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História The Blind Audition - Me espera


Escrita por: Mtlx4Nerd

Notas do Autor


Hey, hey!! Demorei, mas voltei!

Queria aproveitar pra esclarecer algo que eu acho que não deixei muito claro, anteriormente. A cada capítulo, a história andou uma semana. Sendo assim, estamos na sétima semana. Vou tentar mencionar melhor o período de tempo a partir dos próximos.

Aviso dado, já podem prosseguir a leitura.

Capítulo 7 - Me espera


POV LEXA

 

- De jeito nenhum! Eu não vou fazer isso, já disse! - falei indignada.

- Mas, não vai ser nada além do que você já está fazendo... - ele diz irônico.

- Eu já falei que não estou fazendo nada. É do meu humor natural e da minha amizade com ela. - falei apontando o dedo. - E não vou fazer nada disso. Isso é forçar a barra e usar as pessoas.

- E você nunca fez isso por um acaso? - ele ironiza mais uma vez. - Qual é? Você vende sua imagem do jeito que quer por aí...

- Eu não vou mais discutir. Minha resposta é essa. - pausei. - E se achar ruim, me tire do programa!

Falei a última frase e saí batendo a porta, sem esperar resposta.

Quem esse produtor de merda acha que é? Eu nunca iria envolver Clarke numa farsa dessas, apenas para levantar audiência do programa. Eu sei que nossa interação anda causando burburinhos na internet, mas isso é algo que aconteceu de forma involuntária. Não foi proposital. Mas, aí aproveitar disso para fazer um circo para atrair atenção?

Jason que fosse à merda!

O programa rolava e eu mal abria a boca para tecer comentários sobre os concorrentes. Murphy e Anya já tinham perguntado, várias vezes, se estava tudo bem comigo e isso estava me deixando ainda mais irritada.

Entretanto, foi quando Jason desceu da sala de controle, indo até as nossas poltronas, que a coisa ficou feia. Ele veio direto na minha direção, me mandando parar de chilique e ser profissional. Para completar, ainda me chamou de revoltada, na frente de todos ali no estúdio. Engoli tudo calada, pois logo depois do sermão dele, avisaram que voltaríamos do intervalo em alguns segundos.

Todos estavam surpresos e confusos. Anya perguntara o que estava acontecendo e eu apenas viajava nos meus pensamentos.

A próxima apresentação era de Clarke. Minha cabeça girava. Eu mal conseguia prestar atenção e pouco fazia contato visual com ela. Mas, podia perceber que seu semblante estava confuso.

Por um segundo, passou pela minha cabeça que se eu fizesse o que Jason me pedira, ela poderia ser beneficiada nas votações. Mas, se ela soubesse disso nunca me perdoaria. Eu tinha certeza que Clarke jamais aceitaria fazer parte disso. Até pelo fato de que tínhamos conversado sobre a minha carreira e ela não tinha aprovado muito a forma como Costia conduziu algumas coisas.

Clarke era dessas pessoas que colocava seu caráter acima de todas as coisas e isso, era uma das coisas que mais me encantavam nela. Como ela mesma tinha me contado uma vez: "eu não vim ao programa para ficar famosa. Eu vim para tocar as pessoas com meu dom". E posso afirmar que estava conseguindo.

Era claro que ela também queria ganhar, mas não passaria por cima de quem ela era para isso. E nem precisaria.

- Lexa, o que dizer sobre a apresentação dessa jovem hoje? -  Lincoln perguntava.

- Ah... ela foi muito bem! – falei sucinta. Lincoln olhou para mim e ergueu as sobrancelhas, como se esperasse por uma continuação. Ou melhor, todos me olhavam surpresos.

- Ih, Clarke! Foi só colocar filhos e cachorro que a relação deu ruim? - Anya falou quebrando a tensão que eu tinha deixado no ar.

- Parece que sim. - Clarke falou rindo e arrancando mais risos da plateia.

Eu só pude dar um meio sorriso para ela e logo, Lincoln encerrou o programa pedindo que as torcidas votassem em seus favoritos.

Entrei no meu camarim, ignorando todas as pessoas que tentaram falar comigo no caminho.

Suspirei e me deitei no sofá. Minha cabeça doía e eu nem conseguia mais raciocinar tudo que tinha acontecido.

