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História The Ascent. - Capítulo 8


Escrita por: zensponytail

Capítulo 9 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction The Ascent. - Capítulo 8

No dia seguinte, assim que terminei de arrumar minhas coisas com a ajuda de uma Caroline chorosa, eu me enfiei no carro dela, junto com um James mal humorado. Como se ele tivesse o direito! Sou eu que estou indo contra minha vontade, não ele. Pelo que eu sabia, ele amava Munin, ou pelo menos era isso que sua voz demonstrava quando eu fazia perguntas sobre a cidade.

Assim que entramos no avião para Romênia, ele tentou conversar comigo. Mas eu estava tão deprimida que só acenava ou dava de ombros para tudo o que ele dizia.

Achei meio clichê a cidade ser na Romênia, nos Carpatos, a maior floresta de lá, onde lobos habitavam (agora me perguntava: os lobos das historias eram apenas animais?).

Com um voo extremamente longo pela frente, me concentrei nos acontecimentos. Um dia eu estava na sacada da boate mais horrível da minha cidade, então ele apareceu em minha vida - bem, eu já o conhecia, apenas não tinha certeza de que não era coisa da minha imaginação - me falando sobre seres sobrenaturais, e sobre como todos só mentiram para mim em toda a minha vida, dizendo que Munin precisava de sua verdadeira líder para voltar aos eixos. Então descobri que Jordan, o Jordan mulherengo, de quem eu ainda (sim, eu admito) tenho um tropeço, não queda já que não chega a tanto, era um lobisomem.  E que Linne, minha melhor amiga meio maluquinha, era uma feiticeira e que podia ser muito perigosa. A Linne, que saia correndo de medo de borboletas, era perigosa. Bem, o que mais... Ah, sim, me transformei em um ser da noite, condenada a nunca dizer nada a meus amigos humanos - não que eu tenha muitos, eu sou/era anti-social- e bebi o sangue do cara mais lindo e irritante que eu já conheci, e sim, eu posso ter uma queda por ele. E agora eu estou me mudando mais cedo do que eu esperava e totalmente despreparada para a terra dos Dragomir, Munin, que significa memória. Acho que se podia dizer que minha vida é bem estranha.

Dormi na maior parte do trajeto. Apenas acordei quando um James sorridente me sacudiu, me mostrando a janela.

Até eu, que estava com raiva ainda por ter sido obrigada a vir para este fim de mundo, tive que admitir que era mesmo lindo. Assim que descemos do avião, entramos num carro com um motorista, a quem James não me disse uma palavra sobre. Belo trabalho de guia, cara. Acho que vou até te dar uma gorjeta depois.

-James?

-Sim?

Ele estava absorto demais em olhar a floresta a nossa volta. Estávamos no carro já fazia um bom tempo, e só subíamos montanhas e mais montanhas. Percebi pela primeira vez que devia ser solitário ter que ficar guardando uma garota em um lugar longe do país em que morou pelos últimos 100 anos. Mordi meu lábio. Acho que eu não podia reclamar muito, ele certamente nunca reclamou para mim.

-Quando vamos chegar? Não que eu não goste de ver árvores e mais árvores, mas depois de 5 horas começa a ficar cansativo.

Ele olhou para frente, então um sorriso foi crescendo pelo seu rosto.

-Ora, Princesa. Pois nós já chegamos. - Ele apontou para frente, onde vi uma vila se formando ao pé de mais uma colina (montanha? Qual é mesmo a diferença?), e no topo desta mesma, um castelo. O mais magnífico castelo que eu já vi se erguia imponentemente a beira de um penhasco.  - Bem vinda a sua terra natal, Sophia Tereza Dragomir. Estamos em Munin, a memória de nosso povo.

