“Assim que entramos, desejei boa noite e me apressei para o quarto. Não queria correr o risco de me encontrar com Ian pela casa e, de repente... Não queria correr o risco!
Quando cheguei no quarto, fui rapidinho pegar meu celular, que estava apagado, como quase sempre. Eu tinha a estúpida esperança de que algo estaria ali – uma mensagem, talvez – depois do incidente com Ian na carruagem, mas não havia nada.”
–Perdida. (Carina Rissi)
Chaerin estava na porta do quarto de Harin observando-a pentear os cabelos brilhantes, quando a irmã finalmente se deu conta da presença da mais velha, se levantou da penteadeira com rapidez e alegria nos olhos e correu em direção à irmã. A mais jovem, apesar de passar grande parte da infância longe de Chaerin adorava tudo sobre a irmã, era como se fossem grudadas o tempo todo, quando na verdade se viam de temporadas em temporadas.
O abraço foi longo, a saudade era enorme para ser matada em um tão pequeno gesto, mas tiveram de se separar. Harin encarou o rosto jovem da irmã e sorriu.
–Você trouxe meu secador?
–Com tantas coisas para falar você lembra do secador. É por isso que eu nunca te levo pra nada. – Harin sorriu e apertou o rosto da mais velha – como andam as coisas aqui em casa? – Chaerin sussurrou.
Sabia que perguntar como andavam as coisas era algo sensível, ainda mais em um jantar para confraternizar, mas precisava perguntar, mas não à mãe, Chaerin a conhecia, provavelmente mentiria, amenizaria as coisas ou até mesmo mudaria de assunto para não preocupá-la. Se quisesse saber a verdade, teria de perguntar a Harin. E Harin era grata pela confiança, uma confiava na outra como se tudo se embasasse na fidelidade entre elas, então uma sabia tudo uma da outra.
–Nada bem – Harin começou depois de fechar a porta com cuidado – Papai tem tido reações alérgicas aos remédios, isso quando eles fazem efeito, cada dia que passa os médicos ficam mais preocupados com a possibilidade de uma cirurgia, que seria muito arriscado. Ele até deu uma melhorada nos últimos dias, mas sabe o que dizem não é? Mamãe tem tido crises de ansiedade por causa disso tudo, mas não gosta de admitir, é teimosa como você, quer fingir que está tudo bem. Eles tem sentido muito sua falta, mas toda vez que lembram do Sonny é uma falação dentro dessa casa. Você sabe que eles nunca aprovaram seu estilo de vida, e eles ainda tem muito daquela coisa de...
–Eu sei, e não me importa essa parte. Queria saber como estão eles, sobre mim é sempre a mesma história desde que contei tudo a eles, então nem me importo mais. Por isso não o trouxe hoje.
–Eles são muito corretos para aceitar isso, para eles é um tipo de trapaça, não sei...
–Isso não é problema deles, nunca foi. – Harin mordeu o canto dos dedos sabendo que estava entrando em um assunto proibido e delicado.
–Gostou da sua casa nova? – ela desistiu de tentar conversar sobre a relação Chaerin Sonny e voltou a se arrumar, depois do jantar levaria a irmã para conhecer um pouco da noite daquela cidade, e sabia exatamente onde a levaria.
–É ótima, já comprei todos os móveis, provavelmente chegarão amanhã ou sei lá.
O jantar na casa dos Lee foi mais agradável que as duas irmãs imaginavam, ninguém tocou nos assuntos desagradáveis que tangiam a realidade da família e todos estavam felizes contando histórias e sorrindo, até mesmo pareciam uma família tradicional. De tradicional aquela casa possuía apenas os pais, porque de dependesse das filhas nada seria como é de verdade.
Nenhuma das garotas é o que foram criadas para ser, desde pequenas se recusavam a seguir o padrão de donzelas indefesas que os pais tentaram ensiná-las a seguir. Harin ao menos entrou na faculdade como os pais desejavam, Chaerin sempre fora a rebelde.
Quando se mudaram para Los Angeles dez anos antes perceberam o quanto a filha mais velha queria sua liberdade, e seria indomável. Assim que chegaram na cidade Chaerin demonstrou o desejo de estudar em um colégio interno para moças no norte da Califórnia e não desistiu até que os pais dissessem sim. Depois disso foram notificados diversas vezes que a garota fugia do colégio durante a noite para se aventurar pela cidade. Fora todas as outras notificações de indisciplina e namoros as escondidas.
Chaerin não voltou com a família porque não queria interromper os estudos, mas na verdade estava ali pela aventura de comandar sua própria vida sem que seus pais estivessem por perto, assim conheceu Sonny e se tornaram de imediato melhores amigos.
Mesmo depois que Sonny começou a carreira e viajar por todo os Estados Unidos eles não se separaram, Chaerin sempre estava junto e assim se tornou uma das staffs.
