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História The Case of White Cube - Epílogo


Escrita por: lagerfeld e TiaClara

Capítulo 23 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction The Case of White Cube - Epílogo

Faith

— Isso é um desastre! — ela exclama com os olhos marejados, bochechas vermelhas e uma feição entristecida após encerrar a ligação.

Não posso evitar o riso, o mesmo que ecoa por todo o quarto e chama atenção das outras mulheres aqui presentes. Todas me encaram perplexas, como se meu ato involuntário fosse um crime ou algo do gênero. Balanço a cabeça em negativo, ignorando-as e me sento-me a cama ao lado da noiva com os neurônios a flor da pele.

— Chloe, qual é problema? — pergunto com o tom de voz manso. Minha mão toca a sua e juntas elas se perdem em meio a grande quantia de tule branco do vestido magnífico que ela veste.

— Meus tios. — ela suspira e ergue o olhar até que ele se encontre com o meu. — Eles não poderão vir ao casamento. Pelo o que eu entendi minha tia Elizabeth torceu o tornozelo e mal consegue andar.

— Isso é uma droga. — afirmo e ela franze a sobrancelha.

— Você deveria dizer algo para eu me sentir melhor.

— O que foi? Estou sendo sincera. — rio novamente. — Sim, a ausência dos seus tios  é uma verdadeira merda, mas não é o suficiente para que estrague o seu dia. Chloe, hoje é o dia mais feliz da sua vida, então levanta a cabeça e vá retocar a maquiagem porque tem um homem lindo te esperando do lado de fora dessa fazenda.

Ela delicadamente passa os dedos abaixo dos olhos, contendo as lágrimas e sorrindo largamente. Seus braços finos envolvem o meu tronco e me puxam para perto em um abraço apertado. Relaxo o queixo em seu ombro e ela faz o mesmo, mas me esforço para não amaçar o seu vestido. Sorrio.

Chloe sem dúvida alguma fora uma das melhores coisas que aconteceram em minha vida desde que voltei para casa. Justin é maravilhoso, mas sentia falta de uma amiga, alguém com quem eu pudesse compartilhar meus pensamentos e desabafar sem me sentir culpada por descarregar a minha dor. A nossa conexão foi imediata e desde o momento em que Henry a apresentou naquele jantar nós não nos desgrudamos mais, como amigas de longa data.

— Você não acha que talvez isso seja um sinal? — ela sussurra em meu ouvido.

— O que quer dizer com isso? — questiono no mesmo tom quase inaudível.

— Primeiro o meu sapato quebrou, depois o bufê atrasou trinta minutos e agora meus tios não vem mais. — fecho os olhos por breves segundos e a afasto para que eu possa encarar suas íris escuras.

— Sapatos somem. Bufês atrasam e infelizmente acidentes acontecem com familiares. — toco seu ombro com amão direita. — Chloe, se você pensa que isso é um sinal para que você não ande até o altar e se case com o homem que está completamente louco por você, então minha amiga você é terrivelmente estúpida.

Ela gargalha alto, encarando as outras madrinhas de soslaio.

— Você tem razão, eu estou sendo boba. — suspira, como se um peso saísse de suas costas. — Estou ansiosa e nervosa. Esses foram os meses mais estressantes da minha vida, mas todo esse estresse irá valer a pena porque eu amo o Henry e sei que ele também me ama.

— Isso é exatamente o que eu estava esperando ouvir. — levanto-me da cama, esticando os braços em sua direção e a puxando para cima quando ela segura minhas mãos.

— Obrigada!

— Não precisa agradecer. — sorrio largamente.

Demora um pouco até que todas se estejam devidamente prontas. Chloe retoca a maquiagem e as outras madrinhas entusiasmadas acabam fazendo o mesmo. Quase sessenta minutos depois eu recebo algumas mensagens de Justin, questionando os quinze minutos de atraso e dizendo o quanto Henry está aflito lá fora.

