1. Spirit Fanfics >
  2. The Bad Boy >
  3. Só mais uma noite

História The Bad Boy - Só mais uma noite


Escrita por: jkpapillon

Notas do Autor


HELLO BABYS! :3 Tudo bem cm vcs?! Comigo não poderia estar melhor!
Demorei? Demorei, mas cade a novidade né?! O motivo dessa vez foi bloqueio, então vou pedir paciencia para vcs, pq pode ter saido merda esse cap e se tiver saido melhorarei no proximo >.<
QUEM MORREU CM WINGS?! #TODOMUNDOMORTO

Eu queria agradecer três pessoinhas: uma é minha unnie @SraKimGaby que está cuidando muito de mim <3 e minha unnie @AllenJun, ambas estão com novos projetos de fics, estarei deixando o link nas notas finais deem muito amor para a fic delas <33
E a terceira pessoinha é minha nova dongsaengs que eu literalmente acabei de conhecer kkkk e ja amo muito só por louka que nem a unnie dela <<<3333 @Loreley

E EU QUERIA AGRADECER PELOS 310 FAVORITOS MDS COMO AMO VCS! CAPITULO PASSADO EU NÃO TINHA PERCEBIDO!!!!! OBRIGADA A TODOS MESMO! VCS NAO TEM IDEIA DO QNT SOU GRATA E SEI QUE JA FALEI ISSO MIL VEZES MAS EU REALMENTE SOU! OBRIGADA POR TODO O AMOR E CARINHO QUE VCS ME DÃO A CADA CAPITULO! EU AMO MUITO VCS <333

Boa Leitura! *-*

Capítulo 43 - Só mais uma noite


Fanfic / Fanfiction The Bad Boy - Só mais uma noite

Música do capitulo: One More Night - Marron 5

 P.O.V Joy

5 dias se passaram e eu já estava de passagem comprada e malas prontas. Meus amigos estavam todos reunidos na minha sala à minha espera. Desci as escadas batendo a pesada mala em cada degrau. Ao chegar no fim da escada sou parada por Jimin que segurou minha mão e pegou a mala, sorri em agradecimento.

Respirei fundo e fitei os presentes. Todos estavam com lágrimas nos olhos e sorrisos nos lábios. Sorri para eles. Isso era tão estranho. Estávamos todos agindo como se eu nunca mais fosse voltar, até eu estava assim. No final das contas não tinha motivo para término nenhum de namoro e muito menos essa despedida dramática. Porque estávamos insistindo de complicar algo tão simples? Eu estava indo fazer faculdade, em 4 anos eu voltaria. 4 anos, realmente é muito. Mas eu voltaria!

- Promete que vai sempre mandar notícias? – Hee me abraçou com lágrimas nos olhos.

- Prometo Unnie. – sorrio fraco.

- Se a sua colega de quarto não a tratar bem, a coloque no lugar dela. – Haru me abraçou e beijou minha bochecha. – E se ela for legal, esfrega isso na cara dela. – ela sorriu e levantou meu pulso com minha pulseira, ri e assenti.

- Se algum marmanjo se aproveitar de você, chute seus países baixos. – Hope bagunçou meus cabelos e sorriu.

- Pode deixar oppa. – pisquei para ele.

- Não mate aula. – Dani me advertiu.

- Sim senhora. – bati continência e nós duas rimos.

- Não se entupa de coisas gordurosas. – Jimin deu um peteleco na minha testa e eu fiz um biquinho. – Vou sentir sua falta ruivinha.

- Também vou sentir sua falta Jiminie. – o abraço.

- Vamos? – Hee pergunta e eu confirmo com a cabeça.

Jimin e Hope levam minhas malas até o meu carro. Tranco minha casa e entrego as chaves para Hee.

- Cuide bem da Calici. – peço e ela assenti.

- Te mandarei fotos dela todos os dias. – assinto e pego a cachorrinha em meus braços.

- Eu vou voltar logo, logo baixinha. – beijo sua cabeça e ela lambe minha bochecha em resposta. Caminho até o carro com ela em meu colo e depois a dou para Hee, apenas Jimin me levaria no aeroporto. Entro no carro e aceno para todos ali. Ah como sentiria saudades!

- Pronta? – Jimin pergunta, como um último chamado para que eu desistisse.

- Sim.

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

7 ANOS DEPOIS~

- Lia estamos atrasadas! – puxo a loira que não parava de se olhar na frente do espelho.

- Calma Joy! Nós vamos conseguir pegá-los no flagra. Sem pressa! – fez pouco caso e retocou o batom.

- Mas Stevan disse que eles estariam as 12:00 em ponto no restaurante, se quisermos pegarmos eles temos que sair de casa agora! – choramingo e Lia revira os olhos.

- Stevan é sempre adiantado, você sabe disso!

- Mesmo assim! Se não conseguirmos a entrevista e as fotos, Julie nos manda embora, você sabe como aquela cobra é! – cruzo os braços e emito um grunhido só de lembrar da mulher que eu chamava de chefe.

- Okay, estou pronta. – suspiro aliviada.

- Pegou sua câmera? – perguntei.

- Sim. – confirmou.

- Vamos então! – saímos do nosso grande apartamento e caminhamos em direção ao volvo xc 60, meu querido carro, que consegui depois de dois anos de trabalho.

Entro no carro jogando minha bolsa no banco traseiro e Lia faz o mesmo, ligo o carro e vou em direção ao restaurante.

Onde eu estou? O que faço? Bem, depois de 1 ano na universidade de medicina veterinária eu simplesmente abandonei tudo. Não pensei, não hesitei, apenas dei um adeus e fui para o Canadá. Lá morei com Namjoon por longos 4 anos e cursei jornalismo. Hoje moro com Lia em um apartamento localizado em frente ao Central Park, sim eu moro em New York a dois anos e trabalho em uma das revistas mais conhecidas de fofoca.

Nesse exato momento eu e Lia estamos a alguns minutos de emboscar um casal de famosos. O ator é casado, mas parece que ele vem se encontrando com uma modelo as escondidas, segundo Stevan. E nós estamos indo confirmar.

Stevan é a bicha mais foda que já conheci em toda a minha vida. Tem um gosto refinado para moda. Escandaloso e engraçado, ele cursou comigo a faculdade de jornalismo e com ele vim para New York, ele me arranjou um emprego.

- Você acha que Stevan está certo? – Lia me perguntou.

- É bom que esteja se não quisermos que a mejera da Julie nos coloque na rua. – dou gargalhada e Lia me acompanha.

- Por outro lado se tiver certo, ganhamos um aumento. – Lia comemorou animada.

- Se eu ganhar um aumento, quero férias! – digo estacionando o carro.

