História The Boy Of The Cupcakes - Chapter four

Assim que recebi alta do hospital, o que ocorreu no dia seguinte, percebi que minha mãe estava estranha, não sei dizer ao certo sobre o que, mas ela estava quieta de mais, e mexendo muito nos botões da blusa. -Mamãe, você ta bem? -Oi? Ah, sim, sim querido estou bem.- Minha mãe me olha sorrindo, mas não foi um sorriso verdadeiro, ela está me escondendo algo. -Okay então...- Vou apenas fingir que acredito que está tudo bem. Caminhamos até o estacionamento, e fomos até o carro de minha mãe, não era um carro do ano, nem nada do tipo, mas ele nunca nos deu problemas, o que é ótimo. -Vamos pra casa doce, nós precisamos conversar sobre essas marcas que vc tem no corpo, o médico disse que são marcas de agressões, Harry você devia ter falado comigo.- Sabia que tava bom de mais pra ser verdade. -Não quero falar sobre isso mamãe.- Eu realmente não queria ser um peso a mais na vida de minha mãe, ela não merece passar por isso, não depois do câncer. -Que tal a gente tomar um chá quando chegar em casa? Ai você pode me contar, se você quiser.- Eu sabia exatamente o que ela estava tentando fazer, conheço muito bem minha mãe. -Eu sei o que a senhorita está tentando fazer.- Entro no carro, passo o cinto pelo meu peito e cruzo os braços sobre o mesmo. -O que eu estou tentando fazer?- Ela disse assim que entrou no carro. -Você quer me convencer a falar algo que não quero usando seu chá e bolinhos muito gostosos. -Não se iluda com tão pouco amor, eu realmente não quero te forçar a falar nada, mas, se você quiser falar sobre tudo bem.- E assim que sua fala foi concluída fomos pra casa. Assim que chegamos na residência minha mãe foi direto para a cozinha fazer o chá e pegar alguns bolinhos, e eu fui para meu quarto, estava precisando tirar aquele cheiro de hospital. Após ter tomado banho e me vestido de forma adequada, vou até a cozinha e encontro minha mãe sentada em uma das banquetas da bancada da cozinha com um sorriso carinho em minha direção. -Venha querido, vamos tomar chá, fiz o seu favorito.- Ela empurrou uma caneca com chá de camomila para que eu pudesse aproveitar do efeito calmante que a bebida me proporcionava. -Obrigado, mas, a senhora sabe que não pretendo falar sobre o que aconteceu não é...- Não queria deixar minha doce mãe preocupada com algo tão pequeno. -Tudo bem, já que você não quer conversar sobre vou respeitar sua decisão, sobre o que podemos falar?- Nossa isso realmente foi muito fácil. -Vamos falar sobre você, faz tempo que não conversamos sobre as novidades.- Ultimamente mamãe estava muito ocupada com o trabalho, então não tínhamos muito tempo para simplesmente jogar conversa fora como quando eu era apenas uma criança que viva com os joelhos ralados e bochechas sujas de algo que tinha acabado de comer, era muito bom ter esses momentos com minha mãe. -Uh, certo... Bom, os remédios estão funcionando muito bem. Ah, enquanto você esteve internado a senhora Harris veio aqui e deixou esse presente pra você.- Recebo a caixa de tamanho médio de bom grado, amo receber presentes. Assim que retirei a tampa da caixa vejo uma caixinha de música em forma de carrossel, um objeto muito lindo e delicado, o seguro com cuidado, logo giro a parte de cima fazendo com que uma melódia suave saísse da pequena caixinha e os pequenos cavalos começaram a girar em sincronia com a mesma. Quando menos percebo sinto lagrimas rolarem por minha face. -É tão linda mamãe...- Olho para a mulher parada diante de mim.- Eu preciso agradecer a senhora Harris. -Depois você vai doce, agora nós precisamos conversar.- Tava bom de mais pra ser verdade. -Mãe eu não quero falar sobre... -Harry eu cheguei em casa e encontrei você quase sem vida dentro de uma banheira e cheio de hematomas pelo corpo.