1. Spirit Fanfics >
  2. The Birth of an Angel >
  3. Dezesseis anos

História The Birth of an Angel - Dezesseis anos


Escrita por: YukariKitsune9

Notas do Autor


CHEGUEI /o/
E hoje lançando mais um capítulo com um salto temporal bem alto.
E agora já anuncio que estamos chegando na reta final da historia ;3
Preparem-se para muita emoção hehehe~

O capitulo será narrado pelo Nagisa

Boa leitura a todos o/

Capítulo 66 - Dezesseis anos


Caminho por entre as areias de uma pequena praia, mesmo local onde na dimensão anterior eu havia tentado uma última vez encontrar um motivo para viver, nas mesmas areias onde desesperado eu o chamei. Ainda era bem cedo e por conta disso toda a cidade estava ainda vazia, e consequentemente tudo estava bem silencioso.

Ao meu lado Shinji caminhava calmamente, segurando um pequeno arranjo floral branco que tinha acabado de comprar. Os lírios brancos balançavam com a brisa leve que se fazia presente no momento, e ao mesmo tempo fazia-se exalar um leve perfume que elas possuem.

-Acha que apenas essas já serão o suficiente? – pergunto curioso enquanto olho distraído para o céu meio rosado.

-Sim, não é necessário dar algo tão grande assim. – ele responde enquanto ajeita um pouco o cabelo, que agora estava com um comprimento que alcançava o topo do peito. Depois de um tempo ele simplesmente desistiu de continuar cortando os fios já que dava trabalho demais, além de ser meio caro.

Ao mesmo tempo eu também mexia nos meus próprios cabelos, que agora tinham crescido mais um pouco, o suficiente para quase alcançar a metade de meu peitoral. Poder sentir eles dessa forma ao vento é divertido, por isso nem reclamo muito do quão trabalhoso é cuidar desse monte de fios.

-Está se sentindo bem hoje? – ele pergunta um pouco curioso.

-Sim, não me sinto cansado. – respondo calmo antes de voltar meu olhar para ele e sorrir.

Já estou perto de completar o nono mês de gravidez agora, o que significa que falta muito pouco para o parto agora. Como consequência de estar com a barriga bem maior e tendo que sustentar uma criança dentro de mim, eu venho me sentindo muito mais cansado ultimamente.

Sinto que ando forçando um pouco as minhas pernas para conseguir caminhar também, por isso ando evitando caminhar por longos períodos de tempo. Sempre que tenho a possibilidade, uso apenas meu campo A.T. para me mexer, coisa que venho fazendo sempre em meu quarto mesmo para as tarefas mais simples.

Shinji vem fazendo o possível para me ajudar sempre que pode, e por conta disso vem se sentindo mais cansado também. Às vezes ele chega até mesmo a dormir muito mais cedo por conta de estar sempre fazendo algo além dos seus treinos de sincronização, aulas e terapias constantes.

Por conta disso já devem fazer quase dois meses que paramos de ter sexo. Devo admitir que sinto muita falta daquilo afinal sempre me fazia muito bem, mas compreendo que Shinji não é um anjo como eu e se cansa rápido. Além disso, eu também não tenho mais tanto folego para realizar esse ato então só me resta esperar esse período finalmente acabar.

-EI IKARI!! – conseguimos ouvir alguém gritar e em pouco tempo conseguimos ver Makoto e Kenji acenando para nós dois, e pelo que deduzo o último é que chamou Shinji.

-Já estão todos aqui, se apresse!! – Makoto gritou enquanto ajeitava o buque nas mãos dele.

-Já vamos!!! – Shinji grita em resposta, mas não acelera seus movimentos.

Ambos continuamos caminhando no mesmo ritmo de antes, afinal não posso simplesmente sair correndo do nada. Demoramos um pouco, mas em poucos minutos finalmente chegamos ao enorme penhasco onde os dois estavam nos esperando.

-Até que enfim baka Shinji. – Soryu comenta enquanto se aproxima de nós. Ela estava junto de Ayanami e Hikari, todas vestindo um vestido branco simples. – Mais um pouco e a gente teria que caçar vocês dois de novo.

-Só demoramos porque a florista estava sem buques prontos. – Shinji responde calmo antes de voltar o olhar para sua esquerda.

