História The Best Friend Of My Brother - Coming Back To Be What It Was

Passaram-se algumas semanas e nós estávamos há um dia de distância da viagem para Paris, por tanto hoje não haveria aula para a felicidade de todos. Animação era o que me definia, mas estava começando á achar que alguma coisa de errado estava acontecendo com a vida de Jade Grier.

Algumas semanas e tudo estava dando certo. Tudo. A possibilidade de isso acontecer é 0,001% em qualquer acontecimento na minha vida.

 Matthew e eu passamos de ódio mortal para duas pessoas que não se largam nenhum dia da semana. Juro que não estou exagerando até porque no meio disso tudo nós assistíamos até uma série juntos chamada “Friends”. Sei que é coisa de casal, mas quem se importa? Eu estava feliz com isso.

Minha mãe surta toda vez que eu cito o nome dele, ou então quando nós passamos a tarde juntos, ou seja, ela surta muitas vezes. Hayes estava sendo a pessoa mais amável com Alissa, Shawn e Samantha estavam passando de casal pegação para até que carinhosos dando esse título para Nicole e Chris que viviam brigando e reconciliavam isso com alguns amassos.

Meus pais devem estar agradecendo por finalmente seus filhos estarem de “rolinho” com alguém e não encherem tanto o saco como antes. O Nash não conta, pois, ele desconhece o significado da palavra “sentimentos”.

— Nash, eu preciso do meu fone. – falei para ele que não ligava muito olhando para a tela do seu celular.

Nessa tarde os meninos e as meninas tinham vindo para cá, então como estava muito calor decidimos todos irmos para piscina para logo depois comermos a comida de minha mãe que ela tinha aprendido á fazer com a nossa última empregada, Cris.

 Agora, estava sentada na cadeira estofada da cozinha junto com Nash, Lola, Shawn, Crawford, Aaron, Alissa e Hayes que por algum acaso não se largavam por nada, portanto estavam brincando um com o outro, encostados na bancada da cozinha.

— Eu não sei onde eu deixei. – ele disse sem dar muita importância.

— Eu odeio quando você faz isso. – resmunguei e bufei em seguida. – Sempre que eu te empresto alguma coisa você perde.

— Deve estar com Cameron. – ele deu de ombros.

— Eu te empresto meu fone e você empresta pro Cameron? – eu perguntei e ele assentiu que sim com a cabeça normalmente. – Mãe, se eu matar o Nash algum dia você já sabe o porquê.

Alertei a mesma que olhava alguma coisa em seu computador sobre seu trabalho ao lado de John. Ela tirou seu olhar de lá e apenas negou com a cabeça para Nash.

Ótimo jeito de se fazer justiça, obrigada.

Rolei meus olhos e sai da cadeira, passei pela porta que dividia a área externa de minha casa. Ao chegar na mesma avistei Cameron sozinho ali, com o cabelo molhado sentado e os pés na piscina, ouvindo alguma música animada porque ele balançava a cabeça freneticamente.

Caminhei até ele que levantou o olhar para mim confuso.

— Cam, preciso dos meus fones. – avisei ele que franziu o cenho tirando os fones de ouvido, por isso tive que repetir. – Meus fones, Cameron. – pedi.

Abri a mão para ele que me olhou de cima á baixo e colocou os mesmos no ouvido novamente ignorando minha presença ali. Tirei os fones de seu ouvido e de seu celular e caminhei para longe dele que corria atrás de mim.

— Jade! – ele gritou, mas eu já estava longe o suficiente.

— Eu avisei. – falei para ele que ainda corria então acelerei minha velocidade.

— Me devolve, nunca se interrompe alguém quando se está ouvindo Justin Bieber! – ele gritou e eu percebi que corríamos em círculos.

— Mãe, avisa o Cam que ele não precisa dos meus fones! – bravejei para ela que estava na cozinha e pela porta de vidro vi se levantar com seu notebook em mãos.

— Vocês fazem muito barulho aqui, vou para a sala. – ela falou e saiu da cozinha junto com John.

Ela estava certa sobre a baderna na cozinha, mas não se faz isso comigo, eu precisava que ela parasse Cameron que já estava próximo de mim e tentava por tudo tirar o fone de minhas mãos, mas eu o driblava trocando eles de mão.

— Me empresta por um segundo, eu juro que devolvo. – ele implorou quando eu coloquei meus fones acima de minha cabeça, apesar de ele ser mais alto.

— Não. – falei para ele que me encarou feio. – Você e o Nash nunca me devolvem nada.

— Jade, já falei hoje pra você o quanto você é linda? – ele perguntou e eu ergui uma das sobrancelhas com sua tentativa falha de sedução.