A família se arrepiava com a história da mais velha, ainda mais depois que ela decidiu se casar com Sonny para possuir o Green Card e permanecer no país sem ter o risco de ser deportada a qualquer minuto. O que mais assustava a família não era nem mesmo a mentira por trás do casamento, mas a relação estranha da filha com o amigo homossexual. Dentro da cabeça dos senhor e senhora Lee casamento é algo que constituiria uma família independente de como ela se constituiria, ter uma filha casada com diversos namorados era estranho para o casal.
Chaerin já sabia o discurso dos pais, já conhecia todas suas opiniões e justamente por isso evitava entrar nesses assuntos. Todas as vezes que o assunto se desviava para ela, a profissão dela ou qualquer coisa sobre ela, Chaerin dava um jeito de voltar para a casa dos pais, para a realidade dos pais ou fatos da infância.
Após o jantar terminar e as conversas se tornarem cada vez menos agitadas as irmãs se despediram dos pais e foram para a boate que Harin havia indicado. Sonny já as esperava perto da casa noturna e as encontrou no caminho.
Depois de encontrarem Sonny tudo foi uma loucura, começando com um esquenta em uma loja de conveniências com algumas garrafas de cerveja e quase terminando ainda dentro da boate, da forma que a Lee mais velha mais gostava: com tudo rodando levemente, o estupor do álcool levando-a à loucura dançando com um homem alto, de corpo definido, olhos amendoados e um sorriso incrivelmente bonito. Finalmente alguém naquela cidade que ela não tinha nenhuma memória, mesmo que vaga, e que sabia aproveitar a festa.
Quando o convite finalmente chegou, para que eles fossem para a casa do homem para curtirem outro tipo de festa Chaerin apenas aceitou, mandou uma mensagem para Harin e Sonny e entrou no carro. Nem mesmo sabia se tinha escrito certo, mas o único trabalho que se deu no estado em que estava era em analisar o caminho para saber se tivesse problemas mais tarde saberia se virar para voltar para casa. E chegaram no apartamento não muito longe do que ela morava.
Não esperaram que o elevador parasse, a tensão sexual entre aqueles dois era enorme, Chaerin sentiu o corpo pesado do homem prensá-la contra a parede do elevador, as mãos foram presas no alto da cabeça por apenas uma das mãos do homem enquanto a outra a esquadrinhava como um todo. Chaerin confiou que ela seria aparada e enlaçou as pernas no tronco rijo do moreno quem tentava, em meio o turbilhão de sensações lembrar o nome. Yung, Young, Youngjae... YoungBae... Quem se importava com isso mesmo?
A sineta do elevador tocou e em segundos já estavam na sala do grande apartamento. A blusa do homem já tinha sido arremessada em algum lugar enquanto Chaerin recebia beijos furiosos ao longo de seu pescoço nu. Tudo foi muito rápido. Em instantes estavam ambos nus ainda na sala. Y – como Chaerin preferiu pensar nele – possuía um dos seios de chaerin na boca sugando de forma enlouquecedora enquanto tinha seu clitóris massageado com perfeição. Aquela era a primeira vez que uma primeira transa era realmente boa, e ainda nem tinham passado das preliminares.
Enquanto ela ia a loucura na mão e na boca daquele homem sua mão deslizou sorrateiramente pelo abdômen definido parando apenas no membro ereto, deu uma primeira acariciada, o tamanho não era muito grande e nem muito pequeno, e ela deu graças por esse detalhe, empenhou-se em masturba-lo até que chegasse em seu ápice, o que não demorou muito. Com um gemido alto Chaerin se desfez pela primeira vez na mão do homem, esperou até que seu êxtase se acalmasse e se afastou levemente do homem e se pôs de joelhos na frente daquele corpo e pôs-se a experimentar do que ele tinha a oferecê-la. Com auxilio da mão pesada ela fez seu trabalho.
–Estou quase lá – ele disse meio que querendo saber o que ela faria em seguida. Chaerin se levantou e continuou a masturbá-lo com a mão até que sentisse o líquido quente tocar a pele de sua barriga.
Então eles voltaram a se beijar e a se tocar e a experimentarem locais do corpo um do outro, quando ele estava pronto novamente não tardaram em pegar o preservativo, Y virou o corpo de Chaerin com agilidade e rapidez, deu-lhe um leve tapa na bunda e esperou que ela se apoiasse nas costas do sofá em uma posição meio debruçada e então a penetrou.
–Eu realmente não me lembrava de uma transa boa assim, fazia muito tempo – ela caminhou até a bolsa ainda sentindo a intimidade sensível – por mim continuava, mas foi um prazer – abriu a bolsa apanhou o maço de cigarros e o celular – se importa?
