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História The Boy - The Boy's Routine


Escrita por: LoveSymptoms

Capítulo 3 - The Boy's Routine


Fanfic / Fanfiction The Boy - The Boy's Routine

Dei-lhe toda a minha atenção. Não pretendia falhar na minha missão.

E aí começaram os meus momentos em Rouge.

Apenas eu, Madame Betty e todos os conceitos, ideais e deveres necessários a aprender. 

Com a nossa conversa percebi que havia muitos afazeres por aqui e que não seria fácil adaptar-me. Mas mais uma vez, mantinha-me confiante porque sabia muito bem o que me trazia. E os meus motivos...esses sim eram os mais fortes.
A nossa conversa iniciou-se com o assunto dos ''ordenados''.

''Bem Seungri, devo começar por elucidar-te em relação ao teu ordenado e ao dinheiro a respeito de shows e serviços.''-Introduziu.-''O teu ordenado vai manter-se sempre estável e nunca mudará de valor bem como a quantia que receberes dos serviços. É dinheiro teu feito com o teu esforço, e deves poupá-lo para os teus propósitos. Contudo, o mesmo não se aplica em relação ao dinheiro proveniente dos shows. A numerário varia. Acontece que deves dar-me cerca de 50% do dinheiro que fizeres. Explico-te porquê. Este negócio vai muito mais além do que raparigas que dançam em varões, empregados de mesa, de bar e orquestras...Este lugar é a casa de todas aquelas raparigas que viste lá fora, sem isto, elas não têm nada. Nem abrigo nem sustento. Elas precisam de comer, de tratamentos em caso de problemas de saúde, de um tecto acima de suas cabeças. Esse ''tecto'' também é uma despesa bem como as coisas que ele necessita para funcionar: Apenas haverá empregados de mesa se houver dinheiro que os mantenha, bem como os empregados de bar. Orquestras idem aspas. Tudo gira à volta do dinheiro. O dinheiro é o hino deste negócio. O hino da sobrevivência de todos. Por isso é que metade da quantia vem para mim. Porque reverte na contribuição de melhores condições para vocês, trabalhadores. E digamos...eu só quero o bem de todos vocês.''-Concluiu.

Olhava-a com admiração. Apesar de ser um negócio ''frio'' e fragilizante, Betty era como um pilar de aço imbatível que dava uma completa faceta diferente a tudo o que ''Rouge'' simbolizava. Sinto-me um sortudo na verdade. Porque ela trata de nós, ela preocupa-se e zela pelo bem estar dos trabalhadores. Que patroa de sonho! E afinal de contas, eu acabei de atravessar aquele salão. Eram à vontade duas dezenas de raparigas em palco e  em entretenimento de clientes. Claro, já para não falar das raparigas que atendiam nos bares e nas mesas que deviam ser pelo menos mais umas 10. Claro que devia ser dispendioso. 

''Mas eu gasto todo esse dinheiro porque quero. Quero ajudá-las. Como tu, encontrei-as quase todas no caminho para o abismo: expulsas de casa, umas mesmo tinham fugido iludidas no poder do verdadeiro amor que nunca existiu, desistentes e viciadas, deixadas ao abandono, de coração partido, sem dinheiro, sem família, sem amor. Praticamente à espera da morte....São milhentos os casos com que me cruzei, mas aonde estou a tentar chegar com isto Seungri, é que como tu, há pessoas que precisaram de ajuda, que precisam de ajuda. Salvei-as a todas elas e voltaria a fazer o mesmo. São miúdas com os corações mais frágeis que conheço mas tu...tu és um caso peculiar. Tu fazes-te de fraco, mas és muito forte Seungri. Tens em ti um fogo que com certeza vai impulsionar-te para fora daqui. Esta é a tua oportunidade. A tua e a de todas aquelas raparigas. De se levantarem e seguirem sozinhos quando estiverem prontos. Claro que há destinos diferentes...Umas acumulam dinheiro e acabam por sair para construirem as suas vidas, outras são ''compradas'' e desaparecem....Por vezes até aparecem grávidas, noivas...por vezes nem aparecem de todo. Mas aí  está a essência de tudo isto. Nós somos tipicamente conhecidas por ''prostitutas, ''putas'', ''mulheres da noite'' e todo o tipo de etiquetas que a sociedade nos dá....mas o que eles não vêm é que somos muito mais que isso Seungri...Somos guerreiras. Dedicadas e sempre positivas com o que o amanhã poderá trazer. Conto-te isto porque é algo que acho que deves ter presente na consciência. Acima de tudo, nunca te envergonhes de nada o que vais fazer daqui para a frente, porque podes ser julgado por todos e até tu próprio podes achar que perdeste toda a honra...Mas é nessa hora que deves saber dentro de ti que o fizeste por causas nobres: progredir, proteger-te a ti e aos teus. E é aí que vais perceber que saíste vencedor. É nisso que tudo isto se baseia. Vencer.''

De facto era verdade. Era um emprego de todo o valor e deveria ser mais respeitado. Confesso que começava a sentir-me desonrado pelo que o iria fazer...mas Betty logo me animou com estas palavras. No entanto, a minha mente tinha encravado algures no processar de diálogo a partir do momento que a expressão ''são compradas'' foi proferida por Betty na sua voz solene.

