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História Texas - Lost Heaven


Escrita por: littlezackary

Capítulo 3 - Lost Heaven


-Onde você pensa que vai com tanta pressa?

Frank moveu seu corpo lentamente. Os olhos marejados de pânico estavam ainda mais assustados e petrificados. Sentiu o ardor da derrota o tomar.

Aquela voz glacial de Gerard fez cada centímetro do seu corpo esfriar. Assim como suas esperanças.

A coragem também sumiu com o sangue do seu rosto.

O que seria agora? O que falaria para ele? Como explicar tamanho desespero?

Frank sabia que se inventasse uma desculpa qualquer, seu tio com certeza não iria acreditar. Mas... E se usasse o que viu para chantagear Gerard? Não. Não. Estaria sendo pior do que ele, não estaria?

Agarrou o molho de chaves ainda respirando de modo descompassado. As narinas - antes delicadas e pequenas, estavam meio que dilatadas, assim como as veias do seu corpo.

Tinha histamima* por cada centímetro de seu sangue.

E Gerard? Gerard estava de braços cruzados. Suado e com os cabelos bagunçados. Aquele rosto sem expressão - pelo menos até àquele ponto, esperando alguma resposta de Frank.

Ok. Era a hora de falar alguma coisa.

Frank notou Mary passar rapidamente pelo final do corredor de baixo, como se, estivesse escutado tudo mas não se atrevesse a chegar perto.

-Então, vai continuar me olhando desse jeito até próximo ano? -Gerard perguntou enchendo o peito.

Ele era, inegavelmente, a presença forte ali. Robusto e com as pernas levemente afastadas, como a posição de guarda de um policial. Passava um ar de autoridade para quem quer que fosse, e aparentemente, sabia como conduzir a situação. Frank, por sua vez, parecia um cachorro acuado, ou até mesmo uma criança que presenciou o assassinato da própria mãe.

Olhou para os lados meio perdido, sem saber o que fazer. Estava apalpando a chave que teria sido a seguinte a ser testada se Gerard não tivesse interrompido.

-Eu... Eu...- Frank estagnou nas suas palavras.

Olhou o tio, sentindo o suor escorrer por suas costas. Aqueles olhos... Oh sim aqueles olhos... Não pareciam enfurecidos ou qualquer coisa parecida. Eles estavam apenas... Analisando cada pedacinho do Frank, querendo entender o que estava acontecendo.

-Você.-Balbuciou sério. -Onde estava indo Frank?

A incógnita na cabeça de Gerard era acompanhada por certa indignação. Seria muita cara de pau de seu sobrinho, sair, fugir, ou qualquer coisa do tipo. Pois ele estava sendo um tio incrível. Foi muito "benevolente" em aceitá-lo e acolhê-lo ali. Gerard tinha a opção de o mandar embora, mas mesmo assim permitiu que ficasse.

Se questionava naquele instante o porque de o ter feito.

Gerard deu um passo a frente com uma audácia cheia de autoridade. Frank se sentiu ameaçado e pressionou as costas contra a porta. Lembrou da cena em que Noah, na sua mente, era o protagonista. Olhando seu tio ali, naquele ângulo, não daria para imaginar que ele era um abusador.

Ele não fazia o perfil. Ele era estranho? Era. Misterioso? Também. Mas em compensação era bonito, rico e supostamente poderoso. Quem é que iria se meter com ele? Ninguém.

Mas Frank, sem saber com quem realmente estava lidando meteria seu nariz na lama. Tomando as forças do fundo da sua alma, ele falou com coragem:

-Eu sei o que faz com Noah seu imundo! -Frank falou. Lágrimas saíram de seus olhos quando mencionou o nome do amigo.

Gerard soltou os braços - que estavam cruzados, e inclinou a cabeça para o lado e abriu um pouco os lábios. Sorriu sarcástico:

-É mesmo? Então, me diga. O que eu faço com ele...?-Quase sussurrou. Mas de fato, naquele instante, ele estava ameaçando o sobrinho. Deu um passo à frente.

Frank apertava tanto as chaves que a palma de suas mãos ficavam marcadas.

-Você abusa dele...-O garoto respondeu voltando o olhar para os próprios tênis.

