História The btch girl next door - Capítulo VIII

“Enquanto eu continuava a pensar em como nós poderíamos estar hoje, a pensar se essa pessoa sentia minha falta como eu sentia a dela, se ela se imaginava nos melhores e piores momentos comigo ao lado ou se ela se lamentava, ainda que baixinho e a dizer para si mesmo, por ter me perdido... A minha vida estava a passar e a dela estava a seguir em frente sem mim”

–É melhor estar sozinho do que investir em algo sem reciprocidade. (Já foste)

JiYong pensava se estava fazendo a coisa certa, mas nesse caso existia certo e errado? Ele concluiu que não. Era apenas uma vontade que sentira de repente e cedeu a ela, e já não dava para voltar atrás. Aquele poderia ter sido o minuto mais longo de toda a história da terra, mas então JiYong ouviu o clique da chave e a porta se abriu.

Chaerin estava com o rosto todo amassado e com marcas de lençol de cama, ela vestia uma blusa enorme e branca e os cabelos platinados estavam emaranhados como uma juba por todo lugar. Ela não poderia estar mais sexy.

–Oi – JiYong sorriu com maldade, finalmente pode revidar todos os olhares de Chaerin, tendo, mesmo que fosse pela primeira vez, o fator surpresa. No rosto de Chaerin uma expressão de confusão e incredulidade se espalhou até que ela finalmente agisse de alguma forma.

–Como você sabe onde eu moro? – ela sorriu provocativa, mesmo tendo acabado de acordar ela conseguia ter as reações mais sóbrias e particulares que JiYong até se lembrou que ela era Chaerin Lee, ninguém mais nem menos.

–Eu tenho te espionado, na verdade – ele sorriu e ela coçou a cabeça abrindo passagem.

–Você, espionando? Agora a história verdadeira, por favor – JiYong entrou no apartamento bem mobiliado, tão bem, que juraria que Minzy a teria feito.

–Sou seu vizinho de porta, uma obra feita por sua mãe, descobri isso ontem. – completou ao olhar curioso de Chaerin.

–Maluco isso. Tem dois meses que eu estou aqui e nunca nos esbarramos por ai... Enfim... JiYong – mastigou o nome dele na boca como se quisesse há muito tempo dizê-lo. – O que o doce e pacato JiYong tem feito da vida?... Além do casamento, é claro. – JiYong notou a entonação diferente com a palavra casamento, mas não decidiu se deveria entrar nesse assunto ou não.

–Nada de mais... Trabalho, casa, casa, trabalho. Fiz direito na universidade e tenho uma firma agora, nada fora do normal – ele se assentou no grande e espaçoso sofá preto com almofadas brancas enquanto Chaerin permanecia em pé.

–Sabe, naquela época, se me dissessem isso, exatamente isso e dissessem que era o seu futuro eu não teria a menor dúvida de que era real. Você é previsível – Chaerin sorriu e entrou na cozinha. JiYong não sabia se deveria segui-la, pensou em ficar na sala, mas decidiu se levantar e mudou de cômodo olhando Chaerin manusear a cafeteira elétrica e abrir a geladeira pegando uma caixa de pizza de dentro. – já comeu?

–Sim... E você?

–Não comi, mas estou morrendo de fome.

–Não! Quero dizer, o que você tem feito da vida?

–Ah eu sou staff do Sonny, estamos sempre em turnê, mas tive que dar uma pausa por causa...

–Do seu pai.

–Isso. Estou sempre por ai, curtindo.

–Eu imaginaria isso para você também.

–Inclusive meu pai doente? – ela sorriu pegando uma azeitona de cima da pizza e a separando na tampa da caixa.

–Não... Claro que não...

–Estou só brincando com você, Ji. – JiYong parou por alguns segundos e sentiu raiva. Como ela agia com tanta intimidade tendo sumido por dez longos anos sem nunca ter mandado uma carta, um email, um sinal de fumaça? Eram dez anos de silêncio para de repente ela chamá-lo de Ji, como nos velhos tempos.

–Por onde você esteve?

–Já disse... – Chaerin percebeu para onde aquela conversa estava se encaminhando e se preparou.

–Você me entendeu, Chaerin. Num dia éramos melhores amigos, quem sabe até mais que isso, no outro você vai embora e... Desaparece, sabe como eu fiquei? Senti tanto sua falta... – Chaerin mordeu o lábio superior, não imaginaria que teria uma conversa dessas. Não com esse tom de mágoa reprimida por anos.

–Por que você não me mandou nada? Eu escrevi para você meu endereço nos Estados Unidos...

–Você está invertendo as coisas... –JiYong apertou o maxilar, claro que tinha pensado em mandar algo para Chaerin, diversas vezes, em diferentes momentos e fases de sua vida, mas simplesmente não tinha a coragem necessária para fazer.