''Compradas?''-Olhei confuso.

Ela sabia que iria questionar-lhe sobre isso, pelo o olhar que me deitou. 

''Sabes Seungri, não é um dos melhores lados nisto, mas também não é o pior. Acontece que se desempenhares um serviço muito bom ou então, basta um cliente sentir-se atraído por ti...se ele estiver disposto a ter-te como ''seu'', acabas comprado. Automaticamente transferes-te para o seu mundo, para o seu domínio e poderás cumprir serviços apenas a ele. Continua a pagar-te por cada serviço...a única diferença é que não estás mais sob a minha ''tutela'' mas sim dele. Passas a pertencer-lhe. E apenas podes voltar caso ele desista de ti ou por algum motivo mais forte...caso ele seja violento contigo, caso ele não te pague...por exemplo. ''

Fiquei assustado. Muito assustado. Eu recuso-me a isso. Tudo menos isso. Nem pensar.
Eu tenho uma família, uma mãe e uma irmã que precisam de mim. Se eu for ''comprado'' posso muito bem nem voltar a vê-las dependendo da vontade do meu novo ''patrão''. Era quase como tornar-me um escravo sexual de alguém...o objecto que ele usará depois de um dia de trabalho para manter-se molhado. Isso não. Recusaria a fazê-lo, nem que me mate.

''Lamento Betty, mas isso não vai acontecer comigo. Não vai dar.''

''Mas Seungri, é algo irrecusável. É um direito deles e um dever nosso. Eu também sou completamente contra isto, mas que posso eu fazer? Os clientes daqui são todos figuras altas, amigos de pessoas ligadas ao governo. Sabes o que pode acontecer se eu disser não? Podem fechar isto. Para onde iriam todas elas? Ficariam perdidas!''

''Mas eu tenho uma família Betty. Seria abandoná-las! E elas precisam de mim. Eu preciso delas!''

Podia sentir o meu medo converter-se em lágrimas numa fracção de segundos. Sentia-me perdido e arrependido de ter aceitado isto. Só pensar em perdê-las deixava-me desesperado e praticamente sem armas para lutar. Que propósito teria ser comprado e ganhar dinheiro para elas se não as poderia ver talvez nunca mais? 

''Seungri...eu vou fazer algo por ti...vais ser o meu ''protegido''. Se alguém tentar comprar-te, eu vou proteger-te e garantir que não vais a lado nenhum. Mas em troca tens que me prometer uma coisa. Nunca vais negar serviços a nenhum cliente. Essa é a pior coisa.''

De imediato o meu medo desvaneceu e transformou-se graciosamente em esperança. Sem dúvida. Não a deixaria ficar mal.

''Com certeza.''-Confirmei e ela sorriu.

''Agora...tira a roupa.''-Ordenou.

O quê?

''Porquê?''- ri um pouco entre as palavras.

''Eu tenho que ver o teu corpo e ver se estás em condições de desempenhar este trabalho. Por exemplo, se estiveres acima do peso terei que te treinar um pouco até estares estável para que os corpetes não te danifiquem no futuro.''

E obedecii. Era a minha patroa afinal, era um dever meu.
Assim  como a sua ordem, levantei-me e caminhei até meio da sala. Comecei por retirar o meu velho e sujo casaco de malha bege que me acompanhou e agasalhou ao longo destes 3 dias. Depois, a t-shirt também em nódoas com o terrível fedor a suor. Deixei-a cair no chão, onde em breves momentos estariam também as minhas calças de ganga, a única peça de roupa com melhor aspecto, e por fim, os meus sapatos que comigo tinham percorrido quase todas as ruas da cidade e possuíam agora um visual mais gasto.
Mantive a minha postura firme e direita, para melhor observação...contudo a minha cara ferveu e os meus pensamentos tiveram uma explosão quando o seu dedo apontou para a minha box que ainda permanecia no meu corpo. Os meus olhos arregalaram. Ela queria que eu a tirasse.

Impressionei-me a mim mesmo com a rapidez que a tirei. Acho que só quero despachar isto o mais rápido possível mesmo.

O momento foi constrangedor e silencioso enquanto os seus olhos poisavam no corpo. Por ventura o seu dedo daria uma roda, na ordem para que eu fizesse o mesmo para que ela pudesse então analisar a parte traseira de mim. Fantástico. 
Mais fantástico foi quando alguém bateu à porta e abriu-a logo de seguida, uma mulher. As suas palavras foram de imediato cortadas assim que os seus olhos poisaram em mim, completamente nu diante de si. Merda. 
As minhas mãos de imediato apressaram-se para esconder as minhas partes baixas. 

''Nari! Quantas vezes tenho que dizer para esperares depois de bateres à porta?!'' Betty repreendeu.

''Desculpe, desculpe. Pode ficar para depois. Vou indo.''- A rapariga justificou por entre risos até abandonar a divisão.

Assim que a porta fechou pude ouvir risadas suaves vindas de Betty.

''Seungri apresento-te Nari. Uma das minhas pessoas preferidas no mundo.''- Disse ainda rindo.-'' Podes vestir-te meu querido. Estás contratado.''