Senti minha boca ficando escancarada. As história dele sobre a beleza do lugar não fazia jus a nem um terço da beleza de verdade. Agora eu podia entender o motivo de seu amor. A cidade era inteira cercada por uma muralha alta, e pude ver pessoas andando por lá. As ruas estreitas tinham vendas de frutas, lojas de roupas, como qualquer cidade normal. Crianças corriam umas atrás das outras, mas por onde o carro passava, o povo parava para olhar. Será que eles sabiam quem eu era? Quando perguntei isto a James, ele apenas me olhou como se eu fosse burra.

-É claro que sabem, todos sabem que você foi escondida para sua segurança; já te disse uma vez que todos acham que você poderá trazer a este país-cidade para os tempos modernos. Eu não estava brincando, Princesa.

Senti meu cenho franzir enquanto o carro subia as ruas sinuosas que o levavam para cima da colina. Como tudo neste lugar, ela também era cercada pela floresta. Meu cenho estava profundamente franzido quando finalmente disse algo.

-Odeio que criem expectativas sobre mim sem nem ao menos me conhecerem.

Deu-me um olhar cheio de algo que não pude identificar. Surpresa? Orgulho? Identificação?

Tentar desvendar aqueles olhos azuis me dava dor de cabeça.

Acho que ele ia me responder algo, pois estava com aquele sorrisinho sabichão no rosto. Mas foi interrompido por que chagamos ao nosso destino. O castelo era mais lindo ainda de perto, com vários andares, e torres. Perguntei-me se seriam as masmorras e os calabouços. Sacudi a cabeça e ri, eu devia parar de me lembrar de todos as historias que eu li sobre vampiros.

Assim que James desceu do carro e abriu minha porta, sua mão foi para minhas costas, me empurrando levemente em direção a algumas mulheres que estavam ali fora.

-Esta é Lizbete, e ela será sua dama de companhia. - a garota era loira, e linda. Ela deu uma olhada para ele ao ouvir seu nome e corou violentamente. Bom saber que não sou só eu que me sinto atraída por aquele cínico metido a besta.

-Oi Lizbete, eu sou a Sophia. - Sorri para a garota que devia ser um pouco mais nova que eu, ela, por sua vez, pareceu alarmada, mas sorriu de volta. Acho que ela não era tratada com muita cortesia por aqui.

Ela então, com a cabeça baixa, entregou um bilhete para James, referindo-se a ele como Sr. Koutrick.

Deus, quanta formalidade.

Ele leu-o com uma expressão séria. Eu, xereta como sempre, não pude evitar enfiar meu nariz onde ele não é chamado.

-Quê que tá escrito ai James, alguém quer que você vá à busca de outra donzela em perigo?

Ele apenas rolou os olhos para mim

-Para a sua sorte e minha infelicidade, você é minha única donzela no momento. E é uma notificação do Conselho, eles requerem a sua presença assim que Lizbete tiver terminado de te aprontar.

-Ah, que saco, já? Jamie, você não pode usar sua superinfluência para adiar um pouco? To a fim de tirar uma soneca, para reavivar minha beleza.

Eu sabia que eu o irritava profundamente quando o chamava de Jamie, mas não tanto quanto Jim.

-Bem, Tessie, ao contrário do que pensa, eles não ligam muito para ninguém e se esperam você o mais rápido possível eu te aconselho a ir assim que conseguir. Sua beleza, como você já sabe, sempre está trincando com perfeição. Então não acho que tenha que se preocupar com isso pelos próximos duzentos anos, Princesa.

Então ele abanou uma mão, um gesto que dizia simplesmente vá logo. Disse que me encontraria na porta de meu quarto quando eu estivesse pronta. Não disse como saberia. Acho que é coisa do Laço de Sangue. Uma tímida Lizbete me guiou até o quarto, que, só para constar era a coisa mais linda desse mundo. Seu papel de parede era verde com dourado, minhas duas cores favoritas. A cama tinha um trilhão de travesseiros em cima dela, e vi que os edredons e lençóis também eram verdes e dourados. Todos os móveis eram de um creme maravilhoso, E num canto havia uma estante recheada de livros, um sofá, e a maior televisão que eu já vi.

-Oh, Lizbete, é lindo. - Virei-me para ela, que me olhava com um sorriso satisfeito.

