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História The bad girl - Acidente no terraço


Escrita por: neko-101 e CheiaDasIdeia

Notas do Autor


Caso você não conheça um cantor chamado Alec Benjamin, procure as músicas dele. São ótimas, e eu posso indicar algumas:
— The Wolf And The Sheep (para você pensar sobre a vida)
— If I Killed Someone For You (para você pensar sobre seus relacionamentos)
— End Of The Summer (para você pensar mais sobre seus relacionamentos)
— 1994 (para você pensar sobre a sua história)
— Let Me Down Slowly (para você pensar sobre seus relacionamentos mais uma vez)

Essas são minhas preferidas, mas as outras são muito boas também. Sigam as palavras da experiência, crianças.


Podem ler.

Capítulo 2 - Acidente no terraço


Depois de minutos dando risada, eu peguei guitarra e toquei um solo qualquer — convenhamos, solos de guitarra não são difíceis de achar. 

Quando estava no meio da minha apresentação o sinal tocou, então eu parei. 

— Tomate, estou com fome. Vou comer, você vem também?  Fui guardar a guitarra com ele atrás.

— Não estou muito afim não. — falou, indo atrás de mim — Você vai mesmo me chamar de "tomate", uva?

— E como eu vou. E se você me der mais um tempo, consigo achar uns apelidos melhores para você. — mandei uma piscadela para ele. — Inclusive, eu posso ir pensando nesses nomes enquanto eu tento achar a cantina. Ou você, como um bom ser humano, poderia me ajudar com isso. 

— Não sei se você merece... — olhou para cima, como se o teto fosse muito interessante. 

— Por favor, Castiel. Você pode até não estar com fome agora, mas o meu estômago está sedento por alimento, e se eu demorar demais, ele pode atacar meu fígado. — balancei a cabeça, concordando com o que eu havia acabado de falar enquanto ele ria. 

— Me convenceu. Seria trágico demais,  e eu não tenho saúde psicológica suficiente para suportar esse tipo de evento. 

Saímos do porão com certa cautela, já que se um alguém "errado" nos encontrasse naquela situação, acabaríamos com problemas em nosso amado santuário.

— Você tem uma bunda bonitinha, né, ruivo? — falei, andando e olhando a sua bunda. 

— Você está violando meu corpo, Lucy. — disse, colocando as mãos na bunda me impedindo de olhar. 

— Ah, para, eu vi você olhando meus peitos pelo menos duas vezes enquanto a gente conversava no porão. Eu só quero ter direitos iguais, Castiel. — Dei tapinhas no ombro dele. 

— Você enxerga coisas demais pro meu gosto. — resmungou. 

Logo chegamos no refeitório, ao entrar Alexy gritou meu nome da fila da cantina e eu me despedi de Castiel dando um tapa na bunda dele, para depois ir conversar com Alexy sem esperar a reação do ruivo. 

— E aí, cabelo azul!

— E aí, cabelo roxo! — Ele me abraçou e eu retribuí. ROSALYA VENHA AQUI

— Meu Deus, Alexy... — falei, coçando o ouvido após quase ficar surda com o grito dele. 

— Cheguei, cheguei, meu divo. O que aconteceu? — disse ela depois de me cumprimentar, ficando do meu lado. 

— Nossa nova coleguinha chegou no refeitório com o ruivo malvado...

— Ruivo malvado? — interrompi.

— Longa história. — Alexy respondeu balançando as mãos. — Continuando, ele estava com aquele sorriso de galã que nós bem conhecemos e ela deu um tapa na bunda divina dele. Aparentemente, eles estavam juntos durante a aula; agora o resto da história você precisa nos contar. — Me lançou um olhar carregado de malícia. 

— Lucy, Lucy, já chegou na escola assim? — Rosalya me olhou da mesma que Alexy.

— Quê? Não, gente. — ri. — Definitivamente não.

— Então ele está interessado. — Alexy deu de ombros. 

— Sim, e nós precisando conversar sobre isso antes de acontecer, mocinha. — Rosalya usou tom de mãe ao falar. — Você precisa de coisas como camisinha, e também saber que ele não vai querer namorar. Seus sonhos românticos acabam aqui. — disse, dramática. 

— Ok, mãe. Eu não quero nada sério com ele. Fiquem de boa. — dei de ombros.  

— Ótimo. O ruivo malvado é um pedaço de mal cominho. — suspirou Alexy, se abanando com as mãos. — Vai querer comer o que, diva roxa? — mudou de assunto. 

— Um hamburguer, batata frita e coca-cola.

Alexy pegou a comida dele, minha e da Rosa. Achei o cavalheirismo bem digno.