Depois de vestir-me, assinei o contrato com Betty. Assim iniciava-se a minha jornada aqui em Rouge. Que iniciava-se mais precisamente no dia seguinte ás 9:00h da manhã. 
Voltamos a atravessar o salão principal e o corredor que dava acesso à porta de saída. Betty ofereceu-se para dar-me boleia para onde quisesse, ao que eu respondi ''casa''. Jae, pediu-me educadamente e sempre simpático as direcções e eu concedi-as. Em menos de 20 minutos tínhamos chegado a minha casa e eu convidei Betty a subir visto que ela mostrou-se muito interessada em conhecer a minha mãe e a minha irmã.Aproximava-se da meia noite mas sabia que a minha mãe ainda estava acordada pela luz que reflectia da janela da sala.

Bati à porta e foi ela mesmo quem abriu. Assim que me viu, agarrou-me, abraçou-me e chorou. Ela estava de facto preocupada.

''Onde estiveste? Três dias Seungri! Três dias! Eu contei que aparecerias à noite mas não aconteceu! Deixaste-me tão preocupada!''

''Desculpa mãe.''-Abracei-a, beijei a sua cabeça e segui para seu lado.-''Mãe, apresento-te Madame Betty, a minha nova patroa.''-Expliquei assim que se acalmou.

Ela encarou Betty, que se mantinha sorridente numa expressão capaz de iluminar toda a divisão. O olhar de minha mãe variava entre mim e Betty, perplexa ao que eu respondi ''Eu prometi-te.'' . 

''Muito prazer! Chamo-me Park Betty, mas está à vontade para me tratar por Betty apenas.''- Apresentou-se, esticando a sua mão grande e gloriosa, para a mão pequena mas bela de minha mãe, num acto de cumprimento. Minha mãe apertou a sua mão e convidou-a entrar. Trouxe-a até à sala e ofereceu um chá que Betty aceitou com muito prazer. 

Contudo, a divisão iluminou-se realmente com a visão da pequena Hana descendo as escadas de madeira com os seus pés descalços e o seu corpo coberto pelo pijama cor-de-rosa e azul. O seu cabelo estava bagunçado com algumas madeixas no ar, uma de suas mãos esfregava o seu rosto para acordar, enquanto a outra carregava Mr. Brian, o seu urso de peluche preferido,que arrastava pelo chão. 
Como de costume, murmurava pequenos resmungares pelo barulho que tinha sido feito, mas logo esses resmungares desapareceram ao ver-me sentado no sofá. A sua expressão ensonada, revirou completamente num sorriso aberto e sala teve o prazer de se envolver com a risada rouca dela enquanto os seus pés corriam rapidamente para mim. Logo saltou no meu colo, abraçou-me a afastou a sua cara beijando várias vezes a minha e eu respondi da mesma maneira como era costume. 

''Onde estiveste mano?! Chegaste tarde ao serviço de chá do Mr. Brian!'' Ela resmungou com uma cara triste, próxima de zangada.

''Ai meu deus como me fui esquecer?! Será que ele ficou zangado comigo?''- Questionei. A verdade pequena Hana é que não pude participar nessa brincadeira, e sei que prometi, desculpa.

''Não. Eu conversei com ele e ele disse que não havia problema. Vês? Ele veio comigo agora buscar-te!''- Animou-se de imediato.-''Mas perdeste a nossa viagem! Fomos tomar chá a Paris!''

''Não acredito que inveja!''- Deixei-me levar pela sua brincadeira e ela riu.

Contudo, o seu riso apagou-se ao reparar na madame Betty sentada a meu lado que a olhava com um sorriso. Como típico de Hana, ela de imediato ficou tímida e começou a morder a orelha de Brian enquanto mantinha contacto ocular com Betty. 

''Hana está é a Madame Betty. Amiga do mano.''

''Olá pequenina.''-Ela sorriu.

Hana apenas sorriu e correu de imediato para a cozinha, na busca de nossa mãe. Ela estava de facto tímida.

''Ela está envergonhada.''-Conclui explicando a Betty que a olhava a correr.

''A tua irmã é uma beleza. Uma fofura. Quando ela crescer mantém-te atento. Ela ainda pode dar-te uma dor de cabeça.''Brincou referindo-se aos rapazes que andariam atrás dela.

''Eu ainda tenho um revólver escondido na base. Carregado.''-Respondi, brincando, que arrancou uma gargalhada dela.

Logo nossa mãe apareceu com o tabuleiro do chá e uma Hana que se escondia por detrás da sua camisa de dormir, apenas revelando o olhos do quão envergonhada estava.
Minha mãe sabia que havia assuntos a pôr em dia, mas tanto eu como ela, não queríamos Hana por perto. Ela não precisava de saber de nada...pelo menos por agora.

''Querida porque não vais deitar-te? Precisas descansar, hoje tiveste um longo dia.''-Minha mãe aconselhou.

''Não quero!''

''Queres sim!''- Falei pegando nela pelos joelhos, carregando-a em apenas um ombro, enquanto as suas mãos davam-me murrinhos indefesos nas minhas costas enquanto ria. 