Gerard deu mais um passo. Só faltava mais um avanço, e ele estaria completamente perto do sobrinho . A distância seria quebrada, e boa sorte para o Frank se o deixasse irritado.

-Como?-Sua voz parecia ter engrossado. Os seus olhos estavam espremidos e inquisidores. Seus punhos? Cerrados.-Me diga Frank, como eu abuso dele?-Ordenou.

-Vo-você...- A voz do sobrinho estava trêmula.

-Olhe para mim. Anda, olhe para o seu tio...-Sugeriu.

Frank o olhou hesitante.

-Você estupra ele. Você faz a pior coisa que uma pessoa pode fazer à outra... Você tira a dignidade dele...

Gerard interrompe:

-Quem é você para falar em dignidade? Você não é ninguém. Você é só um garoto que foi abandonado pelos próprios pais. Anthony tinha razão. Você é um mimado de merda, que não sabe droga nenhuma da vida e ainda por cima gosta de se fazer de valente. Mas comigo as coisas não funcionam assim, fiquei você sabendo!

Então, Way deu o último passo. Agarrou -cuidadosamente, o braço de Frank, o fazendo quase morrer ali mesmo. Puxou o seu sobrinho, mas este pareceu resistir.

Franzindo o cenho, tentava entender o que seu tio queria.

"O que ele vai fazer pelo amor de Deus...?!" pensou.

Gerard o agarrou com mais força, deixando algumas marcas no seu braço. Começaram a subir as escadas em passos rápidos. O coração dos dois parecia descompassar a cada movimento. Frank começou a murmurar desculpas e seu choro se tornou compulsivo. Seu tio estava ofegante e falava palavrões entredentes.

Agora sim o anfitrião da casa estava irritado. E muito.

No alto da escada, Way o puxou com toda a força que possuía, e seu sobrinho bateu o rosto contra a parede e caiu no chão, quase se machucando nos cacos do jarro quebrado. Ele abriu a porta de seu quarto, e arrastou o garoto - que estava tonto, para dentro.

Os órgãos de Frank quase pararam quando percebeu que estava no quarto do seu tio. Mesmo desnorteado pela pancada, ele notou um jarro de água quebrado no chão, um abajur virado sobre o criado mudo e uma bola decorativa de cerâmica (que ele não sabia como foi parar ali) que caiu da estante de itens aleatórios .

Um pouco mais alerta, ele olhou seu tio de baixo. Way o fitava, mas de repente começou a desfivelar seu cinto.

-... Não Gerard... Por favor, não...-Frank implorou.

Gerard sorriu com um ar convencido.

-Ah... Garoto! Você não faz a menor ideia de com quem se meteu não é? É um idiota mesmo...-Falou e em seguida puxou o cinto do cós da calça.

Frank estava inexplicavelmente apavorado. Seu corpo estava mergulhado numa onda fria de medo. Ele tremia por inteiro. E nossa... Ali teve a certeza de que morar com seus pais seria sim muito melhor. Retirou tudo o que disse sobre eles anteriormente. Seu tio estava se mostrando bem pior.

A mochila ainda estava nas suas costas. A ponta da escova de dentes estava machucando um dos vários ossos da sua coluna. Afastou a bolsa e permaneceu no chão, sendo encarado pelo seu tio que parecia estar irritado, mas ao mesmo tempo não.

Era muito difícil defini-lo naquele instante. Era muito confuso.

Num ato violento, ele levantou o braço que segurava o cinto, que por uma fração de segundos ficou suspenso no ar antes de bater na barriga de Frank.

Sabe o pior? Foi o lado da fivela que bateu. O garoto se contorceu no chão, passando a mão na região do estômago - a que foi atingida em cheio, a fim de amenizar a dor. Mas antes mesmo que isso fosse possível, outro golpe foi desferido em sua coxa, que o fez urrar em sofrimento.

Gerard estava estupefacto com a onda de sensações que sentia. Ao tempo que estava enfurecido com aquele muleque insolente, gostava da sensação de poder(na verdade sempre apreciou o poder de todas as maneiras possíveis) de vê-lo ao chão por sua causa.

Era doentio.

Mas quem disse que Gerard era saudável? Quem disse que a cabeça dele funcionava direito?