Sentamos na mesa onde estava Armin, que estava jogando no game portátil e não ligava para a comida que estava na frente dele. 

— Larga essa porra desse jogo, Armin! — disse Alexy, enquanto eu sentava ao lado do seu irmão, ficando na frente de Rosalya e dele. 

— Que merda, Alexy, me devolve isso — Armin levantou rápido, tentando tomar o game da mão do azulado, que colocou-o no bolso da calça e deu um tapa na mão do moreno.

— Quieto, Armin. Coma e depois eu dou seu objeto de perdição. — revirou os olhos. 

— Eu estou aqui faz menos de 10 minutos e vocês já começaram e terminaram uma briga. Me surpreenderam. — Bati algumas palmas e depois comecei a comer meu hamburguer. 

Conversamos um pouco enquanto eu comia, até que Ambre, a loira azeda de mais cedo veio falar comigo com as fiéis seguidoras. A latina e a chinesa rindo de tudo que ela falava, me deixando com nojo só de ver aquela cena. Parecia aquelas patricinhas de filme americano, que acham que mandam na escola. 

— Olha meninas, a novata que se veste igual homem. — Ambre disse, dando uma risadinha e esbarrando em mim, me fazendo quase engasgar com o refrigerante. — Opa, foi sem querer. Ou não. — Me encarou feio, parando de sorrir e fazendo um bico. 

— Olha gente, a patricinha que usa o saco de batatas da feira do domingo. — encarei-a, já me preparando para o provável tapa que viria em seguida. Ambre apenas bufou e disse antes de sair andando com suas seguidoras:

— Vou transformar sua vida em um inferno, se prepare. 

Eu dei uma gargalhada. Se eu não tinha recebido um tapa na cara agora, duvido muito que ela teria coragem de fazer algo de verdade. Cachorro que late demais não morde. 

— Eu não tenho medo de você. 



[...]



— O que você planeja fazer na quinta? — Armin perguntou. 

Eu, ele, Alexy e Rosalya estávamos andando pelos corredores — na verdade, Alexy ia beber água e insistiu que nós três fossemos junto. Enquanto isso, eu e Armin conversamos sobre alguns jogos que eu já tinha jogado. Ele é muito viciado, sabe o nome de todos, já jogou todos e com certeza está extremamente decepcionado comigo por eu não entender metade do que ele fala em referências. 

— Eu...

De repente, nós vimos um amontoado de pessoas, algumas rindo e outras gravando, mas o que mais me chamou a atenção foi o motivo de estarem todos lá.

Passei entre as pessoas reunidas, empurrando qualquer um que eu precisasse empurrar, porque só assim eu consegui ver a porta do meu armário onde estava escrito: "A nova puta para a escola" com uma foto minha embaixo. 

Ambre e seu bandinho estava na frente de todos, com um sorriso de orelha à orelha.

— Eu avisei, novata. — a loira falou baixo, de forma que só eu escutasse. — Se prepare para o pior ano da sua vida. — Sorriu, indo saindo com as duas seguidoras fiéis atrás. 

Respirei fundo. 

— Eu também avisei, saco de batatas — Fui atrás dela, falando alto. A atenção que davam ao meu armário agora vinha para nós duas. — Disse para que não tenho medo de patricinhas mimadas como você. 

— Pois deveria — virou rapidamente para me dar um tapa. Infelizmente para ela, eu segurei sua mão a tempo, e dei um soco em seu rosto. 

Ambre bufou, e me deu um chute na canela, me surpreendendo. Por isso, acabei soltando a mão dela, de forma que ela tentou me dar outro tapa. Desviei, mas saí com a bochecha arranhada.

— Olha ela, conseguiu me machucar, hein? — provoquei. 

Ambre avançou de novo, assim como eu havia previsto e eu peguei seu braço e virei-a. Pressionei até conseguir quebrar, e ela deu um grito agudo, com lágrimas nos olhos. 

— O que está acontecendo aqui? — uma mulher baixinha, com roupa social rosa bebê e uma cara de porco perguntou. 

— Diretora, foi ela! — choramingou Ambre. — Eu não estava fazendo nada. Essa novata me atacou sem motivo. — começou a soluçar. 

E ela é uma péssima atriz, por sinal. 

— Pelo amor, garota. Eu comecei? Você não parou de me ameaçar desde que eu pisei nessa porra de escola, pichou meu armário e ainda tem a cara de pau de dizer que não fez nada? — falei, entredentes. 