–Sei que não é culpa sua, ou só minha, mas quando eu mudei decidi mudar tudo em minha vida, mesmo que isso incluísse deixar meus antigos amigos para trás... Não foi fácil Ji, nem um pouco, eu sentia muito sua falta, estava completamente apaixonada por você na época, eu fiquei mal por muito tempo. Mas é assim, eu não tinha planos de voltar, então não tinha razão para manter os laços.

–Foi difícil para mim... Eu amei você de mais, achei que nunca... Foi foda – Era complicado dizer aquilo em voz alta depois de tanto tempo, era como se algo estivesse finalmente voltando aos trilhos lentamente.  – Tentei te esquecer, procurei você em outras garotas, mas ninguém era nem ao menos parecido.

–E acabou com Kiko – Chaerin riu com a própria ironia, mas viu que deveria acabar logo com aquilo –Ji, isso não faz mais diferença, faz? Estamos aqui, na minha cozinha, depois de muito tempo... Acho que podemos simplesmente ficar bem de novo e conversar. – Chaerin sorriu pegando a mão de JiYong sobre a bancada.  O homem apreciou a maciez do toque por alguns segundos e enfim assentiu. – O que aconteceu entre você e SeungHyun Choi?

JiYong não esperava a pergunta tão de repente, nem mesmo sabia que Chaein tinha conhecimento dos acontecimentos de um ano atrás. Ele recolheu, mesmo que relutantemente a mão que ainda estava sob a mão pequena de Chaerin e ficou ereto encarando a mulher comer sem a menor sombra de constrangimento ao ver sua reação.

–Cidade pequena, os fatos correm. – disse a loira com paciência.

–Bem... Ainda é confuso... Lembro do dia exato em que descobri tudo. Kiko me ligou desesperada, ela estava no carro e chorava muito, eu mal conseguia entender o que ela estava dizendo pelo telefone, mandei que ela viesse para cá e quando ela chegou me contou ainda atordoada que tinha descoberto algumas fraudes de SeungHyun à minha empresa depois de ter visto ele e Daesung juntos aos beijos e quando ela disse que contaria à Sandara ele tentou forçá-la a transar com ele. Ela estava desesperada eu... Eu não soube bem o que fazer na hora eu liguei para Seung que pareceu surpreso e claramente fingia não saber do que eu estava falando e então... Brigamos feio desfizemos a sociedade que tínhamos desde que nos formamos na universidade e desde então não nos falamos...

–Estranho – Chaerin que ouvira tudo atentamente sem interrompê-lo – SeungHyun nunca me pareceu do tipo estuprador... Não que Kiko esteja mentindo, estupro, mesmo que só a tentativa é traumático... – Algo naquela história simplesmente não parecia certo – Mas passou não é?

–Passou. – confirmou categórico – Sua mãe... – JiYong não sabia como introduzir o assunto sem parecer xereta, então decidiu fazer como um curativo arrancá-lo de uma só vez – Disse que você se casou... Nunca imaginei você casada – riu pelo nariz para parecer descontraído, mas algo dentro dele, uma vozinha insistente, berrava para que ela desmentisse a história.

–Ah – Chaerin deu uma risada gostosa – Isso. Parece que é o único trunfo que ela tem para dizer sobre mim. Chaerin se casou... Definitivamente eu me casei, mas meu “marido” é gay. – ela parou de falar para analisar a expressão de extrema confusão que surgiu no rosto de JiYong e esperou que ele tirasse as próprias conclusões.

–Gay? Bissexual?

–Até antes de ele viajar na semana passada o apetite sexual era único e restrito a homens, pode ser que tenha mudado, mas não fiquei sabendo ainda – ela comeu o último pedaço da borda de sua fatia e voltou a caixa de pizza e azeitonas para a geladeira e acenou para que ele a seguisse para a sala.

–Desculpe, mas...

–É uma longa história, Sonny e eu, mas no fim meu visto de estudante acabou e então como éramos muito amigos e dividíamos apartamento, decidimos nos casar para que eu tivesse meu Green card. – a compreensão aqueceu o peito de JiYong de uma forma que ele preferia não descobrir a razão, mas por outro lado ele sentiu... alivio? – E Kiko? Com certeza há um motivo que não seja nobre, quem sabe um motivo normal para casamentos acontecerem?  – Chaerin pegou um maço de cigarros que estavam jogados na mesa de centro e acendeu um oferecendo a caixa para JiYong que aceitou de bom grado.

–Sabe, eu prometi a ela á uns meses que pararia de fumar... Mas nunca consegui, na verdade nem mesmo tentei, apenas não fumo perto dela. – não sabia o motivo de estar contando aquilo, mas viu o sorriso se formar, mesmo que tímido, nos belos lábios de Chaerin. Ele realmente não tinha notado o quanto os lábios dela pareciam bonitos assim de perto.

–E o que mais ela não sabe de você? – Chaerin estava mesmo sentada naquela posição virada para ele com as pernas descobertas por que era confortável ou para que ele pudesse a observar melhor?

