História The Art - Chapter One

– Lisa, está tudo pronto? Não se esqueça de manter a calma, apenas foque num ponto aleatório e nada irá correr mal! — um dos produtores dizia.

Manoban estava entusiasmada, até demais, porém seu nervosismo era visível. Durante 4 anos esteve estudando para ser entrevistadora de TV, ultrapassou muitos obstáculos e hoje todo o seu esforço iria ser compensado: é a sua primeira aparição como sempre sonhou, desde pequena. 

Um museu de arte considerado "excelente, com peças de arte lindíssimas e profundas" pela crítica oficializada ia ser aberto hoje e Lisa iria falar sobre na frente de milhões de pessoas assistindo televisão, entrevistando algumas que estavam por ali esperando na fila e ainda falar com alguém responsável, nem que fosse apenas uma guia. Era tudo ao mesmo tempo interessante e assustador, pois se algum erro ou falha acontecesse, iria ser piada do ano inteiro. Isso não é profissionalismo de alguém que acaba de aparecer neste trabalho duro. 

Ela estava na frente do museu, o cenário por trás era algo muito lindo visto da visão da câmera, com uma fila de pessoas esperando visivelmente muito ansiosas, já que Seoul aprecia coisas deste género. Lisa não se interessava por arte, mas ficava feliz só de saber que tem o privilégio de entrar primeiro junto com outros entrevistadores tão antigos e isso a fazia ter outro olhar da coisa. Ela transbordava uma energia muito boa só de passar por perto, de longe é visível sua felicidade por ver um sonho se tornando realidade. O sorriso dela conseguia ser mais lindo que a própria lua que está aparecendo no céu nesta noite.

– 3, 2, 1... começa! — o diretor fez sinal para os Cameramen começarem a gravar e ia observando cada detalhe da notícia. Estavam nesse momento mais de 1 milhão de pessoas assistindo, perto de 2 e nada podia falhar.

*camera on*

– Boa noite, estamos aqui em direto no The Art of Beginning, o museu mais divulgado da Coreia do Sul até hoje, considerado excelente pela TMOA, a crítica mais relevante das artes, e ainda aclamado por várias outras revistas aleatórias e conhecidas, como a VOGUE. Estão cerca de 674 pessoas aqui, segundo os dados que recolhemos e nós iremos entrevistar aqui algumas pessoas da fila que estão esperando pela abertura há algum tempo. Tentaremos ainda falar com alguém responsável... — Lisa caminhou até à pessoa mais perto dela, ela se tinha saído muito bem, porém, qualquer coisa era o suficiente para tudo ir por água abaixo – Me diga, qual é o seu nome? —

– O meu nome é Jisoo, tenho 19 anos. — respondeu a pessoa que ela se dirigiu.

– Existe alguma peça de arte que você está ansiosa para ver em especial? Veio sozinha? Me conte tudo, não estou vendo aqui ninguém consigo. — falou a Lisa.

– Vim aqui com o meu namorado, que foi ali buscar sorvete para nós comermos enquanto esperamos, então acho que estou bem acompanhada. — riu, tranquilamente. – Eu não conheço nomes de arte em especial, porém existe uma que eu gostaria de ver muito sim, só não me recordo do nome. — 

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E foi assim durante muito tempo. Entretanto, o museu abriu e Lisa foi buscando pessoas aleatórias para entrevistar para fazer perguntas do género ''qual peça de arte você mais gostou?'', fez pausas, releu críticas, falou com responsáveis, falou mais curiosidades sobre o museu que foi descobrindo também, esta era uma transmissão especial que tinha sido autorizada e tudo estava correndo bem, bem demais até para alguém que é novato nestas coisas. 

O tempo estava esgotando e seu diretor falou que ela ainda podia entrevistar mais uma pessoa e pediu que não fosse uma pessoa aleatória, porque já tinham sido umas 7 que ela tinha feito uma entrevista. O diretor queria uma guia, um cargo que ainda não tinham feito e é tão importante como os outros. Lisa viu uma menina ruiva ali no canto apresentando uma arte que uma pessoa pediu para descrever e explicar e ela parecia ser guia. 