Por fim nós saímos de dentro da fazenda em fila indiana, eu sendo a terceira madrinha a entrar com um pequeno buquê de variadas flores que se harmonizam perfeitamente entre si. Justin está no altar bem ao lado de Henry, seu charme parece ainda maior nesse momento e quando ele abre um sorriso largo imediatamente sou envolta por uma onda de lembranças que me levam até o dia de nosso casamento.

Casar-se com um policial sempre teve os seus perigos e eu soube disso no momento em que Justin se ajoelhou a minha frente alguns anos atrás, mas saber é diferente de conhecer. Nós nunca pensamos que algo horrível vá realmente nos acontecer, até que acontece. O mundo em que vivemos está repletos de males, horrores e de pessoas cruéis que vez ou outra cruzam nossos caminhos e nos marcam, nos fazem perder a esperança e a fé em nós mesmos.

Justin e eu passamos pelo inferno e voltamos. Eu fui marcada e talvez essa marca nunca me abandone, mas eu não me arrependo de nada, pois tudo o que passei me trouxe a este momento agora, o momento em que olhos nos olhos de Justin e percebo que sim, nós estamos bem e felizes, ele é o amor da minha vida, literalmente o meu príncipe encantado. Nós ainda nos amamos e temos um lindo futuro pela frente.

Dean não foi capaz de nos destruir e nada será.

— Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo eu os declaro marido e mulher. — diz o padre fazendo-me despertar de meus devaneios. Pisco algumas vezes e olho para os lados, tomando consciência do que acontece ao meu redor. — Já pode beijar a noiva.

Henry toma Chloe em seus braços e a beija de forma apaixonada, fazendo com que todos os convidados se ergam das cadeiras e batam palmas com sorriso de orelha a orelha, contemplando o amor dos dois.

(...)

— Você parecia distante na cerimônia. — Justin afirma bebericando um pouco do champanhe em sua taça de cristal.

— Estava lembrando do nosso casamento. — ele foca seu olhar em mim. — O tempo passou tão depressa.

— Saudades?

— Muita! — ele sorri de lado, minimamente, mas ainda sim um sorriso.

Toco sua coxa com minha mão direita e inclino meu corpo em sua direção. Ele abaixa a cabeça, o suficiente para que seus lábios toquem os meus de forma suave, apenas para matar a saudade um do outro. Sorrimos.

— Você está linda. — ele fita-me dos pés a cabeça.

— Você também não está nada mal. — provoco, recebendo um risada nasalada como resposta.

Apanho o copo d’água em cima da mesa e goleio o líquido. A festa está simplesmente perfeita, decorada em tons de rosa claro e rosa mais escuro sem que o ambiente se torne um verdadeiro torneio dondoca. A música é de muito bom gosto e todos os convidados parecem extremamente animados.

— Você sabe qual foi a minha parte favorita do nosso casamento? — volto minha atenção a Justin.

— Quando eu disse que estava sem calcinha? — novamente ele ri nasalado e desta vez eu rio junto.

— Não me provoque Faith. — umedeço o lábio inferior, adoro nossas provocações. — Mas, respondendo a sua pergunta: Não. Minha parte favorita foi quando te vi entrando, simplesmente perfeita. Naquele momento eu tive certeza de que havia tomado a decisão certa.

— Justin. Justin. — faça uma pausa, encarando fixamente o mel em seus olhos. — Você sabe exatamente como seduzir uma garota.

Somos interrompidos quando a música Just The Way You Are do Bruno Mars ecoa por todo o salão fazendo com que os pelos dos meus braços fiquem eriçados e meus lábios formem um sorriso alegre. É a música que dançamos em nosso casamento e Justin parece tão surpreso e animado quando eu. E quando, involuntariamente, encaramos Henry na mesa dos noivos ele nos lança uma piscadela deixando nítido o seu envolvimento na escolha do dj.

— Dança comigo? — pergunta Justin de pé a minha frente e com a mão estendida em minha direção.

