- Um dia, você vai encontrar um cara que te verá como um bom partido. Você vai fazer de alguém o melhor marido.
Kurt e Blaine estavam na casa do castanho, sentados na mesa principal, o mais alto segurava a mão do moreno, enquanto o ouvia e o olhava com um olhar triste.
- E quanto a você? – perguntou ele
- Eu não sou um bom partido... – respondeu rindo
- Isso não é verdade!
- É sim. Olha, não sou como você, Kurt. – o olhou nos olhos – Qualquer pessoa que desperdiçasse essa noite maravilhosa que nem essa, contigo, é um idiota! – o castanho deu um sorriso envergonhado.
- Bom, obviamente estou fazendo algo de errado.
- Mau gosto por homens. Veja o Elliott...
- Não vamos falar dele.
- Acho que devemos.
- Não, eu não quero!
- Me deixa terminar –Kurt o olhou com um sorriso que foi retribuído – Um cara que termina com você por mensagem, é totalmente filho da puta e não vale o seu tempo.
- Acha que eu não sei disso? – falou convencido– Eu não respondi – os dois deram uma risada baixa – Cansei de ser mal tratado por babacas que não me dão valor.
- Que bom pra você, Kurtie.
- Agora, podemos ir em frente? – perguntou o mais alto – Vamos apreciar o fato de estarmos aqui juntos.
- Sim, vamos trazer o foco para esse tiramisu fantástico que fez.
- E nós.
- E nós.
Eles fizeram um brinde com a xícara de café e se encararam, logo rindo. Kurt gostava de poder mimar Blaine, pois sabia que seria retribuído, afinal, ele era o seu melhor amigo, mesmo que gostasse mais que isso.
[...]
- Então, me explique de novo, do porquê não contou para ele o que aconteceu naquela noite? – perguntou Finn ao moreno
- Eu só não pude – respondeu – Se soubesse o quanto iria chateá-lo, acredite, também não teria contado.
- Na verdade, teria sim.
- Kurtsie não sabe líder com isso!
- Ele é um homem crescido.
- Apenas por fora, pois por dentro ele é um bob esponja com uma Hello Kitty, ele nunca vai descobrir!
- Não é assim que funciona, acredite, sempre descobrem e mesmo se não, sempre pensa lá no fundo, que sabem de algo e estão escondendo.
- Alguém por acaso tem um problema de relacionamentos que quer discutir?
- Digamos que eu descobri da pior forma.
- Certo, vou falar com ele hoje. Ok?
- Tudo bem – respondeu o mais alto
[...]
Kurt esperava o amigo no mesmo bar de sempre, tomando um drink enquanto ele não chegava, até que, ele entrou pela porta e se sentou ao seu lado.
- Como vai? – perguntou o mais baixo
- Eu gostava dele, Elli era ótimo – respondeu meio triste
- Ele não era tão ótimo.
- Oi Blaine, Martíni?
- Não, valeu, provavelmente será jogado na minha cara.
- O que você fez?
- Posso começar dizendo que não foi minha culpa?
- É a pior forma de começar uma conversa – respondeu – É como começar dizendo “Eu sei que vai doer um pouco” ou “Sei que isso pode parecer errado”.
- Já posso sentir que isso não vai acabar nada bem – proferiu Blaine, abaixando um pouco a cabeça
- Já o conheço a mais de dez anos, nada que o diga vai me surpreender ou me chatear mais, apenas fale.
- Eu pesquisei o Elliott nos dados da delegacia. O nome verdadeiro dele é Eric Dunbar, ele é da Alasca.
- Eu sabia de onde ele era, só não seu real nome.
- Sim, e também não é Nicolas, essa é a questão.
- Qual questão? Quem é Nicolas?
- Exatamente! Nenhum de nós dois sabia o nome dele!
- APENAS ME CONTE O QUE ACONTECEU! – falou Kurt, impaciente
O moreno deu um suspiro e ficou-o olhando, sem coragem de dizer o que queria, pois tinha medo que uma amizade de mais de dez anos acabasse em poucos minutos e, ainda por cima, por causa de um cara.
- Assim que deixei sua casa naquele dia, fui ao Grindr pra achar alguém – o castanho se virou para o amigo, já indignado, entendendo o que havia acontecido.