Ouvi batidas na porta e as ignorei. Em vão. Uma Anya, feito um furacão entrou com tudo.

- Mas, que porra foi aquilo? O que está acontecendo? Por que o Jason falou com você daquele jeito? - ela me metralhava de perguntas.

- Agora não, Anya. - falei, enquanto colocava as mãos na cabeça tentando amenizar a dor.

- Agora sim! Me fala! - fiquei em silêncio. - Você brigou com a Clarke também?

- O que? Claro que não! - falei ríspida.

- Por que tratou ela daquele jeito, então?

- Eu não a tratei mal...

- Fez pior, Lexa. Você foi indiferente, nem parecia que estava falando com ela. - a cada palavra que Anya me dirigia, parecia que um martelo acertava minha cabeça. - Foi ridículo! Semana passada você estava flertando com ela e hoje isso. Fala logo que porra que tá acontecendo e...

- CHEGA! - gritei e interrompi ela. - O Jason queria que eu flertasse com ela e se fosse o caso, que nós fôssemos um casal.

- Mas, o que... - interrompi ela de novo.

- Obviamente, eu não aceitei e estou puta da vida! Minha vontade era de avançar naquele cretino.

- Calma, Lex! Respira e me conta isso direito.

Fui contando tudo a ela. A medida que ela ouvia, ficava ainda mais chocada com aquilo.

- Que filho da mãe! Ele queria que vocês namorassem só por publicidade, então? - uma Anya chocada repetia a pergunta pela terceira vez.

Quando eu já ia responder, ouvimos batidas na porta.

- Quem é? - perguntou Anya.

- Sou eu, Clarke!

- É pelo visto, meu tempo acabou. Chegou mais uma e você vai ter que se explicar de novo. Beijos e me liga! - Anya se levantou e foi até a porta, abrindo-a. - Oi, Clarke! Tchau, Clarke! - falou Anya passando por ela que estava parada na porta. Mas, não sem antes sussurrar algo no ouvido dela.

- Entra... - falei e me sentei no sofá, dando espaço para ela que fechou a porta e sentou do meu lado.

- Você está bem? Eu soube que o Jason gritou com você no intervalo... - ela falou acanhada.

- Eu estou bem. Apenas, com dor de cabeça. - falei calma. - Eu... eu te devo um pedido de desculpas, Clarke. - falei e abaixei a cabeça suspirando.

- Tudo bem, não precisa, Lex. Eu imaginei que algo estivesse errado. - ela falou e sorriu de lado. - E você não fez nada demais.

- Fiz pior. Te tratei de uma forma que você não merecia. - eu falava baixinho, tentando não derramar as lágrimas que queriam vir.

- Ei, não fala assim. Não foi nada demais. Agora me diz o que houve. - ela disse e inclinou a cabeça com um olhar suplicante. - O que ele te disse para te deixar assim? - ela esticou seu braço e tocou seus dedos na lateral do meu rosto. - Com essa cara emburradinha... - fechei os olhos, sentindo a carícia e sorrindo de lado.

- Talvez, ele tenha dito algumas coisas ruins. Mas, esquece isso, é melhor. – falei desanimada.

- Olha, se você não quiser me contar eu respeito, mas não pede para eu esquecer, porque não vou. E bem... você sabe que uma hora ou outra, alguém vai chegar comentando. – ela fala com um semblante traquina.

- Bem, o Jason me chamou para uma reunião, alguns minutos antes do programa começar. – falei devagar, calmamente, tentando não me aborrecer com aquilo de novo. – Ele me fez um pedido absurdo. – falei mexendo a cabeça, em sinal de discordância. – Aquele idiota me pediu para que eu investisse na nossa interação no programa, porque fazia a audiência subir e as redes sociais bombarem, atraindo mais publicidade para o show. – eu disse e observei uma reação chocada dela. – E não parou por aí. Ele também queria que eu tentasse me envolver com você ou ao menos, te convencer a namorarmos até o fim do reality.

- Eu não acredito que ele pediu isso. Diz para mim que ele estava fazendo uma grande piada com você. – ela falou indignada. – Que filho da puta! E o que você disse para ele? Foi por isso que ele gritou com você? – ela questionou curiosa.

