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História The Ascent. - Capítulo 1


Escrita por: zensponytail

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction The Ascent. - Capítulo 1

Eu observava calmamente as pessoas rodopiando, rindo, sendo jovens abaixo de mim. Estava no Clube Maldito, com minha melhor amiga Carolinne, que clamava que eu precisava ir lá para esquecer tudo. Mal ela sabia que era impossível me esquecer dos acontecimentos dos últimos meses. Acredite em mim, eu já havia tentado. E tentado, e tentado... Terapia não ajudava, nada parecia ajudar. Acho que é normal me sentir assim depois da morte de meus pais. Sacudi a cabeça, tentando chacoalhar para fora a lembrança do acidente. Carolinne estava flertando, como sempre, e tentava me arrastar para cima de cada garoto do lugar. Antigamente eu adorava flertar, rir e dançar. Agora parecia simplesmente errado, como se eu não devesse fazer isso tão cedo. O garoto que estava do lado de Linne me olhava, como se estivesse esperando uma resposta, eu apenas sorri, torcendo para que não fosse uma pergunta. Ele era ruivo, alto, e esguio, e acho que se chamava Robb.

Pedi desculpas e fui para o andar de baixo. Eu precisava de ar fresco. Eu adquiri claustrofobia nos últimos meses, o que me deixava à beira do pânico nesse clube maldito. O nome faz perfeito sentido agora.

Sai pela primeira porta que eu encontrei, ela era a que levava para uma das pequenas sacadas. A neve encobria o chão e um banco. Empurrei a neve em cima do banco para o chão e me sentei ali. Respirei profundamente o ar gelado do inverno, sem sentir nenhum incomodo pelo frio.

-Você pegará um resfriado se ficar ai, sentada na neve.

Eu pulei assustada. Eu não havia percebido que não estava sozinha. Eu sempre conseguia sentir as pessoas ao meu redor, mesmo sem vê-las. O cara estava escorado na parede, suas longas pernas um pouco esticadas para frente. Pelo que eu puder ver, ele estava todo de preto.

-Não vai ser um resfriado que vai me derrubar - eu respondi, a até para mim eu soei amarga. Ele se desencostou da parede, seu movimento me lembrando o de um gato. Percebi então que ele era alto. Muito alto.

Ele andou até parar ao meu lado, contra a luz. Minha opção era ou olhar para a braguilha de sua calça, ou levantar minha cabeça até encontrar seu rosto.

Escolhi a segunda opção, obviamente. Ainda não conseguia ver seu rosto, mas senti seu olhar em mim. Sem desvencilhar de seu rosto, me levantei, mas mesmo assim eu tinha que levantar minha cabeça numa posição que fazia meu pescoço doer um pouco para continuar olhando-o.

-Sua mãe nunca te ensinou que é feio encarar os outros? - eu estava zangada, pois eu não podia ver seu rosto.

-Você também está me encarando. - sua voz continha zombaria, o que me zangou mais ainda.

-Pelo menos você consegue ver meu rosto, por tudo que eu sei você poder estar aqui para me matar.

Ele bufou, e se virou para que a luz pegasse metade de seu corpo. Ele era moreno, com cabelo compridinho, seus olhos pareciam ser azuis.

Meses atrás eu estaria flertando com ele, agora eu apenas estava muito desconfiada. Eu queria ir embora, a mera presença dele me dava calafrios.

Era como se formiguinhas estivessem andando pelo meu braço. A única outra pessoa que fez sabe LP áa pele ficar assim queria me matar

Levantei-me. Eu não o conhecia, e definitivamente eu não ia ficar aqui fora com um completo estranho. Eu havia aprendido minha lição. Nunca confie em estranhos. Eu confiei, e meus pais foram mortos.

Bati minhas mãos na parte traseira do meu jeans, tirando a neve que havia ficado ali. Neve nunca derrete rapidamente em mim.

-Aonde vai?- ele estava subitamente na minha frente, o que me fez parar de supetão.

Eu odiava ser surpreendida.

-Aqui está parecendo o nono ciclo do Inferno. Um resfriado não irá me matar, mas vai me incomodar. - Ele estava sorrindo, pegando minha referência ao Inferno, o que me fez pestanejar. Nem todo mundo entenderia.

-Ah, entendo. - ele sorriu, e fez uma reverência. - Foi um prazer lhe conhecer, Vossa Alteza.

