História The Animal inside of you - Capítulo Único

O moreno observou envolta de onde estava sentado, seu pai geralmente o levava naquele restaurante quando ia apresentar uma nova namorada, mas dessa vez era apenas ele e alguns amigos. Nunca antes havia visto aquele lugar tão cheio, parecia uma bagunça, diferente de quando seu pai reservava o andar inteiro para conversarem. Música popular tocava tão alto que ele mal conseguia ouvir seus amigos, se perguntava se aquele era mesmo o restaurante 5 estrelas que sempre ia.

–O que achou daqui? –perguntou a garota loira que estava sentada ao seu lado– Sei que não se compara com quando você vem aqui com o seu pai, além do mais esse é um evento gratuito.

–Realmente está diferente das vezes que eu venho aqui, mas parece que a música realmente não combina com o ambiente. –com um suspiro o voltou os olhos para o palco.

–Deve ser porque é um show para cantores desconhecidos. –ela riu– Há um em especial que eu quero que você conheça! Ele é o próximo, se você gostar dele estamos pensando em sustentar a carreira dele!

As luzes se apagaram assim que a loira terminou a frase, um holofote se voltou para o centro do palco, mostrando uma cabeleira branca. Ao ver a figura pela primeira vez o moreno achou que se tratava de uma garota, mas ao ver os músculos na camisa preta e colada do outro ele percebeu que se tratava de um homem. Um homem muito bonito.

Quando ele abriu a boca e começou a cantar, Jumin percebeu que nunca mais teria paz na vida. Sonharia todos os dias com aquela voz, com aquele rosto, com aqueles músculos. Ouviu a loira sussurrando ao seu lado “É incrível, não é?” e percebeu que ninguém falava nada, todos estavam em silêncio, pela primeira vez na noite, observando o albino cantar.

“Here we go again

I kinda wanna be more than friends

so take it easy on me

I'm afraid you're never satisfied”

As palavras pareciam sair tão sinceras de dentro da boca do cantor, ele cantava de olhos fechados e o suor escorria pelo seu pescoço, era a coisa mais apaixonante que Jumin já havia presenciado em toda a sua vida, não conseguia desviar os olhos.

“Here we go again

We are sick like animals, we play pretend

you're just a cannibal and I'm afraid I won't get out alive”

Nessa hora o albino abriu seus olhos, não encarou a multidão, apenas a figura alta e séria no fundo da sala, sempre fazia isso com a pessoa que parecia mais fria. Começou a cantar sem desviar seu olhar em momento algum.

“No I won't sleep tonight”

Agora a música era para ele.

Jumin não mudou sua postura, não desgrudou seus olhos dos olhos do cantor, mesmo com todas aquelas sensações estranhas no seu corpo.

“Oh Oh, I want some more

Oh Oh, what are you waiting for?

take a bite of my heart tonight”

Zen aproveitou a pausa da música para morder o canto inferior de seu lábio, percebeu suspiros por toda a multidão, mas o moreno continuava estático como se nada o abalasse.

“Oh Oh, I want some more

Oh Oh, what are you waiting for?

What are you waiting for?

Say goodbye to my heart tonight”

Ele iria cativar o moreno, iria seduzi-lo com tudo que tinha, era esse o seu objetivo.

E o moreno lutava contra todos os arrepios que o albino o causava.

Estava travada uma guerra.

“Here we go again

I feel the chemicals kicking in

It's getting heavy and I-

Wanna run and Hide!

I wanna run and hide.”

Zen voltou a fechar os olhos e respirou fundo, por esse breve momento Jumin se sentiu um pouco solitário.

“I do it every time

Oooh your killing me now!”

Quando soltou essa nota tinha certeza que o moreno havia se arrepiado, voltou os olhos a ele, observando-o com a boca semiaberta.

Ele a fechou rapidamente assim que o cantor o encarou, mas não a tempo do outro não perceber.

“And I won't be denied by you

the Animal inside of you”

Jumin já não conseguia mais manter a postura, porém lutava muito contra as reações naturais do seu corpo, conseguindo disfarçar a maior parte dos arrepios.

“Oh oh, I want some more

Oh oh, what are you waiting for?

Take a bite of my heart tonight.”

Nessa hora Zen sabia exatamente o que devia fazer para enlouquecer o moreno. Apenas piscou o seu olho esquerdo e sorriu maliciosamente.

“Oh oh, I want some more

Oh oh. What are you waiting for? What are you waiting for!”

Nessa hora Jumin teve que cruzar as pernas, tentando seconder o possivel volume que poderia ter na sua calça

“Hush, hush. The world is quiet.

