História The Bad Boy - Acabou

P.O.V Joy

Todos pareciam hipnotizados com os ponteiros do relógio a cima do quadro que parecia mais lento hoje. Último dia de aula. Último dia em que ficaríamos naquele lugar chamado escola. Muitos estavam agoniados. O grande momento chegou, o momento em que finalmente escolheríamos o que seríamos aqui para frente. Alguns seguiriam a faculdade, outros dariam um tempo e aproveitariam. Eu ainda não sabia o que faria mas tinha em mente que quanto mais cedo eu cursasse uma faculdade, mais rápido me tornaria uma médica veterinária.

O mais triste disso tudo é que muito de nós nos separaríamos. E isso me incluía. Uma das melhores faculdades de medicina veterinária havia me aceitado. Era longe, em outro país. Eu não queria ir mas seria necessário, era o meu futuro em jogo. Eu estava sim triste, mas não me preocupei muito, Jungkook me esperaria. Eu sei que sim.

PRIIIIIIIIIIIMMMMMM

O sinal do alarme soou por todo o colégio, um segundo de silencio e então... A guerra começou. Um único som foi capaz de geral um aglomerado de alunos correndo e gritando pelos corredores. Livros voando, papéis sendo rasgados, armários sendo batidos. Respirei fundo e sorri. Adeus ensino médio! Andei pelo corredor pulando e sorrindo, não me importando com a 3a Guerra Mundial a minha volta. Caminhei até o refeitório. Meu sorriso aumentou a vê-lo, abracei Kookie e dei um selinho nele, depois me sentando ao seu lado. Ele passou seus braços por cima do meu ombro nos aproximando. Peguei uma coca que estava na mão de Jungkook e bebi um gole.

Comemos e conversamos um pouco. Hope e Jimin faziam palhaçadas, Kook e V implicavam um com o outro enquanto eu e Haru só riamos das palhaçadas deles.

~~ 2 SEMANAS DEPOIS

Finalmente tudo acabou. A formatura foi maravilhosa e o baile melhor ainda. Tudo estava maravilhoso e eu me sentia triste que teríamos que nos separar. Na formatura fizemos promessas de que manteríamos contato, independente da distância. Eu sei que essas promessas foram feitas se referindo a “amigos”, ou seja, amigos dizendo que manteriam contato. Não namorados. Os casais do nosso grupo não iriam se separar, com exceção de mim, que planejava ir embora. Eu queria ficar, mas era minha chance. E eu não estava dizendo “adeus”. Jungkook entenderia, certo?! Então porque eu estava tão nervosa?!

Fitei o envelope em mãos que continha uma carta dizendo “Bem-vinda a Lion Universidade, é com grande felicidade que informamos que você foi aceita”, eles estavam felizes, então Jungkook também ficaria, certo?! Era evidente que eu estava nervosa. Toquei a campainha que pude ouvir ecoando pela casa e em poucos minutos Kookie atendeu a porta com um lindo sorriso em seus lábios, sorri fracamente e entrei.

- O que houve? – perguntou. – O que é isso? – perguntou com o cenho franzido. Suspirei e entreguei para ele o envelope. Ele abriu e leu repetidas vezes. E depois me fitou. Balancei a cabeça negativamente e tentei falar algo, mas o nó na minha garganta não permitia. 

Jungkook arqueou as sobrancelhas e entre abriu os lábios que produziram um longo suspiro audível. Ele passou as mãos pelos cabelos e abaixou a cabeça.

- Vai me deixar. – não foi uma pergunta.

- Jungkook entenda por favor. É uma das melhores faculdades. Você sabe o quanto isso é importante para mim. – Jungkook assentiu e largou o envelope em cima da mesa de centro e veio até mim selando nossos lábios.

 Eu beijava seus lábios de uma maneira desesperada e necessitada, como se precisasse do ar para respirar. Não queria deixa-lo, mas era o meu futuro em jogo. Senti algumas lágrimas molharem minhas bochechas e percebi que estava chorando, me separei de Jungkook e um soluço sonoro saiu de meus lábios. O aperto em minha cintura se fez mais forte, segurei seus ombros e abaixei minha cabeça, chorando ainda mais. Fechei os olhos e deixei que as lágrimas caíssem numa tentativa em que a dor que eu sentia fosse embora junto a elas. Kook aproximou seus lábios do meu rosto e beijou cada lágrima que insistia em cair.

- Está tudo bem. – ele acariciou minhas costas por debaixo da blusa que eu usava tentando me acalmar. Abri meus olhos e fitei o sorriso pelo qual sou apaixonada. Aquele sorriso que dizia que estava tudo bem e que não me permitia pensar em mais nada. Mas nem mesmo Kook foi capaz de me tranquilizar, eu precisava sim ir e tinha decidido isso. Mas até aquele momento eu só estava me segurando. Há quem que queria enganar?! Eu não queria deixa-lo.