Franzi o cenho para ele. Vossa Alteza? Ele estava bêbado ou o que? Me virei e comecei a andar em direção a porta.

-Adeus, Sophia.

Virei e o encarei. Agora podia ver completamente seu rosto, e seus olhos eram de um azul tão claro que parecia gelo.

-Como diabos você sabe meu nome?- minha voz estava estranha.

Eu estava com medo.

-Eu sei muitas coisas. Sei que seus pais morreram, sei que o cara que fez isso não era humano.

-Ele... Era sim. - eu estava tentando convencer a mim mesma.

Mas ele não era. Ele bebeu o sangue dos meus pais, e depois começou a beber o meu. Até que uma figura alta apareceu.

A figura alta se movia mais rápido do que tudo que eu já vi na minha vida, arrancou o homem de cima de mim. E o cortou ao meio.

Os médicos disseram que isso era coisa da minha mente. Que foi um acidente de carro.

Mas eu sei o que eu vi.

Eu não sou louca. Pelo menos eu acho que não. Eu tinha duas cicatrizes no meu pescoço para provar que eu não era. Não que alguém acreditasse nisso.

-Tem certeza Sophia?- a voz dele era quieta, calma. Ele se moveu para mais perto de mim, e eu pude sentir o cheiro da loção pós barba dele. Meu coração acelerou um pouco. Eu conhecia esse cheiro.

Não, não podia ser.

A porta abriu abruptamente atrás de nós. Eu me virei para ver quem era, e era Linne.

-Deus, some assim mesmo, não é como se eu não fosse ficar louca de preocupação. - O sarcasmo na voz dela era grosso. - O que você está fazendo aqui sozinha, tentando morrer de pneumonia? Vamos embora, sua maluca.

Sozinha?

Olhei para o lugar em que segundos antes o homem- ele não parecia um adolescente, ao menos não que eu tivesse notado- estava. Ele havia sumido.

Fechei os olhos com força. Tinha a impressão que eu voltaria a vê-lo. E percebi com alarme que eu não estava com medo dele. Ele tinha respostas, e eu iria arrancá-las dele.

Porque eu não sou louca.

Acho...




 

Sentada na cama de Linne, a ouvia falar sobre o cara com quem ela ficou, um Zé Mané qualquer. Rolei em meu estômago, e enterrei o rosto no travesseiro. Eu não estou com ânimo nenhum para ouvir sobre as aventuras inescrupulosas dela. Ela sempre acabava com um “Se você tentasse, nunca mais ia conseguir parar”.

-Virar uma ninfomaníaca não está nos meus planos. Ser claustrofóbica, e considerada depressiva com tendências suicidas já ocupa meu tempo integralmente.

-Deus, você não é nada divertida. - ela deu uma cambalhota na cama, e de repente seu rosto inteiro se iluminou. Uh-oh.  Eu conhecia muito bem essa expressão, ela tinha um plano.

-Não. Não importa o que é, a resposta é não.

Ela bufou e jogou uma almofada na minha cara. Não é minha culpa se eu não quero ser presa, que é o que aconteceu na ultima vez que essa carinha se iluminou desse jeito. E tudo porque eu a ouvi. Vamos, vai ser legal, ela disse. Ninguém vai nos pegar, ela disse.

           Aham, ta bom.

          -Falando em aventuras... Quem era o cara da sacada?

Dei um pulo, ela o viu? Mas ela disse que eu estava sozinha!

-Como... Quando... Como você o viu? Você disse que eu estava sozinha lá fora!

Ela bufou e jogou uma de suas pernas no meu colo.

-Der, eu ouvi os dois conversando, da sacada de cima. Ele era tãaaaaao alto, totalmente seu tipo. Vocês se cataram? Diz que sim, por favor!

-Céus, agarramento não é tudo no mundo. Ele me assustou demais. Eu senti calafrios com ele. Isso não é bom sinal.

Ela paralisou. Ela sabia sobre a verdade do acidente. Ela era a única, a única que acreditou em mim.

Mexeu-se desconfortavelmente, até achar uma posição em que podia me olhar nos olhos. Tomou minhas mãos nas suas, e me olhou seriamente. Toda a brincadeira sumiu de seus olhos, como um bêbado que fica sóbrio repentinamente.