— Ela está mentindo, diretora — Ambre estava em prantos. Francamente, a situação era tão patética que chegava a ser engraçado.  — Ela mesma pichou o próprio armário para depois colocar a culpa em mim, e ainda quebrou meu braço. Essa menina deve ser psicopata!

Eu falei que a situação era engraçada, e é para tanto que eu dei uma gargalhada. 

— A cara nem arde, né, loira? — ironizei.

— Senhorita Sparks, eu sabia dos seus antecedentes, mas não imaginava que iria querer começar o primeiro dia de aula dessa forma. — reclamou a diretora, me fazendo revirar os olhos. — Vou ser obrigada a te por na detenção. 

— Tá. Ok. Detenção. — dei de ombros, estalando a língua. — E quanto a ela? 

— Ambre é uma aluna excepcional, é claramente a vítima da situação. Ela vai para um hospital tratar desse braço. 

— Como é, velha? — arregalei o olhos. 

— Mais respeito, senhorita Sparks — se empertigou. 

— Mais respeito é o caralho! Você acabou de dizer que não vai punir essa... criatura porque ela diz ser inocente, além de ter acabado de me chamar de psicopata e quer vim exigir respeito? Se quer me mandar para a detenção ok, eu quebrei mesmo o braço dela, devo ter infringido alguma regra dessa escola; mas quem começou a briga foi ela, quem pichou meu armário foi ela. Se tem alguma vítima aqui, sou eu. — Terminei meu discurso frente a frente com a diretora. — E faça o favor de não me chamar de Sparks.

— Senhorita, não sei como você estava acostumada na sua antiga escola, mas espero que entenda logo que em Sweet Amoris não é tolerado esse tipo de comportamento. Você vai para a detenção sozinha e ponto. 

Quando eu ia retrucar o sinal bateu, então respirei fundo e saí dali.



[...] 



Eu tinha passado algum tempo no banheiro da escola. Não chorando, não sou de chorar fácil. Estava pensando. 

Encarando os fatos, apesar de eu sentir muito pelas coisas estarem sendo assim — pelas coisas terem começado assim —, não posso negar que já estou acostumada. Eu mudei de cidade, mas pelo visto as pessoas que vão conviver comigo não mudaram muito em essência. Lamentavelmente, ainda não sou uma deusa suprema do universo para conseguir controlar todos ao meu redor.

Depois de mais alguns pensamentos conspiratórios com incentivos tristes, resolvi andar um pouco pela escola. Vou usar esse tempo livre e sossegado — sem muitas pessoas enchendo o corredor — para conhecer melhor a escola. Quando mais conhecimento sobre a arquitetura desse inferno eu tiver, mais facilidade eu terei para fugir da detenção mais tarde.

Comecei a subir as escadas da escola, conversei um pouco com um funcionário baixinho, que estava sentado em uma baqueta, comendo um sanduíche de frango. Ele usava um óculos fundo de garrafa e era muito gente boa. Após nossa breve conversa subi mais escadas, quando cheguei ao quarto — e último — andar da escola onde  além de um laboratório com algumas coisas em conserva e outro laboratório com alguns produtos químicos, havia uma linda porta de metal onde estava escrito: "Proibida a entrada de alunos". Como não sou qualquer aluna, entrei.

E não me arrependi.

Sem nem sair da porta, observei a vista da cidade. Havia algumas casas coloridas ao longo dos quarteirões, outras com coloração mais simples e alguns prédios. Sabendo procurar, dava até para ver o prédio onde eu moro.

Preciso lembrar de tirar uma foto disso depois, serve como um mapa maravilhoso! Dava para ver um parque — por sinal, perto do meu apartamento  que eu não fazia a mínima ideia que existia e também era um lugar bonito. A foto ia ficar incrível. 

— Está me seguindo, Lucy? — me assustei ao ouvir Castiel e me virei em sua direção. Ele estava sentado em uma cadeira de praia com um cigarro na mão e um sorriso debochado no rosto. 

— Eu que digo isso, tomate. Em todo lugar que eu vou você aparece...

Fechei a porta que levava ao corredor, e em seguida às escadas e me encostei no parapeito do terraço.

— Bem-vinda ao meu último lugar, até agora pouco, desconhecido, de paz. Aparentemente você tem um QI mais elevado do que da maioria dos alunos dessa escola. — deu de ombros.

— Acho que não percebeu ainda, mas fui enviada para tirar toda a sua paz. Sinto muito, mas me pagam muito bem. — Virei para ele, ainda apoiada no parapeito. — Quantos anos você tem, gato? 

— Dezessete. 

— Interessante. E desde quando você fuma?

— Faz quase três anos.