- Você ficou com o Elliott!!!!! – bradou o amigo
- Eu não sabia que era ele! – respondeu em desespero – Ele disse que se chamava Nicolas! Acabou me chamando no Grinder e fui para lá. Eu não sabia que estava fazendo algo errado! Eu NUNCA faria isso contigo.
- Você é um idiota!
- Como eu poderia saber? Nem me apresentou ao cara!
- Foi você estragou tudo para mim! – Kurt disse se entregando as lágrimas – Conheci um cara ótimo e não pode suportar!
- Ele não é um cara bom, ACREDITE! E não é o príncipe encantado que pensa. Acredite em mim, ele é maluco.
- Acreditar em você? – ambos sentiam raiva um do outro no momento.
- Pense melhor, Kurt. É sempre igual, você sempre atrai isso, fica pensando que “um certo cara” vai ser exatamente o que precisa para ser feliz! – o castanho continuava com raiva e com lágrimas pelo rosto – Não é assim e nunca será!
Eles ficaram se encarando, ambos machucados, com raiva, ódio e tristes. Não queriam estar assim, mas o destino não ajudava.
- Infelizmente isso é verdade, não é? – indagou o mais alto em ironia, se levantando – Está certo, as coisas tem que mudar. Tenho que ir, desculpe, não posso mais com isso.
- Espere! O quê?
- Um Martíni, sujo – proferiu Kurt, largando o dinheiro e saindo do estabelecimento
Blaine se sentiu muito mal, mas mesmo assim ficou tentando o chamar:
- Kurt, Kurt!
[...]
- Olhe para esse cara! – comentou Finn, com o regulador de velocidade, dentro da viatura – Ele nem tentou frear quando nos viu!
- Faça-o parar.
- Mas ele só estava a 65 km/h.
- Mas está acima do limite, na nossa frente! Pessoas precisam saber respeitar as autoridades. Pegue-o.
- Não é um problema.
- Eu disse para pegarmos!
- Agora você é o policial filho da puta que persegue um Corolla 87 por cantar apenas 5 km/h do limite? – falou desviando o retrovisor para ele
- Sim – respondeu arrumando novamente o espelho
- Você realmente precisa se resolver com o Kurt.
- Hey! Eu já tentei ligar, mandar mensagem, e-mail. Obviamente, ele não quer falar comigo! Posso não ser tão esperto, mas sei quando alguém não quer falar comigo.
- Precisa ir até lá e resolver isso! Arrombe a porta se for preciso!
- Ele não quer nem me ver!
- Você é um policial, PELO AMOR DE DEUS! TOME CORAGEM E VIRE HOMEM! – gritou Finn – Sente falta dele, resolva as coisas!
- Tá bom.
Mais tarde, Blaine foi até a casa dele, batendo na porta, gritando:
- KURT, ABRE A PORTA! QUAL É, ABRE, POR FAVOR!
- PRECISO QUE ABRA A PORTA! FALE COMIGO! KURT! – gritou novamente
Passou-se alguns minutos e nada.
- Kurt! – chamou novamente – Vamos lá, Kurt!
Enquanto isso, o castanho estava na casa de Rachel.
- Pizza, sorvete e cerveja, quem disse que precisamos de homens? – falou a morena – Vamos nos divertir mais sem eles.
- Não vamos – comentou o mais alto em contrapartida
- Está certo – indaga Rachel, tomando um gole de cerveja
- Tente não reclamar muito sobre homens hoje.
- Por quê? É meu assunto preferido! – ela olhou para o amigo – Para a sua sorte, eu planejei a noite perfeita, pizza, sorvete e... Um musical!
- Adoro que estamos fazendo isso!
- Eu faço todos os dias.
- E quanto a Finn?
- Tá brincando? Ele adora! – ela sorriu apaixonada – Dois potes de iogurte de pistache, cobertas e um musical, cantamos a noite inteira!
- Vadia sortuda!!! – falou sorrindo
- Eu sei.
Kurt suspirou e olhou para baixo, logo falando:
- Rach, eu preciso te contar uma coisa, por favor, não fica chateada.
- Qualquer conversa que começa assim, me chateia.
- Preciso recomeçar, longe daqui.
- Vai se mudar para o Valley?
- Não, estou pensando em me transferir para Nova York – a amiga o olhou triste – Há uma vaga para litigante e começa semana que vem. Eu sei que não vai concordar com isso...
