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História The Boy Who Changed Everything - Natural tranquilizing


Escrita por: MrMistakes

Capítulo 10 - Natural tranquilizing


 A luz do quarto foi acesa por alguém e aquilo me acordou lentamente. Meus olhos doíam, ainda não estavam acostumados com a grande presença de luz repentina. Ouvi o barulho da porta-janela se arrastando pelo trilho e dando assim, mais luz ao ambiente.

 “Senhor? ” Julie perguntou quando me viu retirar o braço de cima de meu rosto e observá-la abrir a porta. Fez uma reverência e continuou fazendo o fazia antes de me ver acordado, arrumava o quarto.

 “Julie, pode preparar a banheira com água morna, por favor? ” Falei, me sentando na cama e fixando o olhar em uma parte aleatória do quarto. Eu devia parecer um zumbi naquela hora.

 Levantei em minha primeira tentativa de ficar em pé, como consequência, minhas pernas, bambas, não aguentaram a força repentina e desabaram, jogando-me contra a escrivaninha. Apoiei-me com uma das mãos impedindo minha queda ao chão e me ajudando a me manter de pé. Segunda tentativa. Deu certo, fiquei de pé, por mais que ainda com uma leve fraqueza sobre meu corpo.

 Ultrapassei a batente da porta aberta e ouvi o escorrer da água pela torneira, reproduzindo o calmante barulho da água. Descia em um sinuoso movimento até chegar ao encontro do resto das águas. Senti minhas pernas bambearem ao tocar e movimentar a água com a ponta dos dedos.

 Retirei as roupas que usava dormindo e entrei na água lentamente. Perna a perna, e descendo lentamente, sentindo a água molhar cada milímetro do meu corpo. Aquilo era tão relaxante.

 “Hey Siri! ” Exclamei em voz alta para o sistema inteligente acoplado ao meus sistemas da Apple que havia no banheiro.

 “Hello, Lucas! ” Ela respondeu logo, seguido de outra mensagem, quando não houve retorno logo. “How I can help you today? ”

 “Play the ‘Classic Musics’ playlist, please? ” Em poucos segundos ela identificou minha voz, pude perceber quando começou a tocar e ecoar por todo o banheiro o 3º movimento do concerto de Vivaldi em Lá menor sendo tocada por uma dupla de cellistas.

“Oi Siri! ” Exclamei em voz alta para o sistema inteligente acoplado ao meus sistemas da Apple que haviam no banheiro.

“Olá, Lucas! ” Ela respondeu logo, seguido de outra mensagem, quando não houve retorno logo. “Como posso te ajudar hoje? “

“Toque a playlist ‘Classic Musics’ (= Músicas Clássicas), por favor? ” Em poucos segundos ela identificou minha voz, pude perceber quando começou a tocar e ecoar por todo o banheiro o som do 3º movimento do concerto de Vivaldi em Lá menor sendo tocada por uma dupla de cellistas(https://www.youtube.com/watch?v=OV3Bw0hpbrM).

 

 O som dos violinos, violas e violoncelos em conjunto me lembravam do motivo de eu escolher aquele instrumento para tocar, quando tive a oportunidade.

 

 Flashback On                                                                 

 “Boa tarde, vossa majestade! ” Um dos funcionários contratado pelo meu pai cumprimentou assim que entramos pela enorme porta do salão real. “Vossa alteza. ” Repetiu os cumprimentos, dessa vez, direcionado a mim.

 “Boa tarde ” Meus pais disseram quase em coro, e eu, tímido como sempre, me mantive calado.

 “Conforme solicitado por seu conselheiro, vosso rei, venho aqui tratar com o senhor sobre a aula de música que gostarias de contratar à vossa alteza, de forma que eu tenha tempo o suficiente para contratar o profissional perfeito para lecionar à ele. ” Ele dizia calmo. Suas palavras ainda soavam levemente estranhas a minha mente ainda não tão desenvolvida à realeza.

 Meus pais falavam de tudo com ele, discutiam sobre inúmeras coisas. Coisas que muitas vezes eu achava totalmente desnecessárias, então só concordava com a cabeça e os olhos fixos nos lábios do instrutor, que se mexiam em velocidades e ritmos diferentes.

 “Vossa alteza, ” Retomou, dessa vez à mim a conversa assim que meus pais assinaram alguns papéis. “Penso que gostaria de ouvir um treco dos instrumentos que mais lhe interessam e ver o que mais lhe agrada. Estou correto? ”

 “Na verdade não..., senhor. ” Tentei soar maduro o suficiente e até um pouco mais, mas via que falava tristemente. “Já tenho, pré-determinado o que desejo... Eu quero aprender a tocar violoncelo! ”

 Nunca dissera nada com tanta convicção na minha vida. Eu havia pesquisado sobre diversos instrumentos, sem dúvida aquele era o meu instrumento, era o que eu queria tocar, o que eu queria aprender.