— Tentar me seduzir não vai fazer com que eu te dê o fone. – avisei ele que se aproximou de mais de mim colando nosso corpos.

Agora ele conseguiu me seduzir, droga. Eu não podia pensar nisso, mas nós estávamos tão próximos e agora ele estava passando a língua ligeiramente nos lábios.

— Tem certeza? – ele perguntou quase em sussurro.

Todos estavam tão focados em suas próprias piadas, conversas e em seus celulares que nem notaram o que estava acontecendo. Nós estávamos próximos e eu intercalei meu olhar naquela imensidão castanha prendendo o ar, não sabia o que fazer.

— O que eu perdi? – alguém perguntou se referindo a nós e eu reconheci a voz.

Olhei para a porta que separava os dois cômodos com a boca semiaberta e enxerguei Matthew com uma expressão confusa e furiosa ao mesmo tempo, no rosto. Abaixei meu olhar e me afastei de Cameron sentindo toda a atenção vir até nós.

Cam passou por mim, percebendo que estava distraída pegando os fones de minha mão, deixei que o ficasse afinal, o que mais me importava agora é todos estarem olhando para mim com os olhares surpresos. Ao ele sair dali Matthew o acompanhou com um olhar sério e depois fez o mesmo comigo.

— Ótima hora pra assistir, Friends? – perguntei para ele quase fechando os olhos com medo da resposta.

Todos voltaram sua atenção para o que estavam fazendo novamente, Matt me encarou da mesma forma de antes.

— Vocês só sabem assistir série juntos. – Nash reclamou. – Saudades de quando eu tinha amigo.

Isso fez todos rirem menos á mim e a Matt pela tensão que ficou clara ali depois do que aconteceu. Fui até ele e puxei seu braço o levando para fora da cozinha, mas ele fez o soltar puxando seu braço para trás.

Me virei e o encarei incrédula, ele ainda estava bravo, mas mesmo assim seguia meus passos até a escada.

— Não esqueçam das portas abertas. – John falou e eu apenas concordei com a cabeça seguindo meu rumo.

Então ao subir as escadas, adentei meu quarto junto com Matt e ele renegou o pedido de Grier fechando a porta atrás de si mesmo e cruzando os braços.

— Você lembra de alguma coisa sobre deixar portas abertas? – perguntei ironicamente para ele.

Minha tentativa de tentar acabar com aquele clima pesado não funcionou já que ele ainda continuava com sua expressão fechada.

Ficamos algum tempo em silêncio enquanto ele me encarava com desdém. Aquele ciúme estava começando a ficar ridículo até Matthew começar á falar e ficar mais ainda.

— Eu passo só um segundo na sala e quando eu volto você está agarrada com Cameron!? – ele perguntou praticamente gritando.

— Matthew, não começa. – falei e sentei em minha cama o encarando. – Nós só estávamos brincando.

Ele negou com a cabeça desviando seu olhar de mim. Estava começando a ficar com um certo medo já que ele parecia me matar com o olhar e sua voz se sobressaia sobre a minha.

Já não bastasse a cena ridícula por uma coisa tão estupida, agora ele conseguiu superar os níveis de babaquice.

— Brincando próximos de mais!? Quase se beijando!!? − me indagou aumentando cada vez mais o tom de voz com o seu olhar agora voltado para mim.

— Seu ciúmes é ridículo. – eu finalmente confessei. – Eu não quero ficar aqui ouvindo você falando baboseiras, então se quiser sair a hora é essa. – falei e apontei para a porta atrás dele.

— Eu não quero sair, agora você vai me ouvir!! – ele gritou e eu recuei um pouco pra trás. – Se eu não tivesse entrando na cozinha, você ia trocar o Cameron por mim? – ele perguntou gesticulando com as mãos para si mesmo. – Eu nunca achei que você fosse se rebaixar tanto.

Aquela situação só se tornou pior, minha vontade de chorar também só piorou. Basicamente tudo piorou, eu não acredito que aquelas palavras saíram da boca dele.

— Só sai daqui, eu não quero mais te ouvir. – eu falei calmamente pra ele.

Fechei os olhos me afundando em minha cama ouvindo seus passos para fora do quarto e um baque extremamente forte e pesado contra a porta.

Passei algum tempo desejando simplesmente não existir mais, me odiando por ter feito aquilo com Matthew e também o odiando por ter falado toda aquela porcaria pra mim.

Ótimo, tudo começou á dar errado de novo e a normalidade retornou na minha vida.

Nunca tinha visto esse lado dele, sabia da má fama que tinha, mas aquilo era muito mais do que isso. Até porque quando estávamos juntos, somos versões melhores de nós mesmos e tudo pareceu ser jogado no ralo com essas atitudes possessivas.