Deixei-as a conversar. Betty sabia o que tinha a fazer. Durante a viagem tinhamos planeado como dar a notícia a minha mãe, e eu escolhi não contar tudo: apenas que seria um empregado de mesa a tempo inteiro num simples café. Errado. Mas sabia que ela não recebia bem a notícia e seria bem capaz de me mandar voltar para casa e isso era uma coisa que não podia mesmo acontecer. Ela tem que entender que eu também tenho que ajudar, contribuir. Sempre foi ela que olhou por mim, agora está na hora de inverter papéis.

Entrei pela primeira vez depois de três dias no quarto de Hana e deitei-a gentilmente na sua cama. Cobri-a e aconcheguei-a de forma a ter certeza que estava confortável. Ajoelhei-me a seu lado e fiz festas no seu cabelo.

''Seungri?''

''Hum?''

''Porque é que aquela senhora está aqui?''-Perguntou, encarando-me com aqueles olhos grandes e castanhos. São hipnotizadores. Betty tinha razão, ela era capaz de dar-me trabalho quando crescer...os rapazes que a olharem nos olhos apaixonar-se-ão tão rápido quanto a luz.

''Sabes, eu agora posso não estar tanto tempo em casa como costumava...''- Com aquela pergunta ela tinha-me cercado. Não planeava contar-lhe agora mas, sabia que se a deixasse sem resposta ela não adormeceria enquanto não soubesse. Quanta teimosia para apenas 1 metro e vinte.

''Porquê?''

''Vou começar a trabalhar...''

''Não....''- Eu conhecia bem aquela voz...Preparava-se para uma birra, das feias. Não hoje pequena Hana. 

''Mas eu venho visitar-te todos os fins de semana e à noite também venho dormir a casa, mas como volto tarde... e pode haver noites que nem venha aqui dormir...''-O seu choro começava a agravar-se. Custava-lhe muito.Eu era a sua companhia todos os dias. Era comigo que ela brincava, comigo que aprendia...mas era algo bem maior. Uma obrigação minha para com ela. Hana sempre me chama de ''principe'' em suas brincadeiras...mas que tipo de príncipe seria eu se não posso proteger e honrar a minha raínha e a minha princesa?-''Por isso quero me prometas que te vais portar bem e que vais ajudar a mãe aqui por casa.Sim?''-Questionei, mantendo o meu carinho nos seus cabelos que tremeram quando a sua cabeça consentiu.-''Essa é a minha menina.''-Sorri.-''Agora, quem quer uma história?''

Contei-lhe a sua história preferida: ''A Bela e o Monstro'', no entanto, ela já tinha adormecido quando ainda ia a pouco depois do ínicio.
Ainda fiquei um pouco a observá-la dormir, até que me levantei, beijei a sua testa e abandonei o quarto para dirigir-me até à sala onde minha mãe e Betty conversavam.

''Ah Seungri...''-Betty chamou ao ver-me descer as escadas.-''Já expliquei à tua mãe...''

''E que tal mãe? Não é bom?''

''É óptimo meu amor! Estou tão feliz! Mais uma vez Madame Betty nem sei como lhe agradecer! Estou tão mas tão grata. Do fundo do coração.''- As mãos das duas uniam-se sobrepostas alternadamente.

''Agradeça-me através de não me tratar por Madame Betty.''

''Tudo bem, Betty.''- Minha mãe corrigiu com um sorriso de orelha a orelha.

''Se me desculparem, eu teria que ir agora. Há muita coisa a tratar lá no café. Lamento sair tão cedo mas tem mesmo que ser.''- Desculpou-se bebendo o ultimo gole de chá na chávena.

E assim tinha terminado o meu dia. Com Betty e minha mãe a criar laços, e a despedirem-se por entre ''mil obrigadas'' e ''boas noites'' por parte das duas. Ainda acompanhei Betty até ao seu cadillac onde a esperava Jae. No caminho Betty elogiou a minha família e que o porquê de eu lutar tanto estava finalmente à mostra: ''Uma família linda como a tua.'' como ela disse.
Assim que arrancou, voltei a subir para casa, onde esperava uma mãe chorosa e orgulhosa de seu filho. Uma mãe que de imediato abraçou-me mal entrei no nosso lar, uma mãe cheia de carinho para dar. Nessa noite dormi com ela. Partilhamos a cama como já não acontecia desde que eu era muito pequeno. Ela expressou o seu orgulho mais uma vez, e desejou-me toda a sorte do mundo, antes de adormecer. 

No dia seguinte, Betty chamou-me com duas buzinadelas do seu carro e esperou-me até que saísse de casa. Minha mãe despediu-se de mim, desejando-me um bom dia e boa sorte.
Nesse dia, aprenderia a minha primeira lição: a arte de bem servir. Como servir à mesa de um modo recomendável. Parecia fácil: Sorrir, ser simpático, manter um tom de voz adequado, costas erguidas como aço, servir sempre pelo lado direito de cada um e nunca mas nunca esquecer a vénia ao conhecer, ao servir e ao despedir-se do cliente. Essa era a regra de ouro.
Nesse dia, também conheci melhor Nari, a rapariga que me conhecera nas circunstâncias mais constrangedoras possivelmente. Contudo, ela detectou de imediato que me sentia muito desconfortável com ela, pelo que tivera acontecido, ao que ela respondeu:

''Relaxa rapaz, não és de certo o primeiro homem nú que vejo. Aliás trabalhas aqui agora, para mim és como uma das meninas.''