 “Boa escolha! ” O instrutor falava comigo, impressionado com a minha rápida escolha. “O garotinho da família real gosta de instrumentos de arco... Talvez queira ver melhor o violino, a viola e o contrabaixo acústico, talvez queira outro instrumento. ”

 Ele tentava me mostrar mais coisas, mas eu só sabia negar. Estava meio que guiado ao automático.

 Flashback do flashback On

 Lembrava do dia anterior, quando passar horas em frente ao computador, vendo a definição, o som, o uso de cada instrumento.

 Contrabaixo acústico, de cara eu notava que não queria tocá-lo, minha primeira impressão foi algo como ‘Esse negócio é maior que eu mesmo, como vou conseguir tocar isto?’ e me levou a desistência mais rápido ainda quando ouvi seu som, não me agradou.

 Violino, o som agudo que as cordas produziam me deixavam desconfortável, não era algo agradável. Eu sempre amei a música clássica, sempre amei o som de uma orquestra sinfônica, do conjunto. Mas numa me apeteceu o som de um violino tocando sozinho. Mais um descarte.

 Viola, o som já era mais grave que o violino, me causava uma melhor impressão. De início admito que nem sabia que esse instrumento existia, tive de procurar na internet para saber sobre ele. Era algo pouco maior que um violino, mas de mesmo funcionamento, tecnicamente. Descartei, quando, mesmo após ouvir várias músicas, notei que o som ainda era agudo demais para me agradar. Descartei de novo.

 Violoncelo. Ah! O cello, eu já perdia as esperanças de tocar um instrumento de arco quando cheguei nele, ‘é apenas uma figura aumentada de um violino’, pensei de forma ignorante. Eu tinha certeza, por dentro, de que não gostara dele, eu não o queria. Mas então a música começou a tocar, era uma suíte de Sebastian Bach, meus olhos brilhavam com o movimento leve que os músicos faziam sobre as cordas dos violoncelos. Aquilo parecia tão simples, tão natural, como um calmante.

 O som era perfeito para meus ouvidos, nem tão grave, nem tão agudo. Eu estava completamente admirado com aquele instrumento. Foi então que eu senti, dentro de mim mesmo, que aquele era meu instrumento.

 Eu era solitário, quieto e tímido. O violoncelo era, sem dúvida, o par perfeito para minha timidez, tinha que ser ele!

 Flashback do flashback Off

 As aulas começaram poucos dias depois após a visita do instrutor no palácio, eu admirava cada vez mais a música, o som do violoncelo. Eu me corrigia e buscava cada vez mais, eu queria aprender. Sentia essa necessidade, era tudo o que eu queria.

 Eu só queria, por muitos momentos em minha vida, jogar tudo para o alto e apenas tocar, tocar meu instrumento em meu quarto, sem perturbação.

 Flashback Off

 Saí do meu banho de banheira pensativo e fui até o meu quarto com a toalha na cintura. Passei pela porta-janela e a luz clara do amanhecer me iluminou. Olhei para o horizonte, a água estava lá, o palácio não era muito perto da praia, mas conseguíamos ver um pouco dele, de bem longe.

 Fui até o meu closet e escolhi uma das opções de roupas que as meninas deixaram para me vestir. Escolhi, para hoje, algo mais casual, mais simples.

 Voltei a sacada e olhei para o mar novamente. Silencioso, mas violento, senti a serenidade da água da beira-mar bater sobre a minha pele de uma lembrança antiga de ir à praia. Meu calmante natural, na verdade, era tudo o que eu precisava para me acalmar agora...

 Tomei meu celular de forma inoportuna do criado-mudo do lado da minha cama, onde carregava.

 “Hey Siri! ” Falei, terminando de me vestir, chamando a assistente social já. “Call for James Patrick! ”

“Oi Siri! ” Falei, terminando de me vestir, chamando a assistente social já. “Ligue para James Patrick! ”

 O telefone começou a chamar, até ser atendido.

 “Vossa majestade.. ” Cumprimentou, ao atender. “Do que necessitas? ”

 “Ligue para as funcionárias da costa, peça que arrumem a casa de praia, vamos para lá! Providencie uma limusine para mim e para os selecionados para depois do almoço! Estaremos aí! ” Falei, de forma curta e rápida.

 “Seu pedido será cumprido! ” Afirmou, antes que eu desligasse a chamada.

 Toquei um dos sinos sobre a minha cama para a chamada das empregadas e Julie estava na porta rapidamente. Eu não havia notado em seus cachos cedo, mas agora pareciam que faziam uma enorme diferença em sua aparência.

 “Pode pedir que alguém traga meu café aqui, hoje? ” Pedi, tentando ser gentil. “Avise aos mordomos de cada um dos selecionados que preparem suas malas para uma visita de alguns dias na praia, mas diga que eles não devem avisar os selecionados, apenas os orientarem a ir até o carro. ”

 “Sim senhor, cumprirei tudo o que pedes! ” Julie falou novamente e fez uma reverência simples e serena.

 “A propósito, está linda hoje! ” Exclamei, antes que ela se distanciasse mais ainda. A refeição, mais do que eu queria passou rapidamente, agora, restava apenas algumas horas mais para a nossa saída até a praia.



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