Lisa então esperou que aquela explicação acabasse pois não via outra guia livre, provavelmente faltava pouco para terminar a explicação e os cameramen iam filmando algumas peças enquanto isso ela esperava. Lisa não deixara de notar aquela doce menina ruiva muito bonita, que estava vestida formalmente e tinha uns olhos muito encantadores. Ela parecia ser simpática de longe, Manoban queria ver se era o mesmo de perto.

2 minutos depois, mais ou menos, Lisa se dirigiu àquela menina ruiva, que tinha terminado de falar com o menino que tinha pedido ajuda. Quando a ruivinha viu a Lisa ir ter com ela, ficou nervosa. Talvez nunca tivesse sido entrevistada e sendo vista por mais de um milhão de pessoas.

*camera on*

– Boa noite senhora. Qual é o seu nome? Somos da TNTV e queremos fazer umas perguntinhas acerca de tudo. — 

– Me chamo Rosé. Pergunte o que quiser. — 

Lisa não queria só perguntar coisas do museu, na verdade, queria ir muito além disso, porém o profissionalismo está em primeiro lugar e ela tinha de agir como uma profissional, se queria participar em mais coisas como esta.

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A entrevista acabou. Manoban ficou encantada com Rosé, ela era mesmo aquela pessoa que Lisa já imaginava ser. Ficou também triste por ter de abandonar o lugar e acabar com a entrevista, além de ter sido a sua primeira e marcante na sua vida, também queria conhecer aquela menina que tanto se encantou e mais algumas pessoas para ter mais amigos, já que tinha perdido todos ao longo do tempo com tanto trabalho. 

Lisa pegou no carro e se foi embora. 

Entretanto, chegou a casa, fez o que tinha a fazer e ligou seu PC. Queria rever como ela estava naquela entrevista, então pesquisou no Youtube e encontrou o vídeo. Larissa ficou feliz vendo a sua prestação, mas logo ficou triste ao ver comentários tão horríveis sobre a sua aparência e nervosismo. Alguns estavam mesmo afetando ela, e ela não tinha com quem falar. Obviamente haviam comentários defendendo ela, mas eram bem poucos.

''Ela é tão feia''; ''Ela está muito nervosa, conseguiu estragar tudo''; ''Perdi meu tempo a ver isto. Não tinham uma entrevistadora melhor para colocar? Tanto nervosismo para quê?'' eram ainda alguns poucos dos que apareciam.

Lisa ficou muito triste, e como tal, decidiu que queria alguma companhia para a apoiar-la nestes casos desde então, já que não tinha ninguém. Ela não queria uma simples amizade virtual, então procurou um site de relacionamentos, se não desse certo como namoro, alguém iria oferecer amizade, porém tudo cara-a-cara.

Se registou e colocou a sua foto mais bonita possível. Ainda estava abalada com alguns comentários sobre a sua aparência, estava muito insegura e talvez o site fosse uma má ideia, afinal, se ninguém desse match de volta ela iria ficar bem triste e ainda mais insegura, mas apesar de tudo, foi em frente. O que tinha a perder mesmo?

Colocou sua bio e começou a procurar pessoas atraentes, mas pessoas que, mesmo se não fossem tão bonitas, pareciam ser legais e boas companhias. 

Já se tinha passado algum tempo desde então, até que ela encontrou algo muito curioso que a deixou chocada e iria, provavelmente, dar certo.

"Rosé, 21 anos" com uma foto da mesma por baixo, e algumas informações sobre ela.

Lisa não podia acreditar, ela acreditava que teria uma nova amizade daí para a frente e nunca mais reclamaria que estava sozinha. De facto, até se espantava pela Rosé não ter nenhum(a) namorado/a.

Manoban deu match para conhecer Rosé melhor e esperou de volta ser retribuído. Entretanto, deixou seu celular numa mesa e foi tomar banho.

Quando voltou, seu celular estava com a luz de notificações a brilhar.

"Rosé retribuiu seu match!

Você e a Rosé gostam uma da outra.

Clique aqui para mandar uma mensagem, ou continue procurando outras pessoas clicando aqui".

E Lisa viu.

Logo percebeu que certamente não ia procurar mais ninguém.