- Pois é, ele não estava de brincadeira. Por mais ridículo que pareça. – falei com desdém. – Óbvio que eu disse que não faria. Eu fiquei muito irritada e acabei deixando isso me afetar. – pausei. – Ele insinuou que eu já fazia isso e que não ia mudar nada para nós. Tem noção? Eu mal consegui prestar atenção na rodada de hoje e também não comentei muito as apresentações. Acabei deixando ele mais puto ainda comigo. Por isso os gritos.

- Que nojo desse cara! Sempre querendo usar as pessoas. Mas, você tem sua consciência tranquila e é isso que importa. Além do que, eu confio em você e sei que não faz para forçar nada. – ela falou calma. – E isso não pode te prejudicar? Ele te tirar do programa ou algo assim...

- Eu mesmo sugeri isso a ele. – falei rindo debochada. – No calor da emoção, acabei dizendo que ele me tirasse então. Mas, acho que ele não tem coragem para isso. No máximo, ele vai fazer de tudo para não renovar para a próxima temporada.

- Espero que ele não tire você, por picuinha. – ela falou e relaxou mais no sofá.

- Bem, eu não me importo. Mas, vamos deixar ele para lá...

Não sei porque, mas Clarke já tinha conseguido trazer meu bom humor à tona, novamente. Era incrível como alguns minutos de conversa me fizeram acalmar.

- E o Aden, como ele está?

- Ah, ele está ótimo. Até perguntou por você! Disse que está com saudades, vê se pode!? – falei arrancando um riso dela.

- Sério? Ouun, eu também estou com saudades dele. – ela falou, fazendo uma cara fofa. – Diga a ele que mandei um beijo!

- Acho que tenho algo melhor em mente. – falei sapeca. – Que tal almoçarmos amanhã? Aí você pode dar o beijo pessoalmente nele. – eu disse, a encarando.

- Eu adoraria! Só assim posso revê-lo. – sorriu gentil.

- Então, tudo combinado! Nós passaremos para te buscar por volta do meio-dia. Ele vai adorar saber que você irá almoçar conosco. - falei animada. – Vou te levar num lugar que é um dos meus preferidos e do Aden.

- Mas, não vai ter problema com os paparazzis? – ela perguntou incerta.

- Não, não. Esse lugar é super discreto. Eu sempre tomo todo cuidado do mundo ao ir lá. É um dos poucos que posso ir e levar o Aden. Ele adora o lugar! Tem um parquinho e tudo para as crianças.

- Posso imaginar... – ela falou rindo.

Nos despedimos e saímos do prédio, em direção ao estacionamento, quando bateram em meu camarim avisando que o motorista que levaria ela de volta ao hotel havia chegado. Mas, não sem antes trombarmos com o Jason passando na frente da minha porta. Ele nos olhou com um sorriso carregado de cinismo e seguiu o seu caminho.

A noite passou e um Aden, animado, pulou na minha cama me despertando. Quando eu contei a ele, ontem à noite, que almoçaríamos com Clarke hoje, ele ficou animado. Muito animado. Era encantadora a forma como ele falava dela. Desde o dia que ela dormiu aqui, na semana passada, que eles não se viam. E ele vivia me cobrando que eu a trouxesse para brincar com ele na piscina.

Pelo visto, ela encantou os Woods. - pensei sorrindo.

Balancei a cabeça, em negativa, espantando aquela ideia da mente. Clarke e eu erámos amigas. Além de que ela era heterossexual, até onde eu sabia. Eu não podia me deixar alimentar por algo que não aconteceria. Só em ter a amizade dela já era algo que me deixava imensamente feliz. Isso tudo, porque eu conseguia ver o quão genuína era nossa relação. Dava para perceber o quanto era real. Clarke me queria como amiga, não por eu ser uma pessoa famosa. Eu não precisava ser um personagem perto dela. Ela conseguiu conhecer a verdadeira Lexa, não era algo para qualquer um.

Passamos no hotel para buscar Clarke e seguirmos para o restaurante. Ele ficava num lugar mais distante da cidade. Era um local lindo. Bastante discreto e frequentado por poucas pessoas. O local ideal para ir com meu filho, sem que ninguém nos reconhecesse, já que os frequentadores não pareciam ser muito adeptos da minha música. Além do que, tinha um parquinho, com cama elástica, piscina de bolinhas, pula-pula inflável. Era diversão garantida para as crianças.