–Claro que não, se quiser passar a noite... Desculpe, é Chaerin não é? – Chaerin sorriu expelindo a primeira onda de fumaça.
–Se não for incomodar – disse acenando positivamente com a cabeça. – Você pode me arrumar água? Estou morrendo de cede.
–Claro... De onde você disse que veio mesmo? – perguntou Y enquanto ia para cozinha.
–Não disse... Eu morava aqui quando era pequena... – Chaerin começou a analisar as fotos dispostas sem nenhuma ordem ou critério sobre o móvel da sala. Haviam fotos do que poderiam ser os pais dele – Me mudei para os Estados Unidos na adolescência e nunca mais voltei – algumas fotos com uma mulher bem magra de cabelos curtos na altura do queixo, linda a mulher, parecia muito feliz ao lado de Y, mas só de ver Chaerin sabia que não era do tipo que ela costumava gostar – Voltei há poucos dias para visitar meus pais.
–Então está só de passagem? – ele retornou com um copo de água e uma taça de vinho.
–Ainda não sei, de passagem estamos todos por todos os lugares – Chaerin sorriu e voltou a analisar as fotos.
–Essa é minha meia irmã. O pai dela se casou com minha mãe quando ainda éramos bom novos.
–Ela é bem bonita, vocês se dão bem? – Chaerin aceitou a taça de vinho depois de terminar sua água, já sentia o corpo mole e sentiu o corpo nu de Y enlaçar o seu novamente com uma nova ereção começando a se formar.
–Sim, Kiko é bem difícil, sempre foi, mas eu acho que sou o único que consigo domá-la de alguma forma, nem mesmo o namorado dela consegue esse feito, então sempre apela para mim – roçando os lábios no pescoço de Chaerin apontou para um porta-retratos no centro da mesa, nele sorriam felizes Y, a mulher chamada Kiko e um rosto oval de olhos pequenos, nariz bem arredondado e lábios pequenos que no mesmo instante Chaerin reconheceu.
–JiYong – sussurrou mudamente sorrindo com a coincidência.
O coração palpitante, provavelmente era por causa dos toques de Y, e o desconforto em ver o sorriso feliz e o braço em torno da bela e magra Kiko era causado por causa do álcool certamente. Dez anos haviam se passado, claro que Chaerin não sentia mais nada por JiYong, claro que não.
Ignorando todos os pensamentos que insistiam em surgir na mente bêbada – mas não tanto assim – Chaerin virou-se para Y deixando que seus lábios fossem tomados com desejo.
Mas o que poderia vir depois desse beijo nunca passou de uma possibilidade, já que a campainha soou muito inoportuna interrompendo qualquer coisa que se desenvolvia naquela sala.
–Mas que porra... – Y reclamou ainda com os lábios colados nos de Chaerin.
–YongBae – a voz grave soou do outro lado da porta – eu sei que está na sala, não demore me deixe plantado aqui.
Chaerin revirou os olhos saiu correndo pegando suas coisas e seguiu pelo corredor com roupas, bolsa e sapato nas mãos, entrou no quarto e deixou tudo no Chão, ficou apenas com o celular nas mãos, mas é claro que apenas onze e cinquenta e nove da noite, nem Harin e nem Sonny haviam se dado o trabalho de respondê-la. E com o silêncio do quarto começou a ouvir, mesmo que sem querer a conversa na sala.
–Eu estou ocupado, JiYong, não tinha hora pior? – a voz abafada de Yongbae se infiltrou pelas frestas da porta. Só podia ser o destino, Chaerin transando com o cunhado do primeiro cara que transou na vida. E os dois juntos na mesma sala enquanto ela esperava nua no quarto, qual dos dois ela queria mais ver? Com certeza JiYong, mas era apropriado? Era certo? Claro que não, mas o que na vida daquela mulher era certo, ou pior apropriado?
– Eu precisava vir em um horário que Kiko não estivesse louca atrás de mim... Mas pelo visto não era só eu quem está querendo ver você nesse minuto – a voz mudada de JiYong Kwon tinha um tom sarcástico e provocador que Chaerin jamais conhecera.
–É realmente sério?
–Pode esperar até amanhã, me desculpe.
–Vá se foder – foi a última coisa que Chaerin pode ouvir antes de ouvir a porta se fechar e na sequência a porta do quarto se abrir e Yongbae entrar em seus Jeans e tronco marcado por unhas e chupões. – Me desculpe por isso... Eu não sabia.
–Não faz diferença, ainda está animado ou tudo isso vai nos impedir? – sorriu com malícia. Mesmo querendo ir atrás de JiYong, ver como ele estava e fazer algo que nem ela mesmo sabia o que, entregou-se mais uma vez ao homem que se despia pela segunda vez naquela noite.
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