Lá estavam o comandante, o subcomandante e a tenente-coronel Katsuragi, todos com seus respectivos uniformes militares. Um pouco mais afastados deles estavam Maya, Aoba e Hyuga, este último que tinha acabado de ser condecorado como capitão da Nerv.

Meu irmão, Hana e Kensuke estavam um pouco mais afastados, e também estavam vestindo roupas brancas. E já mais próximos da beirada do penhasco estavam ambas as doutoras Mari e Ritsuko, vestindo elegantes vestidos brancos com seus jalecos estando por cima.

-Bom já que estamos finalmente todos aqui, então podemos começar. – Katsuragi dizia enquanto se aproximava da beirada da enorme pedra na qual estávamos pisando. – A todas as almas falecidas nesse dia a dezesseis anos atrás, tenham nossa oferenda.

Treze de setembro, o fatídico dia que ocorrera o segundo impacto, esta era a data de hoje. Um dia que para os lilins se tornou um símbolo de morte, e para nós anjos um medo do desconhecido. Dezesseis anos já se passaram, e hoje ao menos, nenhum dos dois lados está mais se enfrentando, ao menos no caso de mim, Armisael e de todos na Nerv. E hoje os lilins vieram para homenagear todos que se foram nesse dia, e nós anjos trouxemos nossas desculpas.

A tenente-coronel Katsuragi remove a embalagem que protegia as diversas flores, e depois com a ajuda do vento as joga no mar. Cada flor voou longe separadamente, se espalhando pela imensidão dessas águas. Depois disso todos os outros adultos fizeram o mesmo, jogando os lírios ao vento, criando uma chuva de pétalas brancas e finos caules esverdeados.

Por último os pilotos presentes, exceto Ayanami, se aproximaram da beirada do penhasco, enquanto os adultos se afastavam dela. Shinji fora o primeiro a abrir o buque de flores e depois as jogou no mar, sendo seguido por todos os pilotos logo em seguida. As flores se espalharam sobre a água e em pouco tempo aquele pequeno trecho estava recoberto pelas plantas esbranquiçadas.

Todos logo se afastaram da beirada, e foi a vez de mim e Armisael nos aproximarmos do final do penhasco. Meu irmão carregava duas rosas brancas na mão direita, e me estendeu uma delas. Ambos focamos nosso olhar para o imenso horizonte a nossa frente. Eu sabia que tínhamos os mesmos pensamentos naquele momento, afinal havia apenas um motivo pelo qual estávamos presentes neste penhasco.

Fechamos nossos olhos e em silencio fizemos um pedido para as almas, para perdoar nossa espécie. Algo para todos que se foram por conta do segundo impacto, um conforto, uma promessa de não repetição dos mesmos fatos de hoje em diante. Depois disso jogamos as flores no mar para acompanhar os lírios já antes oferecidos.

Por fim Ayanami se aproximou de nós, carregando um enorme buque repleto das mais variadas flores coloridas. Se pondo no meio de nós dois ela ficou bem na ponta do penhasco, e assim que fez uma pequena prece, jogou todas as flores de uma vez. O vento as carregou e espalhou por toda parte, até o instante que todas tocaram o mar.

-Ao menos isso deve dar algum conforto. – Shinji comenta num tom de voz bem baixo enquanto eu me afastava da beirada do penhasco.

-Talvez, não apaga o fato de que muitos morreram, mas é o máximo que nós todos podemos fazer. – Katsuragi comenta enquanto cruza os braços e encara o horizonte, e pelo que eu conseguia reconhecer ela devia estar pensando em alguém que perdeu para a morte.

-Bom já que fizemos nossa homenagem, deveríamos retornar a base, certo? – Mari-san diz antes de começar a caminhar para fora da formação rochosa.

Todos nós concordamos com ela, e aos poucos íamos afastando do penhasco em pequenos grupos. E como tem sido ultimamente, meu irmão estava perto de Hana, o que nem sequer era uma surpresa para nós agora. Desde aquele dia ele tem se aproximado bem aos poucos dela, e pelo que pude perceber de certo modo ela começou a confiar mais nele.