Dei-me muito bem com ela. Simpática, divertida, prestável e tratou logo de me apresentar ao resto de todo o pessoal e meninas do lugar.  Conheci um pouco mais sobre sua história, uma das mais inspiradoras que já ouvi. Pelos vistos, Nari esteve envolvida com traficantes de droga durante a altura que ela própria mantinha o vício e quando conseguiu finalmente desistir dele, acabou por ficar  com uma dívida para com eles. Nari não tinha dinheiro e os pais não a podiam pagar e além do mais eles nem sabiam sobre isso. Foi aí que entrou Betty na história. Empregou-a e foi uma das suas protegidas ao longo dos tempos. Quando os pais descobriram que ela se prostituía e que tivera andado nas drogas, expulsaram-na de casa.  Quiseram desassociar-se dela a todo o custo tanto que até lhe negaram ajuda quando ela pediu. Mas Betty não. Betty ajudou-a. Assim nasceu uma das maiores amizades que tenho conhecimento.
Na noite desse dia, Betty atirou-me a farda de empregado de mesa para a cara com um sorriso. Acreditava que estava pronto e que a fase de aprendizagem de empregado de mesa estava completa. E servi. Servi toda a noite. E foi nessa minha primeira noite que pude ver o quão assombrado é. Eles não tinham qualquer respeito por elas, agarravam nelas e levavam-nas para aquele corredor enorme no andar de cima, ocupado pelos quartos de serviços. Quando os que não tinham arranjado rapariga iam embora, o salão começava a esvaziar-se e a orquestra arrumava, e por ventura saía para voltar no dia seguinte para mais música. O salão ficava num caos e era aí que todos se uniam para limpeza, à exceção das raparigas que tinham serviços a concluir no quarto com os clientes. Foi provavelmente a pior noite que tive. Limpar ao som de gemidos, grunhidos e até choros vindos dos quartos acima. Quando a manhã chegava eles desciam as escadas, uns já bem vestidos de pasta na mão para o seu dia de trabalho, outros ainda desciam a terminar de se vestirem...um que desceu ainda a apertar as calças depois da rodada matinal, provavelmente. O que realmente me chocava eram elas. Elas desciam numa confusão. Rímel escorrido pelos olhos numa névoa negra, batom desviado na boca violada. O corpo parecia contorcer-se em dores, algumas partes dele, cobertas em marcas roxas. As expressões...mais tristes que alguma vez vira. 
Preparei um chá e torradas para todas elas, ao que elas responderam surpreendidas. Pelos vistos não era costume, mas eu queria certificar-me que pelo menos as suas manhãs começavam bem. Elas agradeceram sorridentes e asseguraram-me que estavam bem visto que já estavam habituadas. ''Já estamos habituadas.''. Aquilo ficou gravado na minha cabeça. Elas tinham-se habituado à dor. Como era aquilo possível.

Durante a semana, passei às lições de como ser uma boa ''menina de espectáculo''. Aprendi a andar de salto alto, provavelmente a coisa mais difícil e dolorosa.E para ter certeza que sabia. Betty fez-me correr de salto. Lembro-me como tinha os pés em bolhas e vermelhos pelo cansaço e dor. Aprendi a andar de forma sedutora, praticaram em mim a melhor maquilhagem para eu usar nas noites de show.Durante essa semana, usei e dormi todos os dias com corpete para que o meu corpo se acostumasse com a pressão e ao final da semana pude ver como a minha cintura tinha ficado mais fina e firme. Ensinaram-me algumas regras sobre o que as ''meninas de espectáculo'' devem fazer.

''Devemos acima de tudo satisfazer todas as fantasias e ordens do cliente, temos de ser merecedoras do nosso dinheiro, logo temos que o fazer bem. Respeitadoras, sem curiosidade, silenciosas, obedientes, submissas, limpas e saudáveis. Quando estivermos a dar um show para um homem, ele pode apenas observar-nos e nunca tocar-nos. Para tocar-nos deve pagar. No inicio de cada serviço, não devemos dizer qualquer palavra, apenas mostrar que estamos felizes por ter sido escolhidas. Em caso de qualquer tipo de agressão por parte do cliente, devemos manter a calma e chamar por Kevin, o segurança de quartos, que logo expulsará o cliente.No final de cada serviço concluído devemos agradecer, fazer uma vénia e acompanhar o cliente à porta de saída. Nunca devemos negar qualquer tipo de coisa ao nosso cliente.'' Nari ensinou-me.

Eram regras de facto restritas e iriam requerer muito  de mim, contudo, eu estava certo que correria bem, mantinha-me acima de tudo confiante. Eu não posso desapontá-las.