Assim que Clarke entrou no carro, Aden se jogou em seu colo. Eu mal fui notada ali. Os dois foram conversando sem parar e riam, a todo instante, no caminho. Eu apenas observava a interação dos dois, admirada. Clarke parecia tão criança quanto ele. Eles falavam de algum desenho animado e eu ria, por dentro, da animação dela falando do desenho. Absolutamente, ela era uma caixinha de surpresas.

Quando chegamos no lugar, liberei Bellamy para que fosse almoçar tranquilamente. Ligaria para ele, quando quiséssemos ir embora dali.

Mal tínhamos sentado e Aden já tinha saído correndo para o parquinho, deixando eu e Clarke sozinhas na mesa. Ela observava ele correndo em direção a piscina de bolinhas.

- Estou me sentindo trocada por uma piscina de bolinhas. – ela disse, virando para mim e sorrindo.

- Ah, pois então, eu sempre sou trocada por ela. – eu falei e nós rimos. – Toda vez que chegamos aqui, ele corre para lá. É de lei já! – sorri.

- Ele é adorável, Lexa!

- Eu sei! Puxou a mãe! – eu falei e ela gargalhou.

- Não acredito que você falou isso! – ela disse, negando com a cabeça e rindo. – Você quando vai flertar, de verdade, não fala essas coisas, né? – eu gargalhei ao ouvir aquilo.

- Qual o problema com minhas cantadas?

- Você acha que elas funcionam mesmo? – ela falou debochando.

- Funcionam com você? – falei e olhei para ela, de forma intensa, como se a desafiasse.

- A cantada não... – ela sorriu de lado. – Mas, esse olhar aí deve funcionar bastante. - ela disse e gargalhamos.

Era muito bom conversar com Clarke. Era leve. O papo sempre fluía de uma maneira, extremamente, confortável e eu me sentia muito à vontade para falar sobre tudo, inclusive brincar com esses flertes. Já estava se transformando em algo comum entre nós e isso não causava nenhum problema.

Fizemos nossos pedidos e continuamos a conversar. Clarke contou mais algumas coisas do seu passado que me fizeram entender melhor as reações dela. Como no dia em que ela chorou por ouvir o pessoal da produção falando dela. Eu não entendi bem ela, naquele momento. Agora podia compreender melhor as suas fraquezas.

Pelo o que pude entender, ela tinha um relacionamento em que ela era emocionalmente dependente dele. Ele era abusivo e fazia ela pensar que estava sempre errada. Clarke, aparentemente, nunca havia percebido isso. Para ela, era mais fácil permanecer naquele relacionamento cômodo. Mesmo que infeliz.

- Mas, agora longe dele, eu posso ver o quanto eu fui idiota. Principalmente, porque eu tenho descoberto o quão livre e feliz eu posso ser. – ela tomou um gole do suco e depois prosseguiu. – Eu acho que eu nem o amava tanto assim.

- Ah, isso é normal. Pensar, dessa forma, depois do fim de relacionamento é até bastante comum. Mas, isso não quer dizer que você não o amava, pode apenas ser a sua mente querendo repetir isso para você seguir em frente.

- Não. Eu entendo o que você quer dizer. Porém, o que quero dizer é que não estou sentindo falta dele sabe? Pelos anos que convivemos era para ao menos eu sentir um vazio.

- Então, isso é muito bom! Sinal que está lidando bem com tudo. – falei e sorri. – Isso se chama amadurecimento, criança! – nós rimos.

- Só você mesmo, viu!? – ela fala, negando com a cabeça. – Criança? Sério?

- É porque você não se vê, quando está brincado com o Aden. – falei com uma falsa seriedade.

Algum tempo depois, o garçom chegou trazendo nossos pedidos e eu chamei Aden para mesa. Comemos e conversamos num clima de descontração. Quem via de longe, poderia até pensar que erámos uma família. E poderíamos, facilmente, ser uma família linda e feliz.

Me peguei observando, novamente, a interação deles, enquanto esperávamos Bellamy retornar para nos buscar.

- Mãe, por que a senhora está com essa cara de bobona? - Aden perguntou, interrompendo minha divagação.

- O que? – falei desconcertada, enquanto ouvia a gargalhada dos dois.