- Vai para onde? – me perguntou e eu olhei fixamente para um ponto indeterminado, os rostos de meus amigos vieram na minha mente. O rosto dele veio a minha mente, eu não sabia o quanto ainda o amava, mas sabia que esse amor estava todo acumulado com os anos sem ver seu sorriso, sem sentir seu cheiro, sem beijar sua boca vermelha e atraente. O tempo não foi capaz de me fazê-lo esquecê-lo e nem deixar de deseja-lo, pelo contrário. O tempo fez com que toda essa paixão ficasse mais intensa do que eu poderia imaginar. De fato eu ainda queria Jungkook na minha vida, o problema era se ele ainda me queria tanto quanto eu o queria. De qualquer forma eu preciso desse garoto novamente na minha vida.

- Vou voltar para casa. – sorrio e saio do carro.

- Seul? – assinto. – Me leva também Joy! – implorou, fazendo uma carinha fofa.

- Não vive sem mim né?! – pergunto rindo.

- Você sabe que não! Mas é que você falou tanto dos seus amigos que desde então estou curiosa para conhece-los, principalmente seu namorado.

- Ele não é meu namorado. – a repreendo. – Aposto que conhecendo do jeito que o conheço arranjou outra ou está do mesmo jeito que eu o conheci. – digo decepcionada.

- Ou está te esperando. – cantarola. Lia era incrivelmente otimista.

- Talvez. – sorrio entrando no restaurante.

P.O.V Jungkook

7 anos se passaram e sem sobras de dúvida minha vida virou de cabeça para baixo. Médico?! Nem pensar, fui expulso de casa quando me neguei a seguir a profissão que minha mãe queria que eu seguisse. Fiquei morando com Jimin por um bom tempo, sem perspectiva alguma do que eu queria a fazer, por fim decidi fazer o que eu de fato gostava: desenhar. Mas não em qualquer lugar, em peles.

Eu tinha um estúdio de tatuagens, era aqui que eu ganhava meu sustento e morava. Mas é claro que eu não ficaria apenas com lucros para me alimentar, eu desejava ter dinheiro para meus prazeres, por isso tenho um emprego em um bar que se localiza abaixo do meu estúdio.

O dono do bar, Rick, financiou o meu estúdio. Hoje sou muito grato a ele por isso, ele é como um pai para mim. É assim que eu vivo, tatuando e servindo bebidas, no tempo livre gosto de malhar e andar de moto por aí.

O relógio marcam 8:00 horas, hora de levantar. Coço meus olhos e me espreguiço, soltando um bocejo. Me levanto e procuro por meus chinelos, encontrando somente um pé.

- Calici! – grito o som da cachorra que provavelmente estava destruindo mais um par de chinelos naquela semana. – Se você estragar mais um chinelo eu vou te dar para o canil! – começo a andar pelo pequeno apartamento e a encontro roendo meu último par de chinelos recém comprados.

– Calici! – a repreendi e ela se assustou mas logo se deitou com as orelhas encolhidas e ficando de barriga para cima, na intenção de jogar seu charme me mim. – Aish essa cachorra! – baguncei meus cabelos pegando o calçado destruído e batendo em seu fucinho de leve.

– Você não se cansa de destruir meus chinelos? Primeiro o do Homem de Ferro agora o do Pikachu! O que eu faço com você?! – suspiro. – Está de castigo! Não vou te levar no parque hoje e você não brincara com a Soph! – me refiro a garotinha que sempre brincava com Calici quando íamos ao parque.  A cachorra ficou mais atenta apenas de ouvir o nome da garota ser pronunciado. – Exatamente não irá vê-la hoje! – Calici pareceu entender meu tom irritado a repreendendo pois logo encolheu- se e afastou-se com o rabo entre as pernas e deitando-se em sua caminha.

Baguncei meus cabelos. Ela era tão bagunceira. Mas era inteligente o suficiente para saber que havia feito algo errado e que agora eu estava aborrecido.

Depois que Joy deixou Calici nos cuidados de Hee eu fiz questão de convencer a mais velha que eu ficasse com a cachorra. Calici era uma boa companheira, me animava nas horas solitárias e quando o tédio se fazia presente.

Me arrumei para o trabalho e alimentei Calici que ainda estava abatida. Caminhei até a porta e olhei para a cachorra tristonha.

- Não apronte nada! – abro a porta e a fecho logo em seguida a trancando.

Pego o elevador e fito o meu reflexo no espelho. Arrumo meus cabelos os bagunçando propositalmente. O elevador faz um som sonoro e as portas se abrem, saio do elevador e caminho rumo ao bar, que ainda não estava aberto, já que seu horário de funcionamento só começava a partir das 20:00, mesmo assim eu tinha trabalho.

Começo a limpar as cadeiras e mesas, passando depois para as estantes de bebidas e por último limpando o chão. Checo as horas e está quase na hora do almoço. Vou até a cozinha do bar e abro os armários a procura de algo. Pego um macarrão instantâneo e o coloco no micro ondas. Após pronto me sirvo e começo a digerir o alimento olhando para as janelas do lugar.

Era realmente isso que eu desejava? Viver de miojo em um estúdio de tatuagens acima de um bar?! O que eu estava fazendo da minha vida afinal de contas?! Eu estava sendo tão inconsequente, mas sinceramente depois de um tempo a carreira de medicina não era o que eu queria e sim essa vida que eu levava agora. Mas agora, estou tão insatisfeito.

Ah! O que eu estou fazendo?! Eu desisti de todos os meus sonhos. Eu desisti dela. Nada mais fazia sentido sem ela ao meu lado, nada. Para que eu faria medicina, para que eu tinha um estúdio de tatuagens? Para que eu trabalhava em um bar? Nada tinha sentido, não mais. Não quando tudo o que eu construí em minha mente se destruiu com uma simples carta.

Eu não consegui realizar os meus sonhos, mas espero que você tenha conseguido realizar os seus esquentadinha. Sorri ao me lembrar da garota por quem eu tive o coração dominado. Me recusava a me lembrar de nosso último momento juntos, gostava apenas de me torturar me lembrando de seus sorrisos, de seus olhares. Com o tempo, era só isso que me restava, pois o resto foi ficando cada vez mais vago em minhas lembranças. Seu cheiro misturado ao meu, sua pele macia em contato com a minha, sua voz gemendo meu nome, eu não me lembrava com tanta clareza mais.

Seus traços só se faziam presentes com o restante de minhas memórias que tinham o auxílio das fotos que me recusei a apagá-las do meu celular. Ah sinto tanta saudades meu anjo!

P.O.V Joy

Respiro fundo e fecho os olhos sentindo a brisa da manhã batendo em meu rosto, inspiro aquele cheiro de poluição, até disso sentira falta. Abro meus olhos e encaro o enorme aeroporto de Seul e as pessoas se movendo apressadas e outras se despedindo de seus parentes.

- Vai ficar ai parada ou vamos embora? – Lia me chamou empurrando as suas pesadas malas pelo ambiente. Ri soprado e tratei de alcançar a garota agitada.

No final realmente havia uma traição por parte do ator, mas o que me rendeu um significativo aumento foi que ao nos aproximarmos do casal de amantes conseguimos ouvir parte da conversa, onde a modelo contava com todas as letras estar grávida. Uma bomba no mundo das fofocas.

