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História The Ascent. - Capítulo 7


Escrita por: zensponytail

Capítulo 8 - Capítulo 7


A verdade é dura, mas é essa: nada havia mudado em mim. Ah, claro, eu estava mais pálida, meus sentidos mais aguçados. E sim, eu tinha que beber sangue - não que eu já bebi depois do de James. E considerando que eu estava inconsciente, eu não podia dizer que se eu gostava ou não. Eu também ainda estava irritadiça, mesmo com praticamente uma semana tendo se passado. Carolinne veio me visitar, e fez piadas sobre como ela ia ter que me arrumar uma camiseta de pinguins vampiros. Jordan me mandou flores, dizendo que sentia muito e que queria me ver. Acho que ele não sabia que eu era uma vampira agora, ou não me mandaria. James me explicou que  nossa amizade - se é que ainda havia alguma desde o incidente dos peitos (sim, eu ainda estava pensando nisso, não sobre ele ter mentido para mim. Eu fico brava com coisas estranhas, ninguém nunca disse que eu era normal.) era praticamente impossível. A crença de que éramos maus, e que devíamos morrer corria pelo sangue dele assim como o nosso preconceito sobre lobisomens ainda dizia que eles eram criaturas estúpidas, como cachorros. O que é estranho, já que conheço vários cachorros bem inteligentes.

De qualquer forma, eu estava prestando menos atenção nos dias, em tudo em geral, então tenho que acreditar na palavra de James. Ele nunca mentiu para mim, não que eu saiba, então eu sempre acredito no que ele diz. Bem, na maioria dos casos. Ele já me disse que eu tinha que ficar de cabeça para baixo por três horas se eu quisesse me transformar em morcego. Como se eu fosse acreditar nisso.

Ele não está tão irritante. Do jeito dele, ser um panaca é o jeito de demonstrar afeição. Eu sei que ele pode ser muito pior. Já vi o jeito que ele fica depois de conversar no telefone, parece que o diabo tomou posse do corpo dele. Mais de uma vez o ouvi quebrando coisas no quintal para se acalmar. Acho que virar vampiro nos faz ser mais emotivos.  Linne sempre insiste que ele gosta de mim, falando que ele sempre está me olhando, ao que eu logo respondi que é o trabalho dele e que ele é pago para isso.

Não que isso a faz tirar essa idéia da cabeça. Nem a idéia de que eu estou apaixonada por ele, já que “não é meu trabalho o olhar toda hora com meus olhos berrando de desejo”.  Eu tinha certeza que não o olhava assim, e além do mais, tenho certeza que os sentimentos dele em direção a minha pessoa são apenas de dever a cumprir. Ele é meu Guardião, afinal de contas.

Eu estava repassando a conversa que tivemos naquela tarde - acho que foi hoje, ou ontem... Enfim, eu o perguntei sobre como ia ser minha vida na corte de Munin.

-Será como um conto de fadas. Vestidos rodados, bailes que duram até a meia noite, sapatos de cristal.

-Eu estou falando sério, seu irônico de meia tigela.

-Quem disse que é ironia? - depois de receber um olhar assassino ele continuou - Certo, Senhora Sem Graça. Irá a reuniões, terá que ir a lugares formalmente, terá que nos representar. Irá encontrar com seres de todas as raças e  praticará um pouco seus Poderes, fazer mais alguma atividade entediante e aprenderá sobre nossos costumes.  Essa resposta sem graça lhe satisfaz?

- Quanta chatice. Vou poder sair de seja lá onde Munin fica? E como assim aprender sobre a cultura, eu achei que sendo uma princesa e tudo isso, eu ia ter o direito de ficar deitada, com você me servindo uvas diretamente na boca! EU QUERO ABIDICAR!

Agora foi a vez dele de me ignorar.

-Bem, sobre servir coisas na sua boca, é só passar pelo meu quarto todas as noites.

Foi ai que eu soquei ele, e acabei ganhando um corte nas juntas dos dedos.

Votando ao presente, encarei orgulhosa minha obra de arte no rosto dele. Acho que foi hoje afinal de contas, ele já havia me dito que nosso sistemas sei la o que era muito forte, então sarávamos de tudo mais rápido.

Ele andava tenso na minha frente, interrompendo minha visão do desenho que eu estava assistindo. Irritada com meu momento de Meninas Super Poderosas sendo estragado por sua bunda andando de um lado para o outro, joguei meu chinelo nele.

-Não dá para você ser todo agitado e tenso lá fora? A Lindinha está prestes a descobrir se o Macaco Louco seqüestrou as irmãs dela ou se estão mortas!

-Elas morreram, tenho certeza. - ele disse, então desligou a TV, me fazendo arfar de raiva. - Sinto muito, Princesa, é importante. Temos que partir imediatamente.

Sentei-me duramente no sofá, agora também tensa. Eu não podia! Não estava pronta para abandonar minha vida aqui! O encarei, pânico em minha expressão.