E levantou mais uma vez o braço para um golpe. Dois golpes. Três golpes...

E assim aquela cena de horrores se seguia ininterrupta. Até que o corpo de Gerard reclamou e ele parou.

O pobre Frank estava encolhido no chão, protegendo a cabeça e se sentindo o pior ser humano da face da terra. Tudo doía. Tudo.

Ele se perguntava o que tão errado tinha feito em sua vida para ser acometido daquele castigo. Nem seus pais o bateram daquele jeito. Aliás, ninguém nunca deveria ter feito isso com Frank. Era cruel demais para falar a verdade.

Gerard se agachou. Fitou o sobrinho encolhido no chão, indefeso. Para ele, seu ano estava ganho. Nem precisava mais comemorar o réveillon. Way não fazia a menor ideia do quão cruel estava sendo. Afinal, a única coisa que realmente importava dentro da sua cabeça era o seu ego e mais ninguém.

-Olhe para mim - Ordenou. Largou o cinto e puxou o rosto do garoto para o seu campo de visão.

Frank o fitou com seus olhos avermelhados e chorosos. Não tinha forças para falar absolutamente nada.

-É assim que as coisas funcionam aqui, entendeu? Sabe, alguém tinha que te ensinar que ouvir detrás das portas é muito feio. Espiar pelas fechaduras também...-Agarrou os cabelos do garoto com muita força. O sobrinho fez uma careta de dor, e mais lágrimas escorriam pelas bochechas avermelhadas pela humilhação.

-Eu nunca mais fa-faço isso... -Frank balbuciou em meio ao seus soluços chorosos.

O tio sorriu satisfeito. Mas algo faltava dentro dele.

-Muito bem. Mas sabe... A minha raiva de você ainda não passou!-Largou os cabelos e agarrou a blusa dele.

Gerard o impulsionou para cima pela roupa, mas ao invés de surtir o efeito devido, ela rasgou. Na verdade, o tecido fora um pouco prejudicado no primeiro golpe de cinto. A fivela fez uma espécie de "lasca" que foi totalmente rompida com seu movimento.

O tronco de Frank ficou exposto. Ele ficou ainda mais envergonhado. Sempre odiou o próprio corpo, que parecia gostar de ficar confuso entre engordar e emagrecer. Com certeza - ele pensava, Gerard usaria isso contra ele, caçoando de seu tipo físico apenas pelo prazer que sentia em humilhar.

Mas ao contrário do que o garoto pensava...

Os olhos de Gerard percorreram aquele tronco. O "caminho da perdição " que se iniciava um pouco abaixo do umbigo e terminava sabe-se lá Deus onde, feito de cabelinhos finos e castanho- escuros... E aquela tatuagem no baixo ventre? Nossa...! Ele se arrepiou por inteiro. Suas pupilas sofreram uma dilatação súbita, e aquela ideia, a maldita ideia o assolou.

Vendo seu sobrinho ali, tremendo, sofrendo com o ar tóxico de uma atmosfera de opressão e medo, ele se questionava:

"Mas ele é seu sobrinho... Não é como se fosse Noah... Não... Mas olhe essa pele, os pelinhos... A tatuagem... É tudo tão..."

Percorreu a pontas dos dedos da mão direita sobre o meio do tronco do garoto, começando pelo tórax, causando arrepios de pânico em Frank, e termiando no cós da calça de moletom, provocando-o quase um mau súbito .

O sobrinho, só pela cara que Gerard fazia, já tinha uma vasta ideia do que poderia vir por conseguinte.

Sem conseguir conter um de seus impulsos mais sombrios, Gerard puxou a calça de moletom e deixou nos seus joelhos do menino. Frank tapou os próprios olhos, voltando a ter o choro compulsivo, sabendo que não tinha como escapar da maldade do seu tio.

O barulho do zíper de Way sendo aberto pareceu mais uma facada do que qualquer outra coisa.

Então, sem nenhuma piedade, sem nenhum pudor, ele o fez.

Frank tentou arranhar seu pescoço, para descontar a dor que estava sentindo. Mas o homem sobre si apenas pegou seus pulsos com força e segurou contra o piso, que naquele momento, parecia estar frio como a morte.