Confesso que me sentia mal pela modelo, mas algo que aprendi nesse mundo é que se não quer que algo seja descoberto apenas não o faça. Se não se importar com aqueles que a criticam então faça, nada de consequências ou arrependimentos.

Eu e Lia pegamos um táxi e tratei de dar o endereço de minha antiga moradia. Pelo caminho Lia olhava a cidade abobada e encantada, enquanto eu mandava mensagens para antigos contatos que eu não me comunicava a 7 anos. Com alguns minutos todos já sabiam da minha volta a Seul, e um reencontro já estava agendado.

Eu ficava meio apreensiva com aquilo tudo. Será que ficariam chocados com as mudanças em meu corpo? Nos últimos 2 anos eu tive uma modificada drástica no visual. Será que me reprovariam por ter saído de Seul para fazer medicina mas no final optando por outra área? Isso era o que mais me intimidava.

- Joy pare de roer as unhas. – Lia me reprovou olhando para meus dedos em minha boca, eu mesma não repara nas minhas atitudes. – Está nervosa? – assenti. – Não fique, aposto que estão loucos para reencontrá-la.

- Mas... mas e se não gostarem de mim? Digo, eu já não sou a mesma. – coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e olho para as minhas mãos. 

- Eu não cheguei a conhecer a antiga você, mas gosto da você de agora! Eles serão loucos se não gostarem também. – sorri para a garota alguns anos mais nova do que eu, que retribuiu meu gesto.

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Após chegarmos em casa, Lia teve um ataque ao constatar que na minha adolescência eu vivia bem, dei de ombros concordando.

- OMO! Alguém como você jamais precisaria trabalhar. – exclamou se jogando no sofá.

- Omo? Seu coreano está bom. – ri da garota que jogou uma almofada em minha direção, eu prontamente a segurei.

- Também convivendo com você e suas gírias coreanas, não tem como não aprender. – ri revirando os olhos. – Agora vá se arrumar quero te levar a um lugar.

- Não era eu que deveria pagar de guia turística e te apresentar a cidade e não o contrário?! – arqueei as sobrancelhas vendo a loira revirar os olhos impacientemente.

- Outro dia Joy, hoje eu tenho algo agendado para nós. – sorriu maliciosamente.

- Eu conheço esse sorriso, e da última vez que o vi acordei com um pircieng no seios. Não vamos a lugar algum! – cruzo os braços e olho irritada para a garota me lembrando desde acontecimento.

- Primeiramente, eu não tive nada a ver com isso! – apontou para os meus peitos. – Além do mais eu sei que você gostou, já que se recusou a voltar para tirá-los. – me olhou acusadoramente e eu crispei os lábios antes de me pronunciar.

- Eu não quis voltar porque ficaria envergonhada de olhar o cara que colocou isso em mim e depois ter que pedi-lo para tirar. – desvio o meu olhar incomodada. Admito que não era nada disso, eu havia gostado dos pequenos brincos no bico de meus seios, mas jamais confessaria isso para a garota a minha frente.

- Atah me engana que eu gosto! – soltou uma risada forçada escandalosa. – Segundo, vamos vai ser divertido! – choramingou e fez um beicinho. Essa garota não era coreana mas era um poço de aegyo.

- Aish! Está bem! – suspirei convencida. Pois é, velhos hábitos não mudam, eu era muito fácil de ser convencida. Me lembrei da garota de mechas roxas, como ela estaria agora?

P.O.V Jungkook

O bar já tocava uma música agitada e já se encontrava lotado. O movimento hoje estava bom. Servi bebidas e limpei algumas mesas recebendo um olhar orgulhoso de Rick que me observava um pouco afastado.

A madrugada já dava início e mesmo assim as pessoas não paravam de chegar. Vaguei meus olhos pelo ambiente abarrotado de pessoas, de repente um rosto familiar prendeu minha atenção e antes que eu pudesse ter qualquer reação, meu coração já batia freneticamente contra meu peito. Ah há quanto tempo não o sentia assim?! Senti tantas saudades dessa sensação que só uma única garota já me fizera ter.

Pisquei meus olhos atônitos e percorri com o olhar cada centímetro da ruiva que eu fiquei 7 anos se ver. As fotos não faziam jus a sua atual fisionomia. Seus cabelos possuíam um corte rebelde, mas no mesmo tom de ruivo. O rosto ainda possuía os mesmos traços joviais, todavia seu corpo possuía curvas mais acentuadas, que o vestido vermelho fazia questão de destacar. Sua altura aumentará um pouco e não era só devido ao salto preto que usava. As orelhas tinham alguns brincos e argolas a mais. Entre abri os lábios ao fitar sua boca, seus lábios em um tom vermelho chamativo me excitavam, queria prová-los, mordê-los, queria eles me chupando.

Mas nada daquilo me contagiou assim que cruzei meu olhar com o seu. Seus olhos me encaram confusos por alguns segundos e depois demonstraram surpresa e então começávamos a compartilhar ambos os sentimentos, aquele sentimento que estava desde do momento em que ela me deu as costas e saiu da minha casa, aquele sentimento que me sufocava todas as noites mas que eu o negava todas as vezes, agora ele estava mais claro e intenso. Saudades. Como eu senti, como esse sentimento estava me machucando, apesar de estar alguns metros de mim, eu sentia como se fossem quilômetros de distância. Inalcançável. 

Engoli em seco ao ver seu olhar carregado de magoa em minha direção. Eu nunca deixei de ama-la, nem sequer um minuto depois da sua partida. Confesso ter desejado que isso acontecesse, mas a promessa que agora estava mais significativa de tê-la novamente me rodeava.

Joy piscou os olhos algumas vezes, quebrando aquele transe que dividíamos e olhou ao seu lado, sorrindo pela primeira vez desde que entrará. Ah! Aquele sorriso! Seu olhar foi direcionado mais uma vez para mim, involuntariamente me provocando ao passar seu lábios umedecendo-os sensualmente. Seus gestos não deixaram de me excitar, pelo contrário 7 anos e agora eles pareciam mais intensos. Não sei se porque a garota estava ainda mais bonita ou era somente a minha carência por ter ficado tanto tempo sem o calor de outro corpo junto ao meu.

Ela deu uma risada nervosa que foi ouvida por mim e depois revirou os olhos sorrindo e olhando para algo em seu lado, segui o seu olhar e percebi uma garota um pouco mais baixa que ela sorrindo, provavelmente seria sua amiga. Os traços da garota branca deixavam claro que ela era estrangeira. Perguntas rodeavam a minha mente. O que ela havia feito nestes 7 anos? O que fazia ali? Será que conseguirá se formar em medicina veterinária.

Mas aposto que eu não era o único confuso, em sua cabeça ela provavelmente se perguntava o que eu fazia naquele lugar. Suspirei. Ah porque complicávamos coisas tão simples?

- Hey cara! – vejo uma mão passar em frente ao meu rosto, bloqueando minha visualização da garota. Minha atenção foi direcionada a Rick que cruzava os braços e sobrancelhas arqueadas, olhando sugestivamente para a garota que eu tanto observava.