Abri meus glóbulos ao ouvir alguém girando a maçaneta da porta do meu quarto que eu achei por um momento estar quebrada já que Matthew por um triz fez isso. Desejei por um segundo que fosse ele vindo até aqui para pedir desculpas, mas era Alissa, Lola, Nicole e Samantha.

— O que aconteceu aqui? – Lola perguntou apreensiva.

Elas se sentaram do meu lado e a mão de Lou pousou em meu cabelo e ali acariciou meus fios. Senti meus olhos lacrimejaram e minha garganta fechar.

— Vocês ouviram? – eu perguntei com a voz embargada.

— Os gritos? – Ali perguntou. – Imagina. – ela se auto respondeu sarcasticamente.

— Você não ajuda, Alissa. – Nicole á repreendeu.

— Foi mau, Jade.

Respirei fundo e me posicionei sentada na cama me desvencilhando do cafune de Lola. Massageei minha têmporas implorando para mim mesma que nenhuma lágrima caísse.

— Eu não acredito que ele está com ciúmes do Cameron. – eu confessei e elas se entreolharam.

— Seria estranho se ele não sentisse. − Ali respondeu e mordeu seu lábio com força logo em seguida. – Acho que não estou ajudando, mesmo.

— Parece que Nash ficou bravo com Matt e ele foi embora. – Samantha falou encarando o chão atentamente.

— Eu só não entendo sabe? – perguntei mais para mim mesma do que para elas encarando o nada. – Comigo as coisas são diferentes, apesar de tudo que falam dele, mas ele me mostrou um lado seu que eu não conhecia.

— Meu irmão é bem cabeça dura às vezes Jade, mas ele gosta mesmo de você. – Nicole falou.

Ótima hora para falar sobre sentimentos, muito obrigada.

— Eu não tive culpa. – me defendi e Lola riu baixo.

— Não teve culpa de ele ser irresistível? – ela perguntou colocando a mão na boca para não rir alto.

— É sério, não aconteceu nada lá fora. – eu respondi sua pergunta nada discreta. – Eu não quero mais falar sobre isso.

Um silêncio se instalou naquele lugar e se eu não estivesse tão chocada com tudo que tinha acontecido com certeza dormiria, mas ainda tinha que me preocupar com todo o drama.

— Ok, vamos falar sobre coisas engraçadas agora? – Lola questionou empolgadamente.

— O que? Sobre sua paixão secreta pela Callie? – Nicole perguntou.

Sim, elas sabiam, mas eu ainda me sentia importante por ter sido a primeira pessoa que Lola confessou seu amor não correspondido, que na verdade era correspondido.

— É feio falar das pessoas quando elas estão em suas próprias casas, provavelmente se perguntando porque são tão lindas. – Lola falou em meio ao riso. – E nem enche, porque se não nós vamos falar sobre as brigas infantis de você e do Chris.

— Já me calei. – Nicole falou se rendendo com as mãos.

— Enfim, o Gilinsky está ficando com a Amber. – ela falou e nós não esboçamos nenhuma expressão no olhar.

— O Jack que está lá embaixo? O Jack que eu conheço? – perguntei para ela que pareceu não entender. – Era pra eu ficar surpresa?

— Na verdade era sim, mas eu também não fiquei surpresa quando a Ali ficou com seu irmão. – ela falou e deu de ombros.

— Ei! – ela exclamou fingindo estar ofendida e nós rimos.

— Sabe o que nós devíamos fazer? – Nicole questionou á todas e se levantou. – Pedir pizzas e assistir Gossip Girl.

— Isso é uma boa. – Samantha falou e veio até mim me abraçando. – Vai dar tudo certo Jade, daqui a pouco você e Matthew se acertam, alias vocês sem brigarem não são vocês.

Correspondi ao seu abraço de lado e sorri com isso mesmo estando preocupada. Não queria acabar com a amizade dos dois. Aos poucos o quarto foi se esvaziando até restar apenas eu, Ali e Lola já que as duas desceram para fazer o pedido.

— Eu tenho medo de acabar com a amizade deles. – confessei para elas que me olharam apreensivas.

— Você não vai, não fica assim. – Lola falou.

Como ela estava ao meu lado posicionei minha cabeça em seu colo recebendo cafunes da mesma.

Não demorou muito e todas nos juntamos novamente, continuamos fazendo as mesmas piadas ofensivas uma contra a outra que no final nem eram tão ofensivas assim. Comemos algumas fatias de pizza e finalizamos uma temporada inteira de nossa série.

Era incrível ver como elas me faziam esquecer de meus problemas tão facilmente.

Mesmo que no fundo eu saiba, ele estava voltando á ser como era antes, ou melhor dizendo, cem vezes pior. E nem mesmo eu seria capaz de tirar isso dele futuramente.