- Meu amigo, Henry, disse que quando as mulheres ficam com essa cara de boba é porque estão gostando de algum menino. Mas, no seu caso seria menina, né? – ele falou rindo, com uma cara sapeca.

Puta que pa... Ops! - Eu pensei. Clarke me olhava com uma cara risonha e nem tentava mais segurar o riso. Enquanto, meu próprio filho, tirava uma com a minha cara.

- Aden! – falei séria. – Já falei que não gosto de você ouvindo os conselhos desse seu amigo.

- Ele tem bons conselhos, mãe! – ele falou dando de ombros. – E pelo menos eu posso passear com ele, por aí. Não preciso me esconder em casa.

Bingo! Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele iria falar sobre isso.

- Já conversamos sobre isso... – falei sucinta.

- Não é justo! – ele falou emburrado e saiu correndo para porta de saída do local.

Clarke me olhou confusa com toda aquela situação. Porém, nem deu tempo dela perguntar nada, sobre o que era a discussão, pois ouvimos um grito de Aden, vindo do lado de fora.     

Corremos na direção da voz dele.

- Mãe!! – ele falava chorando.

Aden tinha caído na calçada e estava com a testa sagrando. Meu coração parou.

Quando eu corri em sua direção, pude ver a presença de cinco paparazzis. Que assim que me viram, nem ligaram ao fato de ver o menino no chão chorando, apenas pegaram suas máquinas e começaram a bater fotos.

- Quem é o garoto, Lexa? – um deles perguntou. Ele tinha um celular na mão, filmando a situação.

- Desliga isso! – Clarke falou para ele, enquanto se abaixava próximo a Aden. Ele apenas riu dela e ignorou seu pedido.

Aden chorava, pela queda e também, assustado com aqueles brutamontes nos cercando e tirando fotos. Eu fiquei completamente sem reação, ao ver meu filho chorando e chamando por mim, no chão. Foi então que Clarke, ao ver meu congelamento, o pegou no colo e logo vi Bellamy chegar abrindo espaço para ela passar com ele nos braços, em direção ao carro.

- Ele é filho dela, Lexa? – o mesmo homem, voltava a perguntar.

- Cala boca! – eu falei, saindo do transe e seguindo para o carro, enquanto eles continuavam gravando e fazendo perguntas.

- Vocês estão juntas? – ele insistia com as perguntas. – Foi por isso que ela acabou o namoro com aquele cara? – ele perguntava com cinismo.

- Já mandei calar a boca! – eu ralhei.

Quando eu já ia entrando no carro, um deles fez uma pergunta que me fez explodir.

- Então é verdade que vocês já estavam juntas, enquanto ela namorava? – ele questionou e os outros riram.

Ainda pude ouvir um deles falar “o cara foi corno” e outro dizer “foi trocado por outra mulher”, e aí meu sangue ferveu e não me controlei mais. Dei um soco no rosto dele, o pegando de surpresa, fazendo o celular cair de sua mão. Já ia partir, novamente, para cima dele, quando senti Bellamy me puxar e me direcionar para dentro do carro.

Pronto! Eles tinham conseguido o que queriam. Ganhariam milhões com aquelas imagens minhas com Clarke e Aden. De bônus, ainda teriam a minha agressão ao rapaz. Mas, eu não poderia deixar passar em branco, aquela ofensa a mim e principalmente, a Clarke.

Saímos daquela confusão e fomos direto para casa. No caminho, havia ligado para Gustus. Um velho amigo da família que era médico. Não queria arriscar ir até um hospital e ter mais confusão. Aden precisou levar três pontos, acima do supercílio e ainda tomar uma medicação para dor.

Fiquei deitada junto com Aden, na minha cama, enquanto Clarke acompanhava o doutor até a saída. Eu passava a mão, sem seus cabelos e ele me olhava quieto. Parecia estar com sono.

- Desculpa, mãe... – ele falou choroso. – Eu não queria causar aquilo.

- Shiii... está tudo bem, meu amor. – eu sorria para ele, demonstrando que não estava com raiva. - Não foi culpa sua.

- Então eu não vou ficar de castigo? – ele falou com os olhos confusos. Eu apenas balancei minha cabeça, em sinal de negação. Ele deu um meio sorriso e seus olhinhos se apertaram, quase se fechando. – Mãe, canta para mim, igual você cantava para eu dormir? – ele falou com os olhos já fechados.