- Deveria ter me deixado lá, eu ia finalmente me libertar de tudo isso.- Eu sei que não é fácil falar sobre essas coisas, mas não me deixa assim no escuro meu doce. Resolvo que o melhor a se fazer é contar tudo o que havia acontecido, tanto na escola como o que me levou a fazer o que eu fiz, ao final de tudo Anne estava com os olhos inundados de lágrimas, por minha culpa, porque eu não consigo me defender de tão inútil que sou, parabéns Harry, o prêmio de maior idiota do século é teu. -x- No dia seguinte fui à escola como de costume, bom hoje foi um pouco diferente, eu não apanhei, o que achei estranho, também não vi Anthony e os amigos dele hoje está tudo muito estranho. O dia estava se arrastando, nunca senti tanto tédio assim, no momento em que o sinal foi tocado avisando a chegada do intervalo vi Aline comemorar de forma exagerada, como sempre, aquela ali já chegava na escola falando que queria ir pra casa, nunca vi isso. Fomos até o pátio, tinha varias pessoas indo comprar comida ou apenas se sentar com algum grupo e fazer aquele típico drama de adolescente: "meus pais me odeiam". Fui andando com Aline até comprarmos nossas comidas, eu comprei apenas um pedaço de bolo e um suco de laranja, já minha amiga voltou com uma bandeja cheia de comida tinha de tudo um pouco ali desde pizza à gelatina, não sei como ela consegue comer bastante e continuar magra e linda, se eu tomo um copo de refrigerante já engordo um tanto, esse é o preço de ser estranho. E assim foi meu dia na escola, aulas chatas, vontade de ser outra pessoa e coisas desse tipo, fazer o que né... -x- Fui andando com a Line até em casa, já que somos vizinhos, nos despedimos e entro em casa, mas ouço minha mãe falando aparentemente sozinha ou no telefone. -Eu não sei o que vou fazer, meus remédios estão acabando e eu estou ficando sem dinheiro para compra-los, se continuar assim vou ter que vender meu carro e mais algumas coisas, infelizmente não posso ficar sem meus hormônios.- Como eu pude ser tão egoísta, minha mãe está passando por um momento tão complicado e eu aqui tentando me matar. -Não, ele não tem idade pra isso. É eu sei é complicado.- Resolvo parar de ouvir a conversa da minha mãe e ir pro quarto como se nada tivesse acontecido. Mando uma mensagem para Line falando pra ela ir para a janela, a situação estava crítica. -O que é tão importante pra você ficar assim desesperado- Disse a morena após abrir a janela. -Minha mãe não tem mais dinheiro pra comprar os remédios e eu não sei o que fazer pra ajudar, eu estou me sentindo tão egoísta.- Realmente estava sendo difícil aguentar algo assim. -Isso é algo complicado, calma eu preciso pensar... Já sei.- A garota logo começou a gritar que já sabia a solução do problema. -Para de gritar minha mãe não pode ouvir isso.- As vezes minha amiga passava um pouco dos limites quando ele ficava feliz. -Você pode vender aqueles bolinhos que você sempre faz, lembra quando você fez no meu aniversário? Ah... Tava tão bom.- A garota começou a alisar a barriga como se ainda pudesse sentir o gosto do doce. -É, pode até dar certo, essa venda... E quem sabe dê pra pagar pelo menos a metade dos remédios da mamãe, Aline você é um gênio! Te amo, e pra provar esse meu amor vou fazer seis bolinhos pra você com recheio extra.- Sopro um beijo pra garota que estava na outra janela. -Seis bolinhos com recheio extra?! Só pra mim? Acho que já posso morrer.- E lá vem ela com todo esse drama. -Okay senhorita já-posso-morrer, vou entrar tenho lição de casa e assim que minha mãe sair vou começar a fazer os bolinhos pra vender amanhã depois da aula.- Dou um aceno rápido com a mão e logo fecho a janela indo fazer minha lição.