- Quer ir embora para Nova York? – falou perplexa
- Ambos sabemos que devo ir.
- Na verdade, não sei. Acho que está apenas fugindo de seus problemas!
- Por favor, não faça isso ser mais difícil do que é – ele a olhou – Preciso fazer isso!
- Não, não precisa! – ela indagou brava – É uma decisão irracional, babaca e influenciada por emoções!
- Eu preciso quebrar esse ciclo e, em Los Angeles não posso fazer isso.
- Tudo bem – pigarreou se sentindo derrotada – Concordo, mas com apenas uma condição.
- Que comecem as negociações.
- Você têm que me deixar fazer uma festa de despedida!
- De jeito nenhum, sem festa.
- Só alguns amigos para beberem aqui em casa?
- Não mais que seis.
- Fechado! – eles fizeram um brinde e tomaram um gole de suas garrafas
- Como vai contar a Blaine que vai se mudar para o outro lado do país?
O castanho a olhou e suspirou: ele realmente não sabia o que iria falar para o garoto.
- E-eu não sei...
- Posso pedir para Finn contar – eles sorriram um para o outro
[...]
Finn batia na porta da casa do moreno, gritando o seu nome:
- BLAINE!
Então, ele pensou mais um pouco e levantou o tapete, encontrando uma cópia da chave da casa, pegou o objeto e disse:
- E pensar que ele é um policial.
O alto destrancou a porta e adentrou a casa, quando chegou na sala, encontrou o amigo deitado no sofá, com tudo bagunçado, e ele dormindo apenas de cueca, então, Finn pegou um bastão de baseball e cutucou Blaine, fazendo com que o mesmo acordasse no susto.
- Bom dia, Bela Adormecida – falou o castanho
- Estou atrasado? – perguntou
- Chegou cedo para o almoço – o olhou em reprovação – Vá tomar um banho.
O moreno soltou um gemido de negação
- Então, isso vai continuar por quanto tempo?
- Apenas me dê cinco minutos para tomar banho, ok?
- Não o banho, é a pena de si mesmo e depressão. Foram todas as noites esta semana.
- Hey, eu finalmente achei algo que eu possa ser bom. Por que parar quando quase virei mestre?
- Bom, já que está na pior, eu tenho outra coisa para você – Blaine se alongava – É um convite.
- De quem?
- Rachel – Finn olhou para o chão – Ela vai receber umas pessoas.
- O Kurt estará lá?
- Sim.
- Eu vou, é a oportunidade perfeita para nos resolvermos.
- Na teoria.
- Isso foi ideia da Rachel? – proferiu animado
- Com certeza.
- Pelo menos, agora eu tenho algo por esperar.
- Eu também.
[...]
- Eu fiz apenas uma reuniãozinha, como queria – falou Rachel tomando um drinque
- Eu não queria – sorriu besta para ela
- Eu cedi minha parte.
- Vou sentir sua falta.
- Estou sabendo – ela fez uma cara de convencida – Ainda não acredito que está fazendo isso
- Cinco dias na estrada me farão bem.
- Espere até chegar em Nevada, vai se arrepender até a estátua da liberdade.
- Blaine chegou, estarei no abrigo antibomba – indagou Finn, se retirando
- Não! Você não vai a lugar nenhum! – a baixinha proferiu, segurando o braço dele - Precisamos de alguém que saiba operar uma pistola.
- Oi! – disse o moreno – Muito obrigado por me convidar – ele olhou para a morena – É bom vê-lo.
Kurt deu um suspiro e abriu um pequeno sorriso, ele sentia falta do baixinho.
- Então, qual é a ocasião? Você foi promovido, certo?
Todos os 4 se entreolharam, o mais alto desviou o olhar e tomou um gole de sua bebida, enquanto a namorada o olhou com fogo nos olhos.
- Finn! Pode me ajudar, querido? E traga uma pá – ela enroscou seu braço no dele – Pode nos dar licença? Ele vai estar ocupado cavando uma cova muito funda no quintal.
O casal saiu de perto dos dois, deixando-os confusos.
- O que foi aquilo? – indagou Blaine, rindo
- É que a festa não é pela minha promoção.
- Então, você não foi promovido?
- Tecnicamente.