- Sim, Rick, diga! – volto minha concentração ao homem de cabelos grisalhos que chegava na casa dos 50, mas que possuía um tom brincalhão em seus olhos sempre que o via.

- Você tem duas clientes agora. Depois flerte com quem quer que seja. – deu duas batidinhas em meus braços e soltou uma gargalhada. – Jovens. – murmurou se afastando.

Ri soprado com a atitude do homem. Balancei a cabeça voltando meu olhar a Joy, porém ela já não se encontrava mais onde a vira pela última vez. Grunhi em frustração por não poder contempla-la mais uma vez. Sem a mínima vontade tirei o avental que usava e vesti uma jaqueta de couro preta que combinava perfeitamente com a blusa e calça de couro da mesma cor da jaqueta, junto com uma bota timberland preta.

Fui em direção ao elevador e observei meu reflexo mais uma vez naquele dia, toquei os alargadores em minhas orelhas que algum tempo havia colocado. Sai do elevador assim que o mesmo chegou no andar do meu estúdio de tatuagens. Ao me aproximar já podia ouvir a vozes das duas garotas que eu tatuaria aquela noite, cada vez mais perto da porta eu começava a estranhar aquele timbre de voz familiar. Arregalei os olhos de leve ao constatar que a garota por trás daquela porta era Joy.

P.O.V Joy

Só Lia mesmo para me convencer a um lugar daqueles, mas relevei sua escolha quando me disse que não estávamos ali para beber e sim fazer algo que ela sempre quis, tatuagens.

Analisei toda a extensão do lugar, das paredes mais escuras até a pouca claridade, que só estava presente em pontos estratégicos. Observava as pessoas naquele lugar, alguns sorriam e se divertiam com os amigos, outros afogavam suas magoas nas bebidas e alguns se beijavam em cantos mais afastados. O lugar apesar de agitado me causava uma calmaria seguida de uma nostalgia, principalmente olhando para a mesa de amigos. Me lembrei do tempo em que aquela roda era composta pelos meus amigos e que eu sorria feliz com suas palhaçadas, onde Jungkook distribuía beijos por minhas bochechas.

Fechei os olhos lembrando dessas antigas memórias e ao abri-los de novo encontro os olhos que a tanto tempo não me fitavam com tamanha intensidade, franzi o cenho confusa e pisquei algumas vezes tentando voltar a realidade e desejando que aquela miragem tão nítida se esvaísse mas isso não aconteceu.

 E então eu enxerguei, ele estava ali. Totalmente irreconhecível, mais sombrio do que eu imaginava, como se fosse intocável. Eu via nele independência e rebeldia de um jovem adolescente inconsequente. Mas o tempo foi generoso a ele, deixando o ainda mais belo, com traços ainda mais másculos e aquele olhar que tanto me analisava estava ainda mais intenso.

E então eu senti o peso de 7 anos afastada dele, queria abraçá-lo, sentir seu cheiro, beijá-lo, ah como desejava isso! Me senti triste por não o poder fazer, pior por ter ficado tanto longe afastado dele, será que ele poderia sentir o quanto estava desesperada para senti-lo. Estava tão magoada com toda aquela situação.

Senti um toque apertado em meu braço, piquei meus olhos tentando me libertar da prisão que seus olhos negros me causavam e olhei para a garota loira que me olhava contente.

- Quero fazer uma tatuagem que nem a daquele cara. – olhou discretamente para frente, sorri ansiosa para ver o que ela imaginava e segui seu olhar até Jungkook. Observei todo o seu corpo agora até encontrar o que chamara a atenção de Lia. Uma tatuagem de flores espinhosas em seu pescoço, passei a língua pelos lábios inevitavelmente. Eu o desejava insanamente. – Ele é muito gostoso né?! – Lia se referia a Jungkook. Dei uma risada nervosa revirando os olhos em seguida com o linguajar da garota.

- Sim ele é. –constatei e a loira sorriu para mim.

- Vamos fazer as tatuagens então?! Onde quer fazer a sua? – me perguntava.

- Não sei se quero fazer uma tatuagem. – começo a andar a seguindo.

- Ah pare com isso, você terá que fazer uma tatuagem da amizade comigo. – dei risada. Pessoas normais davam pulseiras da amizade, Lia queria uma tatuagem. Essa garota...

- Claro, claro. – concordei com a mais nova.

Seguimos por um corredor mais afastado da movimentação do bar e entramos em um elevador. Lia arrumava seu cabelo e eu fazia o mesmo com o meu. Será que eu estava tão diferente quanto o garoto?! Certamente, Jungkook estava irreconhecível. Eu já havia mostrado fotos dele antes para Lia e ela mesmo não o reconheceu.

Saímos do elevador e andamos por um corredor até chegar em uma porta. Lia sem hesitar a empurrou entrando em um estúdio. Olhei o local em volta, encantada. Algumas tatuagens estavam penduradas nas paredes. Alguns equipamentos estavam postados organizadamente perto de uma cadeira própria para aquele tipo de serviço.

Passando meus olhos pela parede, cheguei até alguns porta-retratos. Jimin e Hee sorriam um para o outro; Jungkook fazendo uma tatuagem na clavícula de Hee; Tae e Haru sujos de farinha um rindo para o outro; J-Hope balançando Dani em um balanço; e a foto que mais chamou minha atenção: eu e Jungkook no dia do jogo, molhados nos beijando no gramado verde da quadra. Eu não sabia da existência daquela foto, provavelmente Hope a tirou antes de nos chamar para irmos embora.

Peguei o porta retrato em minhas mãos e passei os dedos pelo rosto de Jungkook, aquele fora um dos dias mais divertidos em que passei ao seu lado. Senti as lágrimas queimarem em meus olhos e logo tratei de secá-las. Funguei, respirando profundamente.

- Joy, tudo bem? – Lia me olhou assustada.

- Sim, só não estou me sentindo muito bem. Não podemos deixar isso para outro dia? – perguntei com a voz um pouco rouca.

- Ah não! Por favor Joy! As tatuagens são simples e rapidamente vão ser feitas. Você também quer isso, eu sei! – Lia começava a choramingar, assenti antes que ela desse um ataque de pirraça, sim ela fazia isso. Tão criança...

A porta do estúdio foi aberta, mostrando Jungkook. Segurei o ar em meus pulmões. Oh céus! Minha sanidade se esvaia aos poucos de minha mente com sua aproximação. Agora mais próximo eu poderia contemplar cada mudança em seu corpo. Seu cheiro excêntrico me hipnotizava, seus olhos passando pelo meu corpo causavam me tonturas, ele estava irresistivelmente sexy, atraente.

Lia olhava o garoto sorrindo bobamente, provavelmente lisonjeada com a beleza do garoto. Ato que me incomodou um pouco. Cutuquei seu braço para que disfarçasse. Ela olhou para mim como se não me reconhecesse e depois olhou novamente para o garoto sorrindo.