- Fico feliz que tenha gostado Princesa. O senhor Koutrick foi quem me disse as coisas que você mais gostava, e eu ajudei a montá-lo.

Sorri, isso tinha mesmo o dedo de James no meio.

-Pode me chamar de Sophia, pelo que eu sei de damas de companhia, você vai ser praticamente minha melhor amiga. E eu não gosto que me chamem de Princesa, de qualquer jeito.

-Sophia, então. Mas ouvi o Guardião Koutrick te chamando de princesa, ele fez isso apenas para te chatear? Oras aquele...

Ri com o jeito que ela parecia ofendida por mim.

-James apenas faz isso para me irritar, ele ama me amolar fazendo o que eu não gosto.

Ela franziu o cenho quando o chamei apenas de James. Acho que não estava acostumada  informalidades. Ela me sentou em frente a uma penteadeira antiga, e começou a escovar meus cabelos silenciosamente. Eu fechei os olhos, gostando da sensação. Apenas os abri quando ela passou algo molhado pelo meu rosto. E logo em seguida algum creme, seguido por apenas uma base, um pouco de mascara e mais algumas coisas que eu não conseguia identificar. Ela me fez levantar, ainda quieta, e tirar minhas roupas. Franzi o cenho, mas não disse nada enquanto ela me ajudava a colocar um vestido leve que ia até meus pés. Ele era branco, e vinha com um espartilho que ji me sufocava.

Quando terminou, sorriu vitoriosa. E eu entendia seu orgulho, ela havia feito um trabalho excelente. Eu me sentia uma princesa, cafona ou não.Meu cabelo estava com suaves ondas, e com um brilho extraordinário. Meu rosto não parecia nada cansado, e o jeito dela de aplicar a maquiagem valorizou meus olhos, os tornando de um verde tão intenso que não parecia ser sua cor natural. O vestido não era nada rodado, ele descia suavemente até meus pés, apenas ficando justo na cintura, por conta do espartilho, que também fez meus seios parecer maiores. Eu parecia etérea, de um jeito legal.

Abracei Lizbete e sussurrei obrigado.

Ela parecia completamente envergonhada.

-Fiz apenas meu trabalho, Princesa  Sophia.

-Não,- eu disse, rodando em frente ao espelho, olhando o vestido que me era vagamente familiar se movimentar. - você me deixou maravilhosa, e não precisava. Era apenas apresentável, se eu me lembro bem.

Então eu percebi de onde eu conhecia o vestido. No primeiro sonho em que James entrou por vontade própria na minha mente. Ele havia me feito usar um idêntico. Acho que ele foi a pessoa que disse que tipos de roupas eu gostava também.

-Você parece a sua mãe.

Isso me pegou desprevenida. Eu estava imaginando se ele teria colocado roupas minúsculas nas minhas escolhas de roupas também, e já planejava uma tortura para ele.

-Minha mãe? Charlotte? - ela me encarou um pouco, então lembrei que Charlotte era na verdade minha tia. - Ah, sim, Tereza. Pareço tão velha assim?

-Ela tinha sua idade quando passou por usa Ascensão, e ela era tão linda. Mas você tem os olhos do seu pai, os dela eram castanhos.

Me encarei novamente no espelho de corpo todo. Eu havia visto apenas uma foto dela, e também havia achado a semelhança incrivelmente perturbadora.

-Eu nunca vi uma foto do meu pai, sabia? Não faço a mínima idéia de como ele é fisicamente, nem de como eles eram, suas personalidades. Gostaria de tê-los conhecido. Todos falam dele, bem, James ao menos, como se ele fosse alguém muito querido e sábio.

-Bem, ele era. Os dois eram, eles eram carinhosos com o povo. Seu pai acreditava com todas as suas forças que um povo faz seu rei, então agia do modo mais bondoso com eles. E Sophia, posso te perguntar algo pessoal?