Ainda não fora o suficiente para ela contar a doutora Akagi tudo o que aconteceu com ela, mas ao menos do pouco que consigo notar, Hana parece um pouco mais feliz ao lado do meu irmão. Sendo sincero, a única coisa que me surpreende nele é o fato de estar interagindo muito bem com os amigos de Shinji agora, ele até mesmo concorda em sair com eles de vez em quando.

-Nagisa, como está hoje? – a doutora Akagi pergunta enquanto se aproxima de mim e Shinji.

-Bem eu diria. – respondo antes de apoiar minha mão canhota na barriga. – devo admitir que caminhar tanto me cansa um pouco, mas consigo aguentar até retornamos à base da Nerv.

-Hm, não se esforce mais do que necessita. Sabe que caso precise nós chamamos um transporte. – ela diz parecendo um pouco preocupada.

-*Riso* não se preocupe, não irei fazer nada que seja desnecessário. – comento antes de passar meu braço direito sobre os ombros de Shinji.

-E eu ficarei de olho para que ele não faça de todos os modos. – Shinji comenta enquanto cruzava os braços. – Enfim, quando vai ser a próxima consulta?

-Se tudo der certo, nesse sábado já farei a última checagem. – a doutora afirma confidente antes de voltar o olhar para frente. – Os dois devem estar bem ansiosos agora.

-Sim, eu nem imaginei que esses meses fossem passar tão rápido. – concordo meio risonho.

-Sendo sincero sinto como se tivesse apenas passado algumas poucas semanas desde que ele me contou da gravidez. – Shinji diz meio envergonhado antes de me voltar um olhar gentil.

-Cara os dois tão melosos demais ultimamente ou é impressão minha? – Makoto diz num tom de zombaria enquanto nos olhava meio irônico.

-Deixa os dois quatro olhos, é a gravidez que subiu a cabeça deles. – Soryu comenta brincando enquanto dava um tapão nas costas de Makoto, que quase tropeçou por conta disso.

Tanto eu como Shinji só conseguimos rir vendo toda aquela cena que eles estavam fazendo. Os outros pilotos também riam da situação de forma bem descontraída, os únicos se mantendo calmos sendo meu irmão e Hana. Os adultos em sua maioria já estavam um pouco afastados de nós, mas pareciam estar se divertindo com tudo também.

-Ei, aquilo não é uma estátua? – Kenji comenta enquanto aponta para algo que estava na água, não muito distante da praia.

Logo que ele havia dito isso todos nós voltamos nossas atenções para aquela estranha estátua, e caminhamos até ela. Consegui distingui-la apenas quando me aproximei o suficiente dela, quase até mesmo entrando no mar. Era uma estátua de uma criatura que eu reconhecia como os anjos de uma das culturas lilim.

Asas longas que se estendiam pelas laterais de seu corpo, ao qual estava inclinado em direção à água, ao ponto de as mãos e parte do antebraço estarem submersas. Mas algo que cheguei a estranhar um pouco foi o fato de a cabeça dela estar intacta, inclusive sua auréola. Não entendo muito bem o porquê desta sensação, porém sinto que não deveria estar assim.

-Não me lembrava de ter algo assim aqui. – Katsuragi comenta um pouco intrigada.

-Talvez a maré alta a esconda durante o dia por isso nunca a vimos. – Mari-san diz parecendo bem tranquila, enquanto guarda ambas as mãos nos bolsos do jaleco.

-Mas é estranho, não parece que ela tem uma aura esquisita? – Soryu comenta um pouco intrigada.

Ela não parece ser a única a pensar desta forma, e um dos primeiros a tentar descobrir o que era essa sensação estranha foi Armisael. Ele entrou no mar do nada e começou a se aproximar da estátua bastante despreocupado, e em pouco tempo chegou bem perto da obra de pedra.

Ele a observava de modo bem peculiar, porém depois de um longo tempo analisando parece ter desistido de encontrar o que causava tanta estranheza. Ao menos achei isso, antes de ele apoiar uma das mãos sobre um dos braços da estátua. Armisael arregalou os olhos por poucos segundos, porém pelo visto somente eu notei isso já que ninguém o questionou.

-Parece ser uma estátua normal, deve ter sido apenas impressão sua. – ele comenta indiferente antes de sair da água, nem mesmo parecendo que estava surpreso anteriormente.

