um caso novo, às vezes uma história importante para os candidatos terem em mente. L tinha por princípio jamais se envolver em um caso que não envolvesse pelo menos dez mortes ou um milhão de dólares. Até então, com base nestes princípios, ele tinha resolvido 2600 dos 3500 casos que solucionou em vida.

– O que temos de novo? – Perguntei para ser direta, sem papas na língua ou enrolações. Ambos tínhamos consciência do que estava envolvido na nossa relação e metade dela se baseava em L. A outra metade em afeto e atração sexual.

– Não quero te contar aqui. Vamos para o seu quarto depois de almoçar.

Aquela foi minha deixa para praticamente sugar de uma vez todo o espaguete do prato sem a ajuda do garfo, sem me importar com o gosto doce do molho.

Me levantei e caminhei ao lado de Mello pelo refeitório.

– O que aconteceu com o seu tapa-olho.

– Anna levou porque ficou ofendida com algo que eu disse.

– Pena. Eu gostava muito da borboleta, combinava com o olho que sobrou.

– Nossa, Mello, seu senso de humor é incrível. – Ao menos ele não se preocupava minimamente se estava sendo indiscreto ou magoando meus sentimentos, apenas fazia a maldita piada. No meio de tanta hipocrisia, eu preferia as piadas babacas.

Independentemente disso, eu também adorava minha borboleta de lantejoulas e teria de ir buscar o tapa-olho em algum momento. O reserva era um tapa olho farmacêutico que me fazia parecer a Misaki Mei de Another. O que me fazia lembrar que meu cabelo estava crescendo demais e a franja já cutucava minha boca.

Entramos no meu quarto e eu fechei a porta. Sentei na cama e esperei que ele falasse. Mas então o louro fez a primeira e provavelmente a única coisa sensível de sua vida. Sentou-se ao meu lado e me abraçou.

– Hitomi, seu pai obteve o direito de te visitar.

Senti meus olhos se arregalarem sozinhos. Eu não via meu pai desde os oito anos de idade, dois anos antes do começo dos assassinatos, de forma que pensava nele mais como assassino que como pai. Se ele viesse me visitar, talvez compreendesse meus olhos, talvez compreendesse meu passado… Talvez até entendesse minha mãe. Era mais do que óbvio que L faria o que pudesse para complicar ou encurtar a visita, como vinha fazendo nos últimos anos e eu não o culpava por isso, mas legalmente B era meu pai e eu tinha que saber das coisas.

– O que você acha que L está escondendo de mim?

– Algo que ele só vai contar quando se decidir.

Mello já tinha me soltado, de forma que pude ver a careta que fez quando falou da decisão. Era mais do que óbvio que seu maior medo era não ser escolhido. No fundo, o que Mello mais queria era ser "o cabeção do Near". O ódio acumulado acentuava sua personalidade explosiva e era aquilo que lhe tirava a chance de ser eleito. Patético. Mas ao menos não se parecia com os outros adolescentes, muito mais abaixo no ranking, que se forçavam a se sentar igual a L e viviam cheios de câimbras.

– O que vai fazer se for o Near?

– O que vai fazer, já que não está nem competindo direito? – Quando chegávamos naquele ponto, ele sempre respondia com um tiro.

– Mello, nossa diferença está inteira no emocional. É diferente do Matt, ele está desinteressado em ser L, não se dedica a isso. Eu e você estamos muito mais próximos do que imagina. Você só é arrogante demais. – Fiz uma pausa quase dramática. Ele já estava mais calmo. – De qualquer maneira, não dependo da decisão de L para ser a melhor.

Claro que minha personalidade era inferior à de Near como investigadora, mas aquele não era um obstáculo. É importante ter alguém à sua frente de forma a ter um parâmetro da sua evolução e um incentivo constante para melhorar.

– É, tanto faz. – Ele se deitou em minha cama e eu me aconcheguei ao seu lado. Podia não parecer muito na maioria das vezes, mas eu sinceramente gostava de ficar perto dele. Nada que fosse eventualmente sair do quarto e aquele apego era certamente algo a ser superado, mas era divertido e confortável. Mello era como um espelho que conversava comigo de um jeito ríspido.

Estava me sentindo um pouco emocional por causa da notícia. Poucas coisas me deixavam emocional e B era uma delas. Querendo ou não, eu era curiosa em relação a ele, talvez por não querer ser igual.

– Mello, o quão bem você conhece o caso de Los Angeles?

