História Os Vingadores: Maestrina - O Treinamento - Parte 2

DIA 2

Voltei à torre às 7 da manhã, toda dolorida. Com uma roupa mais confortável e maleável porque ninguém merece treinar de calça jeans. Camiseta nadadora branca, calça de moletom preta, tênis esportivo preto com alguns detalhes cor-de-rosa. E um coque no cabelo. Barton já estava melhor e pôde ajudar no treinamento.

...

Fomos eu, Barton, Romanoff, Stark e o Capitão na nave até o norte de Nova Iorque, num lugar ao ar livre, pensa na felicidade da criança em estar dando um rolê na nave dos Vingadores. Haviam vários alvos posicionados, e longe de onde estávamos, avistei algo como um estabelecimento bem grande, parecia estar abandonado.

Barton: Tem boa pontaria?

Eu: Tenho péssima pontaria.

Ele pegou um arco e flecha e deu para mim.

Eu: Nossa, esses são seu arco e flecha?!

Barton: Não. Não empresto minhas armas a ninguém, mas esses são tão bons quanto. Agora, mire em um alvo e atire.

Eu: Mas eu disse que...

Barton: Apenas atire.

Eu: Tá bom... como se manuseia isso?

Não fazia ideia de como pegar num arco e flecha. Barton me ensinou mas ainda parecia estar fazendo errado. Dei de ombros, fechei um dos olhos, mirando no alvo do meio e atirei.

Eu: Fui bem?

Olhei para a fecha, estava fincada na grama, à direita. Não passou nem perto do alvo.

Barton: Se o objetivo fosse atirar o mais longe possível do alvo, teria ido bem. *pondo minha mão sobre meu rosto, desaprovando a mim mesma* Vem cá, é assim que se faz...

...

Capitão e eu fizemos várias corridas, e quando digo várias, quero dizer várias mesmo.

Capitão: Deixo você começar primeiro dessa vez.

Me posicionei e quando ele disse “já” saí em disparada. Me senti o próprio Flash. Peraí, Flash? Não é aquele herói da... Opa, universo cinematográfico errado. Não adiantou eu ter corrido rápido, pois logo Capitão havia me alcançado.

Capitão: À esquerda. *ofegante*

Eu: Dá pra parar?!

Ele já tinha dito umas mil vezes, pelo menos, sempre que passava ao meu lado e ficava à minha frente e é, aconteceu de novo. De volta ao ponto de partida, ele chegou primeiro, obviamente. Estava um pouco cansado, ao contrário de mim, que estava quase morrendo por falta de ar. Peguei uma garrafa d’água e a joguei toda em mim.

Eu: Pausa, por favor... *deitando na grama*

Sinceramente detesto deitar em grama, penica pra cacete. Mas no estado em que eu me encontrava naquele momento, a grama era um fofinho e sutil colchão.

...

Eu e Romanoff treinamos mais golpes e defesas fodas. Técnicas de espionagem, dentre outras miliares de coisas incríveis. Disse que está me ensinando tudo que sabe. Tem como eu sentir mais orgulho de mim mesma? <3

Stark continuou me auxiliando sobre como eu poderia usar meus poderes de outras formas. Lançar objetos com pequenas ondas sonoras direcionadas ao mesmo, e até derrubar oponentes com isso. Usar as ondas como “propulsores” para conseguir voar. Sim, voar! Quer dizer, mais ou menos. Se eu direcionar minhas mãos para baixo e usar meus poderes, consigo me manter no ar, flutuando. Ele disse que ainda há várias outras formas de usar meus poderes, mas que vou descobrir com o tempo. E que o melhor jeito de descobrir é tentando, sempre.

Em um dos treinos com a Romanoff ela me jogou no chão e meus óculos acabaram caindo do meu rosto, foram parar longe. Stark os pegou e me devolveu.

Stark: Não pode treinar sem eles?

Eu: Infelizmente não, *os colocando* não consigo ver nada sem eles, a não ser que o que eu precise ver esteja bem perto de mim. Tenho miopia.