-Mas eu não estou pronta! James, diga-lhes que eu não estou pronta! Eu não quero abandonar Linne ainda, eu não estou pronta, não estou!

Eu havia me levantado, e estava arfando com falta de ar. Ele me segurou pelos ombros e me sacudiu bruscamente.

-Se recomponha, pelo amor de Deus. Linne poderá te visitar, sabe disso. Não é o Conselho que te quer lá imediatamente, sou eu. Aqui é muito perigoso, ontem eu encontrei rastros dos Giovannis no perímetro da cidade, e Linne confirmou que algo mágico havia rompido seu feitiço. A não ser que você queira ser drenada, torturada e coisas piores, acho bom concordar em ir embora. Pois eu vou te levar daqui, nem que para isso eu tenha que te jogar pelos meus ombros e te levar gritando daqui até a Romênia.

Encolhi-me com o jeito que ele falou. Ele estava com raiva de mim? Eu não havia feito nada! Não havia necessidade da raiva na voz dele. Ele percebeu que eu estava com medo dele, então me abraçou. Depois eu sou bipolar.

-Desculpe Tessa, eu sei que você tem a necessidade de se acostumar a tudo, mas é para o seu bem. Eu não irei quebrar a promessa que fiz a seu pai, eles não irão te pegar. Então você vem, querendo ou não.

-Mas James, você pode me defender deles. Porque não podemos ficar mais tempo? Apenas algumas semanas...

- Minha decisão é essa, você irá. Eu sou bom, mas é melhor prevenir do que remediar.

Então eu comecei a chorar. Fiquei com raiva de mim mesma. Eu estava pior que uma criança. James parecia genuinamente chocado. Isso fazia dois de nós, eu também não entendia essa minha reação.

-Calma ai, você ira gostar de lá. Temos cavalos, você adora montar, não é mesmo? Lá não é tão mau, e é na Europa. Você me disse que amaria ir para lá. Qual e o motivo do choro?

Ele estava todo inclinado sobre mim, limpando minhas lagrimas. E me envergonha dizer o que eu fiz em seguida.

Eu o beijei.

Acredite, nem eu entendi o motivo. A boca dele estava ali, e bem... Pareceu a coisa certa a se fazer. Não certa, mas isso me distraiu completamente do choro ou da questão sobre as pessoas querendo me matar. Pareceu distraí-lo também, já que ele me beijou de volta.

Cara, ele beijava bem. Cada toque dele me enviava as tão melhoradas e mais intensas descargas de Poder. Ele juntou nossos corpos, e pude sentir sua felicidade. Senti meu rosto corar, e me afastei dele.

Ele parecia tão chocado quanto eu. Cai sentada no sofá e enfiei minha cabeça entre minhas mãos. Deus, essa coisa de Ascensão estava me fazendo virar uma maluca. Quando essa coisa iria passar? Limpei minha garganta antes de falar.

-Me desculpe. Eu ainda estou sob os efeitos da minha TPM vampiresca.

Eu não estava olhando para o rosto dele. Eu sabia melhor do que isso. Ele devia estar com aquele sorriso de alguém profundamente entretido, que me irritava tanto.

Nem preciso dizer a minha surpresa quando ele apenas ligou a TV novamente e seguiu direto para o seu quarto.

Deus, o que eu havia feito? Fui à cozinha, minha garganta estava seca. Bebi três copos de água, mas continuava com sede. Isso era meu nervosismo sobre ir à capital dos Dragomir aparecendo? Bebi mais um copo, tentando me acalmar. James entrou novamente na sala, e me observou tomar mais dois copos. Olhei-o, seu pós barba estava tão forte, será que ele havia trocado a marca? Combinava com ele ainda, o fazendo mais charmoso do que nunca. Cheguei mais perto dele sem perceber. Ele estava com um cheiro tão bom.

Ficando nas pontas do pé, enfiei minha cabeça no pescoço dele. Respirei profundamente, eu sentia vontade de mordiscá-lo. Beijei levemente a área onde podia sentir o pulso dele. Senti a descarga novamente. Mordi levemente, e me afastei um pouco, olhando para cima até encontrar os olhos assustados de James. Por que ele estava assustado? Eu não estava fazendo nada demais. Sorri para ele, e senti algo pontudo perfurar meu lábio. Toquei-o, sentindo a ponta do meu canino. Ela havia crescido e ficado pontuda. O olhei a procura de respostas. Mas eu já sabia qual seria.

-James.

Minha voz estava cheia de pedidos. Havia desejo nela.

-James, por favor.

Beijei seus lábios suavemente. Ele não se moveu. Ele estava tão chocado com o que estava acontecendo quanto eu.

Eu estava com Sede, se não tomasse sangue iria surtar e sair por ai matando os outros.

Não achávamos que ela ia chegar tão cedo. Mas também não achávamos que minha Ascensão seria adiantada.

Ele ainda estava com suas mãos em minha cintura. - James, por favor.