Gerard ignorava todos os pedidos esganiçados de seu sobrinho. A doença dele, só o permitia pensar no quanto o garoto era apertado e do quanto ele já queria gozar.

Depois de alguns instantes, em três movimentos rápidos e profundos ele se libertou do garoto depois do clímax de seu ato pecaminoso.

Se levantou calmamente, escutando os gritos de Frank no chão, que mais parecia estar tendo uma convulsão. Caminhou até o criado mudo do lado direito de sua cama e puxou dois lenços da caixinha e começou a se limpar.

Pobre garoto... Não conseguia controlar a tremedeira; o pânico. Sua vida - que já não era uma das melhores, estava acabada. Não havia mais razão para continuar com ela, afinal, iria ser rotineiro aquilo. Não... Não valia à pena. Seus olhos percorreram o caminho que Way fez para pegar os lenços e depois para voltar a ficar perto da porta. Notou que ele tornou a ficar com aquela cara de tanto faz. E a cada segundo que passava o encarando, uma coisa ruim, algo parecido com um nó de medo e nojo, se formava no seu peito.

Ninguém nunca iria imaginar que Gerard era tão... Cruel. Demoníaco.

Respirou fundo, sem saber direito se sua voz ainda funcionava, falou:

-Vo-você disse que, que, fa-faria de, de tudo-do para me,me faz...zer fe-feliz a-aqui...-Frank praticamente gemeu a frase, mas depois de muita dificuldade conseguiu completar.

Gerard olhou para ele e apenas deu de ombros, girou a maçaneta e saiu do quarto, deixando o sobrinho ferido e indefeso no chão da própria casa.

"Eu posso estar no chão agora. Mas ele vai pagar por isso"

Foi a ultima coisa que Frank pensou antes de apagar.


Notas Finais


*Histamina: substância liberada pelo cérebro para dilatar veias. No caso do Frank, a histamina é direcionada para os pulmões, para que o sangue acumule mais oxigênio para correr com mais eficiência. Isso acontece em situações onde o cérebro entende que está sendo ameaçado, então precisa de uma reserva. Mas em outros casos, como quando sei la, você usa um lápis de olho passado da validade, a histamina vai tá lá, fazendo seu olho ficar inchado pra caralho (alergia)
*well...
*é com muita dor no coração que eu deixo aqui registado q foi muito triste escrever isso. E é por isso que eu tenho algumas considerações aqui... Na primeira versão eu narrei (se n me engano) cada detalhe sórdido do estupro e me envergonho disso. Eu li em algum lugar que, quando era narrado demais [estupro] ficava algo doentio, e que era como se fosse meio que fetiche (?) da(do) propria(próprio) autor(ra) [deixando claro q eu n tenho fetiche com estupro, ok? Eu tenho umas ideias meio sei la, mas não a esse ponto]. E meio q foi um estalo, sabe. Tipo, nada contra se vc gosta de detalhes, mas, tipo, tem gente q gosta, mas de uma maneira meio q doentia . De gostar de ver esse tipo de coisa, e tipo, estupro não é legal[eu falo muito "tipo" ne? Isso enche o saco]. Eu me senti muito desconfortável quando li - e de certa forma culpada, e não é q sou maria vai com as outras ou que fui influenciada, mas foi algo q eu já estava incomodada e quando eu li aquilo, foi apenas o reforço para q de fato eu tomasse essa atitude [a de não narrar detalhadamente esse tipo de cena]. E eu também n to dizendo q todos os capítulos vão ter estupro. Fica cansativo, sabe? E também n to dizendo q n vai ter lemon consensual. Só to dizendo q n vou narrar detalhe de estupro pq ninguém merece ne tsc tsc. (Mas nas lemon normal eu vou dar uma caprichada)
*como podem ver, o titulo do cap é "Lost Heaven" que não é nada mais nada menos do que uma musica do Black Label Society.
*mais uma vez os trechos em negrito apareceram. Já expliquei no primeiro capítulo, então, Pser...
* e falando em capítulo, no próximo: As regras serão ditadas. Frank começa -subliminarmente, traçar certa linha de raciocínio. Hm... Um certo Chevy Malibu chega na fazenda. Só que na hora errada.
Obrigada pela compreensão de td aqui. E eu realmente espero que estejam gostando dessa versão ❤


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