Thalia esqueceu de Hermione no momento em que entrou no Salão Principal. O Dia das Bruxas sempre foi o dia favorito da morena, não importava a grandeza ou a simplicidade da comida e da decoração, desde que estivesse com um amigo, ela amava cada segundo.
Por seu pai adotivo ser o Ministro dos Estados Unidos, a Potter já compareceu várias festas do Dia das Bruxas com decorações grandiosas, mas nenhuma delas se igualava a de Hogwarts.
Mil morcegos vivos esvoaçavam nas paredes e no teto e outros mil mergulhavam sobre as mesas em nuvens negras e baixas, fazendo dançarem as velas dentro das abóboras. E fazendo os belos olhos azuis da morena brilharem. A comida apareceu de repente nos pratos de ouro, como acontecera no banquete de abertura das aulas.
Porém nem todos estavam na bolha de felicidade, onde Thalia se encontrava. A morena pode ter esquecido de Hermione rapidamente, mas Astrid não. A loira não tocou em nenhuma comida, apenas olhava, preocupada, de um lado para o outro à procura da amiga. Preocupação essa que triplicou quando o Professor Quirrell entrou correndo no salão, o turbante torto na cabeça e o terror estampado no rosto.
Uma agitação repentina estourou a bolha de Thalia, bem a tempo de ela ouvir:
– Trasgo... Nas masmorras... Achei que devia lhe dizer. – Em seguida, Quirrell, desabou no chão desmaiado, causando um grande alvoroço, não pelo professor, mas pelo o que o mesmo disse. Foi preciso explodir várias bombinhas da ponta da varinha do Professor Dumbledore para as pessoas fazerem silêncio.
– Monitores – disse com voz grave e retumbante –, levem os alunos de suas casas de volta aos dormitórios, imediatamente!
Astrid não gostou de ficar sob a responsabilidade de Percy Weasley, muito menos Thalia. Mas as meninas não tinham escolha, a não ser segui-lo e torcer para que nenhum aluno encontrasse o Trasgo antes dos professores.
Depois de cinco minutos de tumultos e ordens dadas aos gritos, todos os grifinórios se encontravam em seu Salão Comunal. Quase todos.
Quando parte do banquete – tudo o que estava na mesa dos leões – apareceu nas mesas do nada, Thalia deu falta de seu irmão e de seu amigo ruivo.
- Harry e Rony não estão aqui. – A morena informou Astrid e se surpreendeu quando um leve e discreto sorriso tomou conta dos lábios rosados da loira – Mas você não parece preocupada com isso. Posso saber por quê?
- Se eles não estão aqui é porque foram atrás de Hermione, o que significa que não são completos idiotas visto que estão tentando conserta o grande erro que cometeram com ela.
- E você não está preocupada?
- Estar? Eu estou, mas ficou feliz de saber que eles são capazes de colocar um amigo assim das regras e, principalmente, de si mesmos.
- Você sabe que eles não são amigos, não sabe? – O sorriso da loira aumentou.
- O perigo é o melhor e o pior aliado da amizade. São em momentos com risco de vida que percebemos quem são nossos verdadeiros amigos, e também são nesses momentos que as melhores amizades são criadas.
- Ata... – Murmurou sem entender o que a Lupin avia dito – Tem certeza que você tem apenas 11 anos?
- Não é a idade que faz a pessoa e sim, sua personalidade, caráter e força de vontade. – E com um último sorriso, Astrid deixou Thalia sozinha, provavelmente à procura de algum chocolate.
A Potter ficou abismada, o que ela quis dizer com isso? A cada tentativa de entender a amiga, a morena se perdia cada vez mais em seus pensamentos. Mas, diferente das outras vezes, despertou com um toque em seu ombro.
Ao ver o irmão atrás de si com a respiração ofegante, Thalia o abraçou com força.
- Na próxima vez que for sair em uma “missão” suicida, me avisa! – ordenou.
- Fico feliz que se importe, irmãzinha... Mas você está me sufocando! – disse com a voz levemente alterada, por causa da falta de ar, fazendo a irmã soltar-lo rapidamente.
- Desculpe! – o rosto vermelho da morena fez Harry gargalhar e passar o braço pelos ombros da irmã.
- Vamos! Rony e Hermione estão nos esperando.
- Posso saber como surgiu essa amizade? – A Potter perguntou, mesmo já tendo idéia da resposta.
- Há coisas que não se pode fazer junto sem acabar gostando um do outro, e derrubar um trasgo montanhês de quase quatro metros de altura é uma dessas coisas.
Thalia retribuiu o sorriso que o irmão exibia, finalmente avia entendido o que Astrid tinha dito, ou ao menos uma parte. O perigo ajuda a fortalecer e a destruir amizades.
Lado a lado, os gêmeos seguiam na direção onde uma nova e verdadeira amizade, que acabou de ser criada, se fortalecia.
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