BaekHyun
Os dias passavam e eu continuava empacado com o final do livro. Não que eu já não tivesse com todo o final em mente, eu só não conseguia finalizar, passar para o papel, ou melhor para o notebook.
E falando neste, ei estava com ele em meu colo e o olhando fixamente. Não, eu não estava escrevendo. Eu estava assistindo série.
Como estava sem a mínima criatividade para escrever, aceitei a proposta de SeHun em assistir a maratona especial de Supernatural.
E lá estava o bendito vindo com a pipoca, que agora não saía do meu apartamento. Mas eu preferia assim. Era bem solitário ficar naquele lugar sem companhia.
Mas a vida tinha dessas. Algumas pessoas eram felizes com o amor de sua vida e outras eram felizes com seu amigo. O meu caso, obviamente, era o segundo.
SeHun era uma pessoa bem… peculiar. Era alegre, às vezes bobo e esquisito. Bem esquisito. Mas eu o amava. Ele era diferente, único. Não tinha como passar dez minutos ao seu lado sem sorrir ao menos uma vez. E eu adorava isso nele.
A criatura sentou/se jogou ao meu lado no sofá. Porém, ele não derrubou uma pipoca sequer. Se tinha uma coisa que SeHun detestava era desperdício de comida.
Passamos praticamente toda a tarde assim; jogados no sofá, comendo pipoca e bebendo refrigerante. Só levantamos para ir ao banheiro.
Porém, mais tarde eu tive que levantar e colocar uma roupa mais quente, devido ao frio.
Estava caminhando pelo pequeno corredor que levava ao meu quarto quando encontrei os sapatos de SeHun no meio do caminho. Segui o meu caminho em direção ao quarto.
– Sehun! Vem aqui! Rápido! — Estava gritando desesperadamente como se tivesse visto uma barata.
Sim, é completamente assustador encontrar uma barata. São criaturas demoníacas que, mesmo sem cabeça, sobrevivem até sete dias. Bizarro.
– Baekkie? O que houve, BaekHyun? — SeHun apareceu na porta do meu quarto, totalmente esbaforido.
– Você não vai acreditar no que eu acabei de ver. — Reprimi a imensa vontade de rir de sua cara e fingi seriedade e medo.
– O quê, BaekHyun? Fala logo! — Ele já se encontrava impaciente com todo o meu suspense.
– Eu vi lá no corredor… — Falei ainda com o semblante desolado, como se ainda não acreditasse no que havia visto.
– Cara, se você não falar logo, eu juro que… — SeHun disse ao passo em que se aproximava lentamente de mim, numa tentativa de me intimidar. Porém eu o cortei.
– Eu vi os seus sapatos no corredor, SeHun. — Ditei e não consegui segurar a risada que se desprendeu de minha garganta.
– Ora seu… — Ele me olhou furioso e rodou os olhos por todo o quarto à procura de algo para jogar em mim.
SeHun girou sobre seus calcanhares, mas nada encontrou. Ele se curvou e tirou seu chinelo e o jogou em minha direção.
Porém eu tinha um ótimo reflexo e desviei do mesmo. O chinelo passou ao lado de minha cabeça e atravessou a janela. Obviamente, um sorriso vitorioso adornou meus lábios.
– Vai buscar, Byun. — Sua expressão não era nada boa. Mas não dava pra levar à sério.
Arqueei uma sobrancelha e o encarei com uma expressão desafiadora. Ele não estava em posição para exigências.
– Ou o quê, Sehunie?! — Perguntei. Sua expressão logo foi substituída por uma de frustração.
– Por favor, BaekHyun. Pegue o meu chinelo, por obséquio. — Disse ele. Como sempre, ele tinha que fazer uma gracinha, então usou um tom de súplica em seu dito.
– Sem exageros, certo?! — Disse enquanto passava por si numa distância segura.