E eu cantei. Cantei até sentir seu pequeno corpo entrar num sono profundo. Tirei a mão de seus cabelos e me levantei da cama. Foi então, que percebi que Clarke estava lá, escorada no portal, observando tudo com um meio sorriso no rosto.

- Faz muito tempo que você está aí? – falei num tom baixo, para não acordá-lo.

- Tempo suficiente para ver uma das cenas mais fofas que poderia ter visto nesse mundo. – ela falou e me acompanhou até a varanda do quarto.

Eu suspirei, pesadamente, e me encostei de frente a mureta de vidro, com os cotovelos. Clarke se colocou ao meu lado, se escorando com a lateral do corpo e virada de frente para mim, me observando em silêncio. Tinha um nó na minha garganta, desde a hora que vi meu menino no chão, junto aqueles imbecis. Eu me senti completamente impotente. Apesar de não ter sido algo sério, eu congelei. Não era todo dia que você via seu filho no chão e com sangue escorrendo no rosto. Sem contar que meu sangue ferveu, ao ver que eles não nos ajudaram. Só se preocuparam em tirar fotos.

Senti os dedos de Clarke encostarem no meu braço e desviei meus olhos para sua mão, que fazia um carinho ameno. Foi então, que vi o pingo da lágrima que escorria no meu rosto, cair ali. Não demorou muito para Clarke me puxar contra o seu peito. E eu me deixei ir. Frágil. Era assim que eu me sentia com todo aquele susto.

Eu sentia os dedos dela passearem pelas minhas costas. Um afago calmo. Sua respiração quente próxima de meu ouvido, me fazendo lembrar de quando ela havia dito que estaria ali para mim.

E ela estava.

Ela carregou meu filho quando eu não consegui. Assim como disse que o protegeria, ela também o fez. Meu coração começou acelerar ao relembrar todos os momentos com ela. Eu não podia mais negar a mim mesma. Eu estava apaixonada por ela.

Foi tomada pelo ímpeto que eu fiz algo que talvez não deveria, naquele momento. Me afastei um pouco do peito dela e a olhei. Olhei profundamente em seus olhos. Ela me devolvia o olhar, de uma forma carinhosa. Seus olhos azuis pareciam brilhar para mim. E eu não conseguia me desviar deles. Não agora. Não mais. Coloquei uma mecha de seu cabelo, que se rebelou com o vento, atrás de sua orelha. Estávamos muito próximas. Podíamos sentir a respiração uma da outra. Seus olhos desviaram dos meus e tomaram a direção da minha boca. Eu não esperaria mais. Era o sinal verde que eu precisava para prosseguir. E sem pensar mais nada, coloquei minha mão direita em sua nuca e aproximei nossos lábios num toque singelo. Fechei meus olhos sentido a maciez deles. Ela abriu um pouco sua boca, prendendo meu lábio inferior entre os seus. Minha outra mão, acariciou levemente sua cintura.

O beijo foi se aprofundando. Nossas línguas já se tocavam calmamente. Girei, nossos corpos, devagar e encostei-a na mureta, com cuidado. Nossas bocas pareciam não querer se desgrudar, enquanto nossas línguas bailavam juntas, numa canção torturante, lenta.

Senti Clarke diminuir mais o ritmo do beijo e se afastar um pouco, colando nossas testas. Podia sentir a dificuldade de nossas respirações. Acariciei sua nuca, por baixo de seus cabelos e ainda de olhos fechados, passei a ponta do meu nariz no dela. Num deslizar delicado.

Já estava pronta para juntar, novamente, nossas bocas quando ela empurrou um pouco meu corpo, me impedindo de se aproximar. Abri meus olhos e eles tomaram uma expressão confusa. Clarke me olhava em dúvida. Parecia numa briga interna. Foi aí que eu compreendi que aquele não era o momento. Ela não precisava falar. Estava claro que eu havia agido por impulso, na hora errada.

- Lexa, eu não posso... – ela falou baixinho, ainda com a respiração acelerada. – Eu não estou pronta para estar com alguém. – pausou. - Não agora.

 

                                                                        


Notas Finais


Não me matem! hahaha

A fic tá sendo postada no watt também agora. Essa semana vou postando os anteriores lá.
Enfim... espero que tenham gostado do cap.
Bjs


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