História The Archangel Island - Bater de Assas

Finn POV On

Passara-se um bom tempo desde que almoçamos. Todos estavam na sala de estar jogando conversa fora, com uma pequena exceção, eu. Estou na cozinha, pensando um pouco. Minha cabeça parece que vai explodir. Ser o único humano em maio a tantos WereLords  é algo inquietante, eu queria poder ser igual a eles, ter um instinto animal e sentir a mesma adrenalina que eles sentem.

– Pensando no amanhã meu jovem? – sai de meus devaneios com a entrada de Mestre Albert no cômodo – Algum problema? – perguntou o ancião. Balancei  a cabeça em concordância, tenho a impressão de que não posso esconder nada dele.

– Eu estava pensando – dei uma breve pausa, ele balançou a cabeça pedindo para que eu continuasse – pensando nas dificuldades que eu tive e, continuo tendo desde que eu cheguei aqui... – olhei para o mais velho, o mesmo me olhava apreensivamente – Eu queria ser um de vocês, um WereLord. Há alguma maneira de isso ser possível? De eu me tornar um de vocês? – não havia como ser mais direto do que aquilo.

O Homem de cabelos canário nada respondeu, pôs uma de suas mãos sobre seu queixo e, fechou seus olhos. “Provavelmente está procurando por uma resposta” pensei.

– Sim! – nada mais foi dito, o silencio era quebrado pelo sorriso que crescia cada vez mais em meu rosto, a probabilidade de me tornar um WereLord estava a me deixar ansioso, muito ansioso – Mas, antes você deve escolher o seu espirito animal, lhe darei o tempo que for necessário, retorne á mim assim que deci­­dir – estranho, estou me sentindo como se estivesse vivendo esse momento pela segunda vez. Quando retornei meu olhar ao ancião, o mesmo estava prestes a sair da cozinha.

– Espere Mestre! Eu já me decidi! – ele parou poucos centímetros da porta. Não havia pensado direito. “Rápido, pense em algo. O que me beneficiaria e que, também, combine comigo”, eu estava quase explodindo de tantos pensamentos, mas, logo algo veio em minha mente.

– Você já se decidiu? – balancei a cabeça em concordância – Sabe que depois não haverá mais volta, não sabe? – “está conversa... se parece muito com o... não pode ser, enfim está acontecendo!” estou completamente espantado. Vendo minha reação, Mestra Albert deu um sorriso de lado, sem mostrar os dentes.

­­– Bom, que assim seja, me fale o nome do animal que você escolheu – disse por fim quebrando aquela atmosfera tensa que me rodeava.

– Um falcão – tratei de responder o mais rápido possível.

– Certo, pode ir – “era só isso?” – tenho que buscar os materiais para fazer o procedimento de transformação, não tardará até que eu lhe chame.

Depois disso ele saiu do cômodo. Após toda essa conversa minha garganta havia ficado seca, tomei um gole do suco da fruta rara e, voltei à sala para falar da noticia com os outros.

>>Break Time: uma hora e meia<<

O procedimento na qual o Mestre havia citado consiste em duas etapas, a primeira é fazer uma tatuagem, na qual está quase finalizada; na segunda etapa será recitado um antigo feitiço que permitira minha transformação. Todos estavam do lado de fora do escritório pessoal do Mestre esperando o procedimento acabar.

–Pronto, agora só falta recitar o feitiço – no canto de meus olhas pode-se ver o ancião pegando um pequeno livro, na qual provavelmente já teve dias melhores. Ao abrir o livro nas páginas marcadas, o ancião recitava palavras que, para mim eram desconexas, tal ato já era de se esperar vindo de um livro de feitiços. Diferente do imaginado, eu não sentia dor além da qual eu sentia nas minhas costas, o feitiço, também, não era tão longo quanto eu havia pensado – tome cuidado, além da dor da tatuagem, você deve treinar um pouco antes de começar a voar.

–Okay – disse em resposta, logo pegando minha camiseta e minha touca e, saindo do cômodo.

–Eai, cara, como foi? – Black iria dar um tapa nas minhas costa, mas Lara o impediu.

–Está maluco? Ele já deve estar com dor nas costas, não piore as coisas, seu idiota – Lara repreendeu Black, soltando sua mão.

–Desculpa tá! Juro que foi sem quere – disse Black em resposta, bufando pelo fato de ter sido repreendido. Apenas ri divertido com toda essa situação, logo sendo acompanhado de todos.

>>Break Time: 4 dias depois<<

O bater de assas que remanescia no locar era tranquilizante. Estou me acostumando rápido com meus novos poderes, mas, ainda permaneço em um ritmo lento, “um bater de assas por vez”, é isso que Tsunami, minha professora de voo, sempre diz. Admito ser um pouco estranho fazer aulas de voo, além do mais, todos que participam da aula são crianças aprendendo a voar pela primeira vez, a sensação é igual à de dar seus primeiros passos.

Em relação aos meus poderes, diferente de um WereLord de sangue puro, eu não possuo uma forma bestial, apenas possuo uma forma animal, que consiste em me transformar em um falcão normal e, minha tatuagem, também, pode se transformar em assas reais de um pássaro, ou melhor, um falcão.

Finn POV Off