Stark: Então, se eles saírem do seu rosto enquanto luta, não vai conseguir enxergar... E isso não é bom. Vou resolver esse problema pra você quando chegarmos na torre.

Treinamos até às 18h, voltamos para a torre e fomos direto para o laboratório de Banner. Menos Stark, que pediu meus óculos emprestados e foi para o próprio laboratório. Estranhei seu pedido, mas o fiz. Me sentei em uma cadeira e Banner conectou alguns fios em mim, nos braços, pernas e cabeça, para que pudesse examinar meus poderes mais a fundo.

Thor: Então, como foi o treinamento?

Eu: Cansativo. Porém bom, estou simplesmente amando.

Thor: É uma pena que eu não tenha muito a instruir.

Romanoff: Ele pode te instruir a não ser indigna.

Todos rimos.

Banner: Ondas sonoras capazes de ensurdecer alguém, fazer os ouvidos sangrarem... *olhando um monitor* de matar e até mesmo causar catástrofes como terremotos ou tsunamis.

Me encararam surpresos.

Eu: Não olhem pra mim, tô tão surpresa quanto vocês!

Stark: Prontinho. Essa foi uma das minhas melhores invenções. Ou reinvenções. *trazendo meus óculos*

Eu: O que você fez?

Stark: Coloquei um pequeno dispositivo nos braços dos óculos. Quando você os colocar, automaticamente se ajustarão e fixarão perfeitamente ao seu rosto, fazendo com que não caiam.

Eu: Sério? Que doara! Valeu mesmo, Tony. Digo, sr. Stark.

Stark: Tony. *afirmando* E não foi nada.

Banner: Sua audição é extremamente aguçada... consegue ouvir sons a metros de distância e os mais mínimos sons.

Eu: Bom, isso eu sabia. Só me esqueci de contar.

Barton: Então ela pode ouvir alguém conversar do primeiro andar da torre?

Stark: E também saber se alguém está mentindo. Quando mentimos, nossos batimentos cardíacos aumentam 3 vezes mais.

Capitão: É uma habilidade e tanto...

Stark: Perfeita pra ser usada na equipe dos Vingadores. *sorri*

Eu: Banner, tem como eu desabilitar um adversário apenas... por exemplo, o ensurdecendo temporariamente? Ou causando qualquer outro dano temporário? Porque realmente não quero ter que fazer os ouvidos dele sangrarem. *rindo*

Banner: Deixa eu ver... *pesquisando no monitor* você pode causar um dano temporário na audição ou visão do adversário. Ou um pequeno desmaio, se atingir o labirinto, nos ouvidos. Só precisa saber a quantidade certa de ondas sonoras a produzir.

Eu: Ótimo, tô mais aliviada. Posso combater os caras sem ter que leva-los a morte. Não é o que eu quero. *se entreolharam*

Banner desconectou os fios de mim, me despedi deles e peguei um táxi até meu apartamento. Depois de muita conversa com minha prima sobre o que estava aprendendo, fomos dormir.

DIA 3

Cheguei na torre um pouco mais cedo, às 6 da manhã. Stark estranhou.

Stark: Ué, chegou cedo hoje.

Eu: Só tô animada. *sorrimos* Sr. Stark, quer dizer, Tony... só quero dizer que tô adorando tudo que vocês tem me ensinado. É uma imensa honra aprender tanto com vocês. Quando estou treinando, me sinto mais viva do que nunca. Algo dentro de mim diz que... *suspirando* meu lugar é nessa equipe.

Direta e sincera. O mesmo sorriu.

Stark: Em mim também. Quando li seu arquivo da Shield, senti que era pra você fazer parte dessa equipe, por algum motivo. Acho que vamos descobrir que motivo é esse com o passar do tempo.

Eu: Peraí, com o passar... do tempo? Quer dizer que...