– Todos aqui conhecem de cor e sabem citar todos os detalhes do relatório da polícia de trás para frente se quiserem.

– Exatamente. Todos aqui conhecem o relatório da polícia. Ninguém conhece direito a versão de L… Nem sequer toda a história vinda da boca da Naomi Misora. Ninguém sabia o que B fez entre sair do Wammy's e ir matar pessoas… Exceto talvez por mim, porque em algum momento ele passou pelo Japão e engravidou a minha mãe. L ou nunca se deu ao trabalho de fazer uma investigação ou fez e não quer contar. Considerando que se trata de L, não há sequer motivo para nos perguntarmos qual das duas opções.

– Hitomi, seu pai é um louco psicopata e L deve ver demais dele em você para querer que vocês se aproximem minimamente. É por isso que ele te trouxe para cá, para ficar longe dele, porque ninguém precisa de outro maníaco plantando pistas esquizofrênicas em cenas de assassinato.

– Eu passei nos testes psicológicos. Eu não sou louca.

– Ninguém imaginou que B seria.

Como foi que eu disse antes? Se tratava de L. Seria tão estúpido assim pensar que era previsível para ele que B faria alguma loucura? O homem mais inteligente do mundo seria incapaz de prever as ações de um homicida? Não era do caráter de L deixar passar algo assim, no entanto.

De qualquer maneira, o que faria o maior detetive do mundo se acovardar diante de um assassino que já estava preso?

– São os olhos, Mello. Eu sei disso. Os olhos são a chave. Tem algo de especial neles.

Talvez minha mãe os tenha queimado porque já sabia do meu dom e não por serem olhos vermelhos. Talvez ela não fosse completamente insana, ela podia estar tentando se proteger. Mas o que neste mundo tornaria um bebê recém nascido uma ameaça tão grande? Ela não podia deixar que soubessem seu nome verdadeiro ou tinha algo a ver com os números?

– Hitomi, não importa como você olhe para isso, mesmo que seus olhos te mostrem os nomes das pessoas, que risco eles podem representar?

– Eu não sei, mas tenho certeza de que estes olhos tem algo a ver com o caso de Los Angeles. Tem algo a mais nesse caso do que a combinação de B's e alternâncias do período entre os assassinatos. B queria superar L… Isso nunca foi explicado. É vago demais entender que ele apenas se cansou do Wammy's House e decidiu sair matando pessoas.

– Você diz isso porque realmente pensa dessa forma ou só está tentando criar uma forma de não aceitar que seu pai saiu matando pessoas e tentando atear fogo em si mesmo enquanto tinha uma filha pequena para criar?

– Eu não me incomodo particularmente com isso. Não sei se você se lembra, mas eu assisti ele matando minha mãe, então não é difícil aceitar sua insanidade.

Mello deu de ombros. Ele próprio tinha uma história bastante triste, com mãe e pai mortos no descarrilamento de um trem em Manchester. Mello já estava aqui quando eu cheguei. Ele estava aqui desde os quatro anos. Isso era parte do motivo pelo qual ele ainda era melhor que eu… Ter sido mais condicionado a esta forma de criação, quero dizer. Uma criança de oito anos já está praticamente formada em sua base, enquanto uma de quatro é muito mais facilmente moldável. Claro que a minha base era muito forte, eu tinha sido criada por Beyond Birthday por seis anos antes de L ir me buscar na escola, no mesmo dia em que meu pai desapareceu para, dois anos depois, cometer os homicídios de Los Angeles.

Pode parecer que não, mas o terrível assassino do boneco de palha não era um mau pai. Claro que ele fazia coisas estranhas, como me acordar no meio da noite para comer geléia de morango, mas ele cumpria seu papel de me alimentar, entreter, ensinar e não me deixar dormir sozinha quando tinha medo do escuro. A única vez que tive medo dele foi quando perguntei sobre meus olhos e sobre por que minha mãe tinha tentado me matar.

Na verdade, eu não sei bem se ele gostava da minha mãe ou se só queria ter um filho.


Notas Finais


Sério, gente, comentem aí. Eu realmente preciso de um feedback pra saber o que tá legal e o que tá ruim. Preciso de uma luz para saber que caminho seguir. Vocês não sabem a exaustão mental à qual essa fic me leva, porque eu tenho que pensar em cada palavra de cada diálogo. Estamos falando de personagens com QI's altíssimos, eu tenho que queimar meus neurônios para tentar pensar como eles. Considerem isso.
Beijos.


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