Saí do apartamento e entrei no elevador. Sempre me perguntei como seria ficar preso em um, mas não queria ter que passar por algo parecido.
Já no térreo, saí do elevador e fui procurar pelo calçado de meu amigo. O encontrei um pouco à frente do edifício, no asfalto.
Olhei para um lado e logo em seguida para o oposto. Como nem veículo vinha em minha direção, caminhei pelo asfalto e apanhei o chinelo.
Estava levantando meu tronco quando o som de algo sendo freado, seguido de uma buzina, invadiram meus ouvidos.
Ainda atônito e com o coração batendo à uma velocidade até então desconhecida, olhei em direção ao que quase havia me atropelado.
O motoqueiro desceu da moto e seguiu em minha direção. Quando perto de mim o suficiente, ele retirou o capacete e me fitou dos pés à cabeça.
Seus cabelos prateados contrastavam com seus olhos da cor da noite. Suas orbes era grandes e me pareciam infindas. Se assemelhavam à duas galáxias.
Ele se aproximou ainda mais e só então pude notar a diferença gritante de altura que havia entre nós. Ele parecia um tanto quanto intimidante com todo aquele tamanho.
– Deveria olhar antes de atravessar, baixinho. — Eu não conseguia acreditar. Além de quase me atropelar, ele ainda tinha a audácia de me chamar de baixinho?!
– Eu olhei, grandão. — Proferi carregado de sarcasmo.— Mas você apareceu do nada.
– Tudo bem, então. — Ele voltou a colocar seu capacete e, antes de subir na moto, bagunçou meus cabelos. — Só tome mais cuidado, sim?
Ainda surpreso com a sua reação, o assisti adentrar a garagem do prédio de onde eu morava. Não dei muita importância e adentrei novamente o prédio.
Acionei o botão do elevador e, enquanto o esperava descer, o porteiro me chamou e avisou sobre uma reunião que haveria no dia seguinte com o síndico.
O cortei e disse que compareceria à tal reunião e adentrei o elevador que já estava prestes à se fechar.
Levantei o olhar para a agradecer a pessoa que jazia ao meu lado e que havia segurado o elevador para mim.
– Obrigado por segurar o elevador. — Não sustentei o olhar por muito tempo simplesmente por ser o mesmo cara da moto.
– Não há o que agradecer. — Sua voz grave soou em meus ouvidos, praticamente me obrigando à fitá-lo.
Ele então permitiu que um largo sorriso adornasse seus lábios carnudos e vermelhos. Ele era bonito. Muito bonito.
Permanecemos em silêncio até que as portas do elevador se abrissem. Me dei conta de que não havia apertado o botão do meu andar. Porém, ao olhar para cima, me dei conta que estava exatamente nele.
Saí do elevador e notei que o “grandão” fazia o mesmo. Segui até a minha porta e notei que seus passos haviam cessado quase ao mesmo tempo que os meus.
Virei a cabeça para o lado e o encontrei tirando um molho de chaves do bolso de sua calça. Antes que voltasse a minha atenção à porta à minha frente, fui pego no flagra encarando-o.
– Então você é o novo vizinho… — Ele veio mais uma vez em minha direção e me estendeu a mão.— Me chamo ChanYeol. Park ChanYeol.
Desviei meu olhar de sua boca e encarei a sua mão. Ao perceber que estava agindo como um idiota, logo apertei sua mão, cumprimentando-o.
– BaekHyun. Byun BaekHyun. — Lhe mostrei um belo sorriso. Mesmo sem um motivo para sorrir, meu sorriso não era forçado.
– É um prazer, BaekHyun. — Ele disse. Soltou o aperto de nossas mãos e voltou para frente de sua porta. — Se precisar de algo BaekHyun, não hesite em vir aqui.
Sorri e adentrei o meu apartamento.
– O prazer foi meu, Chanyeol. — Sussurrei ao léu meus pensamentos e fechei a porta atrás de mim. — O prazer foi todo meu...
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