-Se molhou ai por nada então. – Kenji comenta um pouco zombeiro.

-É apenas água, nada demais. – Armisael diz um pouco confuso com o questionamento. – Até que cheguemos à base já estará tudo seco de todos os modos.

-O problema nem é esse. Vai ficar com o pé frio se ficar andando assim por ai. – Makoto conclui antes de todos nós voltarmos a seguir nosso caminho.

-Não consigo compreender porque tanto se preocupam com isto. – meu irmão realmente ainda tem muito a aprender, mas acho que ao menos o fato de ele estar mais curioso já seja um grande avanço.

Então uma brisa fraca começou a recobrir tudo, e por instinto voltei meu olhar para a estátua atrás de mim, embora não tenha parado de seguir meu caminho. Essa pedra em forma de anjo tenho a impressão de que ela significa algo importante, alguma coisa que talvez eu devesse ter conhecimento, porém por algum motivo não consigo me lembrar de nada.

-O que foi Nagisa? – Shinji me pergunta preocupado.

-Não é nada. – respondo antes de apoiar minha cabeça sobre o topo da dele. – Só tenho a impressão de que aquela estátua signifique algo maior do que aparenta.

-É...sinto como se algo fosse acontecer apenas por a ter visto. – ele comenta um tanto nervoso.

-Pode ser muito bem impressão nossa também, não deixe isso subir à sua cabeça. – falo antes de o abraçar com mais força. – Vamos, melhor nos preocuparmos com coisas mais triviais por hora.

-Tudo bem, acho que devo estar exagerando mesmo.

.

.

.

Depois de um longo tempo caminhando todos nós finalmente conseguimos retornar a base da Nerv, e pela movimentação que ocorria pelos corredores já devia ter começado o horário de trabalho dos funcionários. No entanto todos nós fomos direto para o refeitório comer alguma coisa já que tínhamos apenas acordado e ido direto para a homenagem.

As adultos se reuniram em uma mesa ao lado de onde nós pilotos ficamos sentados, e durante vários minutos ficamos todos conversando despreocupados. Nada de demais vem acontecendo nas últimas semanas então nem precisamos nos estressar com nada, o que sendo sincero é uma das melhores coisas que poderia ter acontecido.

-Ei Koichi, não vai comer nada não? – Kensuke pergunta enquanto ajeita seus óculos no rosto.

-Estou sem apetite hoje. – ele responde de forma neutra antes de pegar uma moeda e comer a ficar jogando ela.

-Vai acabar desmaiando um dia desses se ficar pulando refeições desse jeito. – agora era Makoto que falava, e assim como Kensuke também ficou ajeitando os óculos.

Tenho a impressão que deve ser algum hábito comum que lilins que utilizam óculos devem ter, porque até hoje quase todos os que pude conhecer costumam ter o hábito de ficar mexendo neles em momentos bem aleatórios.

-Possuo uma resistência maior que a de vocês, não há necessidade de se preocuparem com isto. – meu irmão continua a dizer meio distraído.

-Não há problema em pular uma refeição assim, mas ao menos coma algo no almoço. – recomendo enquanto já deixava meu prato de comida no meio da mesa.

Devo admitir que ficar me forçando a comer às vezes é meio chato, por isso nem reclamado das atitudes de Armisael. Tirando a comida de Shinji e essas saladas super nutridas que eles nos preparam, o resto costuma ser meio indigesto para mim, e completamente desnecessário já que nem sequer absorvemos direito os nutrientes da comida deles.

-Verei se o farei. – meu irmão fala dando de ombros antes de parar de jogar a moeda, a guardando no bolso de sua calça logo em seguida. – Mas mudando de assunto, gostaria de conversar contigo em particular irmão.

-Não será problema. – respondo um pouco confuso, e também curioso já que queria saber logo sobre o que ele tanto queria falar.

-Se vão sumir pra algum lugar ao menos se lembrem de aparecer no jardim mais tarde. – Soryu fala de modo bem sério. - Não se esqueçam que combinamos isso já tem um mês.

-Pode deixar que não iremos simplesmente evaporar, Soryu. – eu asseguro antes de dar um beijo curto na testa de Shinji. – Volto logo.

-Tudo bem, estaremos os esperando no jardim. – Shinji diz calmo antes de retribuir meu gesto com um beijo na bochecha.

