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História The Case of White Cube - Memories


Escrita por: lagerfeld e TiaClara

Notas do Autor


Olá meu amores, tudo bem?
Hoje é domingo, e domingo é dia de que? Isso mesmo capítulo novo e bombástico pra vocês :) Muito obrigada por todos os comentários, Helen e eu estamos mais do felizes. Boa leitura.

Capítulo 5 - Memories


Fanfic / Fanfiction The Case of White Cube - Memories

Justin

Meus dedos rastejam pelo chão até que os mesmos toquem o vidro gélido da garrafa de uísque. Trago a garrafa bem próximo aos meus lábios, e goleio o líquido sentindo-o descer amargamente por minha goela. Apesar de a garrafa estar com gotículas de água ao seu redor e o vidro estar gelado, o líquido amargo perdeu sua essência no instante em que o deixei de lado por muito tempo.

Tomo outro gole, desta vez acabando com o pouco de álcool que havia restado. O cheiro forte da bebida, ou talvez o próprio gosto ruim, faz com que eu lacrimeje. Quem eu estou querendo enganar? Não é culpa da bebida. Sim, estou chorando, nunca senti-me tão impotente, inútil. A mulher que eu amo saiu pela porta de nossa casa sem ao menos dar-me a chance de pedir desculpa. O que Faith fez doí mais do que qualquer soco, fere mais do que qualquer bala, pois machuca o meu coração, meu emocional, minha alma.

Não entendo, gostaria de entender, mas não consigo. De fato, essa foi nossa pior briga e apesar de curta, as palavras foram duras, mas ainda sim, não é motivo o suficiente para que ela tenha me deixado. Foi uma briga tola, nós iríamos resolver, eu sei que sim. Faith foi precipitada, não deveria ter feito o que fez. Não me deixou explicar, não atende minhas ligações... Essa mulher fodeu comigo.

Em um ato de raiva, mas, ao mesmo tempo, desesperado eu jogo a garrafa vazia longe e vejo-a se espatifar contra a parede a minha frente. O vidro se parte em dezenas de pedaços, levando consigo o porta retrato prateado com uma foto de nosso casamento. Corro para perto da bagunça e abruptamente tiro o porta retrato do chão. Meu polegar se corta e um pouco de sangue começa a escorrer por sua expessura, não me importo, não ligo, apenas vejo uma gota de sangue pingar no chão. Encaro a fotografia, que fora tirada por mim, Faith está linda, sorridente e completamente espontânea. Perfeita.

Fecho uma de minhas mãos em punho. As lágrimas escorrem molhando meu rosto. Limpo minha face de forma bruta e me levanto do chão, indo até a cômoda e pegando os outros três porta retratos presentes no quarto. Saio do cômodo e vou até a sala de estar, o aparador da sala é composto apenas por porta-retratos e a televisão. Trato de jogar todos no chão, pouco me fodendo para a bagunça. Uma vez com todos quebrados, recolho as fotografias, todas lembram-me Faith e nossos anos juntos. Não posso, não quero tê-las em casa, é muito doloroso.

Com as fotografias em mãos eu vou até a cozinha e abro a terceira gaveta do armário, onde sei que a há um isqueiro. Sem pensar duas vezes, eu ergo uma das fotos e vejo a chama alaranjada consumi-la, destruindo o momento retratado. Antes que a mesma vire pó, e a junto com as outras, em cima do balcão de granito. É duro vê-la queimar, ver o sorriso se desfazer, e também a forma como seus olhos brilham ao meu olhar. É duro ver isso, mas seria ainda mais duro deparar-me com todas essas imagens dia após dia, sem ter Faith presente.

Sinto meu celular vibrar no bolso do jeans, o mesmo jeans que vesti ontem. Não tomei banho, não comi, não dormi. Animo-me com a possibilidade de ser Faith, pedindo-me para buscá-la, seja lá onde ela está. Ao pegar meu celular, vejo o nome de minha sogra no visor, e por mais que minha animação tenha diminuído, ela ainda existe, pois digo a mim mesmo, que ainda sim, pode ser minha esposa. A bateria de seu celular pode ter acabado, ou talvez em um momento de raiva, ela o tenha jogado fora.

–– Amor? Faith? –– digo desesperado ao apertar o botão verde.

–– Não, Justin. Sou eu Glória, sua sogra. –– não hesito ao soltar um suspiro frustrado, ao sentir-me derrotado. –– Justin, o que está acontecendo? Minha filha me ligou agora pouco, disse que as coisas entre vocês não estão bem, e que passará um tempo fora da cidade. –– sinto meu coração parar por alguns instantes. É pior do que eu havia imaginado.