— É claro que sim. — me levanto com sua ajuda.

Vamos para o centro da pista de dança, nos misturando com outros casais. Suas mãos pousam em minha cintura, levemente próximas de meu quadril enquanto as minhas se mantém firmes em torno de sua nuca. Deito a cabeça em seu peito, ouvindo seu coração bater calmamente em seu peito forte.

Agora nesse momento, sinto uma paz enorme me invadir de forma inexplicável. Todas as células do meu corpo se acalmam e qualquer aflição que ainda preocupação minha mente simplesmente desaparece. Seus braços são como meu abrigo, me protegem e faz com que eu me sinta acolhida, amada.

— Será que eu posso interromper? — Justin me afasta ao ouvir a voz grossa de Will soar próximo a nós.

— Senhor, não te vi na cerimônia. — ele diz o cumprimentando com um aperto de mão.

— Glória e eu nos atrasamos, e acabamos sentando no último banco. — ele balança a cabeça em negativo e os dois parecem se comunicar pelo olhar de forma que não entendo. — Se você acha que Faith demora agora espere mais alguns anos e nunca mais chegará a um compromisso na hora.

Eles riem.

— Continue assim Will e eu irei me juntar a sua esposa para contar sobre suas reclamações. — apesar de ser brincadeira eu mantenho meu tom sério e logo nós três rimos. — Como você está?

— Velho. — dou um tapinha em seu ombro. — Essa é uma das coisas que vim dizer. — ele encara Justin. — O que acha de uma promoção?

Vejo seus olhos ganharem um brilho mais intenso.

— Está falando sério, chefe? — pergunta completamente desacreditado, intercalando seu olhar em mim e Will.

— Já passou da hora de eu me aposentar e aproveitar a vida com minha esposa. — ele sorri ao olhar na direção em que a própria se encontra. — Mas, nós podemos discutir sobre o seu novo cargo na segunda-feira.

Justin assente.

— Qual é a outra coisa que tem a dizer? — ele franze a testa, não entendendo minha pergunta. — Você disse que tinha mais de uma coisa a dizer.

Will engole a seco e ajeita a gravata mesmo ela não estando fora do lugar. Ele parece nervoso. Ele está nervoso, incomodado e intercala seu olhar entre Justin e o nada.

— Algum problema chefe?

— Acho melhor nós dois conversarmos em outro lugar.

E com isso eu concluo que o motivo de seu nervosismo sou eu.

— Will, com todo respeito, mas se o assunto diz respeito a mim é melhor falar na minha frente.

Os dedos de Justin acariciam meu braço, descendo até que se entrelacem com os meus. Will suspira e encara meu marido como se esparasse por sua comprovação. Eu o encaro e vejo quando assente, consentindo com o que eu disse.

— Ela sabe de tudo. — ele afirma ao me encarar.

— Recebi uma ligação do O’connor essa manhã. — ele passa a mão pela barba extremamente bem feita. — Dean está morto. — involuntariamente eu intensifico o toque de minha mão contra a de Justin. — Houve uma briga no presídio alguns dias atrás e de alguma forma um dos presos conseguiu lhe dar uma facada.

Meu coração bate forte em meu peito, minha respiração fica pesada e por alguns segundos eu perco o equilíbrio. Ele está morto. Morto.

— Faith, você está bem? — Justin pergunta preocupado.

— Ele... Ele... — não consigo formular uma frase completa. Aberto seu corpo contra o meu e enterro a cabeça na curvatura de seu pescoço. Ele me abraça forte e beija minha bochecha, tentando me passar calmaria. — Acabou Justin.

— Sim meu amor, acabou.

(....)

Observo o reflexo da lua cheia sobre a água mansa da lagoa. O lugar calmo, me permitindo ouvir o som dos grilos que na mata se escondem. A festa ainda acontece e apesar de estar distante, ainda posso ouvir minimamente a música que anima a todos.

Suspiro.