- O que vão querer? – Jungkook inspecionava sua agulha e depois nos mirou arqueando as sobrancelhas, parecendo indiferente com a minha presença. Se não fosse a nossa troca de olhares a instantes atrás eu poderia jurar que ele não me reconhecia.

- Quero uma rosa que nem essa no seu pescoço, só que na clavícula. – Lia se sentou apressadamente na cadeira e descobrindo a pele onde seria pintada. A garota estava tão eufórica que falou tudo em inglês, deixando Jeon confuso.

- Ela quer uma rosa como a que está no seu pescoço, só que na região da clavícula. – explico me enrolando um pouco, não sei se por estar muito tempo sem usar o idioma ou se por nervosa. Jungkook assentiu e elevou a agulha próxima a pele branca da garota.

Me sentei confortavelmente em um dos pufs e observei os dois. No primeiro toque da agulha na pele de Lia, ela soltou um sonoro gemido, fazendo Jungkook se afastar e a olhar de sobrancelhas arqueadas. O garoto deu de ombros e continuou, mas Lia agora mordia os lábios com força e fechava os olhos em uma expressão de dor. Jungkook olhou seriamente para ela, impaciente com a frescura da loira.

Suspirei e me levantei, eu já previa que isso aconteceria. Meus movimentos foram flagrados pelo garoto que me olhou confuso, mas o ignorei indo até minha amiga.

- Ei Lia. Tudo bem. – acariciei seus cabelos e olhei para Jungkook como se pedisse ele um minuto, ele assentiu levemente e desligou a agulha. – Lembre-se que quando acabar você estará com uma linda rosa em sua clavícula. Ficará linda, ainda mais delicada. – massageei suas bochechas e ela aos poucos abriu os olhos que continham lágrimas, as enxuguei prontamente. – E ainda temos a nossa tatuagem da amizade. – ri ao pronunciar aquilo, arrancando risos da garota e um olhar surpreso de Jeon.

Lia assentiu mais animada agora, olhei novamente para Jungkook que nos observava assentindo para que continuasse. Lia segurou em minha mão e a apertou, aos poucos a garota desfrouxava nossas mãos a apertando só as vezes quando Jungkook chegava com a agulha próxima ao seu osso. Eu fitava atenciosamente cada detalhe que ele desenhava, como se já tivesse imaginado e ensaiado aquele desenho milhares de vezes. Os traços começavam a dar forma na rosa, um pouco mais delicada e detalhada do que a que ele tinha em seu pescoço.

Deixei de lado a tatuagem e observei o tatuador que se concentrava ao máximo no que fazia. Ele franziu o cenho e seu olhar se direcionou para mim, me deixando constrangida por ter sido pega o observando.  Desviei meu olhar e fitei novamente a tatuagem.

Quando a tatuagem ficou pronta, Lia sorria como uma criança e olhava o trabalho bem feito pelo reflexo de um espelho.

- Ai eu amei! Ficou tão linda, tão perfeita! – e lá estava ela pulando e falando em inglês.

- Lia. – a repreendi dessa vez. – O coreano Lia. – disse fazendo a franzi o cenho por eu estar falando na língua nacional. Ela pareceu se ligar e arregalou os olhos olhando para Jungkook.

- Oh! Me desculpa! Desculpa! Eu não sou daqui. Mas eu amei mesmo, ficou maravilhosa. – falava em um coreano embolado me fazendo dar risadas abafadas. – Obrigada, obrigada, obrigada! – Lia abraçou o garoto que retribuiu o gesto desajeitado. Cessei meus risos e olhei minha amiga incrédula. – Sua vez Joy. – Lia me puxou e me jogou em cima da cadeira, a olhei irritada. Mas antes que eu pudesse dizer algo, Jungkook já se aproximava com a agulha.

- O que vai querer Joy? – meu nome pronunciado em seus lábios, aquela ansiedade em marcar meu corpo, era a primeira vez que dirigia a palavra a mim.

- Quero uma frase em francês na costela. - abro o zíper lateral do meu vestido o abaixando até a minha barriga, deixando exposto meu sutiã de renda vermelho. Jungkook arregalou os olhos surpreso, estava desconcertada com seu olhar. Fitava o vale de meus seios com um olhar faminto, vi o morder os lábios e arfei com essa cena.

Lia nos olhava desconfiada e assustada.

- Deve ser maior barato ser tatuador e poder ver várias mulheres semi nuas todos os dias. – Lia brincou maliciosa como sempre em suas palavras. Essa garota não sabia se controlar. Mas parando para pensar ela tinha razão, várias garotas já devem ter passado por aqui a procura de uma tatuagem em um lugar mais íntimo: pélvis, nadegas, seios.

Eu já ia me levantar, pronta a negar aquela tatuagem, estava aborrecida com o garoto. Porém ele se pronunciou antes.

- Eu não deixo que a minha excitação interfira no meu trabalho. – respondeu a garota que o olhou surpresa por ter tido uma resposta, o garoto já a olhava com um sorriso de lado por tê-la feito engolir suas próprias palavras, mas Lia jamais se cala, sempre teria que ter a última palavra. 2 anos convivendo com a garota me ensinou que quando ela diz algo você apenas concorda, pois mesmo que você tenha os melhores argumentos ela passaria por cima de qualquer um.

- Não é o que seus olhos expressam ao olhar esses seios. – Lia sorriu divertida. O garoto engoliu em seco, abaixando o olhar constrangido sentindo a verdade nas palavras da loira.

- Que frase vai querer? – me perguntou, tocando em minha costela, causando um choque na região, seus toques eram suaves e quentes. Fechei os olhos querendo sentir mais daquelas sensações. – Joy? – sussurrou meu nome com sua voz mais grossa agora, emiti um suspiro junto ao um grunhido me recusando a abrir os olhos.

- N’ayez pas peur, tout simplesmente vivre – falei um pouco embolado, mas Jungkook pareceu entender. E rapidamente já tateava minhas costelas analisando a área.

- O que significa? – Lia me perguntou curiosa enquanto observávamos o garoto escrevendo em minha pele.

- Não tenha medo, apenas viva. – sorrio para minha amiga. Não senti a agulha mais me cortando, olhei para baixo e encontrei Jungkook me encarando sorrindo, seus olhos transbordavam alegria. Sorri timidamente para ele.

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

- Acabei – Jungkook terminara a tatuagem, batimentos cardíacos se completando e um pequeno coração desenhado em nossos pulsos. Eu tinha que admitir que gostei e ficara mais belo do que eu imaginara.

- Obrigada. – agradeci, olhando agora para a garota que olhava para os quadros nas paredes.

- Joy me deixa fazer uma tatuagem de pássaros nas costas, eu quero algo sexy também que tal o coelhinho da playboy na minha bunda? – Lia já ia se sentando para voltar a ter seu corpo tatuado, a impedi segurando seu braço.

- Lia não. Essas tatuagens vão demorar, outro dia sim? E ficará caro, não é porque recebemos aumento que vamos ficar esbanjando dinheiro. – Lia realmente era uma criança e as vezes eu me sentia a mãe.