Essa semana cheia de ensinamentos, ordens, direitos e deveres tinha passado a voar e num abrir e fechar de olhos era sexta-feira. Acordei feliz porque finalmente poderia visitar a minha família este fim de semana, visto que durante a semana nem fui dormir a casa. Contudo, acordei para a algazarra. Todas as raparigas andavam de um lado para o outro, vestiam vestidos, tiravam vestidos, maquilhavam-se, corriam, experimentavam sapatos como se se preparassem para algo muito importante. As raparigas que essa noite serviriam à mesa limpavam de uma ponta à outra o salão e escolhiam a melhor decoração para aquela noite. Os empregados de bar enchiam as prateleiras de garrafas novas e a orquestra já praticava as músicas para logo à noite. Algo se passava, isto não era normal. Fui até ao gabinete de Betty mas Melanie, uma das meninas explicou-me que ela tinha saído bem cedo. Então corri até ao quarto das raparigas na busca de Nari. E por fim, no meio de todas elas, a encontrei, experimentando um vestido roxo em frente ao imenso espelho. Posava com ele enquanto o alternava para um outro verde deveras curto e brilhante.

''Nari?''

''Oh bom dia Pandinha!''- A sua alcunha que inventara para mim logo ao segundo dia.

''O que se passa? Para que é tudo isto?''

''Ah tu ainda não sabes....Hoje é sexta feira.''

''E então?''

''Então hoje os homens mais ricos de todo o Seoul e arredores vêm aqui esta noite. Todas queremos ser escolhidas porque bem...eles pagam e ainda deixam belas gorjetas.Agora qual gostas mais verde ou roxo?''

Toda a preparação para uma mão cheia de homens? 

''Tudo isto por homens?''

''Não é bem pelos homens...mais pelo ''Homem''.''-Ela encarou-me agora com um sorriso perverso.

''Qual homem?''

''Kwon Jiyong...O cavalheiro da rua, o animal dos lençóis. Rico, lindo....apesar da personalidade deixar a desejar...mas enfim...é o homem mais desejado. Contudo, ele só aparece ás sextas-feiras visto que durante a semana ele anda muito ocupado com os seus negócios e a partir corações e camas com algumas miúdas.''- ela observou mordendo o seu lábio.-''Mas sempre que ele vem aqui, ele nunca leva ninguém com ele para o quarto...só assiste aos shows e conversa com Betty.''

''Betty?''

''Sim eles são super próximos, quase como mãe e filho. E como Jiyong não tem pais, a Betty é uma das figuras maternais dele.''

A conversa estava boa, mas tinha de ir ajudar os outros na limpeza e nos preparativos.

''Nari eu vou ter de ir...Já agora, o roxo fica perfeito em ti.''-Falei enquanto abandonava o quarto.

''Sim...também achava. Vê-me vencer o coração e as calças do Jiyong esta noite!''

''Eu vou!''-Ri.

Segui até ao salão principal e ajudei. Em apenas duas horas tudo ficou num ambiente completamente incomum para aquele local. Quando o vi pela primeira vez tinha um ar muito mais descuidado mas desta vez...diria tudo menos isso. As cortinas de veludo vermelho no palco estavam brilhantes abaixo do candelabro de palco limpo e polido, o chão, brilhava impecável. As mesas pretas com as cadeiras a condizer estavam perfeitamente organizadas de forma a que todos os clientes tivessem boa percepção para o palco e os centros de mesa enchiam-se agora com arranjos de rosas que Betty trouxe quando voltou da sua saída. As toalhas de mesa, no tom bordeaux sublime. O bar, agora bem recheado com bebidas, esta noite usava os seus copos de cristais, que com certeza deslizariam perfeitamente na bancada de mármore negra, que brilhava debaixo da luz do enorme candeeiro de cristais no topo do salão que abrangia quase toda a divisão. Observámos do fundo a nossa obra: Perfeita. Com Glamour. 

Depois foi a vez da preparação dos quartos onde todos participaram. Contudo não sofreram grandes diferenças, além de serem limpos com cuidado de forma a que as marcas da noite anterior desaparecessem. Janelas foram abertas para arejar, as camas foram trocadas e todos os lençóis foram lavados e estendidos no jardim traseiro.
Todos trabalhávamos quando Nari veio ter comigo. 

''Seungs, a Betty chamou-te ao seu gabinete.''

E eu fui quase como que a correr. Perguntava-me o que seria. Provavelmente queria apenas perguntar-me como estava a correr e dar-me novas indicações para o serviço de mesas desta noite. Contudo fui surpreendido por algo bem diferente. Quando a sua voz autorizou-me, entrei na divisão já bem familiar, para a encontrar na sua poltrona atrás da sua enorme secretária. Hoje ela tinha um novo aspecto. Já não cobria por papelada, mas sim por uma roupa bem dobrada e uns saltos pretos ao lado.
Sentei-me à sua frente, no lado oposto da secretária, com a roupa à minha frente.

''Sabes o que é Seungri?''-Eu simplesmente acenei negativamente com a cabeça.-''É a tua farda de hoje, vê.''

Olhei para aquela fatiota e pela maneira como estava dobrada apenas pude ver que era decotado, branco e preto. Desdobrei e pude reparar que era um vestidinho alusivo a uma empregada. As mangas era pretas e curtas, em forma de balão que surgiam da espécie de corpete preto, com cordas brancas de apertar à frente, no ventre. No peito, um tecido branco também em balão com um lacinho preto. Do corpete, descia a saia preta com folhinhos no fim, bem como o avental branco mais curto que a saia que também terminava em folhos. Depois de desdobrado, pude reparar que era acompanha por umas meias de liga pretas com um lacinho branco nas pontas, e um daqueles colares juntos ao pescoço aveludado preto com um lacinho branco ao centro. Para terminar, os saltos altos pretos.