Eu a amava por isso- ela podia brincar, flertar e tudo o mais, mas no fundo, ela se preocupava comigo. Ela acreditava em mim, não importava se o que eu dizia era completamente maluco.

Ela acreditou em mim quando todos diziam que eu estava louca. Quando eu estava começando a acreditar nisso, ela me apoiou, ela me protegeu.

-Você acha que ele pode ser o cara do acidente?- ela apertou minhas mãos na sua, me forçando a olhar para ela.

-Possivelmente. O jeito que ele sumiu na sacada... Humanos não fazem isso. - Mordi meu lábio, tentando pensar em algum jeito de colocar em palavras. - Eu preciso encontrá-lo de novo. Ele pode ter respostas.

-Não é simplesmente porque ele pode ser um deles que isso o faz automaticamente um dos mocinhos. O que te atacou era um deles, Soph.  Ele pode te machucar, e se for o que estraçalhou o outro cara, isso o faz igualmente perigoso.

Suspirando, me deitei na cama. Eu sei que ela está certa, mas algo me puxa a querer encontrá-lo, algo dentro de mim me diz que ele tem as respostas exatas de que eu preciso.

-Se você estivesse em meu lugar, o que faria?

Ela suspirou, e passou os seus dedos nervosamente pelo seu cabelo, coisa que só fazia quando estava muito inquieta.

-Eu iria atrás dele. Você tem que receber suas respostas, ou enlouquecerá.

Bufei, mais uma dizendo que eu ia ficar louca. Exatamente o que eu precisava.











 

Eu estava em um penhasco, e foi ai que eu descobri que estava sonhando. Eu nunca iria a um penhasco por vontade própria, morro de medo de altura.

Andei um pouco mais para a borda do penhasco, onde havia uma mesa. Olhei para baixo, e percebi que eu estava com um longo vestido branco, o vento fazia os panos na saia dele voarem com o vento. Meu longo cabelo ruivo estava trançado, percebi, com pequenas flores brancas nele.

Aproximando-me mais da ponta, percebi que alguém estava sentado na mesa. Alguém com o cabelo preto, e de olhos azuis como gelo.

Ele.

Hesitei. Isso era apenas um sonho, certo?

É claro que é, respondi a mim mesma, é apenas minha mente tentando lidar com o que aconteceu ontem.

Tentei fortemente acreditar nisso.

-Não é apenas coisa da sua mente. - sua voz era grossa, percebi, mas ao mesmo tempo suave. Ele se levantou, e puder ver como ele era realmente. Seu cabelo não era preto, mas sim um marrom escuro, com toques de dourado. Seus olhos eram incrivelmente claros. Sua pele não era completamente pálida, era de um dourado claro.

Dei um passo para trás. Era um sonho. Tinha que ser.

Se não fosse... Tudo era verdade. Ele não era humano. O acidente nunca existiu.

-Meu nome é James, Sophia. Você pode confiar em mim, eu fui mandado para lhe proteger.

Sacudi a cabeça, esse tal de James só podia estar de brincadeira comigo. Nem a pau isso era real.

-Proteger de que? -cruzei meus braços. Eu não ia acreditar num sonho.

Ele suspirou e se aproximou. Apenas esse movimento fez minha pele formigar como se eu tivesse levado um choque. Ele percebeu isso e deu um sorriso, me irritando.

-Eu sabia. - seu tom era vitorioso. - Você consegue sentir aos outros.

- Outros? Será que dá pra você falar algo que faça sentido? - esfreguei minha têmpora, esse cara já estava me dando dor de cabeça. - Vai me dizer que você e eu não somos humanos.

Meu tom era de zombaria. Em um movimento imperceptível, ele estava junto a mim. Ele tocou meu braço, me mandando uma corrente de choques elétricos.

Pulei para longe dele, e esfreguei meu braço como se um bicho tivesse passado por ali. Como diabos ele fez isso? Senti a antiga Sophia surgindo, exigindo que eu falasse algo sarcástico, que eu zombasse dele.

-Legal, a mesma coisa acontece se eu ficar perto demais de uma TV, impressionante.

-Eu os avisei que você era difícil. - ele bufou, e tirou uma mecha de cabelo que estava entrando em seu olho. - Eu estava no suposto acidente, fui eu quem te salvou.

Isso me fez parar de esfregar meu braço na hora.

-Não é verdade. Aquela coisa não era humana.

Ele sorriu então, e foi ai que eu notei que seus caninos eram pontudos demais.

