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História Thank You »» Cockles a.u «« - Dois


Escrita por: dannovak

Capítulo 2 - Dois


Quando acordou, Jensen não abriu os olhos. Aquela maca era a mais confortável em que já esteve na vida. Respirou fundo e teve a sensação de que não estava sozinho.
-Rachel? Me observando dormir de novo? Acho que já conversamos sobre suas chances comigo. -riu baixo.

-Desculpa. Não sou a Rachel.

Abriu os olhos e encarou desconcertado o homem à sua frente. Vestia calças jeans de um azul escuro, junto de sapatos perfeitamente lustrados, um blazer azul quase branco e uma camisa com os dizeres "You Are Not Alone". Seu rosto estava sério, mas não de um jeito que deixasse Jensen desconfortável. Era sério de um jeito bom, que mostrava certa preocupação. Ele não era pessoa mais linda que Jensen havia visto na vida, mas a combinação de cabelos tão pretos com olhos azuis sempre mexeu com ele de certo modo.

-Sou Misha. Misha Collins. Fundador do Instituto YANA.

Aquele nome não era estranho. Ele conhecia algumas pessoas na rua que disseram que conseguiam alguns agasalhos, comida, e até mesmo abrigo. Ah, ótimo. Agora só faltava que aquele cara quisesse que ele fosse morar em um abrigo de moradores de rua. Logo ele, que já esteve nos melhores hotéis de luxo do país. A trabalho, sim. Mas também a prazer. Ele se sentia um rei andando naqueles corredores, bebendo os melhores champanhes e sendo desejado por cada pessoa que o olhava. Bem, chegava uma hora que teria que fazer "O gasto valer a pena", como alguns clientes faziam questão de dizer. Ele não se orgulhava em nada daquela parte, mesmo que às vezes fosse divertido ver como era fácil aplicar um golpe a cada um deles (Mas nunca fez nada. Era honesto demais, não conseguia fazer certas coisas, e depois se arrependia quando seus colegas de profissão iam lhe contar vantagens).

-Sou Jensen. -ele pigarreou, sentindo algo em sua garganta- Só Jensen. Agradeço muito por ter me ajudado a chegar aqui, mas não quero ir para um abrigo. Prefiro sair e procurar um emprego.

-Você não tem roupas para sair daqui. E mesmo quando sair, precisará de cuidados. Não vou te sequestrar nem nada do tipo, só faço as coisas quando me consentem. Mas podemos ajudar você. Mesmo que não queira ficar conosco no abrigo, precisará de roupas, comida, medicamento... Estamos te oferecendo.

-Já é Natal?

Misha deu um sorriso de canto de boca como resposta ao sarcasmo que foi jogado em sua cara.

-Não, não é Natal. Em troca, pedimos somente ajuda na Instituição para cuidar de outros moradores de rua.

-Eu não sou morador de rua. Eu tenho um emprego, e uma casa.

-Ah, ok. Pensei ter te visto nas ruas no último mês, mas acho que me enganei. Bom, já que tem um emprego e roupas, vou pedir para tirarem meu nome da sua ficha. Acho que você não precisa de um responsável. Tenha um bom dia. -o de olhos azuis foi em direção à porta.

-Espera. -Jensen protestou- Não sou morador de rua. Mas não tenho mais meu trabalho e minha casa a um mês.

Misha voltou e sentou numa poltrona ao lado da maca.

-Vício?

-Não. Bem, eu trabalhava em um lugar que induzia as pessoas a se viciarem. -riu, mas somente com metade do rosto. A outra ainda estava inchada, ainda que já conseguisse abrir os dois olhos.

-Deveria chamar a polícia?

-Não. Não é o tipo de vício que você está pensando. Mas, eu não quero falar sobre isso.

-Está tudo bem. Sou psicólogo,  propósito. Se quiser, estou disponível.

-Não. Não estou precisando de terapia agora. Olha, eu preciso da sua ajuda. Mas não quero cuidar daqueles caras. Eles fizeram isso comigo, e tudo por preconceito idiota. Sei que você deve ter toda aquela coisa de altruísmo, mas agora minha vontade é de socar a cara de cada um, um milhão de vezes, até esfolar minha mão.

Misha pareceu pensar um pouco.

-É complicado. É a regra da Instituição, infelizmente não posso fazer muita coisa quando você sair daqui se não quiser ficar conosco.

-Tudo bem. -Jensen respondeu- Eu entendo. Afinal, não é Natal. Mas de qualquer forma, obrigado. Se não fosse por vocês, provavelmente estaria em uma cela ou em uma vala. Ou no inferno.

O celular de Misha tocou em seu bolso e ele tirou, lendo a mensagem que aparecia em sua tela.

-Desculpe, preciso ir.

-Tudo bem.

-Venho ver você novamente, ainda hoje. -ele saiu apressado pela porta. Jensen respirou fundo, se perguntando se Deus existia e se aquele rapaz era um anjo enviado por Ele.

-Deus não existe, Jensen. Muito menos anjos. Só pessoas boas. -ele disse para si mesmo.

Jensen passou o dia assistindo TV. Um médico veio vê-lo e também algumas enfermeiras, que o ajudaram com comida e até mesmo com suas necessidades. Aquilo era um saco. Quando veio a noite, Rachel voltou e aquele foi o primeiro paciente que ela foi ver.

-Como vai meu bad boy favorito? -ela estava convicta de que Jensen tinha um lado bad boy, mesmo ele negando.

-Esperando você para tomar banho.

-O quê? Não deixou as outras enfermeiras fazerem isso?

-Não. Nem o enfermeiro. Meu corpo é uma coisa preciosa, nem todo mundo pode chegar colocando a mão. -Rachel riu.

-Ok, bad boy. Vamos tomar banho.

Depois do banho e do jantar Rachel teve que sair, deixando Jensen novamente sozinho com as novelas. Era cerca de onze da noite, e ele estava ansioso. Não queria admitir, mas esperava que Misha realmente voltasse ainda aquele dia. Mas certamente o moreno tinha desistido, depois de toda aquela história sobre vício. Jensen não devia ter aberto a boca. Devia ter ficado quieto, para não assustar o rapaz que o ajudou sem ao menos o conhecer.

Acabou adormecendo enquanto via um beijo na televisão.



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