Seus olhos mostraram que ele fez uma decisão. Ele me beijou, e como sempre, seu toque me causou a sensação de choque.

Ele me guiou, sem nunca romper o beijo, para seu quarto. Se eu tivesse em perfeito juízo, iria tê-lo parado. Ou pelo menos é o que eu gosto de achar que eu teria feito. Agora? Agora eu só conseguia pensar em como minha garganta estava seca a ponto de doer, em como ele tinha um cheiro bom, e na batida de seu coração.

Assim que ele havia sentado em cima da cama, sentei em seu colo. Eu não dei a mínima para a obscenidade daquela posição, eu só queria prová-lo, fazer minha garganta parar de doer.

Fui em direção ao pescoço dele, mas ele me impediu. Segurou meu rosto entre as mãos. - Você tem que me prometer que se eu saciá-la irá para Munin sem nenhum protesto.

Fiz um barulho de descontentamento. Por que diabos ele só não podia me deixar mordê-lo? Eu estava na cama dele, e pelo que eu saiba, ele queria me trazer aqui desde o começo.

-Prometo. Agora eu posso, por favor, te morder?

Ele acenou e esticou seu pescoço, me dando uma vista completa de sua jugular, me fazendo grunhir.  O empurrei em uma posição deitada, e me arrumei em cima dele. Senti duas mãos na parte inferior da minha costa, quentes sobre o fino tecido da minha camiseta.

Passei a ponta do meu nariz por seu pescoço, respirando-o. As presas ainda estavam ali, incomodando meu lábio. Abri minha boca, e passei-as por cima da veia.  Ouvi um barulho vindo dele, um gemido. Sem ligar para isso, o mordi. Seu sangue era doce. Senti-o enchendo minhas veias. Senti-o dentro da minha mente, passando por meu cérebro.

Eu nunca achei que iria gostar. Não sabia se eu estava amando, pois era o sangue de James, e ele estava enviando aquela sensação pelas minhas veias, ou simplesmente porque era da minha nova natureza.

Quando senti que a aspereza em minha garganta havia passado completamente, parei de sugar. James estava de olhos fechados e por um momento eu achei que havia bebido sangue demais. O beijei, e ele abriu os olhos. Suas pupilas estavam dilatadas, transformando seus olhos azuis celeste em olhos quase pretos.

-Tessa. - sua voz estava densa. Desejosa. Ele me rolou, ficando em cima de mim. Me olhou novamente, ele murmurou: - Vá.

Sua mão tocava levemente meu pescoço. Ele queria beber.

Sua expressão desejosa foi substituída por fome. Pura fome. Eu dei no pé mais rapidamente do que em toda a minha vida. Eu sabia que ele iria direto para a minha garganta. -Sede- estava escrito na testa dele.

Assim que cheguei ao meu quarto fui tomar banho. Tinha sangue em meu rosto, seu vermelho fazendo a palidez da minha pele ficar estranhamente ressaltada.

Assim que eu estava enfiada em minha cama com meu pinguim preferido, eu percebi o que havia acontecido. Eu havia bebido sangue, pela primeira vez depois da minha Ascensão. E eu gostei. Não apenas bebi sangue, mas foi o sangue de James, o que faziam as coisas serem mais complexas ainda. Ele havia me dito que cada vez que tomássemos sangue um do outro iríamos meio que -roubar- poder. E que eu ia ter um maior senso dele.

 

Na hora eu não havia entendido, estava mais preocupada em notar como ele ficava bem em roupa que não era apenas preta ou cinza. Agora eu entendia, eu sabia que ele estava agitado - de algum jeito estranho, algo parecido com a sensação que temos quando achamos que alguém está nos encarando. Eu sabia que ele não estava dormindo. Sabia que sua Sede era maior do que ele estava me mostrando nos últimos dias. Vampiros têm que beber sangue ao menos uma vez por semana, algo sobre algum nutriente (proteína, eu não me lembro, como já disse, estava prestando atenção na gostosura dele) e que eu saiba, James não havia se alimentado desde que eu estava morando aqui. Eu sentia a presença dele, andando pelo quarto, como se eu estivesse lá. Gostaria de saber se ele sentiria a mesma coisa, ou se ele precisaria tomar meu sangue de novo.

Eu sabia que quando formos a Munin, uma cerimônia será realizada para oficializar sua posição como meu guardião principal. Então ele saberia onde eu estou toda hora, e saberia meus sentimentos, como se eu estou com medo ou não.

Munin.

O filho da mãe me fez prometer que eu iria sem reclamar!  Que traste, ele sabia que eu não estava em condições de raciocinar. Ele se aproveitou da minha condição de pessoa sedenta por sangue! Mas, bem, eu havia me aproveitado da veia dele, então acho que eu não tinha muito direito de reclamar.

Me enfiei de baixo do cobertor. Eu não queria ir, não estava preparada para assumir minha posição lá.

Remoendo-me sobre o assunto, me senti exausta. Acho que caí no sono alguns instantes depois.

 



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