- Ah mas você é rica, pode até mesmo comprar o tatuador se quiser. – arregalei os olhos com sua atitude, mas essa garota... ela era louca, onde eu estava com a cabeça quando decidi que seriamos amigas?! – Não é uma má ideia compra-lo. – Lia olhou para o garoto sorrindo maliciosamente recebendo um olhar zangado do mesmo.

- Aigoo! Que vergonha! Jungkook me desculpa por isso, sério mesmo! Sabe como é, ela caiu 7 vezes do berço depois que nasceu. – me desculpei rapidamente com o garoto que riu divertido da careta que a loira fez.

- Não foram 7, mamãe só me deixou cair 2 vezes. – me corrigiu e eu revirei os olhos. Olhou para o garoto assustada e depois para mim, como se nos enxergasse pela primeira vez. Oh não! Eu havia dito o nome de Jungkook. – J-Ju-ungko-ok?! – gaguejou olhando de boca aberta para o garoto. – Ele é o Jungkook?! – perguntou atônita. – ELE? – apontou para o garoto. – Tá de brincadeira!

Quero um buraco enorme agora mesmo, para que eu possa enfiar minha cara; quero que o núcleo da terra me engula; que um meteoro caia em minha cabeça. Melhor! Que caia na cabeça de Lia.

- Puta que pariu! Você tem o namorado mais gostoso que eu já vi na minha vida, sinceramente se não tivéssemos feito essa tatuagem da amizade eu o agarraria sem me importar com você. – que bela amiga eu tenho, bati na minha testa e fechei os olhos. Ah a quanto tempo não sinto vergonha?! 

- Lia cale-se. – a garota obedeceu minha ordem, massageei minhas têmporas e a encarei com raiva. – Desculpe mais uma vez. – não o encarei, estava envergonhada o bastante com as atitudes de minha amiga para o fazer.

- Tudo bem. Gostei da sua amiga. – o olhei pela primeira vez e sorria divertido com a minha vergonha, tão Jungkook.

- Certo, Lia pague ele. – pedi a garota que me olhava assustada, sabia que eu estava brava com ela. A garota assentiu e pegou sua bolsa tristonha. Ouvi Jungkook ri e o olhei curiosa.

- Ela me lembra um pouco Calici. – Jungkook me explicou, atenuei minha atenção ao ouvir o nome da minha antiga cachorra.

- Quem é essa? – Lia pareceu irritada por estar sendo comparada com o que quer que seja.

- Nossa cachorra. – Jungkook a respondeu. Engoli em seco, aquelas palavras me fizeram congelar e não sentir mais nada, apenas um frio em volta o meu corpo. “Nossa”, nenhum verbo no passado. Isso mexeu drasticamente comigo. Como se o verbo “nós” ainda existisse entre mim e ele.

- Ah que lindo estou sendo comparada com uma pulguenta. – Lia debochou.

- Calici não é pulguenta. – eu e Jungkook defendemos a cadelinha em uníssono, rapidamente Lia estendeu as mãos em rendimento.

- Pague ele logo Lia. – eu queria muito ir embora, meus sentimentos e pensamentos estavam confusos. Precisava coloca-los em ordem.

- Bem que você poderia dar um desconto né Jungkook, em nome do namoro de vocês. Ela é sua namorada, você deveria nem cobrar. – resmungou.

- Não vou cobrar ela, mas vou cobrar o dobro de você se não me pagar logo. – sorriu debochado. Fazendo a garota olhá-lo aborrecida.

- Não me disse que seu namorado é um ogro Joy. – encarou o garoto.

- Ele não é meu namorado Lia! – cruzei os braços e olhei de soslaio para Jungkook que agora estava de cabeça baixa. Tão complicado.

- Joy não acho a carteira. – emitiu um suspiro frustrado. – Deve estar no carro, fica ai. Já volto! – saiu do estúdio me deixando atônita com suas palavras. Aquela...

- Ela é doidinha. – Jungkook riu nervoso. 

- Ela é. Mas é uma boa garota. – sorri fitando a porta pela qual Lia havia passado minutos antes.

- Quer alguma coisa? Água, comer algo. – ofereceu me, indo até um freezer.

- Não, obrigada. – neguei e me sentei em um sofá preto que ocupava um bom espaço da sala.

- A conheceu no trabalho? – me perguntou se sentando a minha frente. O olhei e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha acanhada com suas possíveis perguntas.

- Sim. – respondi simplista. – Recebemos um aumento a pouco tempo, então decide voltar, e ela fez questão de vir comigo para conhecer o pessoal. – me remexi no sofá e o olhei.

- E você? Tem trabalhado tatuando e servindo bebidas a noite? – perguntei. Não que eu tivesse algo com isso, mas me incomodava saber que ele tatuava mulheres muitas vezes semi nuas ou até mesmo nuas.

- Sim, um amigo bancou esse estúdio para mim e me deu um emprego no bar. Eu gosto do que faço, mas não sei mais se é isso o que eu quero, por enquanto estou bem. – passou a mão atrás da nuca mostrando estar desconfortável.

- Desistiu de medicina? – perguntei sem me segurar se estava sendo atrevida ou não, apesar da resposta estar bem clara.

- Sim, fui expulso de casa quando tomei essa decisão. – me contou com um sorriso triste no rosto.

- E onde está morando? – me preocupei.

- Com a Calici, logo ali atrás. – apontou para uma porta meia escondida que eu não havia notado até o momento.

- Eu a deixei com Hee. – franzi o cenho. – Ela não quis cuidar dela? – perguntei chateada.

- Não. Não. Eu quis ficar com ela. Era como se eu tivesse um pedacinho de você perto de mim. – me confessou timidamente. Engoli em seco. – E você? Como é ser médica, está morando aonde? – me bombardeou de perguntas.

- Jungkook... – queria conta-lo, mas não tive coragem.

- Ah... me desculpe por estar sendo inconveniente. – olhei para ele e respirei fundo.

- Eu não consegui me formar em medicina. – confessei e abaixei a cabeça.

- O que? Como assim? Você saiu daqui com a desculpa que cursaria medicina, o mínimo que tinha que ter feito era isso! – exclamou irritado.

- Eu sei... Eu sei que foi uma decisão errada, mais que errada, ter partido, mas na época era tudo o que eu queria. Só que depois eu simplesmente mudei de ideia. – tentei me desculpar.

-Você me abandonou por isso, deveria ao menos ter valido a pena. – me acusou, seu olhar carregava uma magoa misturada a decepção, como eu odiei aquele olhar.

- Jungkook, nem se eu tivesse seguido com medicina, não teria valido a pena. Hoje eu sei que não deveria ter saído de seu lado. Mas não me julgue você é o que mais deveria me entender, você também mudou seus planos. –o lembrei vendo sua expressão vacilar.

- Mas eu não a abandonei. – murmurou baixo. – Você se arrependeu de ter partido? – fitou meus olhos procurando pelo arrependimento que não encontrara.