- Ah, ótimo. - o sarcasmo em minha voz era grosso. - Vai me falar que você é um vampiro e que eu sou uma também, e que você tem que me proteger daqueles  que querem me matar?

Ele parou de sorrir. Ponto para mim, eu estava prestes a tirar aquele sorrisinho irritante da cara dele com um soco.

-Como diabos você sabe?

Isso mais do que tudo me fez parar de pensar em socar ele repetidamente e ficar com a minha boca aberta.

-Eu tava brincando. Por que, é verdade?- então eu bufei,  me lembrando de que era apenas um sonho.

-Sim.

-Tu ta tirando uma com a minha cara né?- ele me encarou confuso. Deus, ele tem quantos anos? Nem falei com gíria, como eu normalmente faço.

-Você é uma vampira. Eu sou um vampiro. Aquele que te atacou é um vampiro. Você estava sendo guardada por humanos, para te proteger deles, dos Giovanni.

-Cara, esse é o sonho mais bizarro que eu já tive. E meu departamento de sonhos bizarros é gigante.

Ele deu um soco na mesa. Porque diabos ele estava bravo? Não sou eu que to invadindo o sono dele e falando um monte de abobrinha. Essas pessoas não têm o mínimo senso de humor.

-Relaxa ai camarada, se você quiser, eu faço aparecer um saco de pancada pra você bater nele desse jeito, é só eu imaginar isso e...

-Sophia Tereza Dragomir, cale a boca e preste atenção no que eu estou dizendo. ISSO NÃO É UM SONHO!- Seu rosto estava furioso, o que me irritou. Deus, que nervosinho.

Espera, ele sabe meu nome inteiro? NINGUÉM sabe meu nome inteiro, nem mesmo Linne.

-Tá bom... Então, qual o motivo de terem matado meus pais, os Grilonini, ou seja lá qual for o nome deles?

Ele olhou para o céu - que era de um azul lindo, só para constar. Adoro como nos meus sonhos tudo é perfeito. Ou quase tudo, já que esse homem, a pesar de lindo, é um pé no saco - e disse:

-Eu disse para eles, disse um milhão de vezes que você não servia, e que deveríamos te deixar aqui. Mas não, ninguém nunca me ouve. Eu disse a eles que você não tinha a menor capacidade de ir ocupar seu lugar no conselho. Disse a eles que você não iria acreditar. Você é mundana demais.

O olhei brava por ele falar que eu não podia fazer alguma coisa. Tudo bem que eu não acreditava em nada do que ele estava falando, mas mesmo assim. Odeio quando duvidam de mim. Eu posso fazer tudo o que eu quero, é só me esforçar.

-Como você pode ter tanta certeza? Você não me conhece, não sabe do que sou capaz. - dei um passo para perto dele, sentindo o vestido flutuar ao meu redor. Eu me arrepiei, mas sabia que não era por causa dele.

Era eu.

Ele também se arrepiou, pude perceber. Sua camiseta branca - que parecia a de um pirata, pois era meio bufante e larga - também dançava com o vento. Enfiei o dedo no peito dele. Empurrando ele a cada palavra:

-Não. Diga. Que. Eu. NÃO. POSSO. FAZER. ALGO!- eu berrei, perdendo controle. E ele segurou meu dedo, me olhando nos olhos. - Não duvide de mim sem ao menos me conhecer.

-Você também duvida da minha palavra, sem nem ao menos me conhecer. - ele jogou minhas palavras contra mim. E ele tinha razão. Eu não o conhecia e estava sonhando com ele.

Fechei os olhos com força, tentando sair desse sonho.

-Nem adianta tentar, eu comando esse sonho. Você está presa aqui até se comportar como a princesa que você é.

-O QUE? - minha fúria voltou, e eu dei outro empurrão nele, com minha mão inteira aberta dessa vez.  O que foi uma péssima ideia, já que estávamos, literalmente, na ponta do penhasco. Ele arregalou os olhos, e perdeu o equilíbrio.

Foi ai que eu percebi o que havia feito. Eu tinha nos jogado do penhasco.

Sim, "nos" jogado, pois ele agarrou meu pulso e me levou junto.

E então eu acordei.

 


Notas Finais


Se preparem que essa história é longa... Eu postava ela no Nyah, tem mais de 100k de palavras e ainda não está terminada.

Espero que estejam gostando.


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