Hush, hush. We both can't fight it.

It's us that made this mess, why can't you understand?”

Zen esticou seu braço para a plateia, Jumin entendeu como um convite.

“No, I won't sleep tonight.”

Voltando com seu sorriso malicioso o albino tinha certeza que já havia conquistado o moreno, mesmo sem este ter mudado muito o seu comportamento

“Oh, I want some more! Oh, What are you fighting for?

Take a bite of my heart tonight

Oh, I want some more! Oh, What are you fighting for! What are you fighting for?”

Tirou seus olhos do moreno e se voltou para a plateia. Observou várias garotas paralisadas pela sua beleza e seu talento, se sentia feliz por isso, algumas até estavam nitidamente excitadas. Voltou os olhos para o moreno, vendo que, mesmo continuando sério, suas reações foram parecidas com as das garotas, porém algo nele era extremante diferente de qualquer outra pessoa que ele já havia conhecido.

Com o final da música houve aplausos e gritos. Viu o moreno aplaudindo seu trabalho e sorriu sinceramente para ele, mesmo ele tendo o usado para a apresentação ele não podia negar que a conexão entre os dois era única. Agradeceu a plateia e voltou para seu camarim. O local era precário para quem deixou a plateia inteira entretida, mas não tinha que reclamar, se conseguisse um patrocinador já estaria de bom tamanho.

Poucos minutos depois alguém bateu a sua porta. Ficou surpreso pela rapidez, apenas torcia para não ser uma daquelas garotas malucas e sim o desejado patrocinador. Ao abrir a porta deu de cara com o moreno da apresentação, suspirou, já ia explicar que não era gay e que aquilo era apenas para o show quando uma animada garota loira entrou atrás dele balbuciando sobre como amava a sua música.

–Rika, precisamos dar espaço para ele e explicar o porquê de estarmos aqui. –para a surpresa do cantor, foi a vez dele ficar arrepiado com a voz do moreno– Ryu Hyun, Zen, estamos aqui porque pretendemos te patrocinar, sei que você já deve ter algumas pessoas interessadas em você, mas ouça a nossa oferta.

–O que..? –o cantor ficou chocado, lembrou de tudo que fez na apresentação e sentiu sua bochecha esquentar– Ok, preciso de um cigarro.

–Fumar não vai fazer bem para as suas cordas vocais, mas conversaremos sobre isso após acertarmos tudo com você. –Jumin disse ao observar o albino ascender um cigarro.

Zen não pode segurar a risada.

–Você é tão sério, qual o seu nome?

–Ele é Han Jumin, e eu sou Rika! –a garota interrompeu os dois– A gente gostaria de te convidar para um jantar, para discutimos sobre isso. O que acha?

–Ok, eu vou sim –ele disse sorrindo para a garota, evitando olhar o mais alto– Quando?

–Agora. –respondeu o moreno, irritado com a aproximação dos dois.

O moreno havia chamado uma limusine para levar todos a um restaurante um pouco próximo dali. O albino ficou envergonhado em aceitar a carona, mas também estava envergonhado para recusá-la. Por todo o caminho a garota comentou sobre a apresentação do cantor, o que o deixou extremamente desconfortável em relação ao mais alto, porém o outro apenas apreciava um pequeno copo de vinho dentro do carro. Ao chegar no local Zen percebeu que se tratava de um hotel cinco estrelas extremamente caro, jamais sonhou em pisar lá dentro, ainda mais jantar em um local como esse.

–Garotos! –Rika gritou– Eu preciso ir, infelizmente. V está com algum problema e está me chamando com urgência. Desculpa, será apenas vocês dois hoje.

–Mas dois caras jantando em um lugar como esse é meio... –Zen não quis terminar a frase, a verdade é que ele estava com medo de encarar o moreno.

–Eu não vejo problemas e os nossos lugares já estão reservados –Jumin colocou seu braço ao redor do ombro do albino– Vamos entrando?

O cantor não disse nada, apenas se despediu da loira e entrou no hotel. Para a sua sorte eles apenas discutiram sobre seu trabalho, o que o deixou mais calmo, porém parte dessa calma vinha da grande quantidade de vinho que estava ingerindo. Eles chegaram a um acordo positivo para os dois lados, Zen iria ganhar um grande cachê e toda a sua divulgação ficaria nas mãos de um homem chamado Luciel. Para comemorar o sucesso do acordo ele resolveu tomar ainda mais vinho, Jumin apenas observava o outro sendo um alcoólatra compulsivo.