Sério? — fingi uma animação e fui em direção a ele. —  Isso significa que o seu câncer vem vindo de bicicleta. E ele tá quase chegando numa ladeira, anjo. — confirmei com a cabeça. 

Eu estava na frente de Castiel, pegando seu cigarro, jogando-o no chão e pisando encima. Me apoiei nos braços da cadeira de praia, aproximando meu rosto do dele.

— Você está matando o seu pulmão e torturando quem está perto, porque catinga de cigarro é uma das piores coisas do mundo. Garanto que muita gente te odeia sem te conhecer por causa desse vício, tomate.

— E quem garante que esse seu mini discurso vai ter algum efeito sobre mim? — provocou.

— Nada muito sólido. Mas uma força do universo está sussurrando no meu ouvido que você vai pensar com carinho no que eu acabei de dizer. — Dei de ombros.

— Você está ciente de que poderíamos nos beijar agora e começar a viver um amor inesquecível para depois nos separarmos por culpa da minha morte, eventualmente, causada pelo câncer no pulmão, certo?

— Certo, mas acho que essa história seria bem improvável porque se tem algo que eu não beijaria por nada no mundo, é uma descarga de carro metida a chaminé industrial.

— Ok, senhorita. O recado foi absorvido com sucesso. 

— Que ótimo. — bufei um pouco e cocei o nariz. — Eu espero, do fundo do meu coração, que dá próxima vez que a gente se encontrar você já tenha escovado os dentes e tomado um bom banho. 

— Misericórdia, garota! Continua assim e eu saio daqui chorando. — Eu me sentei no chão enquanto gargalhava. — Tá rindo do que, palhaça? 

— Claro que de você, tomatinho fedido. — Ele me olhou, indignado, enquanto eu ria mais e mais da cara dele. 

— Você é um ser humano horrível, sabia? 

— Sim. — dei de ombros. — Castiel, gostaria de se tornar útil para sua coleguinha nova? 

— Vai mesmo pedir um favor para mim depois de ter esmagado meus sentimentos?

— Vou. — revirei os olhos.  Quer me ajudar ou não?

— Diz aí o que você quer. — Ele pegou o celular e começou a mexer no WhatsApp.

— Tem como você... — Olhei para ele e vi que ele estava com o celular na mão. — Você aceita me dar seu rim? — bufei, e ele assentiu enquanto digitava alguma coisa. —  Presa atenção em mim quando eu falo com você! — Tomei seu celular e ele me olhou surpreso. — Quero que você me diga como posso fugir da detenção.

— Então eu preciso te avisar que seus métodos de convencimento não são bons! — Tentou pegar o celular da minha mão, mas antes disso eu levantei e saí de perto dele. 

— Aí que você se engana, você me levou a isso. Preciso de uma informação sobre como posso fugir da detenção, por isso você precisa prestar toda atenção possível em mim.

— Não necessariamente. Não prestei atenção em tudo o que você falou antes, e mesmo assim já sabia que você queria fugir da detenção. 

— Quando eu vi que você estava com o celular eu perguntei se você me dava um rim. E você disse que sim! — suspirei. — Mas, já que estamos aqui, podemos aproveitar a situação, né?

— Aproveitar que situação, beterraba? — Veio para cima de mim de novo e eu desviei. — Devolve meu celular, caralho! 

— Olha a boca, porra — Ele me olhou fazendo bico e cruzando os braços. — Por favor, meu coleguinha de classe, poderia responder minha pergunta?

Ele suspirou e quanto eu pensei que ele ia ceder ele avançou de novo, me assustando. Sem pensar muito eu joguei o celular para o parapeito do terraço. 

Para minha sorte, Castiel tem reflexo rápido e conseguiu pegar o celular antes que ele caísse. Para meu azar, eu não tinha mais como negociar com ele — principalmente porque agora aquele ruivo me olhava com ódio e estava quase espumando. 

— Então... você vem sempre aqui, moço bonito? — disse sem graça, me apoiando no parapeito. 

— Você é louca. 

Castiel guardou o celular no bolso e saiu do terraço batendo a porta. 


Notas Finais


Holaaaaaaa

Gostaram?

Quem acompanhou a primeira temporada sabe que eu não tinha dia certo para mandar capítulos, era terminar e enviar, mas agora eu estou tentando organizar as coisas, então meus planos indicam que os capítulos saíram nos domingos. Se por um acaso o capítulo atrasar, ele sairá no meio da semana mesmo.

Escutem Alec Benjamim.

É isso aí.

Comentem o que vocês acharam. Ou não também, eu não posso obrigar ninguém a nada.

2bj e um cheiro no cangote.


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