- Bom... Parabéns! – o mais baixo deu um sorriso
- Também é uma festa de despedida – o castanho falou rápido, sentindo seu coração acelerar
- Pra quem? – o mais alto deu um pequeno sorriso triste e levantou as sobrancelhas, foi aí que Blaine entendeu – Você vai embora. Onde? Quando?
- Sábado de manhã, irei cruzar o país até Nova York – respondeu um dificuldade
- Sábado para Nova York, é assim que me conta? – o de olhos cor de mel começou a ficar irritado e por dentro triste
- Era pro Finn te contar...
- Pediu ao Finn para me contar? – elevou o tom da voz
- Rachel pediu.
- Como poderia ir embora sem me dizer nada? – tudo que sobrou no corpo de Blaine era a tristeza e indignação
- Eu ainda não fui.
- Mas está planejado, Kurt. Por quê?
- Porque não tenho mais razão para ficar aqui.
- Não sou uma razão boa o bastante?
- Me diga isso você, Blaine – o castanho sentia o ar de seus pulmões sumirem
- Olha, se isso é aquela coisa com o Elliott, eu disse, eu não quis estragar tudo pra você, eu só... Eu estava tentando protegê-lo.
- Sei disso e, não estou mais com raiva. Eu sou o motivo por qual eu vou – ele o encarou – Preciso crescer e parar de ir atrás do Príncipe Encantado para que ele me salve.
- É o que eu venho dizendo o tempo todo!
- Bom, então eu concordo com você.
- Então acha que ir a Nova York vai te fazer feliz?
- É um começo.
- Bom... Então, é isso – o mais baixo proferiu triste
- Acho que sim – respondeu Kurt também triste
Blaine abaixou a cabeça, se virou de costas e saiu caminhando, ele segurava para não começar a chorar. Ele havia perdido seu amigo, talvez, para sempre. Mais tarde, ele foi até o mesmo bar em que ia com o castanho, onde estava sentado em uma das cadeiras com sua típica bebida, o moreno olhava para os lados com uma feição acabada e triste, até que o seu celular apitou.
Era do aplicativo, um cara chamado Sebastian havia lhe mandado uma mensagem, apenas ignorou e desinstalou o app, tomando mais um gole de sua bebida e deixando uma lágrima solitária sair de seu olho.
- Quer mais um drink? – perguntou o barman
- Não, valeu.
Para a surpresa do mais baixo, Finn entrou no bar e sentou ao lado.
- Estou com raiva de você – proferiu o moreno para o amigo
- Eu sei – ele olhou para o mais alto- Mas como sou seu único amigo e parceiro de trabalho, acho que vai ter que superar bem rápido.
- Você sabia que era uma festa de despedida!
- Desculpa não ter lhe contado, é que achei que deveria ouvir diretamente do Kurt. Além disso, se eu dissesse, você não iria.
- Você não me conhece!
- É como se nunca tivéssemos nos conhecido – falou Finn em ironia
- Ele está certo, é melhor para nós dois que ele vá embora.
- Bom, você sabe bem o que é melhor.
- Eu não sou como ele, não preciso de ninguém!
- Verdade! Você nem fica triste sem ele.
- Kurt é um romântico incorrigível! Tudo o que ele quer é alguém para amá-lo.
- Sim, tão irracional – indagou Finn em ironia, novamente
- Ele quer agradar as pessoas. Só se importa com quem está com ele!
- Isso é horrível. Vejo porque caras odiariam isso – o castanho disse com sarcasmo
- Kurt é como um pinguim, ele se apega a você, é fiel e confiável!
- Estou realmente a odiá-lo – e o deboche de Finn continuava
- Tipo, você imagina se eu e Kurt ficássemos juntos?
- De jeito nenhum – o mais alto estava ainda com a ironia, pois acreditava que eles poderiam ser um bom casal – É loucura pensar que duas pessoas gostam, cuidam uma da outra poderiam estar em um relacionamento um dia.
- Sim. Eu sei, não é? – ele olhava para o nada, ainda triste – Se Kurt fosse o cara perfeito para mim, teria percebido isso anos atrás.
- Com certeza. Não há como você ter ignorado algo tão óbvio por tanto tempo!
- Exatamente.
- Kurt só quer estar casado. E tudo que eu quero é vê-lo feliz.
- Então acho que a única forma de isso acontecer é você sair da vida dele.
- Sim. Eu acho.
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