Stark: Você é quase uma Vingadora, Lívia. Depois que deixou a torre ontem à noite, comentamos sobre como você está conseguindo aprender tanto em tão pouco tempo. Isso porque você quer, mesmo sabendo que será difícil, que será exaustivo. Percebemos isso em você enquanto treina, que está realmente empenhada em se tornar uma Vingadora. Você tem força de vontade, e alguém que tenha isso, pode com certeza se tornar um Vingador.

Achei que fosse explodir de felicidade. Quase derramei uma lágrima.

Eu: Obrigada, Tony... obrigada à todos vocês, do fundo do meu coração. *sorrimos*

Romanoff e Capitão chegaram e logo em seguida, Barton.

Romanoff: E aí, pronta pra mais um dia de treinamento?

Eu: Com certeza!

Barton e eu treinamos novamente pontaria. Não só com arco e flecha, mas também outras armas, tanto brancas quanto de fogo. Romanoff deu uma ajudinha com as armas de fogo, é claro. Stark e eu treinamos meus poderes, com algumas interrupções, pois ele ia para seu laboratório com Banner, provavelmente trabalhar em algum projeto, depois continuava a me treinar mas logo voltava pro laboratório... revezando. Mas não interferia no quando ajudou a me treinar. Capitão e eu treinamos kickboxing, luta que é parte das artes marciais. E eu continuava o observando... tanto que perdi para ele algumas vezes, mas ganhei mais vezes do que perdi. Aqui não é pouca coisa não, mermão. Mais tarde eu e Romanoff fomos para a cidade fazer parkour. Eu, pelo menos, tentei. Caí várias vezes no começo, cheguei a achar que tinha quebrado a perna, mas depois fui me adaptando, e sem que eu pudesse perceber já estava fazendo saltos, piruetas e aterrissagens insanas. Agora, dá pra imaginar a reação das pessoas ao verem duas loucas pulando de prédio em prédio? Foi hilário. Já eram 18h quando resolvemos voltar para a torre. No último andar, Banner, Barton, Stark, Thor e Capitão conversavam, mas voltaram seus olhares a nós quando chegamos.

Stark: E aí, como foram?

Romanoff: Ela foi ótima. Ainda precisa treinar mais, mas se saiu bem.

Rolou um breve silêncio, até Stark quebrá-lo.

Stark: Lívia. *o olhei* Você é uma Vingadora.

Eu: Sou? *assentiram* É sério? Faço parte da equipe agora? *rindo sem acreditar, enquanto assentiam novamente* CARALHO, EU SOU UMA VINGADORA! *gritando* NÃO ACREDITO! ISSO É INCRÍVEL DEMAIS! *pulando de alegria* Muito obrigada mesmo, pessoal!!! Vocês não tem noção do quanto tô feliz! Abraço coletivo?! *estendendo os braços*

Todos nos abraçamos por um longo tempo, isso porque eu não queria solta-los.

Eu: Já tava querendo fazer isso a muito tempo.

Capitão parecia impressionado com alguma coisa.

Eu: O que o senhor tem, Capitão Rogers?

Romanoff: Steve não gosta de palavrões. *rindo*

Eu: Ah, sério? Palavrões são a melhor maneira pra me expressar. Terei que ter moderação com palavrões por aqui?

Capitão: Tente evitar. *rimos*

Eu: Me sinto lisonjeada em fazer parte da equipe, extremamente animada e contente. Mais uma vez, muito obrigada... pela paciência, aprovação, por acreditarem em mim... por tudo.

Stark: Você foi incrível nos últimos dias. Mostrou que é capaz. *concordaram*

Capitão: Mas queremos que continue treinando e dando duro daqui pra frente. Um Vingador sempre precisa melhorar, especialmente você. Entendeu?

Eu: *assenti* Não vou decepcioná-los.

 Stark comentou sobre a festa que teria na torre, no dia seguinte. Confirmei presença, me despedi deles, agradecendo novamente, peguei um táxi e cheguei ao apartamento contando a novidade à minha prima.