Ele está morto. Morto. Como isso aconteceu? E porque eu não consigo saltar de alegria? Eu deveria estar comemorando a sua morte, soltando fogos de artifícios e gritando para quem quiser ouvir que agora sou finalmente uma mulher livre e sem medos, mas por algum motivo eu não o faço. Me sinto aliviada, extremamente em paz e tranquila por saber que posso dormir a noite sem me preocupar, mas não me sinto feliz com essa desgraça e de certo modo agradeço por isso. Minha ambiguidade mostra que apesar dos traumas, ainda mantenho minha essência e mesmo Dean sendo um ser humano desprezível, ele ainda era alguém que talvez pudesse mudar com o tempo.

Me sinta calma. Tranquila. Posso dormir em paz.

— Finalmente encontrei você. — sorrio ao ouvir o tom rouco de Justin, logo em seguida sentindo o meu corpo ser rodeado por suas pernas. Deito a cabeça em seu peito e fito o céu. — Está pensando no que Will nos disse?

— Sim. — admito sem desviar o olhar das estrelas. — É errado eu sentir pena?

— De forma alguma. — seus dedos deslizam lentamente sobre meus braços. — Você é maravilhosa Faith, e tem o coração bom o suficiente para não desejar o mal daquele que mais te feriu.

— Eu não lamento a morte dele. — confesso. — Ele merecia ser punido e talvez a morte foi a forma mais justa que o destino revolveu puni-lo, mas também não consigo sorrir e fingir que isso não é horrível.

— Você não precisa sorrir. Eu só preciso saber que está bem.

— Eu estou. — seguro sua mão com a minha e a levo até meu lábios, beijando-a com delicadeza.

De soslaio o encaro, ele parece perdido em seus próprios pensamentos. Sorrio, animada com os pensamentos vibrantes que se formam em minha mente. Tenho guardado esse segredo desde o dia que Justin viajou para Las Vegas com Henry. Estivesse esperando pelo momento certo, queria surpreende-lo. E qual momento poderia ser mais perfeito do que agora?

— Justin... — o chamo, erguendo meu tronco e me sentando de frente para ele. — Agora que você assumirá a delegacia, eu irei passar mais tempo sozinha. Preciso de companhia.

— O quer dizer com isso? — ele pergunta confuso.

— Talvez esse seja o momento certo para nós termos um bebê. — imediatamente um sorriso largo toma conta de seus lábios.

— Então eu acho melhor nós começarmos a tentar agora mesmo. — ele se inclina sobre mim com a intenção de deitar-me na grama, mas eu o impeço, colocando as mãos em seu peito e o empurrando para trás.

— Nós não precisamos tentar. — seu olhar se mantém fixo ao meu e rio de sua expressão desentendido. Desço minhas mãos até meu ventre acariciando o local ao mesmo tempo em que sorrio. Demora alguns instantes, mas ele finalmente parece entender e seus olhos arregalam. — Parabéns, você finalmente conseguiu tudo o que queria:

Uma família!


Notas Finais


Oi meu amores, tudo bem? Em primeiro lugar quero me desculpar pelos últimos capítulos não terem sido postados de acordo com o que combinamos, mas eu tive problemas com o meu computador e isso acabou afetando em nosso cronograma. Bom, agora que isso foi explicado eu quero agradecer imensamente pelo apoio que vocês nos deram. Nós não esperávamos que The Case of White Cube fosse tão bem aceita, então muito muito obrigada por todas e todos que comentaram e favoritaram nossa fanfic. Escrever essa história com a Helen foi simplesmente maravilhoso, ela é a melhor parceira que uma autora poderia querer e fico muito feliz em chama-la de amiga <3 Esse não é o nosso fim, nós temos várias histórias em mente e nesse momento estamos trabalhando em uma delas. Então quem gostou da nossa parceria e deseja ver mais histórias nossas nesse site, pode ficar tranquila, que logo nós estamos de volta. Até breve :)

xoxo, Bea e Helen.


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