–– Ela disse para onde está indo?

–– Não, ela não me disse nada. Apenas que me liga para dar notícias. –– solto outro suspiro.

–– Ela me deixou Glória. Nós brigamos, e quando cheguei em casa ela já tinha partido.

Por alguns instantes minha sogra não diz nada, a hipótese de ter encerrado a ligação seria válida se eu não pudesse ouvir o som de sua respiração.

–– Oh, Justin, eu sinto muito. –– lamenta. –– Ela vai voltar, eu sei que sim. Faith te ama, apenas dê a ela um tempo.

–– Se ela te ligar, diga que estou em nossa casa esperando por ela.

–– Eu direi querido.

A ligação se encerra e eu solto o terceiro suspiro em menos de dez minutos. Pela primeira vez desde que cheguei em casa ontem, depois do trabalho, eu olho meu celular. As seis ligações me surpreendem, mas nenhuma é de Faith, cinco são de Henry, e uma de meu chefe. Além das ligações, Will encheu-me de mensagens, desesperado atrás de um sinal de vida, já que faltei ao trabalho hoje, e não sou disso, muito menos sem dar uma devida explicação. A essa altura não surpreendo-me se for demitido.

Bufo. As fotos que antes queimavam no balcão de granito, agora são apenas pó, poeira sem vida, sem lembrança.

–– Droga, Faith! –– murmuro.

Agora entendo o sentido da frase, amar pode machucar, mas perder o objeto de afeto é ainda pior. Meu coração dói, não sei como agir, ou o que fazer. Sentado no chão de granito preto da cozinha, olho nossa casa que com muito esforço a adquirimos, não é uma mansão, é algo simples, e confortável que tem toda nossa essência e gosto, cada móvel, cada granito, e porcelanato, cada talher, desde a cortina ao telhado escolhemos juntos. Como viver nesse local que tem todo o toque dela, sem ela?

Por mais que tente me enganar achando que ela voltará, sei que não, Faith é orgulhosa demais, ela me ama eu sei que sim, o que me faz pensar que ela me deixou livre para não ter que escolher entre ela e minha profissão. Ela me deixou livre, paro para pensar... Era mais fácil ela ter me feito escolher, com certeza seria ela, a amo demais e me sacrificaria para sempre poder estar ao seu lado, nem posso chamar de sacrifício, seria o meu maior acerto, emprego encontramos sempre, já esse amor verdadeiro, esse intenso, somente uma vez na vida. Muitos dizem que podemos nos apaixonar quantas vezes for preciso, discordo totalmente, acho que nos afeiçoamos a pessoa, uma paixão, aquele amor real, o que muda você completamente, acontece uma única vez e foi Faith quem me fez descobri este amor avassalador e que agora me destrói sem piedade alguma.

Passo as mãos em meu cabelo, jogando os fios que insistem em vir aos meus olhos para trás. Levanto quase arrastado, vendo somente cinzas do que um dia fora as minhas fotos preferidas dela. Vou até nosso quarto onde seu cheiro é tão presente, uma essência de erva doce leve, indo em direção ao closet ainda vendo alguns restantes de roupas dela que estão presente ali. Sei que falei para Glória que esperarei Faith em nossa casa, e o farei, só não quero suas coisas aqui, não sou nenhum tipo de masoquista, não preciso prolongar minha dor. Pego uma mala colocando tudo ali dentro, pego álbuns e mais álbuns, e jogo dentro de um saco preto, ainda não sei o que fazer com tudo isso, talvez coloque no porão, ou queime, ou posso doar as roupas, ainda não sei.

Meu celular vibra, e nem me atrevo a tirar do bolso, não quero falar com ninguém, não são só as mulheres que tem o direito de se esconder do mundo, e sofrer por um coração partido. Olho a câmera que ela me deu a três dias atrás, e jogo-a dentro do saco, junto com as outras coisas. Não quero mais fotografar, Faith era minha musa de inspiração, a cada dez fotos que tiro, pelo menos nove ela era minha modelo. Um brilho  chama minha atenção, chego perto do criado mudo vendo os brincos de safira que a dei, meu coração se aperta, é como se estivesse vendo seus olhos. Tiro minha aliança do meu dedo esquerdo vendo a marca confirmando que nunca foi tirada, nunca pensei que um dia fosse tirar.