Eu e Armisael nos retiramos da mesa um pouco depois de ele se despedir de Hana, e logo meu irmão me guia em direção à ala onde ele costumava viver antes de começar a conviver normalmente entre os lilins. Ele procurou por sua sala e assim que a avistou abriu a porta e pediu para que eu entrasse.

Ao adentrar o cômodo percebi que tudo continuava no mesmo lugar, e apesar de estar intocado nas últimas semanas não havia sequer sinais de poeira. Bom talvez isso se deva ao fato de que existem poucas mobílias aqui, e os funcionários da limpeza costumam passar nessa área o tempo todo mesmo que ninguém esteja aqui.

-O que queria me dizer Armisael? – pergunto um pouco curioso.

-É sobre aquela estátua estranha. – ele comenta antes de remover as partes superiores de suas roupas. Em pouco tempo ele liberta seu segundo par de braços e os estica, fazendo seus ossos estralarem bem alto.

-Então você realmente tinha percebido algo naquela hora. – no final das contas não foi apenas impressão minha.

-Exato, havia uma energia bizarra sendo emanada dela. Não parecia ser perigosa, no entanto.....aquilo era muito mais poderoso que qualquer um de nós anjos. – ele diz agora num tom muito sério enquanto cruzava seus pares de braço.

-Tem certeza disso?! – pergunto surpreso, afinal isso teoricamente deveria ser impossível.

-Tenho.....no entanto o que mais intriga é o fato de que já tinha sentindo uma energia similar anteriormente, porém mais fraca.

-Espera, quando? – pergunto agora ainda mais confuso.

-Lembra-se de quando os lilins nos fizeram ir até aquele templo em meio às montanhas? Tu deve ter percebido também que aquele local estava rodeado de almas eremitas poderosas. – Armisael comenta antes de se acomodar na cama que havia no local.

-Sim me recordo disso, a maioria delas parecia pertencer a lilins, embora eu tenha notado que a alma de nosso irmão Shamshel também estivesse perambulando por aquelas redondezas. – comento me lembrando feliz daquele dia, afinal mesmo com todas as dificuldades, eu tinha me divertido bastante.

-Dentre todas estas almas havia uma muito esquisita, não parecia ter nenhum gênero específico nem mesmo espécie. – ele diz antes de se jogar sobre o colchão e encolher sobre ele. – Não era lilim nem anjo, no entanto achei que deveria ser apenas impressão minha, portanto nem lhe informei sobre isso.

-Entendo....e agora sentiu essa mesma presença na estátua. – agora estou me sentindo ainda mais intrigado, porque apesar de ele dizer que sentiu essa alma no templo eu nem sequer a percebi naquele dia.

-Parece ser inofensiva já que não representa nem bem nem mal, é completamente neutra. A meu ver deve ser apenas um espírito vigilante que nem sequer consegue manifestar-se em nosso mundo. – agora meu irmão falava de forma mais descontraída enquanto me encarava.

-Mas se seria apenas um espírito vigilante, por se manifestar num templo e naquela estátua? – normalmente almas aparecem em um único local, não em tantos lugares assim.

-Talvez....dentro daquele templo realmente tenha o que os lilins denominam como tesouro. – ele diz meio perdido em seus próprios pensamentos. – Já imaginaste que talvez haja uma relíquia naquele local que poderia mudar nosso destino?

Um tesouro que poderia mudar nosso rumo, parece difícil de acreditar que algo assim possa existir. No entanto sendo algo vindo de Armisael eu não duvido nem um pouco que possa ser verdade, afinal ele possui mais conhecimentos que eu sobre esse mundo e os progenitores já que sempre viveu livre. Porém se um tesouro assim existe então porque nem sequer o avistamos quando estivemos naquele templo?

-Armisael, tem alguma ideia de onde poderia estar essa relíquia? – pergunto curioso, afinal se ele afirmou isso deve ter algo em mente.

-Provavelmente sim. – ele afirma num tom de voz meio neutro. – Deixe-me adivinhar, gostaria que minha pessoa a procura-se depois?

-Se pudesse me fazer esse favor.... – digo num tom bem calmo antes de me apoiar em uma das paredes. – Faria isso por nosso futuro?