- Não é bem arrependimento, fora uma coisa desnecessária de se fazer. Mas eu fiz uma nova vida. – sorri ao me lembrar de Stevan e Lia. – Fiz novos amigos. – sorri, fazendo o sorrir também.

-Quer ver Calici? – me perguntou. – Parece que sua amiga se perdeu no meio do caminho. – riu divertido.

- Ou se esqueceu de mim e agora deve estar flertando com algum garçom. – me levantei o seguindo.

Jungkook abriu a porta do apartamento me dando a visão do simples lugar. Havia uma cozinha e uma sala separada por um balcão que possuía uma pedra de granito. Um pequeno corredor que dava uma vista para duas portas, que provavelmente seria seu quarto e o banheiro.

Jungkook assobiou entrando na casa e em alguns minutos a cachorrinha que a tanto tempo eu não via chegou correndo e latindo alegre com a chegada do dono, logo pulando em suas pernas pedindo atenção.

- A mamãe está aqui Calici. – avisou suavemente para a cachorra que farejou o ar sentido meu cheiro desconhecido. Jungkook a colocou no chão e sem pensar Calici veio em minha direção latindo, ela estava tão grande. A maneira como Jungkook falou fez meu coração derreter, eu o via sorrir para a cachorra e para mim, como se nada houvesse mudado, mas eu sabia que não era bem assim.

Seus latidos eram de ameaça, mas sabia que ela não me machucaria. Ao chegar perto de mim a cachorra cheirou o meu pé desconfiada e logo seu rabo se abanava freneticamente e seus latidos eram chorosos como se estivesse emocionada ao me ver novamente.

- Você não se esqueceu de mim, não é mesmo?! – afaguei os pelos longos de Calici entre meus dedos. Ela lambeu meu rosto me provocando cocegas.

- Eu também não me esqueci, nem sequer um segundo. – Jungkook se aproximou tocando meu rosto. Era tão bom. – Me diga que também, não me esqueceu. Diga que ainda me ama. – suplicou com a voz embargada. – Diga-me que voltou por mim, por nós. – Ah Jungkook, como você conseguia mexer incontrolavelmente comigo?!

- Nem se eu quisesse poderia esquece-lo, meu coração não permitiria. – encosto nossas testas, ouvindo o suspirar.

- Volta pra mim meu amor, seja minha mais uma vez. – Calici já não estava no meu colo e agora ele pressionava seu corpo contra o meu, enquanto suas mãos seguravam gentilmente minha nuca e rosto.

- Jungkook... já não somos mais os mesmos. Eu mudei e você também. – seguro suas mãos e as aperto, encarando o brilho de seus olhos. O brilho que tinha naquele mesmo dia na detenção. Hoje eu sabia o que ele significava: que ele me amava.

- O meu amor por você não mudou, eu ainda amo mais que tudo, se possível até mais. – seus lábios se encontraram com os meus desesperadamente. Jungkook não era gentil, pelo contrário a cada segundo se mostrava mais necessitado.

Era um beijo intenso, transbordando inúmeros sentimentos em cada movimento. Saudades, tristeza, felicidade, desejo. A luxuria se fez presente assim que nossas línguas se encontraram, se esmagando com força, sentindo nos ao máximo. Jungkook aproximava nossos corpos cada vez mais, eu sentia cada um de seus toques queimar em minha pele.

Suas mãos apertavam minha bunda com força, enquanto eu puxava seus cabelos brutalmente. Meus lábios era chupados com rapidez, minha pele se arrepiava com seus toques. Eu sentia meu coração desacelerado e um frio ansioso em minha barriga descendo para minha intimidade. Ah a excitação, que saudades! Arranhei a nuca selando nossos lábios com mais calma, maldita falta de ar!

Sentia sua respiração descompassada se mesclando com a minha. Nossos olhos se encontraram. Ah ele era tão lindo! Passei os dedos delicadamente em seu pescoço tatuado. Desci meus olhos para seu braço agora observando a tatuagem presente nele. No braço esquerdo uma frase em latim “HIC ET NUNC” e no ombro um coração quebrado e cicatrizado. Beijei a tatuagem de seu ombro delicadamente e sorri, beijando agora seu pescoço, o mordiscando de leve e depois o chupando, ouvindo o gemer. Afastei um pouco a cabeça e beijei seu peitoral, sua respiração falhou.

- O que significa? – perguntei olhando para seu braço com a frase em latim.

- Aqui e agora. – sorriu para mim chupando meus lábios rapidamente e lambendo os após o ato. – Seja minha aqui e agora Joy, só mais uma noite.

P.O.V Jungkook

Voltei a beijar seus lábios com urgência, esmagando meu corpo contra o seu, desfrutando do gosto viciante de seus lábios e sentindo seu cheiro e calor misturado ao meu novamente. Desesperados e afoitos, começamos a andar pelo pequeno apartamento, dando passos cegos, nos debatíamos contra a parede e esbarrávamos nos poucos móveis presentes, não que nos importássemos, pelo contrário, aquilo nos atiçava ainda mais. Seus dentes castigavam minha boca e suas unhas arranhavam minha pele sem piedade. E eu não sabia o quanto estava amando tudo aquilo, eu só me importava em apertá-la em meus braços e passar minhas mãos pelo seu corpo sentindo sua maciez sem pudor algum. Minha jaqueta e blusa já haviam sido tiradas.

Você e eu pegamos pesado
Um no outro como se estivéssemos indo para a guerra
Você e eu somos rudes
Continuamos jogando coisas e batendo as portas
Você e eu ficamos tão
Disfuncionais que paramos de contar o placar
Você e eu somos doentes

Eu me sentia um idiota por ainda necessitar dela de uma maneira surreal. Afinal, ela havia me abandonado por um sonho que ela nem ao menos conseguiu realizar. Eu teria motivos suficientes agora para me afastar e manda-la embora, confrontá-la e jogar tudo aquilo que estava guardado por sete anos na sua cara. Mas eu era idiota o suficiente para não fazer, idiota o suficiente para admitir que não importa o que ela fizesse para mim, o quanto ela me machucasse, eu era totalmente dependente de seu amor, dependente de seu corpo.

Desde do início eu tive medo de tudo isso, mas desde do início quando eu vi o que estava acontecendo, eu não impedi. Na verdade, no fundo eu desesperadamente queria aquilo. Talvez eu fosse um masoquista, mas sinceramente não me importo, estou louco demais para pensar em algo que não seja nossos corpos se encaixando.

Após finalmente encontrarmos o quarto, sem delicadeza alguma Joy me jogou na cama e sorriu sapecamente para mim. Minha respiração estava descompassada, mas mesmo que meus pulmões implorassem por ar, eu prendi minha respiração assim que ela se virou e devagar abriu o zíper do chamativo vestido vermelho. A peça deslizou pelo seu corpo, permitindo-me contemplar cada parte de seu novo corpo. Seus peitos estavam maiores e seus bicos rígidos me provocavam ainda mais. Estava quente, muito quente. Rápido e desesperado tirei minha camisa a jogando para qualquer canto daquele cômodo.