''Quer dizer que esta noite faço show?''- perguntei meio amedrontado.

''Sim e não.''-Olhei-a em confusão.-''Esta noite fazes os dois: empregado de mesa e show. Hoje vais servir às mesas com essa roupa e depois quando eu te chamar, vais para o palco fazer o show com as meninas, também com essa roupa. Esta noite apresentamos-te como novato aqui por isso convém teres uma farda que elucida ambas as coisas que fazer aqui. 

Fazia sentido.
Conversei com Betty mais um pouco sobre as minha expectativas para minha primeira noite como ''menina de espectáculo''.  No entanto, ela não pareceu muito impressionada por não serem muito altas. Depois, experimentei o vestido para ela ver. ''Divinal.'' Respondeu-me. E de repente senti-me pronto para isto. Não havia nada com que ter medo. Eu ia sair-me bem. É só uma noite.

Durante a tarde, Nari e eu estivemos a preparar-nos mutuamente para a noite que nos esperava. Ela explicou-me melhor o que tinha que fazer no palco: Encarar o varão com destreza e simplesmente deixar-me ir pela música. Quando alguém me der sinal, devo seguir na sua direcção e dançar um pouco com ele. Devo ter contacto e toque com ele, mas ele não pode ter qualquer toque comigo. Para me tocar tem de me pagar. Relembro agora o que ela me ensinou. Ela tratou da minha maquilhagem, e elogiou os meus lábios por serem perfeitos para batom e o meu rabo por ser tão ''perfeito e arrebitado'' como ela disse. Mas quando me olhei no espelho...algo ali deu um impacto muito grande. Ver-me daquela maneira...de repente tinha-me dado algo como um choque emocional e simplesmente chorei ao mesmo tempo que ria. Não sei bem o que me deu no momento, mas...foi uma mistura....era engraçado ver-me daquela maneira, mas ao mesmo tempo saber que muito provavelmente estaria com alguém esta noite....De repente todos os meus sonhos cruzaram a minha cabeça. Desde miúdo que sempre disse que me tornaria um escritor de sucesso com milhares de livros capazes de trazer mil e uma emoções....mas de repente, eles morreram bem à minha frente, enquanto me observava naquele fato.

''Oh vá lá Pandinha. Estás lindo, vai tudo correr bem. Eu vou estar lá.''

E simplesmente abracei Nari. Ela tinha-me apoiado muito ao longo destes dias,tinha-se tornado até uma amiga. Uma das muito poucas ou quase nenhumas que tenho.

''Agora vou ter de retocar a tua maquilhagem, tolo!'' Riu na tentativa de me animar.

A verdade é que conseguiu porque quando a noite começou,as portas se abriram e o salão começou a encher, eu comecei de imediato a servir com um sorriso na cara, confiante por uma boa noite.
Nari, eu, Melanie e Jackson estávamos encarregues das mesas esta noite e tudo estava a correr ás mil maravilhas. O vestido era confortável e os saltos pareciam extremamente fáceis de um momento para o outro. 
Agora encontrava-me no bar, à espera que Taehyung, um dos empregados de bar me servisse o tabuleiro com os pedidos da mesa que atendia, quando Nari chegou apressada e agarrou-me pelos ombros.

''Ele está ali!''

''Ele quem?''

''Kwon Jiyong!''-ela respondeu, virando-me na direcção da porta de entrada, Um rapaz que conversava com Betty.

Não conseguia percebê-lo muito bem visto que as luzes eram praticamente nulas, apenas com os holofote.Notava apenas no seu cabelo escuro, um sorriso brilhante e o seu corpo que parecia ser magro, coberto por um fato clássico com um laçarote na camisa. Então ele era Jiyong? Pude reparar que o ambiente revirou mal ele entrou. Todas as raparigas que passavam por ele olhavam-no desejosas como se o implorassem.Até que ele olhou para a nossa direcção.

''Ele está olhar para ti! Pandinha!''

''Não. É para ti.'' Confirmei voltando-me para o bar com o meu tabuleiro que agora estava cheio pelo pedido a entregar à mesa.

''Achas mesmo?!'' Os seus olhos brilharam e as suas mãos de imediato voaram para o seu cabelo trazendo-o para um um ombro de forma a exibir melhor o seu pescoço.

''Sem dúvida.Até já.''

''Até já.''-Respondeu completamente fora de óbitra com aquele homem.

Carreguei os pedidos até à mesa, e servi como ensinado, sempre pelo lado direito, curvando-me um pouco para melhor aceder. Após terminar o serviço, fiz a minha vénia e abandonei o local para que ficassem em paz. Ao passar pela sua frente, olhei-o de lado, mas logo voltei a olhar para o meu caminho. Apenas queria tirar alguns traços faciais dele. Era um homem bonito não vou mentir, no entanto possuia uma expressão fria e prepotente.
Cheguei ao bar e esperei que alguém me chamasse, mas a espera acabou assim que Betty chegou até mim. 

''Seungri? Chegaram os clientes mais importantes da noite. Mais concretamente Kwon Jiyong, acredito que Nari já te tenha falado sobre ele. Bem, ele pediu-me para ser servido por ti.''