-*Suspiro* não tem jeito, afinal não posso obrigar um anjo prestes a parir sua cria a realizar tal tarefa, e não seria aconselhável sair espalhando esta noticia para os lilins tão cedo também. – meu irmão diz antes de se erguer do colchão. – Irei realizar uma busca neste sábado, e caso encontre algo irei retornar para aquela estátua ver se consigo alguma reação.

-Obrigado. – digo sincero antes de me aproximar dele. – Bom será melhor retornarmos o quanto antes, nossos amados lilins devem estar nos aguardando.

-Fale por si irmão, não me envolva nisso. – Armisael reclama antes de esconder seu segundo par de braços.

Esse meu irmão continua sendo meio tolo por achar que engana alguém ao dizer essas coisas, mas acho que quase todos já notaram que ele está bem interessado na Hana. Como Kenji chegou a mencionar para mim e Shinji, Armisael age como se fosse um “tsundere”, só que com a diferença que ele não ataca a Hana diretamente apenas quem sai afirmando que ele gosta dela.

-Sabe não te faria nenhum mal admitir de uma vez que você gosta dela. – digo sincero antes de o ajudar a fechar a camisa.

-Tsc, pare de tentar sair empurrando essas coisas para mim. Não pretendo me arranjar algo que possa se tornar um problema futuramente. – ele reclama parecendo um pouco irritado, e até mesmo me xinga no nosso dialeto logo depois que acabar de falar.

-*Suspiro* está agindo como um tolo Armisael, se ficar ignorando esses sentimentos ai que irá se arrepender mais tarde. – afirmo preocupado antes de lhe dirigir um olhar sério. – Não cometa os mesmos erros que eu e Shinji fizemos na dimensão anterior.

Meu irmão começa a me encarar mais sério, parecendo incomodado com minha última frase. Ele sabia muito bem do que eu estava falando afinal ele viu todas as memórias de Shinji, tudo o que aconteceu entre nós por ficarmos ignorando nossos sentimentos. E sendo sincero eu só quero evitar de ver ele sofrendo da mesma forma que eu o fiz.

-Me escute Armisael, verá que vale a pena aceitar esses sentimentos. – afirmo confiante enquanto lhe dou uns tapas nos ombros. – Dê uma chance a essa sua nova vida, não vai durar para sempre afinal.

-.....*suspiro* tudo bem, pensarei no assunto. Mas se eu me ferrar mais tarde por conta de tuas ideias irei fazer questão de te infernizar por isto. – ela afirma enquanto fica me batendo com seu dedo indicador bem no meu externo.

-*Riso* trato feito então, e nem pense em quebrar essa promessa. – falo risonho antes de me afastar dele e ir em direção a porta.

Armisael apenas bufa antes de me seguir em silêncio, parecendo sem animo para ficar me contrariando. Nós começamos a caminhar pelos corredores vazios da Nerv, e depois de ficar neles por alguns minutos nós finalmente chegamos na entrada do jardim.

Esperando bem na frente da porta de vidro estava Mari-san, que parecia bem distraída com seu celular, nem mesmo percebendo a minha presença e a de Armisael. Dou uma pequena tossida para chamar sua atenção, e logo a vejo pulando de susto e quase derrubando o celular no chão logo em seguida.

-Ah os dois finalmente chegaram. – ela diz meio sem graça antes de guardar o aparelho no bolso do jaleco. – Estávamos ficando preocupados, demoraram bastante.

-Armisael só estava querendo desabafar um pouco nada demais. – digo dando de ombros, afinal não chega a ser uma grande mentira, afinal ele realmente o fez antes de sairmos do laboratório.

-Hm, bom se é apenas isso então fico aliviada. Vamos temos que nos apressar. – ela diz antes de abrir a porta de vidro e pedir para que a seguíssemos.

Eu e meu irmão nos entreolhamos por um tempo meio confusos, antes de seguirmos a doutora pelo jardim. Caminhamos por entre as árvores um pouco apressados, sem nem entender direito o motivo afinal eles apenas nos disseram que queriam passar o dia aqui depois das homenagens.

-Mari-san pra que tanta pressa? – pergunto bastante confuso enquanto tento a alcançar.