Neguei veemente com a cabeça em um sinal de que não estava tudo bem e enterrei minha cabeça em seu peito chorando mais. Me agarrei a ele como se a qualquer momento ele escapasse por entre meus dedos. Eu chorava copiosamente e minhas lagrimas manchavam sua camisa cinza. Ele acariciava minhas costas e cabelos tentando me acalmar sem sucesso.

Quando meu corpo não foi capaz de produzir mais lágrimas, eu apenas permaneci colada ao seu corpo me sentindo fraca e impotente.

- Joy... – Kook me chamou com sua voz rouca e suave. Levantei minha cabeça. Ele sorriu fracamente mas seus olhos expressavam toda a dor presente. – Você vai ficar bem e eu também vou. Isso acontece não somos o primeiro casal de namorados que tiveram suas vidas separadas. É normal. Você vai superar. – ele pronunciava cada palavra como se tivesse planejado dizer aquilo tudo para mim, no automático. Ele estava tão distante. Não era aquilo que eu queria ouvir.

O empurrei com força e limpei meu rosto marcado pelas lágrimas.

- Então tudo se resume a isso. Fomos só mais um casal de jovens apaixonados e agora temos que superar... – mordi meus lábios e olhei para o lado, tomando coragem para encará-lo. – E todos os nossos planos e suas promessas? – perguntei em um fio de voz, minha voz embargada e engasgada pelo bolo na minha garganta. Olhei para ele como se suplicasse para que ele me fizesse uma promessa idiota que ficaríamos juntos de novo. Mas para o meu pavor ele negou com a cabeça.

- Não passaram disso: promessas e planos. Acabou Joy, eu sinto muito. – Kook veio até mim e beijou minha testa e fez um carinho em minha bochecha, fechei os olhos e mordi meu lábios com força o suficiente para fazer sangrá-lo. Toda a dor que eu sentia foi transformada em ódio. Abri meus olhos e o olhei com fúria.

- Não passaram disso?! – repeti suas palavras entredentes. – Seu covarde! Seu frouxo! Como pude ser tão tola ao acreditar em você?! Você é o pior dos imbecis no mundo todo. – avancei nele e comecei a distribuir socos em seu peito, mas ele não me impediu. Aumentei minha força e minhas lágrimas voltaram a cair. Ele segurou meus pulsos fortemente, impedindo que eu o socasse mais. Minhas pernas fraquejaram e eu me abaixei devagar até o chão gélido de sua sala. Me agachei e abracei meus joelhos, afundando minha cabeça entre eles. Senti a respiração de Jungkook em meus cabelos.

- Sai de perto de mim. – resmunguei. Mas ele não fez movimento algum. – Eu te odeio. – levantei a cabeça e deixei que ele vesse toda a dor que eu sentia, ele pareceu afetado e se levantou. Olhei em seus olhos mais uma vez e eles estavam tão frios e escuros, que eu não o reconhecia, uma solitária lagrima escorreu de seu olho esquerdo. Uma única lágrima. Enquanto as minhas já podiam encher uma represa inteira, desde que recebi a notícia que seria inevitável nossa separação. Me levantei e fui em direção a porta a abrindo, olhei para ele sobre meu ombro. – Eu só queria uma promessa idiota. – sussurrei mais para mim do que para ele e sai de sua casa fechando a porta com força atrás de mim.

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Cheguei em casa e bati a porta com força, fui até a sala e reparei em alguns porta-retratos que tinham em cima da estante. Nós dois sorrindo um para o outro. Vendo aquilo tudo pude perceber o quão tola havia sido. Segurei o objeto em minhas mãos e com raiva o joguei contra a parede. O som dos vidros se quebrando foi confortável e familiar, era assim que eu estava por dentro: quebrada.

Eu só queria uma única promessa.

P.O.V Jungkook

Depois que Joy saiu, eu ainda estava estático encarando a porta pela qual ela passou. O lembrete de que aquilo era um adeus. Eu ainda sentia o cheiro de seus cabelos e minha camisa ainda estava úmida de suas lágrimas. Eu nunca mais a teria em meus braços, e não sentiria aquele cheiro de morango por um longo tempo.

Eu poderia muito bem pedir que ela me esperasse, que ficaríamos juntos novamente assim que ela acabasse a faculdade. Mas eu não poderia ser egoísta com ela. Eu devo deixa-la partir. Eu sempre fui muito egoísta, sempre pensando em mim, mas eu não seria com ela. Eu a amava e deixa-la ir, é o melhor. Estou feliz por ela. Não fiz uma promessa para ela, mas eu prometo para mim mesmo que eu a teria de volta.

[CONTINUA]