Olhei-a com surpresa. Ele estava deixando de ser tímida comigo, que coisa surpreendente. Acenei com a cabeça e ela logo continuou.

-Você e James se tratam com tanto carinho. Sua voz muda quando diz o nome dele. E ele te chamou de Tessie.

-Aonde quer chegar Lizbete? Ele é meu Guardião, eu morei com ele pelas ultimas semanas, é a coisa natural que eu o chame pelo seu primeiro nome, não sou cheia de formalidades como já deve ter percebido.

Ela corou, e sacudiu a cabeça, fazendo seus cachos chacoalharem.

-Não, Minha Senhora, me entendestes errado! Não é uma critica que pretendo lhe fazer, mas sim lhe alertar sobre ele. Ele é perigoso, sempre tem um comentário malicioso, e adora conquistar as garotas da cidade! Deve tomar cuidado com ele, pois pressinto que estás prestes a se...

Ela parou subitamente. Seu rosto estava completamente corado.

-Desculpe-me, não deveria ter me intrometido. Esqueça que eu alguma vez mencionei isto.

Acenei estupefata. O que eu estava prestes? Deus, eu queria saber a opinião dela, completa.  Uma batida soou na porta e ela foi atender. Era James, eu senti. Ela disse que ele era mulherengo, e eu sabia disso já.

Quando ele olhou para mim, parou no meio de seu cumprimento.

-Uau.

Sorri, me sentindo metida.

- Sim, eu estou muito uau esta noite. Lizbete aqui é uma mestra na arte de fazer vampiras cansadas e deprimidas parecerem princesas.

-Você sempre parece uma princesa, Tessa.- sacudiu a cabeça então, e olhou para Lizbete, sorrindo.- Não acha? - ela acenou veementemente com a cabeça. - Bem, devemos nos apressar, o Conselho nos aguarda.

Estendeu o braço para mim, porque ele é tão cavalheiro. Rolei os olhos e dei um tapa no braço dele. Ouvi-o resmungar, mas estava mais preocupada em notar as pinturas nas paredes do longo corredor, com suas paredes de pedras, fazendo- eu me arrepiar.  Nele, pinturas se alinhavam pelas paredes, assim como tapeçarias com desenhos lindos.

-Isso sim é surpreendente, James. Todas estas pessoas...

Parei na frente de uma cara particularmente lindo. Ele tinha cabelos escuros, e olhos extremamente verdes. Algo nele me era familiar, mas não conseguia identificar exatamente o que.

-São todos seus antepassados. Todos os Reis e Rainha de Munin. Eles, em si, são a lembrança. - apontou para alguns quadros atrás de mim, com uma mulher e um homem, lado a lado, o homem tinha cabelos pretos como asfalto, e olhos frios, mas a mulher era radiante. Ela estava com a mão na barriga, seus olhos verdes sorridentes para o pintor. - Seus avôs paternos. Draco e Elizabeth Dragomir. E este a sua frente, com os olhos verdes, é seu pai. John Dragomir, o rei mais querido entre todos. Seus olhos são mesmos idênticos ao dele.

Senti minha boca abrindo levemente. Meu pai, que eu nunca havia conhecido. Havia algo além dos olhos parecidos em nós, acho que era o jeito que ele sorria, como se ele tivesse um segredo. Eu sorria exatamente igual.

-Vamos logo, James. - minha voz estava tão estranha. James me olhou de um jeito estranho também, mas não fez nenhum comentário, apenas me guiou entre os corredores confusos do palácio. Eu pensava em como gostaria de tê-los conhecido. Como será que eles seriam comigo? Forcei-me a lembrar que eu estaria morta, assim como eles, se eles não tivessem tomado a decisão de me esconder com Tia Charlotte.

Sem perceber, havíamos parado em frente de duas portas de madeira maciça,  James me olhou, a pergunta implícita em seus olhos tão azuis. Pronta?

Acenei. Ele bateu lentamente na porta, e ela se abriu sem o menor vestígio de alguém tê-la puxado.

E simples assim, eu estava na frente do Conselho.

 



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