-*Riso* descobrirão rapidinho o que é, venham. – ela diz animada enquanto continua a caminhar de modo apressado.

Ficamos nesse ritmo doido por poucos minutos, mas era o suficiente para me roubar bastante energia. E quando estava pensando em parar de fazer aquilo por nem me aguentar em pé direito, nós finalmente chegamos na clareira onde ficavam as flores brancas do jardim.

Senti meu núcleo ficar cada vez mais leve conforme entendia o que estava acontecendo aqui. Todos os lilins que eram próximos de mim e Armisael agora estavam reunidos no meio da clareira, incluindo os lilins adultos como a tenente-coronel Katsuragi e o comandante Ikari, todos segurando buques de flores brancas, um símbolo singelo de que estavam aceitando a mim e meu irmão. E nos arredores haviam vários arranjos de mesas com um pouco de comida, tudo bem simples.

-Feliz aniversário, Nagisa, Koichi. – Shinji nos dizia com sua voz doce de sempre, enquanto estendia o braço direito na nossa direção, e logo em seguida todos os outros pilotos disseram a mesma coisa, e depois os adultos.

Eu só consegui pensar em correr até ele, antes de o abraçar com força, nunca esperei em vida que esse tipo de coisa pudesse acontecer comigo. lágrimas de felicidade me escapavam sem nenhum controle, e eu podia sentir o aconchegante abraço dele me envolver de uma forma carinhosa.

Consegui ouvir Hana chamar Armisael depois de um tempo, e do que pude ouvir ela foi na direção dele. Ergui meu rosto para poder ver meu irmão, e fiquei feliz ao ver que ele não rejeitou a aproximação dela, e aceitou as flores que lhe foram entregues. Consigo notar que ele está bem confuso com tudo isso, afinal não estamos acostumados a comemorar essa data, mas vejo que talvez ele siga meu conselho e tente aproveitar um pouco essa nossa nova vida como lilins.

-Não precisavam de tanto. – digo enquanto enxugava minhas lágrimas.

-Lógico que precisa Nagisa, é um dia importante afinal! – Soryu comenta enquanto me dava uns tapinhas nas costas.

-Não se pula uma data dessas de jeito nenhum! – agora Kenji falava de forma imponente.

-E todos gostamos de você e seu irmão por isso estamos comemorando. – Kensuke afirma antes de ajeitar os óculos, e ao mesmo tempo Makoto fazia o mesmo gesto.

Olho para todos os lilins a minha volta, tantos que me aceitaram. Uns ainda não sabiam a verdadeira identidade minha e de Armisael, outros mesmo sabendo me aceitavam e amavam por ser o que era. Me sinto tão feliz por ter aceitado continuar a viver, por ter escutado aquela voz num sonho tão lúcido e recomeçar tudo.

Me sinto feliz, hoje estar vivo ao lado de Shinji e tantas outras pessoas.

-Muito obrigado a todos. – digo ainda chorando antes de encarar Shinji. – E a você Shinji-kun por ser a melhor pessoa do mundo para mim, serei eternamente grato.

-*Riso* quem deveria dizer isso sou eu. – ele me diz antes de selarmos um beijo curto.

Depois disso comemoramos esse dia até anoitecer. Um que deveria ser para orar por tantos que morreram, terminou sendo de comemoração por dois seres que foram aceitos nesta sociedade.

Hoje é um dia feliz.


Notas Finais


Nada como voltar a um capitulo feliz depois do ultimo tenso XD
E sim dessa vez foi um belo salto temporal de mais de três meses :V
Não quero ficar enrolando demais agora que finalmente estou chegando no final dessa história, então pulei esses meses porque nem tinha muita coisa pra desenvolver, o necessário irá acontecer nesses próximos capitulos ;3

Enfim, Armisael Tsun tsun ainda não sabe lidar direito com amor huahuauhauhauh <3
É bem divertido trabalhar com ele por conta disso, XD
E Kaworu lógico super emocionado porque afinal ele já é um gravido de quase nove meses :P
O BABY ESTA VINDO POR SINAL \o/
Finalmente to chegando nessa parte da fic, não aguentava mais espera huahuauhahua.

Bom espero que todos se divirtam nesses ultimos talvez dez capitulos <3

Vejo vocês nos comentários o/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...