Algum tempo depois o albino roçava seu pé na perna do outro enquanto brincava com o copo de vinho. Sem saber como agir, o moreno apenas prosseguiu bebendo seu vinho lentamente.

–Você ficou excitado no show? –a pergunta saiu quase como um sussurro da boca do cantor. Jumin se segurou para não cuspir toda a sua bebida pela surpresa.

–Você quer sinceridade? –sem saber, o moreno havia entrado no jogo de sedução do albino pela segunda vez– É quase impossível não ficar com você agindo daquela maneira.

Zen sorriu maliciosamente e mordeu seu lábio logo em seguida, tirou os olhos do copo e os voltou para os olhos do moreno.

–Eu queria ouvir isso. –parou de roçar seu pé na perna do maior– Eu quero tentar isso de novo.

Ele se levantou e se dirigiu ao balcão, reservando rapidamente um quarto de casal, a atendente anotou seu pedido na conta de Jumin Han, mas não deixou de ficar surpresa pela ousadia do albino. O moreno seguiu o outro para o elevador, trocando olhares rápidos com a atendente, que apenas sorriu em retribuição. Dentro do elevador a espera parecia uma tortura, o cantor não trocou nenhum olhar com o maior, apenas saiu no andar desejado e foi abrindo a porta do quarto reservado.

Ao adentrar no recinto ele jogou seu casaco no chão e, quando Jumin entrou, se tacou em seus lábios. O que ele mais desejava era acabar com aquela vontade de tocar o outro, mas quanto mais as suas línguas se roçavam mais curiosidade ele tinha sobre o toque alheio. O moreno aceitou as investidas do menor, tirando seu blazer sem separar as suas bocas. Apressado, o albino começou a desbotoar o colete do outro, xingando-o mentalmente por usar tantas peças de roupas.

Em pouco tempo ambos estavam sem roupa e já deitados na cama, pelo menos os dois poderiam ter ficado no chão, mas o moreno insistiu em leva-lo para a cama. Jumin distribuía chupões por todo o corpo do albino, até algumas mordidas se faziam presentes, os dedos do maior já estavam na entrada alheia, tentando faze-lo se acostumar. O cantor gemia cada vez que ele acertava um ponto em especial, o mais velho gostava de ouvir a voz rouca dele pedindo por mais, então começou a fazer de propósito.

–Jumin... –o menor gemeu– Pare com isso, eu quero... Aquilo

Ao ouvir o albino falando isso, o moreno começou a sentir seu membro doendo de ansiedade. Precisava senti-lo por inteiro. Sem fazer cerimonia adentrou o cantor, ouvindo um longo gemido em resposta. Ficou parado sem saber se aquilo significava algo bom ou ruim, porém apenas de estar dentro de Zen ele já sentia que poderia gozar a qualquer instante. Os braços do cantor agarraram o pescoço alheio, como em um abraço, e ele não parava de gemer no ouvido do maior. Percebendo que isso significava um “continue” o mais velho começou a se mexer.

Cada vez que o albino gemia no ouvido alheio, Jumin sentia que estava no paraíso. Nunca havia ouvido voz mais doce e sedutora do que dele, e ter essa voz tão perto e fazendo tais sons por conta dele o fazia se sentir o homem mais sortudo do mundo. Ao sentir que iria gozar, Zen mordeu a orelha do maior, se desfazendo em ambos os abdomens e sentindo o líquido do moreno dentro dele segundos depois. Observou a situação e beijou, pela última vez, o mais velho, caindo no sono logo depois.

Jumin ficou surpreso por tudo que aconteceu, o sono quase o venceu, mas antes disso limpou os resíduos que estavam no corpo do albino e colocou um pijama, que o próprio hotel havia promovido, no seu amante de uma noite. Depois disso tomou um banho, se trocou e deixou o sono o levar.

Na manhã seguinte o cantor já não estava em lugar algum. Porém viu um bilhete ao lado da sua cama, a letra era incrivelmente linda, assim como o rapaz com quem havia passado a noite.

“Me perdoe por qualquer vexame.

Lembro-me da nossa discussão sobre o patrocínio, espero que a sua ideia sobre mim não tenha passado por causa de uma noite da qual eu quase não me lembro. Se vocês ainda quiserem me ajudar eu nunca mais beberei como hoje.

Pagarei a quantia do quarto assim que tiver o dinheiro todo.

Se algo desagradável aconteceu para que nós dois estivermos na mesma cama eu espero que você delete da sua mente. Eu viro outra pessoa quando bêbado, porém eu confio 100% na minha heterossexualidade, então não devo me preocupar com isso.

Peço perdão novamente.

Zen”