–Que na noite em que eu conheci ela eu dormi com outra garota... Que eu gosto de ficar assentado na colina para pensar depois de um dia ruim... Que na verdade aquele lugar é o meu preferido da cidade inteira.

–Claro que ela deve saber, vocês devem ir até lá com frequência. – Ela mexia nos lábios com tanta leveza que era impossível não ficar olhando e olhando.

–Nunca a levei até lá... Se ela já foi, não fui eu quem levou. –JiYong sorriu.

–Por que? – Chaerin parecia já saber o que se passava na mente do homem e quando ele finalmente falou, a mulher já estava com os lábios a centímetros dos seus.

–Porque eu não consigo esquecer de nós quando vou até lá. – Chaerin sugou uma grande quantidade de fumaça e seu cigarro e olhando fundo dos olhos de JiYong como se o desafiasse a se afastar, assoprou lentamente a fumaça na boca entreaberta do homem, que fechou os olhos apreciando a sensação.

JiYong não soube bem como, mas quando deu conta de suas ações, suas mãos estavam prensando a cintura de Chaerin e a levando ao seu colo, ela riu soprado sem desviar os olhos dos dele e levou o cigarro aos lábios novamente enquanto JiYong perdia o resto de consciência que lhe restava. Ele deslizou as mãos pelas laterais do corpo de Chaerin até as coxas e se infiltrando por dentro da larga blusa subiu lentamente sentindo a pele arrepiada. Não havia familiaridade no toque, era como se ela tivesse um novo corpo, fosse uma nova mulher, muito melhor da que ele provara.

Chaerin largou o cigarro no cinzeiro ao lado do de JiYong e se curvou para frente e parou ao pé do ouvido de JiYong.

–Espero que dez anos tenham sido suficientes para você aprender algo – ela estava realmente o provocando daquela forma? As mãos de JiYong se fecharam fortes na cintura da mulher e seus lábios foram tomados por um beijo lascivo. As mãos de Chaerin caminharam até o cós da calça de JiYong e a desabotoou com as mãos levemente trêmulas.

–Tire a blusa – a voz de JiYong saiu rouca e autoritária, Chaerin jamais conhecera esse lado. Sorriu provocativa, seus lábios vermelhos pelo beijo davam um ar muito mais sexy ao ato, e lentamente deslizou o tecido até o topo da cabeça se livrando dela com um movimento de mão.

Os olhos de JiYong percorreram toda a extensão de pele bronzeada, a ausência de sutiã era um empecilho a menos para ele. Chaerin pegou as mãos de JiYong e as levaram até os próprios seios, ela estava ávida pelo toque, precisava senti-lo e não queria mais adiar esse momento, sua cabeça era uma multidão de pensamentos, e ela focou apenas nos que envolviam ela gemendo com JiYong em seu interior.

As mãos de JiYong tinham calos em áreas especificas que ao entrarem em contato com a pele macia de seus seios causavam uma sensação única e deliciosa, ele retomou seus lábios enquanto apertava cada um deles. As pernas de Chaerin tremiam com a sensação de cada toque que era intensificada pelo tecido grosso dos jeans de JiYong roçando em sua intimidade fracamente coberta por uma calcinha confortável.

Os beijos de JiYong desceram lentamente pelo pescoço, clavícula até finalmente chegarem aos seios rijos e sedentos de Chaerin, que suspirou tencionando as pernas podendo sentir todo o volume sob os jeans.

–Merda – JiYong suspirou ao sentir a vibração vinda do bolso traseiro da calça. Puxou o celular e viu a foto sorridente de Kiko ao seu lado – Oi – sua voz saiu ofegante, apesar de tentar se controlar. Chaerin se levantou sem se parecer afetar e pegou a blusa no chão, JiYong não queria que ela se vestisse, queria terminar o que começara, mas não podia negar que o ar da sala parecia sair de 40 graus para menos 5.

–Acabei de escolher as cores com Bae, os tecidos também, estou indo para sua casa agora, quer que eu leve alguma coisa? Vou passar no mercado agora. O que tem com você? Sua respiração...

–Estava cochilando, o celular me assustou. – Disse se levantando e viu Chaerin rir balançando a cabeça ao se dirigir para a cozinha agora vestida.

–Ah, me desculpe... E então vai querer alguma coisa?

–Ah só se você quiser alguma coisa especial, eu acho.

–Tudo bem, daqui a pouco eu estou ai... Yongbae está dizendo que também vai, tudo... tudo bem Bae, pegue o que quiser... Até então, beijo.

–Até. – JiYong afundou o rosto nas mãos, o que estava acontecendo mesmo?

–Está na hora de voltar para a vida real? –a voz de Chaerin o despertou dos pensamentos, ele não sabia se devia se desculpar, se deveria apenas levantar e sair ou qualquer coisa do tipo.

–É... – a única coisa que saiu de seus lábios foi isso. Ele se levantou e Chaerin se encaminhou para o corredor em direção aos quartos. Sem saber o que dizer mais, saiu do apartamento.