Vou até o saco pegando uma foto de nós dois juntos, a primeira que tiramos juntos em uma sorveteria, em que ela comia uma colher enorme de sorvete e lambia os lábios mostrando o quanto ela é gulosa, foi tão espontâneo, isso foi um dos motivos que cada vez mais chamava Faith para sair, ela nunca teve vergonha em comer ou ficava em uma dieta sem fim, comia sem culpa, ela dizia que as calorias adquiridas no dia, queimávamos na cama com um bom sexo. Uma lagrima desce em meu rosto, é talvez eu seja um pouco masoquista, mas tudo isso prova que tudo foi real, que um dia amei, fui amado e tive meu coração esmagado. Guardo os brincos junto com minha aliança, e a foto em uma caixa, serão as únicas coisas que guardarei, serão as únicas lembranças que terei dela, o restante estará em minhas memorias que com o tempo talvez se apaguem ou fiquem mais distantes e nebulosas.

Coloco tudo que juntei em um canto, vejo que lá fora o céu fica alaranjado, não demora a escurecer, e resolvo tomar um banho, desde ontem não tomo um banho. Ando pelo quarto, e vou deixando uma trilha de minhas roupas, ligo o chuveiro e me sento no chão do banheiro, sentindo a água quente bater em meu corpo. Não sei exatamente quanto tempo fiquei no banho, só saí quando percebi que meus dedos estão brancos e enrugados, e mesmo com esse banho longo, o peso continua em meus ombros, talvez duplicados, pois a noite surge, e com ela a depressão vem junto.

A tempos não sei o que é dormir sozinho ou jantar sozinho. Não tenho fome, quem dirá sono. Enrolo a toalha em meu quadril, e me sento na ponta da cama. Sabe quando seus pensamentos vagam e nem você sabe o que pensou? Sou eu neste exato momento, acho que não tenho mais o que pensar, e sim sentir.

Meu celular treme no criado-mudo, o pego vendo ser Henry, pela sexta vez no dia. Atendo, não preciso que ele apareça aqui, a solidão para mim no momento é a melhor coisa e a melhor aliada.

–– Oi Henry. –– sei que minha voz sai baixa, talvez nem ficou audível, me engano ao ouvir seu suspiro.

–– Justin, graças a Deus. Estou preocupado, não foi trabalhar hoje, Will ficou louco atrás de você, mas consegui te encobrir. Porque faltou? ––  aperto meus olhos, sei que é algo que não posso esconder, e nem é por vergonha, mas falar de voz alta é como se eu mesmo estivesse confirmando tudo que pensei, e, com certeza, será como se mastigasse vidros. Suspiro.

–– Henry, estou com problemas, Faith me abandonou. –– escuto seu ‘’oh’’ surpreso, afinal quem não ficaria?! –– Estou desanimado cara, já chorei, ja quebrei coisas, pensei mil e uma coisas, mas nada justifica a maldita carta, estou destruído cara.

–– Justin, vocês vão se resolver, vocês se amam. –– não falo nada. –– Então, amanhã você não vai trabalhar novamente? –– isso que gosto em Henry, por isso ficamos tão próximos, ele sabe quando não quero conversar, e não fica fazendo um pai nosso em minha cabeça, dizendo que vai ficar tudo bem, que sou forte, e não sei quantos mais encorajamentos, só me reconforta e pronto me deixa pedir conselho quando quero.

–– Vou sim, preciso me distrair com algo. Até amanhã Henry.

–– Até amanhã Justin.

Desligo meu celular, pego uma cueca e uma calça de moletom. Vou até a cozinha e preparo um café forte, sei que não vou dormir, e fome não tenho. Enquanto a xícara evapora sua fumaça, olho fixamente para a parede, não tem nada de interessante, é só um modo que tenho para refletir, a única coisa que tenho certeza, que aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, sempre amarei Faith e com minha confirmação me pergunto,

–– O que será de mim? E o que vou fazer de minha vida?

Sei que não devemos viver para alguém, esse foi meu erro, eu fiz de Faith o motivo de minha existência. Pego a carta que estava ao meu lado e amasso apertando a pequena bolinha branca entre meus dedos, fazendo com que minha mão fique em punho, e os nós dos meus dedos fiquem brancos. Uma vez ouvir falar que amor demais um dia vira ódio, talvez isso esteja acontecendo comigo porque sinto meu coração doendo, e ao mesmo tempo reafirmando que nunca mais o deixo na mãos de alguém, e o único pensamento que repete em minha mente que Faith Bieber para mim morreu.


Notas Finais


E então o que acharam? Eu espero que tenham gostado. Caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso nos incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3


Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=VnHeKudjqf8&feature=youtu.be

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https://spiritfanfics.com/historia/love-at-second-sight-6875946
https://spiritfanfics.com/historia/the-sound-of-the-heart-6201410


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