Suas orbes pretas me olhavam sugestivamente. Meus olhos seguiram suas mãos até a barra de sua calcinha, ela brincava com a peça ameaçando tirá-la mas sem de fato fazer. Seus dedos movimentaram lentamente por sua intimidade. Joy, a garota tímida que conheci, estava se tocando na minha frente. Era inacreditável, mas excitante ao extremo para mim. De repente, o incomodo em minha calça se fez mais necessitado, estava apertada demais.

O sorriso em sua boca deixava explicito o quanto ela estava se divertindo ao ver meu estado. Finalmente a última peça que cobria seu corpo caiu sobre o chão e ela se aproximou de mim. Acariciando meus ombros e peitoral, roçando suas unhas de leve em minha nuca. Ela se sentou em meu colo passando cada uma de suas pernas do lado do meu corpo. Sua intimidade foi de encontro com a minha -infelizmente- ainda coberta. Ela desceu suas mãos até o cós da minha calça a desabotoando. Levantei um pouco o quadril a auxiliando a retirar a peça incomoda.

Para a minha surpresa, Joy a retirou junto a minha cueca, e antes que eu pudesse constatar mais alguma coisa senti seus lábios úmidos e quentes em meu membro pulsante. Sua língua me esmagando e sua garganta apertada, sua boca fazendo movimentos de vai e vem. Excitante, provocante, não havia palavras para descrever os mistos de sensações provocadas em meu corpo. Grunhidos e gemidos saiam de meus lábios sem permissão. Minhas mãos entrelaçaram em seu cabelo, mas eu não a ajudei nem algo do tipo, ela sabia exatamente como me satisfazer.

Assim que me derramei em sua boca, seus lábios beijaram os meus, sua intimidade roçou na minha, mostrando-me o quão molhada ela estava. Faltava tão pouco para que eu finalmente pudesse senti-la por completo.

- Jungkook? – sua voz rouca me chamou e rapidamente a olhei pedindo silenciosamente que prosseguisse. – O que você sente? – devagar a garota encaixou sua entrada em mim, fazendo que meu pênis deslizasse para dentro dela com facilidade. Minha boca se entre abriu e gemidos manhosos saíram de dentro dela.

- Sinto você se contraindo ao meu redor... – gemi segurando sua cintura e lentamente ela rebolou sobre mim. – Quente... – meus dentes castigaram seu pescoço, enquanto sua boca chupava o lóbulo de minha orelha. – É gostoso... – apertei um de seus peitos a ouvindo gemer, enquanto minha boca explorava a sua mais uma vez.

O beijo se tornou algo mais rude e selvagem, ambos buscávamos por controle. Uma língua esmagando a outra buscando por espaço em uma dança sensual e cheia de volúpia. Nossos corpos se chocavam com força e brutalidade. Buscando o máximo do prazer com movimentos rápidos e violentos. Nos tocávamos de forma curiosa, um explorando o corpo do outro.

Eu não era um tolo, sabia que ao amanhecer tudo isso só passaria de mais uma noite, sabia que ela não ficaria aqui pra sempre. Sabia que tê-la esta noite comigo, só me faria ficar ainda pior no dia seguinte e não somente eu, ela também. E ficaria pensando nisso, só que eu simplesmente não me importo. Quero ela gemendo meu nome, gosto dos sons de seus grunhidos, de sentir seu coração frenético junto ao meu. Eu sei que não deveríamos e que eu me sentiria culpado amanhã, mas eu simplesmente não me importo.

- Jung-gkook... – ah, como sentia saudade do meu nome sendo pronunciado de tal maneira por ela, como senti falta de suas unhas cravadas a minha pele e de seus olhos fechados com força anunciando seu orgasmo.

Com mais algumas investidas eu me derramei mais uma vez naquela noite. Nossos lábios se encontraram novamente, e invertendo nossas posições fiquei por cima de seu corpo e beijei cada pedaço de pele, chupei seus seios com avidez e apertei sua cintura der forma possessiva. Incansável, invadi sua entrada a ouvindo gemer surpresa, eu me encontrava necessitado de mais uma rodada, só mais uma rodada, só mais uma vez, só mais uma noite. Eu prometo.  

Sim, eu sei que não podemos mais fazer isso
...
Sim, eu parei de usar a minha cabeça, usar minha cabeça
Deixei tudo para lá
Tenho você presa no meu corpo, no meu corpo
Como uma tatuagem
E agora eu me sinto estúpido, me sinto estúpido
Rastejando de volta para você

 

Então faço uma promessa que desejo cumprir até morrer
Que só ficarei com você mais uma noite
E eu sei que disse isso milhões de vezes
Mas só ficarei com você mais uma noite

 

Juntos, nossos movimentos eram sincronizados, nossos gemidos melodiosos. Era algo magnifico, era torturante.

P.O.V Joy

Eu sabia que aquela não era a melhor decisão, sabia que acordaria me sentindo culpada. Mas era inquestionável a forma como eu necessitava desse garoto para mim, a forma como nossos corpos se encaixavam perfeitamente, a forma como nossos corpos se moviam e a forma como nos tocávamos. Eu gostaria de não ser egoísta e dizer “não”, mas meu corpo não me pertencia. Eu sou de Jeon Jungkook.

Tento lhe dizer “não”
Mas meu corpo continua te dizendo “sim”
Tento lhe dizer que pare
Mas seu batom me deixa sem folego
Eu acordaria de manhã provavelmente me odiando
Eu acordaria me sentindo satisfeito, mas culpado pra caramba

Cada gesto seu, cada palavra, cada toque, era um motivo a mais para amá-lo. Eu sempre soube que nunca havia deixado de deseja-lo. Mas não sabia que isso pudesse ser tão doloroso e gostoso ao mesmo tempo. Não havia mais nada a ser feito, era irrevogável, insano e delicioso amar Jeon Jungkook.

Mas querida, ai vai você de novo, ai vai você de novo
Me fazendo te amar
Sim, eu parei de usar a minha cabeça, usar minha cabeça
Deixei tudo para lá
Tenho você presa no meu corpo, no meu corpo
Como uma tatuagem
E agora eu me sinto estúpido, me sinto estúpido
Rastejando de volta para você

 

- Estou quase lá. – seus gemidos ecoaram pelos meus ouvidos, meu intimo se contraiu o apertando mais. – Goze para mim meu amor. – como uma ordem meu corpo o obedeceu e mais um orgasmo tomou conta do meu corpo tremulo e exausto. Mas eu precisava demais, só mais uma vez.

Só mais uma noite...

[CONTINUA]


Notas Finais


>Para Sempre Sua ~~AllenJun

https://spiritfanfics.com/historia/para-sempre-sua-bts-6689548

>Uma Vida ao teu Lado~~SraKimGaby

https://spiritfanfics.com/historia/uma-vida-ao-teu-lado-6269000

Sobre o capitulo: Eu queria fazer algo diferente, um hentai especial, não só com cenas de sexo. Espero ter atingido as expectativas de vcs, se não me perdoem, estou meia/muito insegura aisajoiw
Bjins ~~chu


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...