Olhei na direcção da mesa onde eles se sentavam à excepção desse Kwon Jiyong que já estava sentado e me olhava com um sorriso desafiante e arrogante. Ele se acha muito.

''Tudo bem Madame Betty.''

''Lembra-te, sorri, sê educado. E não te preocupes, o Jiyong não tem por costume querer serviço com ninguém.'' E saíu.

Este era o meu trabalho. Foi para isto que fui treinado. 
Peguei na minha bandeja e andei até à sua mesa. Podia sentir a minha anca mover-se de um lado para o outro devido à minha falta de equilibrio no salto, mas sei que em breve consigo livrar-me disto.
Ao chegar olhei-o mais uma vez, bem como o resto dos convidados e como expectado, fiz a minha vénia e a minha apresentação.

#POVGD

Tudo indicava para ser apenas mais uma noite de sexta-feira em ''Rouge'', contudo, o ambiente era mais diferente do que os outros dias. O salão todo ele estava diferente esta noite mas eu também sei que para Betty ás sextas é tudo ou nada. 

''Isto está muito chique tia Betty.'' Taeyang observou por detrás de mim, enquanto o seu braço dava a volta ao meu pescoço. 

Assim que ela ouviu a voz tão familiar, imediato voltou-se e cumprimentou-nos com um sorriso.

''Meninos, começava a achar que não apareceriam esta noite.''

''E deixar-lhe com os ricos todos a tentar saltar-lhe para a saia? Nem pensar.'' Daesung brincou.

''E Choi? Não veio?''

''Não...ele teve trabalhos adiantados no escritório com a recepcionista, se é que me faço entender.''-Taeyang explicou.

''Esperto ele.E então e tu Jiyong? Sempre tão caladinho huh?''

''A rapariga bonita do café desta manhã deu-lhe com os pés então ele está meio stressado.''-Daesung brincou.

''Ah não te preocupes Ji, esta noite temos de tudo, até carne fresca.''- Ela direccionou discretamente com a mão para o bar, onde um rapaz num vestido de empregada e Nari estavam. Eles já me olhavam, apesar de Nari sempre ser tão entusiasta com o facto de eu olhar para ela, contudo o rapaz desviou o olhar e logo voltou-se para frente, saíndo momentos depois com a bandeja para outras mesas. Os meus olhos ficaram fixos nas suas pernas e o quão torneadas eram, à medida que servia a mesa curvava-se um pouco e podia reparar no rabo empinado e bem esculpido por debaixo da saia. Betty já teve muitas ''meninas de espectáculo'' masculinas e eu já me envolvi com muitos deles...mas aquele...Parecia quase bom demais para mim. Quando terminou de servir a mesa ele passou de volta para o bar, olhando-me pelo lado com uma expressão concentrada no seu andar, logo ignorando-me. Ignorar-me? Quem ele pensa que é? Nunca ninguém me ignora. Esta putinha tem problemas de atitude isso sim. Contudo, a maneira como ele olhava também carregava desejo...Talvez já lhe tenham falado sobre mim, talvez ele já saiba do meu perfil e na verdade até me queira esta noite...ele deve saber que tenho dinheiro. Desta vez, voltou a passar sem me olhar de todo, quem ele acha que é?

''Betty?''-questionei interrompendo a conversa desinteressante o suficiente para me fazer distraír que mantinha com taeyang e daesung. - ''Que nos dizes de nos apresentares a carne fresca?''

Já que ele se esforçava tanto para não olhar para mim, haveria de haver maneira de o fazer olhar.

''Mas é claro meu querido.Escolham a vossa mesa e eu já a levo.''- E ela dirigiu-se na direcção dele que se mantinha de costas para mim, no bar.

Após sentar-me pude ver o modo como Betty conversava e como a cabeça daquele rapaz virou na minha direcção encarando-me mais uma vez. Eu sorri em desafio. Ele simplesmente desviou olhar para Betty, que lhe ditou mais umas palavras e saiu.
Agora ele dirigia-se na nossa direcção, ancas que abanavam de um lado para o outro, provocando. Ele é gracioso e ele sabe que é.Está claramente a cair aos meus pés. Quando chegou à nossa mesa pude apreciar melhor a sua figura. O seu cabelo tingido de branco era brilhante e dava-lhe um aspecto de menino, os seus olhos castanhos e médios dirigiram-se a mim mais uma vez de um modo atento e eu captei-o bem ali. A sua boca...torneada bela, uma linha num sorriso, com lábios cheios que davam vontade de morder. A sua pele  parecia intocada, limpa e eu podia sentir o aroma perfumado que provinha de si. Estava a ficar fora de mim.

Ele olhou-nos e sorriu, fazendo uma vénia.

''Boa Noite, bem vindos ao Rouge. Em que posso ajudar?''- A voz mais doce possível.

Não é meu costume, mas hoje vou quebrar a tradição.

És meu esta noite.

 


Notas Finais


AQUI ESTÁ GENTE!!!! <3
No próximo cap as coisas vão-se desenvolver e acredito que vai ficar engraçado (força de expressão), porque na verdade vai pegar fogo ahahah <3
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO OBRIGADA!


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